26 de fev. de 2010

Dor e suas Conseqüências Práticas

http://www.praticahospitalar.com.br/pratica%2035/paginas/materia%2003-35.html
INTRODUÇÃO: MAGNITUDE DO PROBLEMA

Desde os primórdios da medicina tenta-se tratar o mais freqüente dos sintomas: a dor. Esta é uma condição cotidiana, que expressa o sofrimento humano nas suas mais variadas formas. Durante as últimas duas décadas tem-se evidenciado, de modo sistemático, que o seu entendimento e controle pode ajudar a humanizar o atendimento, bem como a melhorar os resultados em grande parte das abordagens terapêuticas – em especial, na cirurgia, no câncer e nas patologias mioarticulares.(1) Na maioria das vezes, a dor está associada a grande número de doenças conhecidas e, com freqüência, é causa de seqüelas psíquicas e somáticas.(2)

Em estudo epidemiológico extenso sobre prevalência de sintomas na comunidade, a dor foi a segunda queixa mais freqüente entre as 38 pesquisadas, ficando atrás somente das queixas menstruais e, na maioria das vezes, mostrou ser o fator desencadeante de procura do serviço médico.(3)

No entanto, o que se tem observado é que a dor não é tida como um problema a ser combatido com medidas específicas e efetivas, a despeito dos avanços científicos, o tratamento da maioria dos pacientes continua inadequado,(4) apesar de semelhante postura já ter sido reiteradas vezes considerada inaceitável – tanto do ponto de vista científico quanto ético – pelos mais diversos comitês e conselhos de saúde.(5) A incidência de dor em pacientes internados ainda é alta, de 30% a 50% de dor moderada até intensa nas publicações recentes.(6,7) Note-se que os principais problemas apontados relacionam-se à falha na formação do médico e na abordagem do problema por esse profissional.(1,8,9)

Mesmo com os progressos obtidos no controle da dor, a defasagem, no Brasil, ainda é significativa, em particular por tratar-se de problema complexo, que envolve soluções multidisciplinares. A falta de tradição na área de saúde para o trabalho em equipe e a resistência em mudar têm gerado dificuldades em se propor e organizar serviços intra-institucionais, que envolvam várias especialidades com estruturas e objetivos únicos.(10)

Mesmo em países desenvolvidos, a mudança constitui um desafio, havendo relatos de que só 42% dos hospitais contam com clínica de dor e programas multidisciplinares, apesar de os resultados demonstrarem inequivocamente o significativo benefício aos pacientes e a redução de custos para as instituições que implementaram esses serviços.(1,11,12)

Em nosso país, muito pouco tem sido feito por parte das instituições de ensino, do governo e da saúde suplementar no sentido de minimizar esse problema. Observe-se que poucas escolas médicas têm disciplinas no currículo que abordem o assunto com a relevância merecida. Acresce-se a isso que se tem ainda um dos mais baixos índices de utilização per capita de opióide,(13) ao passo que o número de profissionais médicos habilitados junto à Vigilância Sanitária para prescrevê-los é baixo (< 2% do número total de médicos).(14)

Os serviços de dor restringem-se a poucos hospitais universitários, onde, em geral, são organizados por iniciativas pessoais ou de alguns profissionais interessados no assunto, em sua maioria com o objetivo de tratar a dor crônica. Esses dados podem indicar um baixo nível de preocupação dos agentes de saúde em tornar efetivo o controle do sofrimento dos pacientes, o que expressa, por conseguinte, o caminho oposto a todos os esforços que se têm feito no sentido de humanizar o atendimento.(15)

IMPORTÂNCIA DO CONTROLE DA DOR

O controle da dor, que se restringiu, no passado, a um dos cuidados oferecidos ao paciente com câncer terminal, para a boa prática médica, hoje deve fazer parte obrigatória dos cuidados prestados a todos os pacientes.

Recentemente – julho de 2002 – a Joint Commission on Accreditation of Health Care Organization (JCAHCO) incluiu o controle da dor como um dos oito parâmetros a serem avaliados para se julgar a qualidade no atendimento hospitalar, o que reforça a importância do tema e a necessidade de melhoria da abordagem por parte dos profissionais de saúde.(16)

Em levantamento da OMS realizado nos dez países desenvolvidos que mais consomem opióides – principalmente a morfina – verificou-se, a partir de registros consistentes, que estes foram utilizados em até 90% das vezes para alívio da dor causada por doença não-neoplásica e que houve aumento significativo do consumo no período de 1976 a 1992, mostrando variação desse incremento de 198% a 3.318% por país. Esse fenômeno aconteceu porque os estudos desenvolvidos na área de dor têm demonstrado que todo quadro de dor, se não for prevenido quando possível, ou tratado precocemente, pode levar ao aumento significativo da morbidade e mortalidade dos pacientes em todas as especialidades pesquisadas.(17)

As principais conseqüências da dor são: modificações do comportamento, o que gera ansiedade, angústia e depressão; hipertensão e taquicardia, com a elevação do risco de eventos nos pacientes cardiopatas; complicações respiratórias, em especial, nas patologias toracoabdominais; e incapacitação osteomioarticular progressiva.(18)

O desafio é fazer com que o controle da dor faça parte prioritária dos cuidados oferecidos à totalidade dos pacientes em todos os níveis de atenção, não só por especialistas, mas, principalmente, por clínicos, cirurgiões e médicos de família. O treinamento específico para atuar de forma segura e efetiva, tanto na prevenção como no tratamento da dor, poderá evitar o sofrimento de muitos pacientes, os quais, às vezes, por falta de medidas profiláticas de baixo custo, desenvolvem dor crônica com intensa morbidade, o que piora a qualidade de vida e acarreta elevado custo para o sistema de saúde.(19)

Melhorar a qualidade dos serviços na área de saúde envolve entender o caráter subjetivo da dor, como uma experiência ampla que abrange mecanismos fisiológicos, psicológicos e comportamentais, dependente das características de cada indivíduo.(20)

Dessa forma urge a mudança da filosofia de atendimento – hoje focado exclusivamente nas medidas de controle da doença (etiológicas: modelo biomédico) – para uma visão baseada no cuidado integral ao paciente, com a instituição de uma abordagem em que haja preocupação com a integridade física e mental durante o processo no qual a ação médica se desenvolverá (modelo biopsicossocial). O estudo e o controle da dor podem ajudar nessa mudança de atitude, indispensável para se atingir os padrões de qualidade exigidos para a boa prática médica.(21)

PROGRESSOS NA TEORIA DA DOR

Melzack, em Gate-Control Theory of Pain, defende que os processos psicológicos influenciam na percepção da dor, ao agirem no mecanismo de comporta espinhal, pelo que “algumas dessas atividades psicológicas devem abrir a comporta e outras fecham”.(22) Essa teoria refere-se ao sistema nervoso central (SNC) apenas como modulador, não abrangendo as mudanças, a longo prazo, que podem ocorrer no SNC em resposta ao estímulo nociceptivo.

Estudos fisiológicos e comportamentais mostraram que a neuroplasticidade (capacidade neuronal de gerar mudanças na condução de estímulos) desempenha papel fundamental no processo doloroso, na transmissão, na modulação, na memória e na correlação com outras funções, além de que isso ocorre nas vias centrais e periféricas nos estados de dor persistente.(23)

Algumas situações clínicas de pacientes com dor deixam claro que o encéfalo tem a faculdade de gerar dor na ausência de impulsos periféricos dos nociceptores ou da medula espinhal, como por exemplo a dor do membro fantasma e a fibromialgia.(24)

A existência de vários tipos de dor é possível de ser compreendida como variabilidade individual na identificação da nocicepção, da percepção dolorosa, do sofrimento e do comportamento doloroso.(25) Portanto, respostas afetivas e emocionais podem estar junto às características sensoriais do estímulo, ao passo que aspectos psicológicos e sensoriais da dor estão interligados através de vias nervosas.(26)

A via espinotalâmica, já bem estabelecida, cumpre importante papel no aspecto sensorial e discriminativo da dor, pois as informações ascendem via tálamo para o córtex sensorial primário, porém só uma proporção de fibras dos neurônios do corno posterior da medula (lâmina I) ascende por ela;(27) a outra segue a via trato espinoparabraquial para o tronco cerebral; esses neurônios têm papel na integração do processo nociceptivo sensorial e visceral, na regulação autonômica e homeostática, o que pode gerar reações afetivo-emocionais (medo e agressividade), motivacional-comportamental (fuga e imobilidade) e neuroendócrinas autonômicas (hipertensão e taquicardia). As principais conexões desses neurônios são com o núcleo central da amígdala e do hipotálamo ventromedial, enquanto outras áreas de projeções desses neurônios regulam sistemas implicados no sono, humor, ansiedade e controle sensorial.(28)

As projeções desse trato na amígdala contribuem para um componente antagônico das emoções (medo e ansiedade) e no hipotálamo com alça da área periaquedutal cinzenta, podem estar envolvidas na produção de comportamento adverso (fúria e agressividade). Dessa forma, parece que essas áreas têm papel crítico nos aspectos emocionais e comportamentais da resposta à dor, bem como no controle dos aspectos sensoriais. Alterações nos neurônios desse trato têm sido descritas após inflamação, sugerindo que há adaptabilidade desses núcleos em resposta a alterações periféricas.(26)

No corno posterior da medula (lâmina I), onde são recebidos os estímulos periféricos de dor, dois mecanismos são de suma importância para promover o prolongamento da sensação dolorosa:

1. Wind up - produz potencialização e facilitação da capacidade neuronal de condução do estímulo nociceptivo periférico de fibras – C,

2. Sensibilização central - que ocorre pela intensificação e prolongamento do estímulo doloroso, produz mudanças na excitabilidade neuronal, como a redução do limiar de dor, e decorre de alterações estruturais na membrana neuronal e sinalização intracelular, resultando em hiperatividade neuronal; pode se associar à perda da capacidade inibitória de interneurônios medulares e, a depender da extensão do dano nas fibras nervosas periféricas, à excitotocixidade (disfunção e morte celular dos interneurônios inibitórios).

Tais processos são dependentes da ativação de receptores de N-metil-d-aspartato (NMDA), que são acionados pela liberação de glutamato nas terminações nervosas em resposta ao estímulo nociceptivo; a utilização de antagonistas pode prevenir esse quadro.(8) Esses mecanismos são responsáveis pela hiperalgia e alodinia, que se observa nos casos de dor prolongada, sintoma pouco entendido pelos médicos, principalmente nos pacientes em que a queixa de dor é muito superior ao substrato anatômico encontrado, chamada de “dor fora de proporção”.(11)

Tem-se o costume de considerar a dor como puro fenômeno perceptivo, ignorando-se o fato de que a injúria nociceptiva rompe o sistema homeostático corporal e produz estresse; quando o papel do processo de dor no estresse sistêmico é levado em conta, pela existência de vias comuns autonômicas, inicia-se um complexo programa de restauração da homeostase e essa relação pode produzir a explicação para quadros de dor ligados ao estresse crônico.(29)

Vários autores criticam a inutilidade da divisão da dor em aguda e crônica, por inferirem que esse processo é dinâmico e contínuo; em algum momento, na pessoa suscetível, é capaz de induzir rápidas mudanças neuronais (plasticidade), resultando em processamento alterado da nocicepção, (“sensação desagradável”), que pode ser o responsável pela persistência da dor em alguns casos.(30)

Melzack, no esboço de uma nova teoria, define “neuromatrix” e “neurosignature” para explicar o mecanismo da dor, coloca o funcionamento do SNC como consistindo em ampla rede de neurônios com alças que interligam córtex-tálamo e córtex-sistema límbico, definindo os centros superiores encefálicos como os principais envolvidos no comportamento dos quadros de dor,(29) o que muda completamente o referencial em relação à teoria anterior.

No contexto atual do desenvolvimento da ciência, o funcionamento psicofísico não pode ser considerado de maneira dicotomizada. O fenômeno humano que é a dor reside na existência de uma composição em que a transmissão neuronal implica representação mental imediata, demonstrada por ativação de áreas específicas do SNC, incluindo do córtex; desta forma, o acúmulo de experiências (memória) faz com que o indivíduo tenha à disposição uma gama de recursos que permitem a solução de problemas de forma muito peculiar, em cada momento de desenvolvimento da vida.(31)

Os avanços na fisiopatologia demonstram que a integração do estímulo nociceptivo com processos psicológicos e autonômicos é profunda e complexa.(20) O prolongamento do estímulo doloroso suscita também respostas de amplo espectro e em vários níveis, a persistência da dor pode gerar alterações psicoafetivas, e por compartilhar as mesmas vias, essas alterações podem ser o gatilho, que tornam o processo doloroso, algumas vezes, de difícil controle.(26) Portanto, a teoria moderna da dor reforça, mais do que nunca, que o modelo epidemiológico de atenção à saúde deve ser empregado para seu controle: prevenção, detecção precoce, tratamento efetivo e recuperação, que precisam ser colocados nessa ordem de prioridades.(32)

PROGRESSOS NA ABORDAGEM GERAL DA DOR

Nova abordagem

Os avanços no estudo da dor permitiram entender o quadro de muitos pacientes antes considerados de difícil tratamento ou mesmo intratáveis, pela intensidade e persistência das queixas. Dessa forma, há concordância entre os autores de que o principal progresso a ser obtido deve ser a mudança no comportamento dos profissionais de saúde, para introduzir, na prática, esses novos conceitos.(2)

O controle da dor precisa ser uma meta geral da abordagem médica; por conseguinte, urge que sejam feitas intervenções seguindo um algoritmo racional, em que o modelo epidemiológico seja utilizado para indicar prioridades e que a filosofia do trabalho seja fundamentada na teoria da qualidade.(33)

O primeiro passo, por exemplo, é acreditar na queixa do paciente (cliente), de que a dor é real (problema). O médico foi procurado para resolvê-la com a melhor solução (efetividade e eficácia), com o menor custo e com a maior satisfação. Assim, para se obter êxito (resultado), é necessário o “planejamento do tratamento” com base nas melhores evidências (visão epidemiológica de prioridades nas ações), no reconhecimento do plano e na aprovação do paciente (aceitabilidade), com reavaliações freqüentes do tratamento (reavaliar e, se necessário, refazer planos e metas de acordo com o caso, porém com prazos determinados para os desfechos – “tempo real”).

Para se chegar ao efeito esperado (resultado = cura ou controle da dor) é preciso estar atento e cuidar do paciente mesmo nos intervalos entre as consultas (controle do processo), pois é indispensável que se tenha certeza da qualidade dos exames, de que o tratamento está sendo empregado, da qualidade dos medicamentos e da acreditação dos outros profissionais envolvidos.

Peculiaridades no planejamento

Problemas freqüentes já detectados, que devem ser solucionados de forma compreensiva:

1. Considerar a dor “psicogênica” – é importante lembrar que este é um termo inadequado para definir dor ilusória ou factícia, o que é quadro incomum,(19) uma vez que, como foi visto, a dor sempre envolve centros encefálicos. É imprescindível que se adote, como conduta padrão, o acreditar na queixa e a utilização dos meios para o rápido controle da dor;

2. Utilizar placebo para analgesia, em especial nos pacientes ansiosos e com alta demanda de cuidados. Marques alerta que o médico não está autorizado, ética e cientificamente, a não ser em estudos controlados e aprovados por comitês de ética, a utilizar placebo quando existir tratamento comprovadamente efetivo – parágrafo 29 da declaração de Helsinque, ratificado, em outubro de 2000, na 52ª reunião da Associação Médica Mundial;(34)

3. Uso de meperidina – as características farmacocinéticas (meia-vida curta e acúmulo de metabólitos tóxicos para SNC-normeperidina), farmacodinâmicas (excitação e estimulação autonômica – taquicardia), taquifilaxia e rápida indução de dependência, podem reduzir drasticamente as chances de êxito no tratamento da dor, como por exemplo impossibilitar cirurgias nos dependentes; esse foi o motivo pelo qual se desencorajou o uso em alguns países desenvolvidos e retirada do arsenal terapêutico;(35)

4. Uso de solução analgésica endovenosa (EV) – a mistura de várias drogas pode levar à subdosagem, à inativação e à redução da biodisponibilidade; características farmacocinéticas distintas em uma mesma solução impossibilitam a titulação da dose, reduzindo a eficiência;

5. Analgesia com dose fixa e S.O.S - como o objetivo é o controle da dor, torna-se importante que o processo e o método de analgesia utilizados sejam flexíveis o bastante para proporcionar o efeito desejado em tempo real. Isto significa que o paciente deve receber analgésicos de acordo com a necessidade estabelecida pela sua demanda (queixa de dor) e não pelos horários padronizados previamente;(1)

6. Suspensão da analgesia por ausência de dor – a analgesia deve ser suspensa quando houver sinais claros de restabelecimento orgânico. Muitos pacientes utilizam esquemas analgésicos eficientes e, quando são suspensos, apresentam piora significativa da dor. Deve-se tentar sempre a retirada gradual da medicação;

7. Usar medicação adjuvante como analgésico – é comum o emprego de antidepressivos, de anticonvulsivantes, de neurolépticos e, até, de benzodiazepínicos para controle da dor. Essas drogas, quando usadas, devem ser associadas a analgésicos tradicionais, pois o seu efeito se dá pela modificação da neurotransmissão (processo demorado) ou por lentificação do potencial de ação, que raramente detém o estímulo nociceptivo.(36)

Os profissionais de saúde insistem em subestimar a dor quando comparada ao nível das queixas do paciente,(37) daí subtratá-la.(38) Subentendem que é uma experiência individual e, como tal, influenciada por experiências prévias, pela cultura, pelo prognóstico, pelas estratégias de vida, bem como por medo e ansiedade. Constatou-se que a incidência de dor ocorre por medo de efeitos colaterais, dependência, erro de dose e intervalo, falta de avaliação da variabilidade biológica e dificuldades do paciente em comunicar as suas necessidades analgésicas; dificuldades atribuídas ao ensino insuficiente do tratamento da dor para estudantes e médicos.(39)

Mensuração da dor e emprego da escada analgésica

Na avaliação deve constar o impacto da dor sobre a qualidade de vida do paciente e o que este espera com as intervenções médicas. O uso de escores para avaliação global durante o tratamento pode ajudar na avaliação da resposta; os mais usados são a escala de Karnofsky e perfomance status da OMS.(9) A mensuração da dor (5º sinal vital) é importante para que o ajuste das medicações seja feito com objetividade. Existem várias escalas, porém a mais usada é a escala visual-analógica (EVA = 0 cm, paciente sem dor; EVA = 10 cm, dor insuportável; de 1 a 9 cm, as intensidades intermediárias: leve, moderada e intensa).(1)

O controle da dor deve ser iniciado de imediato, em conjunto com as medidas propedêuticas, visando identificar a causa da dor; aplicando-se a escada analgésica da OMS(18) com três degraus (passos): no 1º, usa-se analgésico simples (dipirona 1 g, VO ou EV, de 4/4 h ou paracetamol 500 mg VO 4/4 h) + (antiinflamatório não-hormonal-AINH); no 2º, o analgésico simples + AINH + opióides fracos até a dose máxima (codeína 30 a 60 mg ou tramadol 50 a 100 mg, a cada 4 h); se ainda não houver controle da dor, segue-se para o 3º, com analgésicos simples + AINH + opióides fortes (substituem os fracos). A primeira escolha deve ser a morfina, cuja dose deve ser titulada 2 mg EV a cada dez minutos até o controle da dor.

Após esse teste, em geral usa-se a dose, para adultos, de 4 a 10 mg EV, que é fixada a cada 4/4 h; se houver necessidade, converter a dose efetiva para VO (dose VO = dose EV x 3) a cada 4 h. Pode-se iniciar com morfina VO, porém a titulação da dose é mais demorada, caso em que se começa com 10 mg VO 4/4 h e 10 mg SOS até de 1/1 h; ao final das 24 h soma-se a dose total e divide-se em seis doses diárias (4/4 h). Para exemplificar, tem-se um consumo que, em 24 h, foi de 120 mg; logo, a dose no dia subseqüente vai ser de 20 mg de 4/4 h. A efetividade deste esquema no controle da dor relacionada ao câncer é de 85% a 90% na maioria das publicações.(35)

A piora da doença ou a tolerância podem fazer com que seja necessário o aumento das doses com o passar do tempo, para se manter o controle efetivo. Os antiinflamatórios não-hormonais preferenciais são aqueles com menor potencial de produzir efeitos colaterais, como inibidores seletivos da cicloxigenase-2.(40) Pacientes de risco devem receber medicação para proteção da mucosa gástrica. É possível associar drogas adjuvantes nos degraus 2 e 3, cujas principais opções são os antidepressivos tricíclicos (amitriptilina 25 mg/dia) ou anticonvulsivantes (carbamazepina 200 mg três vezes ao dia), que agem principalmente na modulação da dor. Registre-se que outros agentes adjuvantes não foram superiores a esses.(41)

A limitação da escada tem lugar pelo aparecimento de efeitos colaterais à morfina, em particular nos idosos e naqueles com estado geral muito comprometido. Os principais efeitos colaterais são: 1 - náuseas e vômitos, que podem ser controlados com uso da terapia antivômito total: antagonista do receptor 5-HT3 (ondansetrona 4 a 8 mg ou tropisetrona 2 mg) + droperidol 1,25 mg ou haloperidol 1 mg + decadron 4 a 8 mg + metoclopramida 10 mg, que deve ser utilizada nos pacientes de risco, como medida profilática, antes do opióide;(42) 2 - a constipação intestinal necessita ser prevenida com uso de dieta e laxativos, ou seja, deve-se tentar contornar os efeitos indesejáveis para manter o esquema. Várias estratégias foram descritas para facilitar o manejo dos opióides.(18,35) Outros opióides estão disponíveis no Brasil sob várias formulações, como metadona, oxicodona e fentanil, porém apenas devem ser usados na absoluta impossibilidade da morfina.(43) Os pacientes com quadros de dor persistente ou difícil controle devem ser avaliados e se necessário acompanhados por especialistas.

CONCLUSÃO

Todo o empenho é necessário para que as condutas sejam otimizadas em relação à fase do tratamento e à evolução de cada caso. Um dos pilares desse processo é a abordagem multidisciplinar, em que todos os envolvidos precisam saber os passos a serem dados, para que se possa impor efetividade à resolução dos problemas.

A analgesia compõe um grupo decisivo de cuidados com o paciente que deve unir os esforços da equipe no sentido de se obter o melhor resultado e satisfação com o tratamento empregado. Pode servir também como modelo de integração e de sofisticação dos cuidados.

Temos que cruzar uma nova fronteira na medicina, em que a equipe se responsabilize pela elaboração e aplicação do melhor cuidado oferecido durante o tratamento. Assim, as novas metas de qualidade devem ser debatidas e incluídas rapidamente às rotinas.

O principal debate que se faz hoje é sobre o papel da medicina na sociedade, em que há tantos avanços e tão pouca qualidade. O paradigma atual é o da qualidade e a questão que se coloca é como aplicar mais qualidade à medicina que praticamos.

Em nosso modo de ver, é possível melhorar a qualidade em qualquer cenário, desde que se empreguem os conhecimentos de Epidemiologia para definir os focos de atuação – os problemas mais freqüentes – e a filosofia da qualidade total para melhorar os resultados. As condições para que essa mudança se realize resumem-se na dedicação da equipe de saúde ao cuidado integral ao paciente, na responsabilidade de produzir o melhor resultado com a intervenção e no zelo com sua integridade física e mental durante o tratamento.


Dr. José Ribamar Moreno

Responsável pela Clínica de Dor do Hospital Mário Lioni de Duque de Caxias - RJ.
Mestre em Clínica Médica-Reumatologia pela UFRJ.
Anestesiologista com Título de Atuação em Dor - SBA/AMB e Membro da SBED.

13 de fev. de 2010

Pineal

http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=20949



Ativação da Pineal

por Angela Karam - angelakaram@onda.com.br

Localizada no centro do cérebro, na altura dos olhos, a Glândula Pineal é a conexão entre o plano físico e espiritual, uma fonte de energia etérica, que ativa poderes sobrenaturais. A Glândula Pineal é tida como sede da alma, ponto de acesso às elevadas dimensões, estimulando nossa mente superior e desenvolvendo potenciais intelectuais.

Quando falamos em ativar a Pineal, significa que esta glândula passará a funcionar como um portal de energia cósmica, o que nos habilita a interagir e trabalhar em planos elevados de consciência. A mente cósmica é onipresente em cada face da criação e você percebe que você é a mente cósmica, quando desvela isto em você. A "realidade" existe através de sua consciência, e não ao contrário.

A variação de diferentes formas de percepção da realidade é meramente o resultado de diferentes níveis de despertar que criam o efeito "holograma", da "Matrix". Quando você se torna um com a Suprema Consciência, você se percebe como parte das águas que formam o oceano da consciencia divina.

A Glândula Pineal é como uma antena de rádio, enviando e recebendo pensamentos, e despertar a Pineal não é somente uma maneira de "ver espíritos"; mas sim, uma maneira de "integrar-se" ao divino, acessar a grande verdade e interagir com o Paraíso - "Trazer o Paraíso à Terra".

Uma das percepções que tive, ao trabalhar com a Pineal, e também ao ajudar outros a despertá-la, é o fato de que quanto mais você obtém "conhecimento" (luz: informação), mais você acelera seu processo de despertar espiritual.
Quanto mais você é capaz de deixar ir velhos padrões de como percebe a sua "realidade", e se integra à "verdade cósmica", mais voce irá vibrar na sintonia dos planos superiores que fazem a conexão física através da Pineal. As diferentes dimensões de consciência são como oscilações de frequências, como um rádio, em que você ajusta as frequências e adentra o arco-íris multidimensional, onde frequências de luz e brilho, que descem através da pineal, quando se encontram, produzem uma explosão de intensa luz que permite o Despertar do Paraíso em Você.

Em 99, 9% dos humanos, a Pineal está atrofiada e/ou calcificada, o que causa a perda da conexão com o Eu Superior, privando-os de seu estado de completude divina e tornando-os vítimas de seus condicionamentos, os quais os levam ao aprisionamento na "Matrix".
Quando uma pessoa não está desperta de seu real estado de divindade, irá buscar satisfação fora de si, desconhecendo seu inato estado de completude, do Paraíso habitando dentro de si mesmo. Quando temos a Glândula Pineal ativada, acessamos informações através da livraria cósmica infinita e ao se manter a pineal atrofiada, as memórias são apenas aquelas guardadas na memória pessoal, o que leva à permanente insatisfação da pessoa, em busca de prazeres externos, para tentar suprir o vazio que habita em seus corações, por saberem que em algum lugar existe o Paraíso.

Ao ativarmos a Glandula Pineal, a energia cósmica desce, carregando com ela o intelecto superior, e como a poeira luminosa dos universos, fluem, também, as idéias divinas da Mente Divina e a sua verdadeira natureza é revelada. Então, ambos hemisférios cerebrais irão trabalhar harmonicamente, e o seu campo eletromagnético será estabilizado. Adentra-se o estado de silêncio interior, de não desejar, não julgar, não rotular, mas ser o puro silêncio da respiração, que o levará ao estágio de tornar-se um com a respiração da criação.

Quando comecei a fazer meditações guiadas, de ativações, via internet, para algumas pessoas, observei que alguns relatavam sentir o pulsar na região da terceira visão, à medida em que eu emanava energia às ativações; então, pude perceber que estava transmitindo aos outros, mesmo via internet, a mesma experiência que eu havia alçado, através de uma iniciação hindu . Somos Um!

A Glândula Pineal é um Portal Estelar, capaz de criar uma conexão interdimensional entre você, no mundo físico, e os planos elevados. O que nos abre à criação, sendo gerada em sua forma.
Em sânscrito, o termo "NIRVANA" significa experenciar a completude da perfeição espiritual, "um Plano por trás da Grandiosidade", que o homem um dia compreenderá. O Plano Nirvânico é o estado mental, de felicidade suprema, que muitos iniciados aspiram alcançar - o plano da realização do Eu, através da verdade divina, o Plano da Consciencia Nirvânica, a expressão da Perfeição Divina dos Mestres.

Adentrando a Consciência da Glândula Pineal, à nossa conexão fisica ao não físico, nos planos mais elevados, seremos capazes de compreender mais facilmente os vários poderes ocultos, associados à esta ativação, como: teleportação; cura energética; visão futura e passada; leitura de mentes; materializações; transmutação de substâncias; projeção astral; levitação; leitura de auras; sentir campos energéticos; viagem através do tempo; canalizações; adentrar o "Nirvana", experenciar a consciência da unidade em Deus.

Foram descobertos cristais piezoelétricos de calcita na pineal, os quais agem como transmissores ou receptores do canal de luz ou da informação que vem através de ondas do centro da gálaxia ou de locais de ressonância multidimensional, o que corresponde a uma sensação de pulsar no lobo frontal como resposta à ativação da pineal, e que leva ao despertar, além dos 5 sentidos, à MENTE DO OLHO QUE TUDO VÊ, o OLHO de HÓRUS das antigas escolas Egípcias dos Iniciados, abrindo-se à visão iluminada interior.

Muitas pessoas permaneceram com sua pineais bloqueadas, principalmente pelo ego, ou o senso de Eu Pessoal, como identidades separadas do todo, de modo a "proteger-se" enquanto não estivessem completamente despertos. A hora de despertar é agora!

Paz Profunda




Conhecendo Santo Agostinho - O Livre Arbítrio

http://www.scribd.com/doc/19338175/O-Livre-Arbitrio-Santo-Agostinho



PENSAMENTOS
http://www.scribd.com/doc/20942541/199-Pensamentos-de-Santo-Agostinho

A vida de Ramatis - A história de um grande Mestre Universalista




Conhecendo o Hermetismo



A Tábua de Esmeralda




Hermes Trimegisto


Este texto foi referendado por todos os alquimistas e dificilmente um alquimista não o sabia de cor ou não o tinha anotado em local visível em seu laboratório, para constantes meditações. Este texto alquímico foi escrito em uma esmeralda por Hermes Trimegisto e apesar de muito reduzido contém todos os ensinamentos da alquimia, basta conseguir interpretá-lo.


Existem várias versões deste texto, porém com poucas distorções, isto deve ser devido as inúmeras traduções de idiomas distintos. Transcreveremos esse texto, com um brevíssimo comentário entre parênteses, notando que ele nos faz percorrer um périplo que vai da trindade humana (corpo, alma, espírito), a uma trindade cósmica (mundo natural, mundo humano, mundo divino) para terminar na trindade divina (Espírito, Essência, Energia-Vida).




I - "É verdadeiro, sem falsidade, certo e muito verdadeiro


(A verdade nos três mundos)


II - "que àquilo que está em cima é igual àquilo que está embaixo


(Lei da polaridade, da imantação)


e que àquilo que está embaixo é igual àquilo que está em cima,


(Lei da analogia, lei dos sinais de apoio)


para realizar os milagres de uma única coisa.


(Lei do Ternário e de série, lei das correspondências)


III - "E da mesma forma que todas as coisas foram e vieram do Um,


(Lei da unidade e da criação divinas, lei do Número)


assim todas as coisas nasceram desta coisa única por simples ato de adaptação.


(Lei da adaptação)


IV - "O Sol é seu pai, a Lua sua mãe, o vento a carregou em seu útero, a terra é sua ama de leite.


(Os quatro elementos: Fogo (Sol), Água (a Lua, elemento úmido), Ar (o vento); Terra)


O Telesma (perfeição) de todo o mundo está aí.
Seu poder não tem limites sobre a Terra.


V - "Separarás os elementos da Terra daqueles do Fogo, o sutil do grosseiro, cuidadosamente com grande habilidade.


(Arcano da salvação; separação do espírito (sutil) e da matéria (espesso); espiritualização)



Sobe da Terra para o Céu e torna a descer para a Terra e une para si próprio a força das coisas superiores e inferiores...


(Leis da involução e da evolução)


Desse modo, obterás a glória do mundo e as trevas se afastarão de ti.


VI - "Esta coisa é a forte fortaleza de toda força,


(Lei do amor e do sacrifício)


pois vence toda coisa sutil e penetra em toda coisa sólida


(E pela lei do Amor que o Espírito move o universo)


VII - "Assim o mundo foi criado.


(Lei da realização. Amor e Sacrifício criam as obras duráveis)


VIII - "Conseqüentemente esta é a fonte das inúmeras e admiradas adaptações cujo meio está aqui.



IX - "Por esta razão sou chamado Hermes Trimegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal."


(Conhecimento absoluto dos três planos do universo: divino, astral, físico)



"O que eu disse a respeito da operação do Sol está realizado e aperfeiçoado."










Também...

http://www.ocultura.org.br/index.php/Hermetismo







Também...




Preceitos Herméticos

É imprescindível que o estudante do Hermetismo conheça "O Caibalion"; um clássico da literatura hermética escrito por três Iniciados anônimos. Segundo esse texto, os Sete Principios em que se baseia toda a Filosofia Hermética são os seguintes:

I. O Princípio de Mentalismo; II. O Princípio de Correspondência; III. O Princípio de Vibração; IV. O Princípio de Polaridade; V. O Princípio de Ritmo; VI. O Princípio de Causa e Efeito e VII . O Princípio de Gênero.

Aquêle que os conhece perfeitamente, diz O Caibalion; possui a Chave Mágica com a qual todas as portas do Templo podem ser completamente abertas ...

Veja a seguir um resumo de cada Princípio Hermético retirado do texto do Caibalion:




I - Mentalismo

O Todo é Mente, O Universo é Mental.

Este Princípio contém a verdade que Tudo é Mente. Explica que O TODO (que, é a Realidade substancial que se oculta em todas as manifestações e aparências que conhecemos sob o nome de Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria, Energia, numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossos sentidos materiais) é ESPÍRITO, é INCOGNOSCíVEL e INDÈFINFVEL em si mesmo, mas pode ser considerado como uma MENTE VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL. Ensina também que todo o mundo fenomenal ou universo é simplesmente uma Criação Mental do TODO, sujeita às Leis das Coisas criadas, e que o universo, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos, movemos e temos a nossa existência.



















II - Correspondência

O que está em cima é o que está em abaixo,

e o que está em baixo é como o que está em acima.

Este Princípio contém a verdade que existe uma correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da Existência e da Vida. O velho axioma hermético diz estas palavras: "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.' A compreensão deste Princípio dá ao homem os meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza. Existem planos fora dos nossos conhecimentos, mas quando lhes aplicamos o Princípio de Correspondência chegamos a compreender muita coisa que de outro modo nos seria impossível compreender. Este Princípio é de aplicação e manifestação universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual: é uma Lei Universal.




III - Vibração

Nada está parado, tudo se movimenta, tudo vibra!

Este Princípio encerra a verdade que tudo está em movimento: tudo vibra; nada está parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta científica tende a confirmar. E contudo este Princípio hermético foi enunciado há milhares de anos pelos Mestres do antigo Egito.

Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. Desde O TODO, que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da Matéria, tudo está em vibração; quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala. A vibração do Espírito é de uma intensidade e rapidez tão infinitas que praticamente ele está parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar parada.




IV - Polaridade

Tudo é Duplo; tudo tem Polos; tudo tem seu Oposto.

o Igual e o Desigual são a mesma coisa; os Opostos são idênticos em Natureza, mas diferentes em Grau; os extremos se tocam; todas as Verdades são meias-verdades; todos os Paradoxos podem ser reconciliados.




V - Rítmo

Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés;

tudo sobe e desce, tudo se manifesta por oscilações compensadas;

a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda,

o rítmo é a compensação.

Esta lei é manifesta na criação e destruição dos mundos, na elevação e na queda das nações, na vida de todas as coisas, e finalmente nos estados mentais do Homem (e é com estes últimos que os Hermetistas reconhecem a compreensão do Princípio mais importante). Os Hermetistas compreenderam este Princípio, reconhecendo a sua aplicação universal, e descobriram também certos meios de dominar os seus efeitos no próprio ente com o emprego de fórmulas e métodos apropriados. Eles aplicam a Lei mental de Neutralização. Eles não podem anular o Princípio ou impedir as suas operações, mas aprenderam como se escapa dos seus efeitos na própria pessoa, até um certo grau que depende do Domínio deste Princípio. Aprenderam como empregá-lo, em vez de serem empregados por ele.




VI - Causa e Efeito

Toda Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa;

tudo acontece de acordo com a Lei;

O acaso é simplesmente o nome dado a uma Lei desconhecida;

há muitos Planos de Causalidade, porém nada escapa à Lei.

As massas do povo são levadas para a frente; os desejos e as vontades dos outros são mais fortes que as vontades delas; a hereditariedade, a sugestão e outras causas exteriores movem-nas como se fossem peões no tabuleiro de xadrez da Vida. Mas os Mestres, elevando-se ao plano superior, dominam o seu gênio. caráter, suas qualidades, poderes, tão bem como os que o cercam e tornam-se Motores em vez de peões. Eles ajudam a jogar a criação, quer física, quer mental ou espiritual, é possível sem partida da vida, em vez de serem jogados e movidos por outras vontades e influências. Empregam o Princípio em lugar de serem seus instrumentos. Os Mestres obedecem à Causalidade do plano superior, mas ajudam a governar o nosso plano.




VII - Gênero

O Gênero está em tudo;

tudo tem seu princípio masculino e o seu princípio feminino;

o Gênero se manifesta em todos os planos.

Todas as coisas machos têm também o Elemento feminino; todas as coisas fêmeas têm o Elemento masculino. Se compreenderdes a filosofia da Criação, Geração e Regeneração mentais, podereis estudar e compreender este Princípio hermético. Ele contém a solução de muitos mistérios da Vida. Nós vos advertimos que este Princípio não tem relação alguma com as teorias e práticas luxuriosas, perniciosas e degradantes, que têm títulos empolgantes e fantásticos, e que nada mais são do que a prostituição do grande princípio natural de Gênero. Tais teorias, baseadas nas antigas formas infamantes do Falicismo, tendem a arruinar a mente, o corpo e a alma; e a Filosofia hermética sempre publicou notas severas contra estes preceitos que tendem à luxúria, depravação e perversão dos princípios do Natureza.

Fonte: http://www.acasadoaprendiz.com/hermetismo.htm

Os escritos herméticos:

são uma coleção de 18 obras Gregas, e as principais são o Corpus Hermeticum e a Tábua de Esmeralda, as quais são tradicionalmente atribuídas a Hermes Trismegisto ("Hermes três vezes grande"). Estes escritos contêm os aspectos teórico e filosófico do Hermetismo em seu aspecto teosófico. O período bizantino é marcado por uma outra coleção de obras herméticas, que também são relacionadas ao Hermes Trismegisto, e contêm uma tradição hermética popular a qual é composta essencialmente por escritos relacionados a astrologia, magia e Alquimia. Esta versão popular encontra sustentação ou base nos diálogos Herméticos, apesar dele se distanciar da magia.




A prática da magia entretanto não está distante das praticas realizadas no antigo Egito, a qual em uma última análise é a fonte de todos os diálogos herméticos, pois o hermetismo lá floresceu, e portanto estabelece uma conexão entre as duas tradições Hermeticas: filosófica e magia.




O livro Caibalion foi escrito no final do século XIX por três iniciados que registraram as Sete Leis do Hermetismo. Não é um livro oriundo da era pré-cristã como se supõe.




O hermetismo consiste, de forma sincrética, no estudo e prática da evolução e expansão da consciência humana até à Consciência divina, penetrando assim nos mais profundos mistérios da Criação, o que ficou conhecido como iniciação ou iluminação no Oriente.







Hermes Trimegisto:




A divindade de Hermes Trismegisto provêm da introdução do deus Toth na religião grega. Toth é um deus egípcio o qual simboliza a lógica organizada do universo. Ele é relacionado aos ciclos lunares a qual em suas fases expressa a harmonia do universo. E também como deus do verbo e da sabedoria foi naturalmente identificado com Hermes. Como o deus da sabedoria o Toth foi atribuido como escritor de uma série de textos sagrados egipcíos os quais descrevem os segredos do universo. Os textos Hermeticos antigos podem ser considerados também retentores de ensinamento e de uma base de iniciação a antiga religião egipcía.




Como todos os deuses egípcios o Toth inicialmente era adorado localmente, mas depois a adoração a ele espalhou-se por todo o Egito. Uma das localidades de adoração ao Toth era na Grande Hermópolis. Com o estabelecimento da dinastia ptolomaica naquela região Gregos imigraram também para a cidade sagrada de Toth. Desta imigração de gregos advém a identificação de Hermes com Toth.




http://pt.wikipedia.org/wiki/Hermetismo







O que está em baixo é como o que está em cima”






Este é, sem dúvida, o axioma mais citado nas obras ocultistas, principalmente as que versam temas alquímicos, reportando-se os seus autores à Tábua de Esmeralda ou a Hermes Trismegisto, porém pouco ou nada mais adiantando sobre estas origens. Nestas condições, parece curial perguntar:


- O que é a Tábua de Esmeralda?


- O que está ali escrito?


- Quem é, ou foi, Hermes Trismegisto?


São as respostas possíveis a estas perguntas que vou procurar dar, uma vez dizerem respeito a matérias que se situam no campo da Filosofia Rosacruz e o axioma em causa ser frequentemente lembrado por Max Heindel; são as respostas possíveis, disse, pois tudo está envolto em mitos e símbolos, o que dá origem a diversas versões do texto e a opiniões divergentes sobre o seu autor.






AS ORIGENS






Nada há que permita estabelecer, com alguma segurança, a origem real, não da tábua propriamente dita - que, de resto, ninguém jamais viu - mas do texto que se diz ter sido ali gravado. Tudo quanto se sabe é que a referência mais antiga que se conhece, encontra-se num escrito árabe dos fins do século VIII, atribuído a Geber (ou Jabir) ibn Hayyan; no mundo cristão, Santo Alberto Magno (1200-1280) conhecia a sua versão em latim. Segundo o professor Georg Luck, a versão árabe pode reflectir um original grego que se perdeu, e a versão latina poderá ter sido feita a partir da árabe [1].


Desde então a Tábua de Esmeralda ou, para ser mais preciso, o seu texto, tornou-se famoso nos meios ocultistas em geral e nos alquimistas em particular, por ser considerado, essencialmente, uma fórmula alquímica relativa, quer à transmutação dos metais básicos, quer à divina regeneração humana. Daí que, com o correr dos tempos, a versão inicial em latim fosse sendo substituída por sucessivas traduções em línguas modernas, algumas das quais da autoria de nomes famosos como Isaac Newton, H.P.Blavatsky e Fulcanelli.


Há, no entanto, duas versões e dois autores que, por serem aceites pela maioria dos estudiosos, iremos apresentar: a primeira – e que reúne o maior consenso - afirma que o texto foi escrito, em caracteres fenícios, por Hermes Trismegisto; a segunda, cuja defesa está quase confinada à Maçonaria, pretende que o texto - que, aliás, pouco difere do anterior - foi escrito, em caracteres caldaicos, por Chiram, ou Hiram, ou ainda Hiram Abiff, o construtor do Templo de Salomão.


Há, ainda, uma terceira e inevitável opinião sobre textos, caracteres e autores, a dos críticos materialistas para os quais tudo não passa de uma fraude dos primeiros tempos da Idade Média; não percamos mais tempo com ela ...




A VERSÃO DE HERMES TRISMEGISTO






Na versão mais consensual, o texto começa com a frase Palavras secretas de Hermes, e antes de terminar diz ... por isso sou chamado Hermes Trismegisto, porque possuo as três partes da sabedoria de todo o mundo; daí que se atribua a sua autoria a Hermes Trismegisto, embora não se saiba, com um mínimo de segurança, quem foi esta personagem, nem se existiu, sequer.






O AUTOR





Hermes sobre Typhon, JAKnaap.


Hermes,como a personificação da Sabedoria Universal está aqui representado com o pé sobre o dorso de Typhon, o dragão da ignorancia e da perversão. Para os Iniciados Egípcios, vencer o dragão devorador das almas era se libertar da necessidade de renascer.






Na mitologia grega, Hermes, filho de Zeus e da ninfa Maia, era o mensageiros dos deuses; calçava sandálias com asas e usava um capacete também com asas; empunhava, sempre, o célebre caduceu, uma vara onde se entrelaçavam duas serpentes, encimada por um par de asas. Mas Hermes era mais do que isto: era o condutor das almas dos mortos ao mundo subterrâneo e tinha poderes mágicos sobre o sono e os sonhos; era o deus do comércio e o protector dos negociantes e dos rebanhos; era o deus dos atletas e o protector de ginásios e estádios; e era, ainda, o responsável pela boa sorte e riqueza. Apesar destas virtuosas características, era velhaco, impostor e ladrão; logo no dia em que nasceu roubou o gado do seu irmão Apolo e ocultou o rasto fazendo com que os animais andassem para trás; ao ser confrontado, negou tudo. Os irmãos acabaram por se reconciliar quando Hermes ofereceu a Apolo um seu novo invento, a lira.


Hermes Trismegisto será o aspecto humano do deus grego, e Thoth (ou Toth) o seu equivalente egípcio; Thoth significa Serpente, e a serpente era o símbolo do Conhecimento, da Sabedoria; o epíteto Trismegisto, Três Vezes Grande, vem do facto de Thoth ser o maior filósofo, o maior sacerdote e o maior rei.


A Hermes Trismegisto é atribuída, também, a autoria de tratados eclécticos do século I d.C, sobre filosofia mística do helenismo, onde se fundem elementos platónicos, estóicos, órficos e neopitagóricos, e que defendem a salvação através do conhecimento de Deus, cuja manifestação visível é o Sol. Estes tratados, transmitidos sob o nome de Hermética, exerceram grande influência na Idade Média e no Renascimento, nomeadamente nos domínios da alquimia e magia.


Há uma outra versão, deveras curiosa, da autoria de Doreal, uma personagem que se diz relacionada com a Grande Loja Branca e que em 1925 foi autorizada a ir à Grande Pirâmide buscar, não a Tábua, mas as doze Tábuas de Esmeralda, copiá-las e voltar a colocá-las no mesmo sítio; acrescenta que só agora teve autorização de tornar público parte do seu conteúdo, para o que se serve ... da Internet.


Para Doreal, Thoth, o seu autor, era um rei-sacerdote atlante que, cerca do ano 50.000 a.C. e antes da Atlântida desaparecer no mar, fundou uma colónia no antigo Egipto que governou até 36.000 a.C. Quando chegou o tempo de partir, construiu a Grande Pirâmide sobre a entrada dos Grandes Vestíbulos (por onde as almas passam a caminho do julgamento), onde guardou as doze Tábuas de esmeralda verde, uma substância criada por transmutação alquímica, imperecível e indestrutível.



O TEXTO










Edição do texto em latim, de Chrysogonus Polydorus (Nuremberg, 1541).






Verum, sine mendacio, certum et verissimum: Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod est inferius, ad perpetranda miracula rei unius. Et sicut res omnes fuerunt ab uno, meditatione unius, sic omnes res natae ab hac una re, adaptatione. Pater eius est Sol. Mater eius est Luna. Portavit illud Ventus in ventre suo. Nutrix eius terra est. Pater omnis telesmi[2] totius mundi est hic. Virtus eius integra est si versa fuerit in terram. Separabis terram ab igne, subtile ab spisso, suaviter, magno cum ingenio. Ascendit a terra in coelum, iterumque descendit in terram, et recipit vim superiorum et inferiorum. Sic habebis Gloriam totius mundi. Ideo fugiet a te omnis obscuritas. Haec est totius fortitudinis fortitudo fortis, quia vincet omnem rem subtilem, omnemque solidam penetrabit. Sic mundus creatus est. Hinc erunt adaptationes mirabiles, quarum modus est hic. Itaque vocatus sum Hermes Trismegistus, habens tres partes philosophiae totius mundi. Completum est quod dixi de operatione Solis.










Em latim, da autoria de Heinrich Khunrath [2]:











Alchemy and Mysticism from The Hermetic Museum Author: Heinrich Khunrath Work: Amhitheatrum sapientae aeternae Date: 1606


This work is over 400 years old, in the public domain.










Verba secretorum Hermetis - Verum, sine mendacio, certum et verissimum: quod est inferius est sicut quod est superius; et quod est superius est sicut quod est inferius, ad perpetranda miracula rei unius. Et sicut omnes res fuerunt ab uno, mediatione unius, sic omnes res natae fuerunt ab hac una re, adaptatione. Pater ejus est Sol, mater ejus Luna; portavit illud Ventus in ventre suo; nutrix ejus Terra est. Pater omnis telesmi totius mundi est hic. Vis ejus integra est si versa fuerit in terram. Separabis terram ab igne, subtile a spisso, suaviter, cum magno ingenio. Ascendit a terra in coelum, iterumque descendit in terram, et recipit vim superiorum et inferiorum. Sic habebis gloriam totius mundi. Ideo fugiet a te omnis obscuritas. Hic est totius fortitudine fortitudo fortis; quia vincet omnem rem subtilem, omnemque solidam penetrabit. Sic mundus creatus est. Hinc erunt adaptationes mirabiles, quarum modus est hic. Itaque vocatus sum Hermes Trismegistus, habens tres partes philosophiæ totius mundi. Completum est quod dixi de operatione Solis.






Outras versões:








1. Tis true without lying, certain most true.


2. That wch is below is like that wch is above that wch is above is like yt wch is below to do ye miracles of one only thing.


3. And as all things have been arose from one by ye meditation of one: so all things have their birth from this one thing by adaptation.


4. The Sun is its father, the moon its mother,


5. the wind hath carried it in its belly, the earth its nourse.


6. The father of all perfection in ye whole world is here.


7. Its force or power is entire if it be converted into earth.


7a. Separate thou ye earth from ye fire, ye subtile from the gross sweetly wth great indoustry.


8. It ascends from ye earth to ye heaven again it desends to ye earth and receives ye force of things superior inferior.


9. By this means ye shall have ye glory of ye whole world thereby all obscurity shall fly from you.


10. Its force is above all force. ffor it vanquishes every subtile thing penetrates every solid thing.


11a. So was ye world created.


12. From this are do come admirable adaptations whereof ye means (Or process) is here in this.


13. Hence I am called Hermes Trismegist, having the three parts of ye philosophy of ye whole world.


14. That wch I have said of ye operation of ye Sun is accomplished ended.


- Tradução de Isaac Newton , 1680 , encontrada em seus textos alquímicos. ( "Newton's Commentary on the Emerald Tablet of Hermes Trismegistus" in Merkel, I. and Debus, A. G., Hermeticism and the Renaissance. Folger, Washington 1988 )













1. Trouth hath hym so, and it is no doubt, that the lover is to the heigher, and the heigher to the lower aunsweren.


2. The worcher forsoth of all myracles is the one and sool God, of and fro Whom Cometh all meruelous operacions.


3. So all thynges were created of o soole substance, and of o soole disposicion, the fader wherof is the sone, and the moone moder, that brought hym forth by blast or aier in the wombe, the erthe taken fro it, to whom is seid the increat fader, tresour of myracles, and yever of vertues.


4. Of fire is made erthe. Depart the erthe fro the fire, for the sotiller is worthier than the more grosse, and the thynne thynge than the thik. This most be do wisely and discretly.


5. It ascendith fro the erth into the heven, and falleth fro heven to the erthe, and therof sleith the higher and the lower vertue.


6. And yf it lordship in the lower and in the heigher, and thow shalt lordship aboue and beneth, which forsoth is the light of lightes, and therfor fro the wolle fle all derknesse.


7. The higher vertue ouer-cometh all, for sothe all thynne thyng doth in dense thynges.


8. After the disposicion of the more world rynneth this worchyng.


9 . And for this prophetisyng of the trynyte of God Hermogenes it called Triplex, trebil in philosophie, as Aristotle seith


- Tradução da edição do Secretum Secretorum, de Roger Bacon, 1445.













1. This is true and remote from all cover of falsehood.


2. Whatever is below is similar to that which is above. Through this the marvels of the work of one thing are procured and perfected.


3. Also, as all things are made from one, by the consideration of one, so all things were made from this one, by conjunction.


4. The father of it is the sun, the mother the moon.


5. The wind bore it in the womb. Its nurse is the earth, the mother of all perfection.


6. Its power is perfected.


7. If it is turned into earth,


7. Separate the earth from the fire, the subtle and thin from the crude and coarse, prudently, with modesty and wisdom.


8. This ascends from the earth into the sky and again descends from the sky to the earth, and receives the power and efficacy of things above and of things below.


9. By this means you will acquire the glory of the whole world, and so you will drive away all shadows and blindness.


10. For this by its fortitude snatches the palm from all other fortitude and power. For it is able to penetrate and subdue everything subtle and everything crude and hard.


11. By this means the world was founded


12. And hence the marvelous cojunctions of it and admirable effects, since this is the way by which these marvels may be brought about.


13. And because of this they have called me Hermes Tristmegistus since I have the three parts of the wisdom and Philosophy of the whole universe.


14. My speech is finished which I have spoken concerning the solar work.


Tradução do Aurelium Occultae Philosophorum por Georgio Beato













1. True, true, with no room for doubt, certain, worthy of all trust.


2. See, the highest comes from the lowest, and the lowest from the highest;
indeed a marvelous work of the tao.


3. See how all things originated from It by a single process.


4. The father of it (the elixir) is the sun (Yang), its mother the moon (Yin). The wind bore it in its belly, and the earth nourished it.


5. This is the father of wondrous works (changes and transformations), the guardian of mysteries, perfect in its powers, the animator of lights.


6. This fire will be poured upon the earth...


7. So separate the earth from the fire, the subtle from the gross, acting prudently and with art.


8. It ascends from the earth to the heavens (and orders the lights above), then descends again to the earth; and in it is the power of the highest and the lowest.


9. Thus when you have the light of lights darkness will flee away from you.


10. With this power of powers (the elixir) you shall be able to get the mastery of every subtle thing, and be able to penetrate everything that is gross.


11. In this way was the great world itself formed.


12. Hence thus and thus marvellous operations will be acheived.


- Hipotético original chinez











A maioria das traduções em línguas ocidentais apresenta algumas diferenças, pelo que achei por bem integrá-las na versão que se segue:







Palavras secretas de Hermes:
É verdade, sem mentira, certo e muito verdadeiro.
O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está em baixo, para realizar os milagres de uma coisa única.
Assim como todas as coisas foram e procedem do Um, pela mediação do Um, assim todas as coisas nasceram desta coisa única, por adaptação.
O Sol é seu pai, a Lua é sua mãe, o vento o trouxe no seu ventre; a Terra o alimenta; o pai de tudo, o Thelesma [3] de todo o mundo, está aqui.
A sua força permanece inteira quando se converte em terra.
Separarás a terra do fogo, o subtil do espesso, suavemente e com grande habilidade; subirá da terra ao céu e de novo descerá à terra, deste modo recebe a força das coisas superiores e inferiores.
Por este meio obterás a glória do mundo e toda obscuridade se afastará de ti.
É a força forte de toda força, pois vencerá toda coisa subtil e penetrará toda coisa sólida .Assim foi criado o mundo.
Disto se farão admiráveis adaptações cujo meio está aqui.
Por isso sou chamado Hermes Trismegisto, porque possuo as três partes da sabedoria de todo o mundo.O que eu disse sobre a operação do Sol está completo.





INTERPRETAÇÃO






Se tudo quanto se refere à Tábua de Esmeralda é nebuloso, então a interpretação do texto está ainda mais envolta em nuvens, a não ser, naturalmente, para um verdadeiro alquimista.


Apesar de tudo, vamos apresentar a explicação que nos é dada por outra personagem misteriosa, Hortulano, ou Jardineiro, assim chamado por causa dos jardins marítimos, diz ele! Há quem pretenda que o seu verdadeiro nome seja Joanes Grasseus e que viveu no século XV. A. E. Waite, em A Irmandade Rosa-Cruz, menciona um alquimista parisiense do século XIV, de nome Ortholanus, autor de uma Alquimia Prática e de uns comentários à Tábua de Esmeralda, e Julius Évola, em A Tradição Hermética, cita um Ortulano e os seus Comentários à Tábua Esmeraldina. Seja como for, a explicação da Tábua de Esmeralda, feita por Hortulano, é a que se segue.








PREFÁCIO






Louvor, honra e glória lhe sejam dadas para sempre, ó Senhor Deus Todo Poderoso! Com vosso querido filho Jesus Cristo, nosso Salvador, verdadeiro Deus e único Homem Perfeito, e com o Santo Espírito Consolador - Trindade Santa -, Vós que sois o único Deus. Dou-vos graças porque, havendo conhecido as coisas passageiras deste mundo, inimigo nosso, vós me retirastes dele, por vossa misericórdia, para que eu não fosse pervertido por suas enganosas voluptuosidades. E, como vejo muitos que trabalham nessa arte não seguirem o recto caminho, suplico-vos, meu Senhor e meu Deus, que, se assim vos aprouver, eu possa desviar do erro, pela ciência que me destes, todos meus queridos e bem amados, a fim de que, conhecendo a verdade, possam louvar vosso santo Nome, que seja eternamente bendito. Assim, pois, eu, Hortulano, - isto é, Jardineiro -, assim chamado por causa dos jardins marítimos, indigno como sou de ser chamado discípulo da Filosofia, movido pela amizade que devo aos meus amados, quis deixar escrita a declaração e explicação das palavras de Hermes, pai dos Filósofos, ainda que sejam obscuras, aclarando sinceramente toda a prática da verdadeira Obra. Certamente, de nada serve que os Filósofos queiram esconder a ciência nos seus escritos quando está operando a doutrina do Espírito Santo.







CAPÍTULO I :


A ARTE DA ALQUIMIA É CERTA E VERDADEIRA






O Filósofo disse: "é verdade", referindo-se a que a arte da Alquimia nos foi dada. "Sem mentira", disse, para convencer quem diz que a ciência é mentirosa ou falsa. "Certo", isto é, experimentado, pois tudo o que foi experimentado é muito certo. E "muito verdadeiro", pois o muito verdadeiro Sol é procriado pela arte. Disse "muito verdadeiro" no modo superlativo porque o Sol engendrado por esta arte ultrapassa a todo Sol natural em todas suas propriedades, tanto medicinais como outras.







CAPÍTULO II:


A PEDRA DIVIDIR-SE-Á EM DUAS PARTES






Continuando sua exposição, trata da operação da pedra, dizendo que "o que está em baixo é igual ao que está em cima". Disse isso porque, pelo Magistério, a pedra divide-se em duas partes principais: a superior, que vai para cima, e a inferior, que permanece em baixo, fixa e clara. E, sem dúvida, estas duas partes são semelhantes em virtude de ter dito: "o que está em cima é como o que está em baixo". Certamente esta divisão é necessária. "Para fazer os milagres de uma só coisa", isto é, da Pedra, pois a parte inferior é a Terra, a nutriz e o fermento; a parte superior é a Alma que vivifica toda a Pedra e a ressuscita. Por isso, uma vez realizadas a separação e a conjunção, aparecem os "numerosos milagres" na Obra secreta da Natureza.







CAPÍTULO III


A PEDRA POSSUI, EM SI MESMA, OS QUATRO ELEMENTOS






E "do mesmo modo que todas as coisas são e vêm do Uno por mediação do Uno". Aqui o Filósofo exemplifica dizendo que todas as coisas "são e vêm do Uno", isto é, de um globo confuso ou de uma massa confusa, "por mediação", quer dizer, pelo pensamento e pela criação do Uno, ou seja, de Deus todo poderoso. Assim, todas as coisas nasceram, ou saíram, desta coisa única, que é uma massa confusa, "por adaptação", unicamente pelo mandado e milagre de Deus, assim, a nossa Pedra nasce e surge de uma massa confusa, que contém em si todos os elementos e que foi criada por Deus, e por seu milagre a nossa Pedra sai dali e nasce.







CAPÍTULO IV


A PEDRA TEM PAI E MÃE, QUE SÃO O SOL E A LUA



Do mesmo modo que vemos um animal gerar naturalmente outros animais com ele parecidos, assim o Sol gera artificialmente o Sol, pela virtude da multiplicação da pedra, e por isso continua: "o Sol é seu Pai" - o Ouro dos Filósofos. E, dado que em todas as gerações naturais tem de haver um lugar próprio para receber as sementes com uma certa conformidade de semelhança entre as partes, assim também é preciso que, nesta geração artificial da Pedra, o Sol tenha uma matéria que seja a matriz adequada para receber o seu esperma e a sua tintura. E isto é a Prata dos Filósofos, por isso continua dizendo: "a Lua é a sua mãe".







CAPÍTULO V


A CONJUNÇÃO DAS PARTES É A CONCEPÇÃO E A GERAÇÃO DA PEDRA






Quando ambos se recebem um ao outro na concepção da Pedra, esta é engendrada no seio do Vento, e isto é dito em seguida: "o Vento a trouxe em seu seio". Sabe-se que o Vento é o ar, e o ar é vida, e a vida é a alma, que, como já foi dito antes, vivifica a Pedra. Assim, pois, é necessário que o Vento traga toda a Pedra e a transporte, gerando o Magistério. Disso se infere que a Pedra deva receber o alimento de sua nutriz, a Terra. Disse ainda o Filósofo: "a Terra é sua nutriz". Pois, como a criança que sem o alimento que recebe de sua mãe jamais cresceria, assim também a nossa Pedra jamais chegaria a existir sem a fermentação da Terra, e o fermento chama-se alimento. Deste modo, por conjunção do pai com a mãe se geram os filhos, semelhantes aos pais, e que, se são submetidos a um demorado cozimento, tornar-se-ão semelhantes à mãe e terão o peso do pai.







CAPÍTULO VI


A PEDRA É PERFEITA SE A ALMA SE FIXA NO CORPO






Continua: "o pai de tudo, o Telesma de todo o mundo está aqui". Isto é, na obra da Pedra há uma via final. E nota que o Filósofo chama a operação o "pai de tudo", o "Telesma", ou seja, todo o tesouro ou segredo de todo o mundo, ou ainda, toda Pedra que se tenha encontrado neste mundo. "Está aqui", como se dissesse: "aqui te mostro". Pois o Filósofo disse: "Queres que te mostre quando está acabada e perfeita a força da Pedra? Será quando ela se tenha transformado e convertido na sua Terra", por isso disse: "a sua força e potência serão completas, isto é, perfeitas, se se converte e se transforma em Terra". Isto é, se a alma da Pedra (da qual antes se fez menção, dizendo que a alma é chamada Vento ou Ar e que nela está toda a vida e força da Pedra) se transforma em Terra da Pedra e se fixa, de tal maneira que toda a substância da Pedra esteja de tal modo unida à sua nutriz (a Terra) que toda a Pedra se transforme em fermento. De igual modo, quando se faz pão, um pouco de levedura nutre e fermenta uma grande quantidade de massa, mudando assim toda a substância da pasta em fermento; da mesma maneira, o Filósofo indica que a nossa Pedra terá de ser fermentada de modo a servir, ela mesma, de fermento para a sua própria fermentação.







CAPÍTULO VII


A PURIFICAÇÃO DA PEDRA






Continuando, ensina como se há-de multiplicar a Pedra, mas antes faz referência à purificação da mesma e à separação das suas partes, dizendo: "Separarás a Terra do Fogo, o subtil do espesso, suavemente e com grande perícia". "Suavemente", ou seja, pouco a pouco e sem violência, ou melhor, com espírito e habilidade, e por meio do excremento ou esterqueiro filosofal. "Separarás", isto é, dissolverás, pois a dissolução é a separação das partes. "A Terra do Fogo, o subtil do espesso", isto é, a sujeira e a imundície do Fogo, do Ar, da Água e de toda a substância da pedra, de modo que permaneça, na sua totalidade, sem mancha alguma.







CAPÍTULO VIII


A PARTE NÃO FIXA DA PEDRA HÁ DE SEPARAR-SE DA PARTE FIXA ELEVAR-SE






Assim preparada, a Pedra já pode ser multiplicada. Por isso, aqui coloca a multiplicação e fala da fácil liquefacção ou fusão desta por aquela, virtude que tem de ser penetrante nos corpos densos e subtis, dizendo: "Subirá da Terra ao Céu e de novo descerá à Terra". Aqui, há que indicar que, ainda que a nossa Pedra, durante a sua primeira operação, se divida em quatro partes - os quatro elementos -, existem nela duas partes principais, como já se disse antes: uma que sobe, chamada não fixa ou volátil, e outra que permanece fixa em baixo, chamada Terra ou fermento. Mas há que se ter uma grande quantidade da parte não fixa para se dar à Pedra quando esta estiver limpa e sem manchas, e terá de ser dada por meio do Magistério tantas vezes quantas as necessárias, até que, por virtude do Espírito, ao sublimá-la e fazê-la subtil, toda a Pedra seja levada para cima. Disto fala o Filósofo quando diz: "Sobe da Terra ao Céu".







CAPÍTULO IX


LOGO TERÁ DE SER FIXADA A PEDRA VOLÁTIL






Feito tudo isso, há que se incinerar esta pedra (assim exaltada e elevada ou sublimada), com o azeite extraído dela mesma durante a primeira operação, chamado água da Pedra. E far-se-á que retorne amiúde, sublimando-a, até que, pela virtude da fermentação da Terra (com a Pedra elevada ou sublimada), toda a Pedra desça ao seio da Terra por reiteração, permanecendo fixa e fluida. É isso que disse o Filósofo: "...e descerá de novo à Terra, deste modo recebe a força das coisas superiores", sublimando, "e das inferiores", descendo, isto é, o corporal se tornará espiritual durante a sublimação e o espiritual se tornará corporal durante a descida, quer dizer, quando se reveste de matéria.







CAPÍTULO X


DA UTILIDADE DA ARTE E DA EFICÁCIA DA PEDRA



"Por esse meio, terás a glória do mundo", isto é, com esta Pedra, assim composta, terás a glória de todo o mundo e "toda a obscuridade se afastará de ti", quer dizer, toda pobreza e enfermidade. "É a força forte de toda força", pois não há comparação entre a força desta Pedra e as outras forças deste mundo, "pois vencerá toda coisa subtil e penetrará toda coisa sólida". "Vencerá", ou seja, ao vencer e ao elevar-se, transformará e mudará o mercúrio vivo, congelando-o, por mais subtil e brando que seja, e penetrará os demais metais, que são corpos duros, sólidos e firmes.







CAPÍTULO XI


O MAGISTÉRIO IMITA A CRIAÇÃO DO UNIVERSO



Continuando, o Filósofo dá um exemplo da composição de sua Pedra, dizendo: "Assim foi criado o mundo". Assim, temos que a nossa pedra se faz da mesma maneira que foi criado o mundo, pois as primeiras coisas de todo o mundo, e tudo o que no mundo tenha havido, foi previamente uma massa confusa, sem ordem, um caos, como dito antes. E, depois, por artifício do soberano Criador, essa massa confusa, após ter sido admiravelmente separada e rectificada, foi dividida em quatro elementos; e, devido a tal separação, são feitas diversas e diferentes coisas. Assim também se pode fazer diversas e diferentes coisas pela produção e disposição da nossa Obra e pela separação dos elementos dos diversos corpos. "Disso sairão admiráveis adaptações", isto é, se separares os elementos, far-se-ão as admiráveis composições próprias da nossa Obra, na composição da nossa Pedra, por conjunção dos elementos rectificados. Das quais, isto é, destas coisas admiráveis e adequadas a tal fim, o "meio", quer dizer, o meio de proceder "está aqui".







CAPÍTULO XII


DECLARAÇÃO ENIGMÁTICA DA MATÉRIA DA PEDRA






"Por isso sou chamado Hermes Trismegisto", isto é, Mercúrio três vezes muito grande. Depois de haver mostrado a composição da Pedra, o Filósofo declara, de modo enigmático, de que é feita nossa Pedra, nomeando-se a si mesmo. Em primeiro lugar, para que os seus discípulos, quando chegarem a esta ciência, se recordem sempre do seu nome. Sem dúvida, aquilo com que se faz a Pedra é tratado a seguir quando ele diz "porque tenho as três partes da Filosofia de todo o mundo", que estão, as três, contidas na nossa Pedra, isto é, no Mercúrio dos Filósofos.







CAPÍTULO XIII


POR QUE SE DIZ QUE A PEDRA É PERFEITA






Diz-se que essa Pedra é perfeita porque tem, em si, a natureza das coisas minerais, vegetais e animais, daí ser chamada tríplice e também triuna, isto é tríplice e única, que possui em si quatro naturezas, isto é, os quatro elementos, e três cores: o negro, o branco e o vermelho. Também é chamada "Grão de trigo", que, se não morre, fica sozinho; porém, se morre, (como antes se disse quando se falou da conjunção) trará muitos frutos, assim que se cumpram as operações de que temos falado. Ó amigo leitor! Se já sabes a operação da Pedra, verás que te disse a verdade; se não a sabes, não te disse nada. "O que foi dito da Operação do Sol está cumprido e acabado". O que se disse da operação da Pedra de três cores e de quatro naturezas que estão em uma única coisa, a saber, no Mercúrio Filosofal, está cumprido e acabado.”









A VERSÃO DE CHIRAM









The Emerald Tablet of Hermes.


From Bacstrom's Original Alchemical Manuscripts (specially redrawn). Copyrighted by Manly P. Hall.







Segundo Manly P. Hall, a misteriosa Tábua de Esmeralda causou muita celeuma. Um viajante, que a tinha visto em exposição, em Heliópolis, escreveu: "É uma pedra preciosa, como uma esmeralda, onde caracteres são representadas em baixo relevo, não gravados. É estimada acima de 2.000 anos de antiguidade. Teria sido derretida como o vidro e fundida em um molde, dotando-a o artista de rara beleza e durabilidade."

Manly P. Hall, eminente ocultista e grande admirador de Max Heindel, apresenta na sua monumental obra The Secret Teachings of All Ages (Los Angeles, CA, Philosophical Research Society, 1977, pp. CLVII e CLVIII ), uma versão da Tábua de Esmeralda que evoca a antiga Maçonaria, mas também a Ordem Rosacruz, uma vez que Hiram Abiff é uma anterior encarnação de Lázaro, que mais tarde reencarnou como Christian Rosenkreuz, e que consta de uma colecção de manuscritos alquímicos do Dr. Sigismund Bacstrom.

Bacstrom (sec. XVIII – XIX) foi um dos mais importantes eruditos em Alquimia dos últimos tempos. Pouco se sabe da sua vida a não ser que era natural da Escandinávia, que viajou por todo o mundo como médico a bordo de um navio, e que em 12 de Setembro de 1794, nas Ilhas Maurícias foi iniciado na Sociedade da Rosa Cruz pelo conde Louis de Chazal, na altura um venerável ancião de 96 anos, que lhe ensinou a Grande Obra. Mais tarde instalou-se em Londres e criou um centro de estudos de Alquimia onde se traduziram inúmeros documentos alquímicos antigos, cuja proveniência permanece em mistério e aos quais Madame Blavatsky teve acesso.


Dr. Sigismund Bacstrom descreve a Tábua de Esmeralda de Hermes da seguinte forma: "o sentido da Tábua é mais do que suficiente para convencer-nos que o autor estava bastante familiarizado com as operações secretas da Natureza, e com o segredo do Trabalho Filósofico; ele mesmo bem conhecia e acreditava no verdadeiro Deus.


Em sua obra, First Principles of Philosophy, Manly P. Hall escreve: "Através da filosofia podemos viver sabiamente. Aqueles que buscam a perfeição na sabedoria, são chamados duplamente-nascidos, pois encontram na sabedoria um novo nascimento, afastando-se de sua velha vida de incertezas e limitações acercando-se a uma nova existência illuminada pelo Amor da esfera dos sabios. Aqueles que aprenderam a amar em sua vida mais profunda e mística sentem-se ter escapado da servidão do medo, vivendo em paz com todas as coisas."




O AUTOR









Quando Salomão empreendeu a construção do célebre templo, pediu ao rei de Tiro, Hiram [4], que lhe fornecesse cedros do Líbano em troca de produtos agrícolas. Hiram rejubilou com tal pedido e, para além da madeira, enviou-lhe um artífice chamado, também, Hiram, ou Huran-Abi, filho de uma viúva da tribo de Neftali e de um homem de Tiro, um artista dotado de grande saber, inteligência e habilidade para fazer toda a espécie de trabalhos em ouro, prata, bronze, ferro, madeira, púrpura e linho (1º Rs, 5 e 2ª Cron, 2).


A lenda maçónica vai mais longe e diz que o verdadeiro construtor do célebre monumento foi Hiram Abiff [5], o único homem que conhecia os segredos de um Mestre Maçon, incluindo o maior de todos os segredos, a Grande Palavra Maçónica, o nome de Deus, o nome inefável.


Na construção do templo trabalharam, durante sete anos, mais de 85.000 homens, tendo sido prometido que aos mais laboriosos, os companheiros maçons, seria conferido o grau de Mestre Trabalhador, ou Maçon, no fim da obra. Porém, houve quinze companheiros que quiseram ser recompensados mais cedo, mas Hiram Abiff recusou; então três deles, Jubela, Jubelo e Jubelum, esperaram que o Mestre saísse do Santo dos Santos, onde ia sempre ao meio dia prestar culto e preparar os planos de trabalho para o dia seguinte, e, sucessivamente, exigiram que lhes fosse revelado o segredo. Hiram foi recusando, mas o terceiro matou-o com um golpe do seu malho. Os três rufias, como ficaram conhecidos na lenda maçónica, enterraram o corpo longe da cidade, assinalaram a sepultura com um ramo de acácia e fugiram. Ao notar a falta do Mestre, os restantes doze companheiros maçons confessaram a Salomão o que se tinha passado e o rei, perante o seu juramento de inocência, mandou-os, em grupos de três, em perseguição dos fugitivos que acabaram por ser capturados e justiçados. Entretanto, ao ver o ramo de acácia, um dos grupos descobriu o corpo e tentou retirá-lo da sepultura, mas não conseguiu; Salomão foi ao local e com o aperto de mão de Mestre Maçon, o Forte Aperto de Mão da Pata do Leão, não só levantou o corpo como o restituiu à vida. A partir de então, a Grande Palavra Maçónica foi passada, apenas, de Mestre para Mestre Maçon.



O TEXTO






Da obra The Secret Teachings of All Ages tirou-se este texto que Bacstrom afirma ser o original da Tábua de Esmeralda, bem como a transcrição dos seus manuscritos e as explicações dadas por Manly. P. Hall, que chama a atenção para o facto de os textos originais irem escritos em letras maiúsculas; na tradução, essencialmente literal, respeitei os caracteres em itálico, as iniciais maiúsculas e os parêntesis curvos e rectos.













“A Tábua de Esmeralda, o Mais Antigo Monumento dos Caldeus relativo ao Lapis Philosophorum (a pedra dos filósofos).


“A Tábua de Esmeralda fornece a origem da história alegórica do Rei Hiram (Chiram, de preferência). No que respeita a Chiram, Caldeus, Egípcios e Hebreus foram buscar os seus conhecimentos à mesma e única fonte; Homero, que relata esta história de maneira diferente, seguiu esse original e Virgílio seguiu Homero, como Hesíodo aproveitou o assunto para a sua Teogonia, e que Ovídio tomou depois para modelo da sua Metamorfoses. O conhecimento das operações secretas da Natureza constitui o principal sentido de todos estes antigos escritos, mas a ignorância extraiu deles essa mitologia exterior e velada que as classes mais baixas do povo passaram a idolatrar.


“A genuína tradução do Original e Muito Antigo Caldeu é a seguinte:


“OS TRABALHOS SECRETOS DE CHIRAM, UM EM ESSÊNCIA, MAS TRÊS EM ASPECTO.


“(As duas primeiras letras grandes significam Trabalho Secreto)


“(A segunda linha de letras grandes diz Chiram Telat Mechasot, ou seja Chiram o Agente Universal, Um em Essência mas três em aspecto)


“É VERDADE, SEM MENTIRA, CERTO E PARA CONTAR. O SUPERIOR CORRESPONDE AO INFERIOR, E O INFERIOR AO SUPERIOR PARA FAZER AQUELE VERDADEIRAMENTE MARAVILHOSO TRABALHO. COMO TODAS AS COISAS DEVEM A SUA EXISTÊNCIA À VONTADE DO ÚNICO UM, ASSIM TODAS AS COISAS DEVEM A SUA ORIGEM À UMA ÚNICA COISA, A MAIS OCULTA, POR DISPOSIÇÃO DE O ÚNICO DEUS. O PAI DESSA UMA ÚNICA COISA É O SOL, A SUA MÃE É A LUA. O VENTO TRANSPORTOU-A NO SEU VENTRE, MAS A TERRA ESPIRITUAL DEU-LHE O ALIMENTO. ESSA UMA ÚNICA COISA (conforme Deus) É O PAI DE TODAS AS COISAS NO UNIVERSO. O SEU PODER É PERFEITO DEPOIS DE TER SIDO UNIDO À TERRA ESPIRITUAL.


“(Processo: Primeira Destilação) SEPARA ESSA TERRA ESPIRITUAL DO DENSO OU GROSSEIRO POR MEIO DE UM CALOR BRANDO COM MUITA ATENÇÃO.


“(Último Cozimento) EM GRANDE QUANTIDADE ISSO SOBE DA TERRA AO CÉU E DESCE OUTRA VEZ, RENASCIDA, NA TERRA, E O SUPERIOR E O INFERIOR AUMENTAM EM PODER.


O Azoth sobre da Terra desde o fundo do Copo e, voltando a descer por Veios, cai na Terra e por esta circulação contínua o Azoth fica mais e mais subtilizado, Volatilizes Sol, e trás consigo os átomos Solares volatilizados e por isso torna-se Azoth Solar, isto é, o nosso terceiro e genuíno Mercúrio Sófico, e esta circulação do Azoth Solar tem de continuar até parar por si mesmo e a Terra o tenha sugado todo, altura em que se transforma na matéria negra escura, o Sapo [as substâncias na retorta alquímica e também os elementos mais baixos do corpo humano] , que representa a completa putrefacção, ou a Morte do Composto.


“POR ISTO PARTILHARÁS DAS HONRAS DE TODO O MUNDO.


Sem dúvida, como a matéria escura, negra, tem necessidade de se transformar em Branca e Vermelha, e tendo sido o Vermelho levado à perfeição, medicinalmente e para os Metais, é então completamente capaz de preservar mentem sanam in corpore sano até o período natural da Vida, e assegurar-nos amplos meios, multiplicáveis até o infinito, para ser benevolente e caridoso sem nenhuma diminuição dos nossos inesgotáveis recursos naturais, pelo que isso bem pode ser chamado a Glória [Honras] de Todo o Mundo, como verdadeiramente o estudo e a contemplação do L.P [Lapis Philosophorum], harmonizado com as Divinas Verdades, eleva a mente até Deus, nosso Criador e misericordioso Pai, e se Ele nos permitir possui-lo, a Avareza, Inveja e Más Inclinações são praticamente erradicados, e os nossos corações fundem-se em gratidão para com Ele que tão bondoso tem sido para connosco! Por isso os Filósofos dizem com grande Verdade que o L.P. encontra um homem bom ou o faz.


“E A ESCURIDÃO FUGIRÁ DE TI.


Revigorando os Órgãos e usando-os para comunicar com os objectos exteriores, a Alma deve adquiri grandes poderes, não só para conceber mas também para reter, e, por isso, se desejamos obter ainda mais conhecimento, os órgãos e as fontes secretas da vida física, sendo maravilhosamente fortalecidas e revigoradas, a Alma adquire novos poderes para conceber e reter, especialmente se pedirmos o conhecimento a Deus e confirmarmos as nossas orações com a fé, toda a Obscuridade tem de ser varrida. Se isto não foi o caso de todos os possuidores, a falta foi sua por se contentaram meramente com a Transmutação dos Metais.


“ESTE É O FORTALECIMENTO DE TODOS OS PODERES.


È uma figura muito forte, o indicar que o L.P. possui todos os Poderes ocultos na Natureza, não para a destruição, mas para a exaltação e regeneração da matéria nos três Departamentos da Natureza.


“COM ISTO SERÁS CAPAZ DE VENCER TODAS AS COISAS, A TRANSMUTAR TUDO O QUE É FINO E O QUE É GROSSEIRO.


É claro que isso conquistará todas as Coisas subtis, como fixará o mais subtil Oxigénio na sua própria Natureza ardente, e isso com mais poder, penetração e virtude, na proporção de um para dez em toda a multiplicação, e cada vez num período mais curto, até o seu poder se tornar incalculável, que o poder multiplicado também penetrará [vencerá] todas as Coisas Sólidas, tais coisas invencíveis Ouro e Prata, ao invés o inalterável Mercúrio, Cristais e Vidro Fundente, aos quais é capaz de dar dureza natural e firmeza, como Philaletha reconhece, e se prova com o Diamante artificial, nos tempos do meu pai, na posse do Príncipe de Lichtenstein em Viena, avaliado em Quinhentos Mil Ducados, preparado pelo Lápis [Pedra dos Filósofos].


“ASSIM FOI CRIADO O MUNDO; OS ARRANJOS PARA SEGUIR ESTE CAMINHO ESTÃO OCULTOS. POR ESTA RAZÃO SOU CHAMADO CHIRAM TELAT MECHASOT, UM EM ESSÊNCIA MAS TRÊS EM ASPECTO. NESTA TRINDADE ESTÁ OCULTA A SABEDORIA DE TODO O MUNDO (isto é, em Chiram e no seu Uso].


Diz-se que Hermes foi Moisés ou Zoroastro, Hermes significa uma Serpente e a Serpente costumava ser um Emblema do Conhecimento ou da Sabedoria. A Serpente encontra-se por todo o lado entre os Hieróglifos dos antigos Egípcios, assim é o Globo com Asas, o Sol e a Lua, Dragões e Grifos, por onde quer que os Egípcios mostraram os seus sublimes conhecimentos do Lápis Philosophorum, de acordo com Suídas, as alusões na Escrituras e mesmo com De Non onde fala dos santuários dos antigos templos egípcios.


“ACABA AGORA O QUE DISSE SOBRE OS EFEITOS DO SOL. FIM DA TÁBUA ESMERALDA.


O que disse ou ensinei do Trabalho Solar está agora acabado. A Semente Perfeita adequada para a multiplicação. “Isto eu sei que é reconhecido ser a genuína Tábua de Esmeralda de Hermes”




CONCLUSÃO






Parafraseando o Jardineiro dos jardins marítimos, diria que o que se disse da Tábua de Esmeralda, está cumprido e acabado, já que, seja na versão fenícia de Hermes Trismegisto, seja na caldaica de Chiram, dei a conhecer o texto em que se insere o célebre axioma alquímico






“O que está em cima é como o que está em baixo” ...

António Monteiro
ver mais

http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=159#.VuXVx0Dv1nU
http://www.misteriosantigos.com/tabalqu.html
Também...https://osegredo.com.br/2014/07/tabua-de-esmeralda
http://youtu.be/_wwkCvMFPlU

Conhecendo espiritismo - outros

http://www.saindodamatrix.com.br/archives/espiritismo/
http://www.saindodamatrix.com.br Diferentes temas.

Kardecismo e Umbanda




http:// http://static.scribd.com/docs/2r5v32krg2jmu.doc.
DIFERENÇA ENTRE MÉDIUNS ESPÍRITAS E DE UMBANDA


** NÃO HÁ SEPARATIVIDADE

OS HOMENS DEVEM RESPEITAR A PREFERÊNCIA ALHEIA
O ESPIRITISMO É UNIVERSALISTA

ORIGEM DO MEDIUNISMO

A Africa foi colonizada em parte pela India e pelo Egito, que desde a antiguidade praticavam o mediunismo.

Portanto, o Afro-mediunismo tem suas origens no antigo Egito, na Índia, na China, na Pérsia, na Caldéia, na Hebréia, na Arábia, na Babilônia, na Germânia e na Gália.

O Afro-mediunismo foi trazidos para o Brasil através dos escravos a partir do ano de 1600. O Espiritismo surgiu na França em 1857 e veio para o Brasil somente próximo ao ano de 1900. Portanto a origem do Afro-mediunismo
nada tem haver com o Espiritismo.

ORIGEM DA UMBANDA

Em fins do século 19, existiam, no Rio de Janeiro, várias modalidades de culto que denotavam, nitidamente, a origem africana, embora já bem distanciadas da crença trazida pelos escravos.

A magia dos velhos africanos, transmitida oralmente, através de gerações, desvirtuara-se mesclada com as feitiçarias provindas de Portugal onde, existiram sempre os feitiços, as rezas e as superstições.

Oficialmente a Umbanda é uma religião brasileira, fundada em 15/11/1908, através do médium Zélio Fernendino de Moraes. A Umbanda, é um movimento de natureza religiosa e mediúnica, que tem como base o mediunismo.


O certo é que a doutrina de Umbanda, atualmente praticada no Brasil, deriva fundamentalmente do culto religioso com raízes exclusivamente africanas, que fundiu suas crenças supersticiosas e intercâmbio com os antepassados, na mistura do culto católico, de ritos e práticas ocultas dos ameríndios.

Ademais, esse sincretismo religioso ainda influenciou-se fortemente pelo ocultismo e pelo Espiritismo, adotando-lhe algumas práticas, preces e postulados.

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http://solar8.multiply.com/journal/item/154/154

O que é Pedagogia 3000?

http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=12920
Pedagogia 3000 é uma sinergia pedagógica que prioriza a criança de hoje e de amanhã, com suas mudanças, suas necessidades específicas e sua nova maneira de aprender e de ser. Está constantemente desenvolvendo ferramentas pedagógicas para o bem-estar e desenvolvimento harmonioso integral-afetivo dos bebês, meninos, meninas, jovens, pais e docentes. É flexível e está baseado nos novos paradigmas do Terceiro Milênio.
Pedagooogia 3000 se adapta de acordo com o ambiente social, cultural, econômico e ecológico.
Pedagooogia 3000 é uma pedagogia de expansão que evolui a medida em que entramos no Terceiro Milênio. Mais do que uma nova teoria ou um novo procedimento pedagógico ou qualquer modelo fixo de aprendizagem, é uma constante abertura para entender e atender às necessidades dos alunos do Terceiro Milênio, que são bastante diferentes das gerações anteriores e continuarão mudando, ao que parece, rapidamente. Em outras palavras, Pedagooogia 3000 é uma atitude que se traduz em um entendimento-ação em constante movimento e crescimento.
Inclusivo por natureza, Pedagooogia 3000 propõe reunir e potencializar o melhor das metodologias, procedimentos e técnicas pedagógicas passadas (inclusive as ancestrais), atuais e em formação.

Por que?
As crianças de hoje mudaram, sua forma de aprender mudou. Nós mesmos, o papai, a mamãe e o professor, estamos mudando. Então? A educação deve mudar também, e rápidamente.
Os paradigmas do Terceiro Milênio, a energia e a consciência estão dando saltos quânticos no planeta. E eu? Como me coloco? O que devo fazer, e o que não devo?
A educação é hoje o primeiro setor que deve mudar.
NP. La Paz, 17-03-08