28 de mar. de 2011

[[ ICEB ]]Cardioenergética

http://www.brasil-coreenergetics.com.br/site/interna.asp?p=artigo&i=20

A Cardioenergética: a comprovação que o coração é um outro cérebro.

por Monica S. Borine Ms.

“Os males de que estamos sofrendo tiveram sua base na própria criação do pensamento humano” 74:234
Pierre Teilhard de Chardin (1.881-1.955)

A evocação da memória, do raciocínio, da consciência e do pensamento, são as funções principais desse sistema nervoso de função eminentemente subjetiva. A memória recente se acha intimamente relacionada com o sistema límbico, mais precisamente com o hipocampo e com o corpo amigdalóide, estruturas associadas com as emoções (Cf. adiante). O hipocampo está intimamente relacionado com o processamento e assimilação de novas informações, envolvido em memórias instantâneas ou episódicas. Lesões hipocampais incapacitam a recordação de coisas acontecidas há poucos minutos.
Mas a memória remota, que, mais estável, permanece inalterada mesmo após graves danos cerebrais, não está associada com nenhuma estrutura encefálica em particular. Essa memória estaria gravada por todo o neocórtex (tipo de córtex presente em 90% do cérebro, à exceção do hipocampo, úncus e giro para-hipocampal, o arquicórtex e o paleocórtex, ligados à olfação e ao sistema límbico), provavelmente de maneira semelhante a um holograma.
Sabe-se hoje que o Universo material é pura energia. David Bohm afirma que a estrutura do Universo contém uma quantidade ilimitada de informação e que o ser humano é uma manifestação dessa energia 74:90. Matéria, energia e informação são três formas de apresentação da mesma coisa. Assim, toda a matéria é uma forma de energia que contém alguma informação.Vindo ao corpo humano, a “matéria”, na forma de enzimas, neuropeptídeos ou hormônios, é energia que contém informação. Sabemos que o SNC trabalha através de impulsos elétricos, gerados pelos neurônios, que passam adiante, através das sinapses, utilizando diversos neurotransmissores para sua atividade energético-informativa.Mas o SNC não detém exclusividade desse processo. A nova ciência da cardioenergética começa, também, a demonstrar isso. O coração é cinco mil vezes mais possante, eletromagneticamente, e possui um elo direto de comunicação neuroquímica, bioquímica e eletroquímica, e talvez até eletromagnética, com o cérebro, através da síntese dos mesmos neurotransmissores fabricado no cérebro. Descobriu-se recentemente que o coração fabrica o “fator naturético atrial” (FNA), um neuro-hormônio com ação direta no hipotálamo, na hipófise, na glândula pineal e no tálamo. O FNA comunica-se, também, diretamente com o sistema imunológico 74:112. Descobriu-se, também, a existência de células “adrenérgicas cardíacas intrínsecas” 74:179 que sintetizam e liberam catecolaminas, como a noradrenalina e a dopamina, e neuropeptídeos, cadeias de aminoácidos com função energético-informativa de transmissão de dados (uma memória).Assim, o coração modula diretamente as respostas imunológicas, emocionais, hormonais, nosso nível geral de energia, nosso ciclo sono/vigília e os processos de envelhecimento, configurando uma nova área de pesquisa científica chamada neurocardiologia, que está demonstrando as complexidades de um coração consciente, muito além de uma mera metáfora a qual o nosso cérebro ortodoxo mal consegue conceber.Essas evidências, por si só, já poderiam fazer-nos não negar a possibilidade de alguma forma de inteligência cardíaca, e que o coração poderia ser um órgão pensante. O processo de pensamento cerebral envolve intimamente o processo de recordar. A memória é um componente fundamental no pensamento. Fatos observados em transplantados cardíacos evidenciam que a chegada de um novo coração traz também novas lembranças, novos hábitos e novas formas de interpretar, perceber e sentir o mundo, idênticas àquelas do antigo dono do coração. As memórias novas mais comuns em transplantados cardíacos são novas interpretações para alguns odores e paladares relacionados ao significado emocional que o doador dava a esses cheiros e gostos. Essa correlação receptor-doador cria evidência de que pacotes energético-informativos de qualquer experiência se armazenam de alguma forma no interior das células cardíacas. Muitas coisas que temos consciência e que atribuímos sua fonte ao cérebro, talvez sejam provenientes de memórias recuperadas em nosso coração.O coração pensa. Parece ser em sua intimidade que nossos mais profundos pensamentos, temores e sentimentos são mediados com brandura e profundidade. As sensações e sentimentos, de ocorrências e pessoas que já fazem parte do passado, fazem parte de uma memória emocional mais profunda que é criada e recuperada pelo coração 74:177, o órgão chave do nosso Sistema Nervoso Cardíaco (SNCa). Essa memória ficaria armazenada em todas as células do organismo, pois transplantados de outros órgãos que não o coração também relatam essa memória, numa intensidade e freqüência bem mais baixa: a nossa memória celular. Propõe-se, hoje, que o inconsciente seja na verdade nosso conjunto de memórias celulares, aspectos de nossa vida ainda não vividos. O raciocínio é cerebral, mas o sentir é cardíaco.E esse fluxo energético-informativo, “aquilo o que somos”, é uma projeção do “código do coração”, expressa pelo cérebro e pelo corpo. Àquilo o que aparentemente somos, os psicólogos também dão o nome genérico de temperamento: as diferenças individuais estáveis na qualidade ou na intensidade de reações emocionais às influências de um suposto ambiente externo a nós mesmos. Incluem-se também, nas dimensões do termo “temperamento”, componentes fundamentais da personalidade: nível de atividade geral, ritmicidade de funções biológicas (comer e dormir, por exemplo), facilidade de comunicação com estranhos, expansividade ou timidez, adaptabilidade às mudanças, limiar de reatividade e intensidade de reatividade a estímulos, suscetibilidade a distrações, limite de atenção e persistência 74:190.Devido a suas influências emocionais, desde o trabalho pioneiro de dois cardiologistas, Meyer Friedman e R. H. Rosenman, em 1.959, há um efervescente campo de pesquisa numa área conhecida como psicologia do coração: a cardiopsicologia (Cf. adiante). A partir de então, programas de prevenção de cardiopatias, baseados em elementos psicológicos, foram propostos, baseados em dados que demonstraram a sua eficácia na redução do risco de IAM e até na redução de cardiopatias pré-existentes 74:115. Friedman e seus colegas demonstraram a existência de dois padrões de comportamento aos quais denominou tipo A e B, e, desde então, vários padrões de “comportamento cardíaco” foram identificados e estudados, principalmente pelo Institute of HeartMath, em Boulder Creek na Califórnia, associação educacional sem fins lucrativos que demonstrou que através de traços eletrocardiográficos pode-se saber como o coração está lidando emocionalmente no dia-a-dia. Conseguem mensurar a harmonia e o equilíbrio cardíaco como um estado de “paz amplificada” 74:214.Para essa medição da reatividade cardíaca, os pesquisadores utilizam um sistema complexo, denominado “Padrões de Energia Sincronizada Cardíaca”, que inclui o registro da atividade elétrica (ECG), atividade eletromagnética (magnetocardiograma), sons cardíacos e várias alterações de pressão e temperatura. À soma de todas essas medidas se dá o nome de “energias do coração” 74:248. A personalidade tipo A parece ter um coração regido pela atividade cerebral, racional e lógica, que ao ECG aparece como um padrão irregular no ritmo com traçados serrilhados, enquanto o tipo B parece ser regido pelo coração, pelos sentimentos e sensações, que ao ECG aparece como um ritmo regular com um suave conjunto de curvas. Há uma forte correlação entre uma boa atividade energética cardíaca (cardiocoerência) e uma boa atividade imune celular modulada pelo timo (síntese de linfócitos T). É essa atividade a responsável pela nossa defesa contra os vírus e contra as células neoplásicas.Essa energia do coração, longe de ser um sentimentalismo banal, faz ver as coisas mais afetivamente, a esperar, a observar. Implica o reconhecimento de que alguma coisa não vai bem, fisicamente, emocionalmente ou psiquicamente, mas, sem se deter no aspecto negativo e confiando que tudo passa, pode-se esperar a solução, a qual sempre vem na forma de insights, fruto do instinto e da intuição.
UMA ENERGIA SUTIL

O coração ainda continua a bater por algum tempo, mesmo tendo sido diagnosticado morte cerebral e misteriosamente dá início às suas contrações espontaneamente após re-implantado. Basta fazer as anastomoses vasculares e esperar. Também não se sabe como uma massa de células cardíacas fetais começa a pulsar, espontaneamente e em conjunto, no 27o dia de vida fetal. A maioria dos cientistas afirma que esses fenômenos são o resultado da atividade autônoma do marca-passo natural do coração, afinal todas as células cardíacas são marca-passos potenciais. Mas essa tese não explica o fato de que numa cultura de células cardíacas, sem qualquer contato físico entre elas, sem qualquer sinapse que as conecte, tem um momento em que elas simplesmente passam a “bater” sincronizadamente num ritmo diferente daquele ritmo original individual de cada uma 74:104.Parece que seus bilhões de células podem ser capazes de se unir para formar um gerador de energia quântica não-local, fazendo ressoar um campo de inteligência não-local através de cada uma dos trilhões de células do corpo, usando-as como cápsulas de acumulação de energia informativa e áreas de retenção temporária do tipo de informação que faz de nós aquilo que somos e como somos 74:106. Experimentalmente, leucócitos em tubo de ensaio reagem com excitação, nos gráficos de um polígrafo, quando o seu dono reage emocionalmente a cenas de violência e morte num filme, mesmo separados por um espaço de até 90 Km até dois dias depois de separados 74:78. Estão ligados por alguma forma de energia conectiva.

Sobre o Artigo

Artigo do site: orion.med
Sobre a Autor(a)


Monica S. Borine

Doutoranda em Avaliação na Saúde Mental (testes e medidas psicométricas). Mestrado em Psicologia da Saúde em Neuropsicofisiologia da consciência, cognição e emoção. Psicóloga Clínica a 25 anos, Pedagoga, formada em Hipnose Clínica pelo Centro Oswaldo Cruz – USP, Psicoterapeuta Corporal, Reichiana, Análise bioenergética. Graduada em Core Energetics com Dr. John C. Pierrakos e Pós-graduada em Core Energetics pelo New York Institute, USA. Diretora do ICEB.

acesse artigo científico: Consciência, emoção e cognição:http://www.cienciasecognicao.org/