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27 de fev. de 2015

Dr. Barcellos * Dieta, alimentaçao e boa saúde.


SOBRE OS VERMES

Os vermes entram no organismo o tempo todo pelas mãos, água, beijos e alimentos contaminados. Se tiverem permissão para ficar, vão se reproduzindo, avançam pelas correntes sanguínea e linfática e alojam-se em centros vitais, como coração, fígado, vesícula biliar, pâncreas, baço, olhos e cérebro. Podem produzir constipação, diarréia, gases, flatulência, síndrome do cólon irritável, dores musculares e articulares, problemas de pele, distúrbios do sono, fadiga crônica e quadros graves de convulsões, vertigens, cefaléias, pseudomeningites, anemia profunda, gastrite crônica, gripes, resfriados, sinusites, alergias e disfunções imunológicas em geral. Muitas doenças podem ser diagnosticadas equivocadamente quando o médico não conhece a sintomatologia das parasitoses.

O Dr. Barcellos ressalta a capacidade dos vermes em provocar lesões e deficiência nos vários tecidos do organismo, oferecendo ambiente propício à formação das neoplasias malignas. Vermes destroem células mais rápido do que elas conseguem se regenerar; liberam toxinas que danificam os tecidos e as células, produzindo dores e inflamações; com o tempo deprimem e exaurem o sistema imunológico. O Dr. Barcellos destaca os helmintos cestóides (tênias solium, saginata e nana), as lombrigas (ascaris lumbricoides), o oxiúro vermicular e a triquina.

A cientista canadense Dra. Hulda Clark diz que 100% dos pacientes de câncer têm vermes, sobretudo um helminto trematóide chamado facíola (fasciolopsis buskii), que se aloja no fígado.


ALIMENTOS CONTRA OS VERMES
HORTALIÇAS

ABÓBORA (Cucurbita moschata)
Sementes tostadas no forno combatem os vermes, principalmente a tênia. As sementes devem ser frescas, sem a pele, moídas e misturadas com mel.
ALHO (Allium sativum)
Três a quatro dentes por dia. Em doses elevadas, o alho pode produzir cefaléia, gastralgia, vômito, tontura, diarréia e cólica intestinal. É contra-indicado (quando ingerido em grande quantidade) para mães que amamentam, porque pode provocar cólicas intestinais nos bebês. Também é contra-indicado para pressão baixa. O cheiro é combatido comendo salsa crua ou bebendo suco de limão com igual quantidade de água meia hora antes da ingestão do alho.
CEBOLA (Allium cepa)
Fazer o suco e misturar a uma pequena quantidade de mel. Tomar 1 colher de sobremesa uma vez ao dia em jejum.
CENOURA (Daucus carota)
Ralar uma quantidade de cenoura suficiente para encher um pires, misturar com alho picado e um pouco de erva-doce e ingerir pela manhã em jejum, durante 3 a 5 dias.
CHICÓRIA (Chicorium endivia)
Tomar 3 a 5 xícaras de chá ao dia.

COUVE (Brassica oleracea acephala)
Suco, várias colheres de sopa por dia.

HORTELÃ-PIMENTA (Mentha piperita)
Chá por infusão, 1 xícara em jejum, diariamente por uma semana.

MAXIXE (Curcumis anguris)
Fruto ao natural, em saladas cruas.

RABANETE (Raphanus sativus)
Sementes, em chá por decocção, 3 a 5 vezes por dia.


FRUTAS

ABACAXI (Ananas sativus)
Ao natural ou em sucos, várias vezes ao dia.

AMÊNDOA (Amygdalus communis)
Dez amêndoas em jejum

AMORA (Morus nigra, Morus alba)
Casca da raiz, chá por infusão 3 a 5 vezes ao dia.

AZEITONA (Olea europea)
Folhas e casca do tronco, chá por infusão 3 a 5 vezes ao dia.
CIDRA (Citrus medica)
Chá por infusão das sementes ligeiramente tostadas e moídas, juntamente com sementes de outros cítricos. 1 xícara pela manhã, em jejum.

COCO (Cocos nucifera)
1 colher das de sopa de coco verde ralado, diariamente em jejum.

FIGO (Ficus carica)
Folhas e talos, suco diluído em igual quantidade de água, 2 colheres das de sopa em jejum, durante 1 semana.

MAMÃO (Carica papaya)
Látex do fruto – leite que se obtém ao se cortar o mamão. Pegue 20 gramas, dilua em uma xícara de água, adoce com mel e tome em jejum pela manhã.

PÊSSEGO (Prumus persica)
Flores, chá por infusão, 1 xícara 3 a 5 vezes ao dia.

PITANGA (Stenocalyx pitanga)
Folhas, chá por decocção, 1 xícara 3 a 4 vezes ao dia.

ROMÃ (Punica granatum)
Casca do tronco - chá por decocção, um copo pequeno de 3 em 3 horas, durante alguns dias.

SAPOTI (Achras sapota)
Casca do tronco, chá por decocção, 1 xícara 3 a 4 vezes ao dia.

TAMARINDO (Tamarindus indica)
Folhas, chá por decocção - 1 xícara 3 vezes ao dia.


ERVAS MEDICINAIS

AGRIÃO (Nasturtium officinale)
Folhas e talos, suco, 1 xícara das de café duas vezes ao dia.

ARTEMÍSIA (Artemisia vulgaris)
Folhas e raízes. Chá por infusão, 15 gramas em 1 litro de água, tomado aos goles durante o dia.

BELDROEGA (Portulaca oleracea)
Sementes - comidas em jejum ou preparadas sob a forma de chá por decocção, 50g a 100g para 1 litro de água.

CARQUEJA (Baccharis trimera)
Planta toda - chá por infusão ou decocção, 3 a 5 vezes ao dia. Nos casos de diabetes faz diminuir o açúcar do sangue, até sua completa normalização.

ERVA DE SANTA MARIA (Chenopodium ambrosioides)
Folhas, flores e sementes. Chá por infusão, 10g em 1 litro de água. Tomar 1 colher das de sopa de hora em hora, por 1 a 3 dias. Após tomar essa infusão, ingerir 2 ou mais colheres das de sopa de óleo de rícino. Deve ser empregada com cautela, pois em doses excessivas é muito tóxica.

LOSNA (Artemisia absinthium)
Chá por infusão, 20 g de losna para 1 litro de água, tomando-se 2 colheres das de sopa de hora em hora. Jamais usar o suco da losna, pois é altamente tóxico ao natural. A infusão elimina parte desse efeito. O uso excessivo pode produzir efeitos neurotóxicos, com perturbações da consciência e convulsões.

PICÃO (Bidens pilosa)
Folhas. Chá por infusão ou decocção, 3 a 5 vezes ao dia.


Infusão
É quando se põe a água quase fervendo sobre as folhas, abafando e esperando 10 a 15 minutos para tomar.

Decocção
É quando se ferve durante quinze minutos, ou mais, as cascas, sementes e raízes da planta.

Texto adaptado de
http://correcotia.com/cancer/index.html - See more at: http://www.curapelanatureza.com.br/2008/03/dieta-do-doutor-barcellos-contra-o.html#sthash.PMk6ozLb.dpuf



http://www.curapelanatureza.com.br/2013/05/remedios-naturais-para-eliminar-vermes.html

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Raul Barcellos foi um médico carioca que passou metade da vida demonstrando clinicamente que os sintomas do câncer podem ser combatidos com dieta e eliminação dos vermes.

UM RESUMO DO QUE ELE EXPLICA

O câncer pode ser causado por uma série de fatores, genéticos ou adquiridos. Os genéticos se devem a um problema qualquer nos genes, unidades hereditárias situadas no cromossomo que determinam as características do indivíduo e que estão sendo estudadas agora. Os fatores adquiridos vêm da radiação (de todos os tipos, inclusive solar), da poluição química do ar, da água e do solo, dos campos eletromagnéticos à nossa volta, do estresse, que provoca excesso de oxidação no organismo, da comida, da bebida, das drogas - da vida, enfim.


Dr. Barcellos
Existem basicamente quatro tipos de câncer: carcinomas, sarcomas, linfomas e leucemia. Carcinomas surgem na pele, nas membranas mucosas, nas glândulas e na maioria dos órgãos; sarcomas surgem nos ossos, músculos e tecidos conectivos; linfomas são a forma de câncer do sistema linfático; e leucemia é o câncer do sangue. Dentro desses quatro tipos há mais de cem variedades de câncer.

Mas todo câncer começa pequenininho. Uma turminha de células destrambelhadas escapa de ser vista e comida pelo sistema imunológico, e como células adoram se multiplicar, elas crescem e se multiplicam, formando um tecido anormal. Falta a elas a intervenção do sistema imunológico, e falta também uma parte do código genético que diz ao tecido quando ele deve parar de crescer. Por exemplo, um osso: o tecido ósseo sabe a forma exata daquele osso. Todos os dias ele se refaz do mesmo jeito. Isso porque cada célula carrega dentro de si o código genético apropriado dentro de uma molécula minúscula chamada DNA, ou ácido desoxirribonucléico.

Faz parte também da sapiência da célula a coleta de nutrientes na corrente sangüínea, e entre esses nutrientes estão os aminoácidos, que se agrupam em combinações diferentes para formar proteínas. Existem cerca de 500 tipos de proteínas pesquisadas, e todas derivam de alguma combinação entre os vinte e poucos aminoácidos conhecidos. Elas participam de absolutamente tudo na vida orgânica, inclusive de processos hormonais, enzimáticos e genéticos; mas sua principal função é formar tecidos. Osso é tecido, sangue é tecido, cabelo é tecido, assim como pele, membrana mucosa, unha, músculo, tendão, nervo. A proteína forma a trama e os outros nutrientes a preenchem. O sangue vai passando com a matéria-prima e as células de cada tipo de tecido - inclusive do sangue e da linfa - vão recolhendo aquilo de que precisam para sua renovação, ao mesmo tempo que jogam de volta à corrente sangüínea aminoácidos e outras substâncias que estiverem sobrando, numa espécie de respiração celular.

No caso do câncer, segundo a teoria do Dr. Barcellos, as células desvairadas recolhem do sangue justamente os aminoácidos que vão ajudá-las a crescer em delírio. Por isso, só tem um jeito: jejum nelas. A dieta vai alimentar o corpo, mas não o tumor - já que, na ausência daqueles aminoácidos, seu padrão de crescimento não consegue se manter. Começa uma regressão, que ao mesmo tempo é a degeneração do tecido canceroso, e isso aumenta a descarga de resíduos tóxicos no sangue. Daí a importância que o Dr. Barcellos dá à desintoxicação.


NÃO PODE:
  • leite e laticínios, como queijo, coalhada, requeijão e receitas que levam leite (pode manteiga, porque é gordura, não tem proteína);
  • feijão de qualquer tipo, inclusive ervilha, lentilha, grão-de-bico, vagem, feijão-verde, soja e seus subprodutos, broto de feijão;
  • tubérculos: batata-inglesa, batata-doce, batata-baroa (mandioquinha), cará, inhame, aipim/mandioca (e farinha de mandioca);
  • carnes de porco, lagosta, camarão (e talvez outros invertebrados do mar, como polvo, lula, marisco);
  • aveia, abacate, castanha portuguesa, vitamina C sintética.
PARA DESINTOXICAR

Três cápsulas diárias de 200 mg de metionina, que se encontra em farmácias de manipulação, para tomar com as refeições.

Metionina e cisteína são aminoácidos que contêm enxofre, e enxofre é desintoxicante do fígado e dos rins. Tiamina e biotina, que são vitaminas, também têm enxofre. Metionina se encontra em ovo de galinha, leite humano e de vaca*, carne de boi; enxofre em couve, couve-de-bruxelas, brócolis, repolho, espinafre, nabo, couve-flor com as folhas, todos cozidos e em porções generosas, e no agrião cru; biotina em fígado de galinha, fígado de boi, gema de ovo, e tiamina (vitamina B1) em pinhões, farinha de trigo-sarraceno integral, farinha de trigo integral, farinha de soja*, quinua, quefir, levedo de cerveja, sementes de girassol, milho verde, germe de trigo. A absorção de biotina e tiamina é impedida ou reduzida na presença de álcool, avidina (proteína da clara crua do ovo), cafeína, sulfa, oxidação.

(*alimentos proibidos na dieta do Dr. Barcellos.)

O caldo de alga kombu é muito valorizado por seu alto teor desintoxicante, nutritivo, regulador da flora intestinal, bom contra hipertensão arterial. Mas para obter o melhor sabor não se deve ferver a alga, já que o calor faz com que os polissacarídeos se desmanchem e liberem substâncias desagradáveis ao paladar. Basta deixar a alga de molho em água limpa, fria, durante duas horas, para obter um extrato contendo quantidades importantes de manitol, iodo, cálcio, magnésio e ácido sulfúrico. A alga é então retirada e usada em refogados rápidos, ou simplesmente cortada e temperada com shoyu, ou serve para enrolar bolinhos, ou volta para a própria sopa, etc. O caldo, complementado com macarrão e vegetais previamente cozidos, deve ser aquecido somente até o ponto anterior à fervura. Missô (massa salgada de soja, gostosa e nutritiva) é o tempero tradicional desse caldo; como é proibido na dieta do dr. Barcellos, use um pouquinho de sal.
O suco de aloe vera (um tipo de babosa) também é grande desintoxicante dos intestinos, do fígado e dos rins.
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25 de ago. de 2013

Fadiga Crônica, Revisão importante.

EXAUSTÃO DE SUPRARENAL 


http://youtu.be/sVMbhhC1zGQ 


http://youtu.be/IWXgPN_floc



Nutrição Biomolecular - Dra.Denise Nogueira  

Nutrição, água e alimentação importante.
http://www.youtube.com/watch?v=tH5Qmg-HH0s




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Busca por compreensão 


http://youtu.be/AhpR9NZgyqo






2 de ago. de 2013

Imunologia

http://www.mundosemdor.com.br/alergia-alimentar-oculta-procedimentos-usados-no-diagnostico/#more-3132


Alergia alimentar oculta – procedimentos usados no diagnóstico

9 jun
Continuamos esta semana com a série sobre as alergias alimentares e a influência que podem ter nas doenças inflamatórias dolorosas crônicas. Nosso convidado, Dr. Gilberto de Paula, alergista, imunologista e nutrólogo.
DESCOBRINDO AS ALERGIAS ALIMENTARES OCULTAS
Muitos pacientes com enxaqueca clássica são portadores de alergias alimentares ocultas, que podem ser evidenciadas por meio da exclusão e do desafio de forma fácil e objetiva.
O aparelho digestivo, por ser intensamente inervado e por ter uma grande quantidade de gânglios linfáticos, tem uma atividade imunológica muito intensa, pois frequentemente é confrontado com uma grande quantidade de proteínas estranhas ao organismo, vírus, bactérias, fungos.
Os alimentos, ao serem ingeridos, precisam ser transformados em seus constituintes básicos pela digestão. Somente com uma digestão completa será evitada a apresentação de proteínas estranhas ao sangue do paciente, que irá produzir anticorpos ou irá reagir com um processo inflamatório não imunológico.
Dietas monótonas, distúrbios digestivos enzimáticos, desequilíbrios da flora intestinal, crescimento de fungos ou bactérias nocivas à saúde humana podem favorecer a sensibilização do tipo tardio ao alimento. Daí a necessidade de reordenar não somente a dieta, mas, eliminar parasitas intestinais, remover fungos e recompor a flora intestinal nos pacientes com alergia alimentar oculta.
IMUNOTERAPIA NA DESSENSIBILIZAÇÃO A SUBSTÂNCIAS OFENSIVAS AO ORGANISMO
Esta é uma forma de tratamento médico, descoberta há cem anos, que consiste na utilização da substância ofensiva ao organismo em diluições bem pequenas, tal como um remédio homeopático e que, administrada dessa forma, tem o potencial de dessensibilizar o organismo desta substância. A imunoterapia é uma forma de dessensibilização no que diz respeito a alergias inalatórias alimentares.
Existem dois tipo de imunoterapia: a incremental e a ativada. A incremental usa doses altas dos alérgenos; a ativada usa doses bem diluídas, quase homeopáticas. Os médicos ambientalistas preferem a ativada e utilizam este método para favorecer a dessenssibilização, aliada a uma dieta rotatória.
COMO ESTABELECER SE UM PACIENTE TEM UMA ALERGIA ALIMENTAR TARDIA?
Solicitamos ao paciente que realize dois procedimentos básicos.
1) Um relato de sua dieta das 24 horas por cinco dias, sem omitir nada do que foi ingerido e sempre anotando no ato da ingestão. Não é recordatório; é relato do dieta durante as 24 horas.
2) O preenchimento de um questionário de alergia alimentar. Caso ele responda a mais de três perguntas de forma afirmativa, é um provável candidato a ser portador de uma alergia alimentar oculta
Além desses dois, nos pacientes com dores generalizadas no corpo utilizamos a termografia de corpo total para verificar se existem processos inflamatórios na região do abdômen, sugestivas de uma origem inflamatória do aparelho digestivo.
A termografia é um método não radiológico, não invasivo, e indolor, que capta a radiação infravermelha emitida pelo corpo, permitindo ao médico visualizar imagens (sinais térmicos) que lhe informam a origem e localização de uma inflamação ou dor no corpo humano. Por sinal, é um exame de grande utilidade na prevenção do câncer de mama.

Criança com sensibilidade a glúten, 6 anos.Há 3 anos com dores abdominais recorrentes que a levavam a vários serviços médicos e PS.Com a retirada do glúten remissão completa da dor.Teste imunológico para glúten positivo.Anti gliadina elevado.

Adolescente com problema de comportamento e tremores essenciais,intoxicada por cobre.Alergia e adicção a açúcar.O bebedouro do colégio é velho e libera cobre.











Mulher,34 anos,dor pélvica há 5 anos durante relação sexual e ao deitar sobre o abdôme.Rx,US,RM,TC,histerosalpingografia negativos.Alergia a café,trigo e leveduras.
TERMOGRAFIA NO DIAGNÓSTICO DE ALERGIAS ALIMENTARES TARDIAS
Há um ano incluímos a termografia de corpo total como uma evidência da participação da alergia alimentar tardia no quadro clínico do paciente. Sinais de refluxo, gastropatia e colonopatia, assim como sobrecarga hepática, sugerem uma origem digestiva para a doença inflamatória dolorosa.
Esses três recursos reduzem muito a indicação inadequada de uma investigação para alergia alimentar. Dietas monótonas, positividade superior a três respostas no questionário e sinais de hiperradiação de regiões gástricas hepáticas e colônicas são sugestivos de uma origem digestiva ou correlata com processos inflamatórios crônicos e/ou dolorosos.
Vale ressaltar que a grande maioria dos pacientes suporta bem as dietas de exclusão, inclusive aqueles que são muito viciados. Menciono isto porque muitos pacientes portadores dessas alergias têm grande desejo dos alimentos que lhes fazem mal, pois têm a ilusão de que lhes faz bem.
O corpo, paradoxalmente, pode produzir moléculas antiinflamatórias em resposta à ingesta de alimentos inflamatórios, causando esse efeito ilusório e gerando a adicção ou vício alimentar. Esses pacientes, quando são convidados a fazer a dieta de exclusão, reagem com expressões, como, “E agora, o que eu vou comer?” Ou então: O quê o senhor disse? E outros muito poucos se recusam a fazer a exclusão, por várias razões: falta de tempo, falta de disciplina, por comer em locais nos quais não podem controlar sua dieta. Nesses casos os testes IGG alimentos podem ser de grande ajuda.
Descobrindo o que está lhe fazendo mal
Uma vez estabelecido que uma pessoa com uma doença inflamatória dolorosa pode ser portadora de uma alergia, sensibilidade ou intolerância alimentar, procuramos definir quais os alimentos que são ingeridos todos os dias. Leite e seus derivados, trigo e seus derivados, café, açúcar, carne de gado, carne de frango, soja, arroz, feijão e tapioca são os mais frequentemente implicados nas alergias alimentares agudas.
Testes de imagens
Na alergia alimentar pura, exames como a radiografia, tomografia e ressonância magnética nada revelam sobre a causa da doença inflamatória. A endoscopia pode revelar padrões inflamatórios do esôfago, estômago e intestino.
Já tive paciente com dor mesogástrica tipo cólica, investigada por ultrassonografia total de abdômen, radiografia de tórax abdômen e tomografia, cuja causa era um mamão ingerido todos os dias pela manhã. Após o período de exclusão, cumprido rigorosamente, os pacientes relatam bem-estar, redução ou eliminação dos sintomas, sensação dos sintomas digestivos que, em geral, acompanham os outros sintomas.
Um dos sinais mais interessantes é a perda de 1 kg a 1,5 kg que ocorre após os quatro dias de abstenção dos alimentos supostamente ofensivos. Essa perda resulta da redução do processo inflamatório do aparelho digestivo por redução do edema e inchaço que são queixas muito frequentes em mulheres portadoras de alergias alimentares ocultas.
Os alimentos causadores são aqueles usados em todos os dias, os mais usuais. Como as reações ocorrem em intervalos de tempo que variam de 3, 6, 12, 24, 36, 48 horas, existem relatos na literatura de até 72 horas – em minha prática clínica já testemunhei reações de até 36 horas. É quase impossível para o paciente e para o médico estabelecerem a relação de causa e efeito entre a ingesta do alimento e sua relação com os processos inflamatórios tardios locais ou sistêmicos sem a exclusão e o desafio.
Interessou pelo tema? Dentro das próximas semanas traremos mais informações sobre os testes e como são realizados. Enfim, se for portador/a de uma doença inflamatória dolorosa crônica, valeria a pena investigar se tem alguma alergia alimentar tardia.
Tenham todos um ótimo fim de semana!!
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29 de fev. de 2012

Helicobacter pylori: novos recursos

http://www.drbayma.com/helicobacter-pylori-conheca-mais-sobre-essa-bacteria/
* Dr. Bayma*


INTESTINO
CÂNDIDA E OUTROS PROBLEMAS
DEPRESSÃO E DOENÇAS AUTOIMUNES

 https://www.youtube.com/watch?v=yp5-LQWCOlU



SÍNDROMES E O INTESTINO
https://www.youtube.com/playlist?list=PLAF99DAA939974298

27 de dez. de 2011

Barriga Grande , digestão difícil ...Arzt

http://www.arzt.com.br/informacoes/barriga-grande-e-fartura
Barriga Grande e Fartura
A tradição alimentar da cultura portuguesa estimula o "comer bastante para ficar forte", de modo que o abdomen mais volumoso passou a ser sinal de sujeito bem nutrido. No Brasil, o significado foi mais além, e acabou dando status de prosperidade.

Este sinal clínico (abdome globoso) é completamente desprezado pela medicina, que não o valoriza. Aliás a medicina dá muito pouca atenção ao exame das vísceras ôcas abdominais. Quando o abdomen é examinado, o médico está orientado basicamente para a avaliação das vísceras maciças, ou para surpreender alguma tumoração.

Geralmente, está implícito que o abdomen fica protuso por flacidez da musculatura abdominal, devido a falta de exercício físico e ou obesidade.

No início do século, Dr. Mayr, um médico naturalista austríaco, já havia chamado a atenção sobre a importância de se valorizar o crescimento abdominal como indicativo de significativas alterações digestivas. A partir dessa abordagem se criou o método conhecido hoje como método Mayr (pronuncia Mer).

De uma maneira geral, não temos a noção do esforço que organismo realiza para promover a digestão dos alimentos a cada refeição. Há um forte direcionamento do fluxo sanguíneo para o abdomen. Fígado e pâncreas produzem quantidades significativas de sucos digestivos, etc.

Não é por acaso, que muitas mortes em pacientes cardíacos ocorrem depois da refeição. Poderíamos dizer que o processo da digestão de uma refeição como o almoço, corresponde a um esforço semelhante a quatro quilômetros de caminhada.

A sobrecarga do sistema digestivo por hábitos e dieta inadequados, leva a uma falência progressiva do sistema, evidenciado pelo acúmulo alimentar ao nivel do intestino. Ou seja, o organismo perde a capacidade de fazer a digestão enzimática (pâncreas) e deixa que o alimento passe para o intestino, para ai sofrer a digestão fermentativa bacteriana.

A digestão enzimática é rapida e produz poucas escórias, a digestão fermentativa bacteriana é lenta e produz grande quantidade de gases e produtos tóxicos (disbiose).

Normalmente, o intestino funciona quando o bolo alimentar passa por ele. Em seguida ele se esvazia e entra em repouso. Ou seja, não fica com nenhum conteúdo em seu interior. Por essa razão os cerca de doze metros de intestino cabem dentro da cavidade abdominal.

Quando o intestino passa a ser local de digestão fermentativa, há um acúmulo de alimentos, líquidos e gases em toda as sua extensão, promovendo, assim, um grande aumento do volume intestinal a pressionar a parede abdominal.

Num primeiro momento, temos a chamada retenção de gases, onde o abdomen fica globoso, distendido também no andar superior, como uma bola insuflada. Com a evolução do desequilíbrio, as alças intestinais ficam mais pesadas e pressionam o abdomen inferior (abdomen em avental). Temos aí, o quadro de retenção de gases e fezes.

É comum ouvir um grande comilão, com um abdomen volumoso, dizer que tem ótima digestão, pois come qualquer coisa e nunca passa mal. Ora, ele não passa mal porque já perdeu todos os reflexos que levam uma pessoa a se sentir mal quando come em excesso, como os reflexos gástricos de saciedade, etc.. Neste caso, o alimento passa direto pelo estômago e duodeno e vai sofrer digestão fermentativa no lamaçal que se tornou o intestino.

Aqui, os sinais de má digestão não são a náusea, plenitude, vômitos, e sim a volumosa produção de gases, auto-intoxicação, disbiose e abdomen volumoso. Apesar do intestino poder funcionar diariamente (evacuação), ele o faz por transbordamento, mantendo período superior a 48 horas de trânsito.

O teste do espinafre ou qualquer outra verdura verde escura pode ser usado para avaliar a retenção. Procede-se da seguinte forma: dois dias antes não ingirir nenhuma verdura; no dia do teste ingerir uma boa porção de espinafre no almoço e notar o tempo que levará para ele aparecer nas fezes (as fezes ficam verdes). Normalmente, este trânsito deve se fazer em 18 horas, de modo que na evacuação do dia seguinte já deverá estar sendo eliminado.

Os transtornos não ficam apenas ao nivel do abdomen. A pressão abdominal restringe os movimentos do diafragma, e o indivíduo passa a usar mais a musculatura torácica em substituição, o que leva a grandes ampliações da caixa torácica com o aumento do espaço morto pulmonar. Por outro lado, o peso abdominal leva à compensação pela lordose da coluna lombar, e maior disfunção da musculatura abdominal e do quadril.

Muitas vezes, o aumento abdominal dá uma falsa impressão de obesidade. Na verdade essas pessoas não são tão obesas quanto parecem, são sim portadoras de acentuado gráu de má digestão e acúmulo de gases e fezes.
No Brasil, a questão do abdome volumoso é tão corriqueiro entre os homens que passou a ser um coisa quase normal. Temos uma verdadeira epidemia deste desequilíbrio digestivo.
A medicina oficial, que dá pouco destaque às questões acima levantadas, chegou por vias transversas às consequências deste desequilíbrio, quando relacionou o aumento do perímetro abdominal com aumento do risco cardíaco. Na sua guerra santa ao colesterol, a medicina oficial logo imputou a culpa à gordura abdominal.
A questão não é tão simples assim, a má digestão dos barrigudos afeta toda a economia do organismo, sobrecarregando e intoxicando todo o organismo. Se os médicos da medicina oficial abrirem os olhos para além do órgão coração, poderão notar que os estragos não ficam restritos ao coração.

O que se deve fazer?

Primeiro ter a consciência da importância do processo digestivo, enquanto um processo dinâmico de trabalho e repouso. Mantendo refeições regulares (o ideal são três refeições) e intervalos também regulares.
As culturas orientais, pricipalmente a Japonesa, valorizam muito o ato de se alimentar, mantendo postura de tranquilidade, relaxamento e concentração. A nossa cultura tende a transformar a mesa em ponto de encontro e conversa com alto grau de excitação. O pâncreas, o órgão central do processo digestivo, é muito sensível à dinâmica emocional, e frequentemente é afetado por este estilo de alimentação.
Sem falar na qualidade dos alimentos ingeridos, para se fazer uma boa digestão é importante o relaxamento, a mastigação eficaz (em torno de 25 mastigações por cada porção), usar a própria saliva para fazer e deglutir o bolo, dispensando o uso de água e refrigerantes.
O ato da alimentação está tão alterado na nossa cultura, que uma das consequências tem sido a atrofia das glândulas salivares. Grande parte das pessoas, por desuso, não conseguem mais produzir saliva suficiente para deglutir o alimento, tendo que empurrá-lo usando líquidos. Muitas pessoas sequer mastigam, vão logo empurrando o alimento com líquidos, chegando a ingerir quase um litro de liquido às refeições. Não é preciso ter conhecimento técnico para deduzir sobre as consequências deste processo.
Este quadro se agrava quando o líquido ingerido é um dos nossos refrigerantes extremamente abundantes em açúcar (uma lata de coca-cola possui pelo menos seis colheres de sopa cheias de açúcar). Isto significa mais trabalho digestivo.
Devemos comer sempre atentos ao nosso reflexo de saciedade. Ou seja, estarmos atentos quando atigimos o nosso limite. A cultura de comer tudo o que se põe no prato não costuma respeitar este princípio, de modo que é melhor colocarmos menos e depois repetir se for o caso, do que calcular visualmente o quanto vamos comer.
Infelizmente, muitas pessoas já perderam o reflexo da saciedade e passam a comer com os olhos.
A coisa não para por aqui. Existe muito mais o que falar. Mas o objetivo maior desta informação é chamar a atenção sobre um fato completamente banalizado pela nossa cultura, porém com grande impacto na saúde das pessoas.

29 de out. de 2011

Sindrome Intestino Irritável - UNIFESP





Diagnóstico e tratamento da síndrome do intestino irritável
Adérson OMC Damião e Joaquim PP de Moraes-Filho

   

Adérson OMC Damião
Adérson OMC Damião
Assistente-doutor do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
CorrespondênciaJoaquim Prado P. Moraes-Filho
Rua João Moura, 627 conj. 174
05412-001 São Paulo, SP
E-mail:
joaquim.prado@uol.com.br
Cerca de 50% dos pacientes que procuram atendimento gastroenterológico sofrem de problemas funcionais, ou seja, não apresentam lesão orgânica no aparelho digestivo demonstrável pelos métodos propedêuticos atuais. Entre as doenças funcionais, a síndrome do intestino irritável (SII) é a mais freqüente.1,2
Trata-se de uma alteração da motilidade do tubo digestivo caracterizada clinicamente por anormalidades do hábito intestinal (constipação e/ou diarréia) e dor abdominal, na ausência de patologia orgânica demonstrável.1
Embora a terminologia (SII) sugira alterações limitadas aos intestinos, todo o trato digestivo pode ser afetado do ponto de vista motor.
Recentemente, numa reunião internacional em Roma, estabeleceu-se um consenso para o diagnóstico da SII, conhecido como Critérios de Roma II.1 São eles:
1. presença em pelo menos 12 semanas (não necessariamente consecutivas), durante os últimos 12 meses, de desconforto ou dor abdominal com duas de três características:
          a. alívio com a defecação;
    b. início associado à alteração na freqüência das evacuações (mais de três vezes/dia ou menos de três vezes/semana);
    c. início associado à alteração na forma (aparência) das fezes (fezes endurecidas, fragmentadas, em “cíbalos” ou “caprinas” e fezes pastosas e/ou líquidas).
2. vários sinais e sintomas foram apontados como elementos de reforço ao diagnóstico da SII:
    a. esforço excessivo durante a defecação;
    b. urgência para defecar;
    c. sensação de evacuação incompleta;
    d. eliminação de muco durante a evacuação;
    e. sensação de plenitude ou distensão abdominal.
Os pacientes com SII com predomínio de diarréia apresentam mais de três evacuações/dia, fezes líquidas e/ou pastosas e necessidade urgente de defecar. Já os com SII com predomínio de obstipação (ou constipação) evacuam menos de três vezes/semana, as fezes são duras e fragmentadas (fezes em “cíbalos” ou “caprinas”), e realizam esforço excessivo para evacuar (evacuações laboriosas).1
Fisiopatologia
Baseia-se nos estudos de motilidade e atividade mioelétrica do trato gastrointestinal. Por ser de fácil acesso, o cólon tem sido o mais estudado. Na eletromanometria basal, os pacientes com SII e dor abdominal predominantemente apresentam hiperatividade colônica, enquanto os com diarréia, hipoatividade.2-6
A hipermotilidade pode ser observada na radiografia contrastada dos cólons (principalmente descendente e sigmóide) em que aparecem várias contrações segmentares. Além disso, a hipermotilidade colônica em pacientes com SII pode ser desencadeada por situações conflitantes, de tensão e ansiedade, após alimentação (geralmente 30 minutos a 50 minutos após início da refeição), distensão retossigmoideana e infusão de colecistocinina. Tais achados justificam os freqüentes sintomas pós-prandiais (p. ex.: dor, diarréia) observados em pacientes com SII (reflexo gastrocólico exacerbado).2-6
Admite-se atualmente que pacientes com SII apresentam, de forma congênita ou adquirida, uma susceptibilidade maior para desenvolver alterações motoras frente a vários estímulos fisiológicos e/ou emocionais (hiperalgesia visceral).2-6
Mais recentemente, a tomografia computadorizada cerebral com emissão de pósitrons (PET)7 mostra as disfunções do sistema nervoso central descritas na SII. Em indivíduos normais, a distensão retal aumentou o fluxo sangüíneo no córtex cingulato anterior, enquanto nos com SII houve aumento do fluxo sangüíneo somente na região pré-frontal cortical. Além dos mecanismos acima relacionados, outros são descritos, como história prévia de infecção do trato gastrointestinal, associação com deficiência de lactase, distúrbios autonômicos (disfunção adrenérgica ou colinérgica) e hormonais, além de anormalidades na flora bacteriana intestinal. Na Tabela 1 estão resumidos os principais itens relacionados à fisiopatologia da SII.

Tabela 1 – Fisiopatologia da síndrome do intestino irritável


  1. Anormalidades motoras do trato gastrointestinal na síndrome do intestino irritável

    1. Atividade motora colônica anormal (com e sem estímulo)
    2. Atividade motora do intestino delgado anormal (com e sem estímulo)
    3. Atividade motora alterada em outros sítios (ex., esôfago, estômago, vesícula biliar, esfíncter de Oddi, bexiga e vias aéreas)
  1. Anormalidade na sensibilidade visceral
    1. Sensibilidade aumentada em condições basais
    2. Sensibilidade aumentada sob estímulo
  1. Fatores relacionados ao sistema nervoso central (SNC)
    1. Disfunção do SNC
    2. Aspectos psicológicos
    3. Papel do estresse
  1. Papel das infecções intestinais
  1. Papel da intolerância alimentar (ex., intolerância à lactose)
  1. Atividade neuro-humoral alterada
  1. Características fecais (ex., excesso de sais biliares, de butirato, alterações da flora intestinal)

Quadro clínico
Aspectos psicológicos
Dos pacientes com SII, 85% dizem que os sintomas coincidiram ou foram precedidos por problemas psicológicos como conflitos emocionais, grandes tensões, morte de parente etc.
Também é comum que problemas emocionais exacerbem os sintomas. Os pacientes demonstram, amiúde, sinais de ansiedade e depressão; são “poliqueixosos” e hipocondríacos; muitos já passaram por vários especialistas, pois seus sintomas não melhoram ou, principalmente, por acharem que são portadores de câncer.
Alteração no hábito intestinal
Constipação alternada com períodos de diarréia é a alteração mais comum nos pacientes com SII, com predomínio de uma ou de outra de acordo com cada paciente. O quadro inicia-se geralmente na adolescência ou juventude e adquire um caráter mais ou menos estável para cada paciente.
A obstipação pode durar dias ou semanas e obrigar o paciente a fazer uso de laxantes em quantidades cada vez maiores, o que a agrava ainda mais. As fezes são endurecidas e eliminadas com grande dificuldade (fezes em “cíbalos” ou “caprinas”), com dor anal, e aparecem fissuras e hemorróidas que podem gerar sangramento. Às vezes, o calibre das fezes está diminuído (fezes em “fita”) em virtude do espasmo colônico e retal. Dor abdominal acompanha a gravidade da obstipação e tende a aliviar com eliminação de fezes, porém é freqüente a queixa de uma sensação de evacuação incompleta, o que obriga o paciente a tentar evacuar repetidas vezes.
A diarréia caracteriza-se por ser acompanhada, em geral, de tenesmo e dor abdominal e ocorrer após alimentação; dificilmente são mais de três a cinco evacuações por dia. As fezes são de consistência variável (pastosas e/ou líquidas), e as evacuações não costumam ocorrer à noite, durante o sono, ao contrário das diarréias de causa orgânica. Não há sangue nas fezes (com exceção dos casos de fissura ou hemorróida), mas pode haver muco.
Dor abdominal
Tem localização, característica e intensidade variáveis. O mais comum é localizar-se no abdômen inferior, principalmente na fossa ilíaca esquerda. Pode ser em cólica ou constante, com ou sem irradiação para as costas e o tórax, e é freqüentemente desencadeada pela distensão artificial do cólon. Caracteristicamente, a dor piora após as refeições, alivia com eliminação de gases e fezes e, dificilmente, faz com que o paciente acorde à noite.
Sintomas dispépticos
A maioria dos pacientes com SII comenta sobre distensão abdominal, eructações e flatulência freqüentes e abundantes. São sintomas inespecíficos e são atribuídos ao excesso de gás intestinal. Entretanto, estudos quantitativos do volume gasoso intestinal em pacientes com SII revelam que a maior parte deles tem volumes normais de gás. Porém, mínimas distensões intestinais provocadas geram sintomas dispépticos nesses pacientes, sugerindo uma diminuição (congênita ou adquirida) do limiar de tolerância à distensão.
Outros sintomas
Queimação epigástrica e/ou retroesternal, náuseas, vômitos são relatados por até 50% dos pacientes. Diminuição da pressão do esfíncter esofágico inferior e refluxo biliar para o estômago foram descritos em pacientes com SII e podem justificar tais sintomas.
Não é raro encontrar pacientes com história de cirurgias prévias (p. ex., apendicectomia, colescistectomia, histerectomia etc.). Muitos deles são diagnosticados equivocadamente, e os sintomas da SII persistem após a cirurgia.
Dismenorréia, dispareunia, polaciúra e enxaqueca são comuns entre os pacientes com SII e parecem estar relacionados aos transtornos autonômicos, envolvendo os sistemas genital, urinário e vascular.
Diagnóstico
A grande preocupação do médico diante de um paciente com suspeita de SII deve ser afastar a patologia orgânica. Naturalmente, a necessidade ou a quantidade de exames complementares a ser solicitados dependerá da experiência do médico e de fatores ligados ao paciente (p. ex., intensidade e característica dos sintomas, idade, comprometimento do estado geral etc.). Na Tabela 2 se assinalam os principais dados clínicos que favorecem o diagnóstico de alterações funcionais e orgânicas.

Tabela 2 – Aspectos clínicos favorecendo


  1. Doença funcional

    1. Início dos sintomas na adolescência ou juventude
    2. Dor abdominal que piora com as refeições, alivia com evacuações e não acorda o paciente
    3. Distensão abdominal
    4. Fezes em cíbalos
    5. Padrão estável de sintomatologia em cada paciente
    6. Sintomas relacionados a problemas emocionais
    7. Estado geral e peso mantidos
  1. Doença orgânica
    1. Início dos sintomas após a 4ª década de vida
    2. Sintomas com curso progressivo e aparecimento de novos sintomas com o passar do tempo
    3. Quadro doloroso acorda o paciente
    4. Sangramento vivo retal, excluindo-se patologia orificial (ex., hemorróidas)
    5. Esteatorréia e outras evidências de má absorção, como emagrecimento, desnutrição etc.

O diagnóstico diferencial deve ser realizado com uma grande variedade de doenças orgânicas. As principais estão relacionadas na Tabela 3. Vale lembrar que pacientes com SII, em geral, não têm comprometimento do estado geral, anemia, leucocitose, e as provas de atividade inflamatórias (VHS, Alfa-1-glicoproteina ácida, proteína-C-reativa etc.) são normais.

Tabela 3 – Diagnóstico diferencial da síndrome do intestino irritável

DiagnósticoSintomas predominantesExames complementares sugeridos
1. Apendicite, colecistite e litíase renal
Dor abdominal e/ou lombarHemograma, RX simples de abdômen, exame de urina. ultra-som abdominal
2. Diverticulite
Dor abdominalHemograma, ultra-som ou tomografia abdominal,enema opaco, colonoscopia
3. Deficiência de lactaseDiarréia, distensão abdominal- Teste da dieta sem leite e derivados
- Teste respiratório ou de tolerância à lactose
4. Doença celíacaEsteatorréia, distensão abdominalAntiendomísio, biópsia duodenal
5. Retocolite ulcerativaDiarréia com muco e sangue, dorProvas de atividade inflamatória alteradas, inespecífica abdominal retossigmoidoscopia, colonoscopia (biópsias), enema opaco
6. Doença de CrohnDiarréia ou esteatorréia, dorIdem ao anterior + trânsito intestinal abdominal, distensão
7. Estrongiloidíase, giardíaseDiarréia, distensão e dor abdominalParasitológico de fezes, tubagem duodenal
8. Amebíase Diarréia com muco e sangue, dorParasitológico de fezes, retossigmoidoscopia abdominal

Tratamento8-10
Apoio psicológico
Pacientes com SII são geralmente ansiosos, tensos, deprimidos e às vezes repletos de “fobias”. Um bom relacionamento médico-paciente é fundamental para o êxito do tratamento. É importante que o diagnóstico seja explicado, tanto o caráter funcional e recorrente da doença quanto sua não evolução para o câncer. O ponto central da abordagem psicológica é fazer com que o paciente reconheça a sua disfunção, os fatores que a desencadeiam, e aprenda a lidar com eles. Raramente o psiquiatra precisa ser consultado, mas o encaminhamento a ele não deve ser retardado nos casos indicados.
Sedativos e tranqüilizantes devem ser evitados devido ao risco de dependência. Ao contrário, os agentes antidepressivos tricíclicos (p. ex., amitriptilina, 25 mg, v.o., 6h/6h ou 25 mg a 75 mg ao dormir) podem ser empregados e suspensos assim que o quadro clínico permitir. Os antidepressivos mais recentes que agem inibindo a recaptação de serotonina (p. ex., fluoxetina, sertralina, paroxetina) podem também ser utilizados e são particularmente úteis no controle da dor abdominal. Psicoterapia e técnicas de relaxamento podem ser úteis.2 O mesmo ocorre com a hipnose, particularmente nos pacientes com menos de 50 anos.2
Orientação alimentar
Dieta rica em fibras (p. ex., farelo de trigo, folhas verdes etc.) está indicada nos casos de SII, principalmente naqueles com obstipação. Agentes que aumentam o bolo fecal (plantago, pectina, psyllium) podem ser utilizados comocomplementos da dieta com fibras; sua dose deve ser tomada durante as refeições e adaptada a cada paciente.
Freqüentemente os pacientes passam a ter intolerância a certos alimentos e bebidas, sobretudo legumes, repolho, rabanete, café, refrigerantes e leite. No último caso, a suspeita de deficiência de lactase deve ser levantada. Nesses casos, a dieta precisa ser individualizada, e os alimentos referidos, evitados.
Antidiarréicos
São indicados para pacientes com predomínio de diarréia. Loperamida ou difenoxilato, um comprimido, via oral (v.o.) a cada 6h ou 8h, são os mais indicados.
Antiespasmódicos
Nesse grupo, incluem-se os anticolinérgicos (p. ex., diciclomina, hioscina, camilofina, beladona), os bloqueadores dos canais de cálcio (p. ex., brometo de pinavério, brometo de octilonium), os relaxantes da musculatura intestinal sem ação colinérgica (p. ex., mebeverina) e outros (p. ex., trimebutina) que são úteis nos casos de reflexos gastrocólico exagerados.8-10
Além dessas drogas, várias outras, ainda em estudo, estão sendo testadas com finalidade espasmolítica ou para reduzir a percepção visceral:2 antagonistas seletivos dos receptores muscarínicos M3 (p. ex., zamifenacina, darifenacina), antagonistas do receptor NK2 (p. ex., neuroquinina 2) (ex., MEN10627, SR48968) e drogas que reduzem a percepção visceral (p. ex., fedotozina, octreotide, acetato de leuprolide, loxiglumide).
Pró-cinéticos
Cisaprida (agonista do receptor 5-hidroxitriptamina 4=5-HT4 e antagonista do receptor 5-HT3) ou domperidona (antagonista da dopamina) podem ser empregadas. A cisaprida é mais eficaz, porém, pelo risco de arritmia cardíaca, não deve ser utilizada em pacientes cardiopatas e/ou com eletrocardiograma anormal. É aconselhável, portanto, mesmo em indivíduos sem queixas cardiológicas, que um eletrocardiograma seja solicitado e, se nada anormal for detectado, oferecer a droga. Outros agonistas do receptor 5-HT4 vêm sendo estudados (p. ex., prucaloprida, tegaserode) com resultados iniciais favoráveis em pacientes com predomínio de constipação.2
Na Figura, sugere-se um esquema prático para abordagem do paciente com síndrome do intestino irritável, dependendo do sintoma predominante (obstipação, diarréia ou dor abdominal).
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Figura – Abordagem terapêutica na síndrome do intestino irritável
Referências

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  2. De Schryver AMP, Samsom M. New developments in the treatment of irritable bowel syndrome. Scand J Gastroenterol 2000;35(Suppl 232):38-42.
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  6. Milla pj. Irritable bowel syndrome in childhood. Gastroenterology 2001;120:287-90.
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  8. Jones J, Boorman J, Cann P, Forbes A, Gomborone J, Heaton k, et al. British Society of Gastroenterology guidelines for management of the irritable bowel syndrome. Gut 2000;47(Suppl II):1-19.
  9. Camilleri m. Novel medications for the irritable bowel syndrome. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2001;32:S35-7.
  10. Akehurst R, Kaltenthaler e. Treatment of irritable bowel syndrome: a review of randomised controlled trials. Gut 2001;48:272-82.







http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu2_06.htm

 https://www.youtube.com/watch?v=LfUfQwUvWqg&list=PLAF99DAA939974298&index=165