15 de jan. de 2013

DESEMPENHO E CONEXÃO ESPIRITUAL


DESEMPENHO E CONEXÃO ESPIRITUAL

Gustavo G. Boog
A fonte de energia motivacional
O que leva pessoas comuns a terem desempenhos excepcionais? Qual a fonte de energia que leva pessoas ocupadíssimas a se dedicarem a causas de diversas naturezas? De onde vem a coragem para enfrentar obstáculos, defendendo ideais?

Eillen Caady, uma das fundadoras da Comunidade de Findhorn, na Escócia, relata a existência de uma poderosa e inesgotável fonte de energia dentro de nós, na dimensão espiritual. Esta energia se manifesta concretamente no nosso dia-a-dia e pode ser acessada se tivermos uma conexão correta, à semelhança da energia elétrica, que é invisível aos nossos olhos, está disponível em rede, à nossa disposição, se soubermos unir corretamente o plug à tomada.
As organizações querem, precisam e exigem altos desempenhos das pessoas e das equipes. Aliás, cada um de nós, no papel de cliente, tem um alto grau de exigência ao contratar produtos e serviços. Nós não nos contentamos com soluções “mais ou menos”, temos pouca tolerância a erros, confusões ou informações desencontradas e ficaremos furiosos com tratamentos grosseiros. Como fazer com que cada uma das milhares de transações que a organização faz com seus clientes e usuários seja um momento iluminado, de encantamento? Como motivar os funcionários, que fazem estes atendimentos, compartilharem desta mesma busca?
A motivação está dentro de nós: ela é um caminho, e não um destino.
Como se conectar?
Alguns pontos compõem o referencial de conexão a esta fonte de energia que gera desempenhos excepcionais:

•    Considerar que cada pessoa tem esta “centelha divina” dentro de si – a força espiritual que energiza e motiva está dentro de cada pessoa. Elas não são apenas  “recursos”, mas são principalmente “humanos”,  cada uma tem seu ritmo e seu estágio de desenvolvimento. Gosto do cumprimento hindu NAMASTE, que quer dizer “eu saúdo o Deus que há dentro de você”

•    A visão/ missão/ valores da organização são a principal força motriz do desempenho: esta é a sua dimensão espiritual, sua identidade, sua razão de ser, que deve ser entendida e gerar significado para cada um e para todos os seus membros. A visão só tem força se efetivamente for praticada a partir do topo, com coerência entre o falar e o fazer. Cada pessoa tem seus motivos e intenções: a adesão à visão ocorre se gerar significado para ela.

•    Os líderes têm um papel crucial e indelegável na busca do desempenho: resultados são mensuráveis, mas os fatores que os afetam são em sua maioria intangíveis. O líder é a conexão entre o propósito da empresa e as pessoas que transformam estas intenções em realidade para os clientes. Os líderes têm um papel fundamental de ajudar a transformar os medos (que arrasam o desempenho) em confiança (que melhora o desempenho), de indicar o caminho, de transferir competências via treinamento, de encorajar suas equipes

•    A energia motivacional deve ser canalizada para a visão, e não desperdiçada em embates setoriais: o trabalho em equipe é a base para que a visão se concretize e o desempenho seja fruto de todos remarem na mesma direção, no mesmo ritmo.

•    Pedras surgem no caminho: os apoios combinados às vezes falham, a retaguarda pode ter problemas. Superar obstáculos e enfrentar adversidades faz parte da busca do desempenho. Muitas vezes a visão parece distante demais: aí é a hora de se lembrar que às vezes desacelerar é mais importante que chegar, que tarefas são muitas vezes adiáveis, mas a oportunidade dos encontros nem sempre pode ser adiada.
Quais os próximos passos?
A cada um dos pontos de conexão correspondem programas de ação, que devem ser ajustadas e priorizadas às realidades de cada organização:

•    Tratar as pessoas como pessoas
•    Definir, divulgar e principalmente praticar a visão/ missão/ valores da organização
•    Desenvolver os líderes da organização num programa consistente que valorize as competências de gestão
•    Reforçar processos que maximizem a integração e visão do todo, e que valorizem o espírito de equipe
Uma antiga benção, de origem celta ou galesa, chegou às minhas mãos de diferentes origens. Sinto que devo compartilhá-la:
“Que a terra vá abrindo o caminho ante teus passos

com o vento soprando em tuas costas

Que o sol ilumine teu rosto

Que a chuva caia suavemente sobre teus campos

E até nos reencontrarmos,

Deus te mantenha no aconchego de Suas mãos”.