10 de jan. de 2011

PHATAE » Música e o cérebro

http://psicoterapiaholistica.org/editorial/?m=20110103
Como a música atua no cérebro

Da próxima vez que você for assistir a um filme de horror, melhor não fechar os olhos. Pesquisas na área sugerem que o cérebro associa a música macabra ao sentimento de medo com muito mais intensidade com os olhos fechados do que com eles abertos. Talma Hendler, da Universidade de Tel Aviv, Israel, diz que as pessoas costumam fechar os olhos quando ouvem música para se sentirem mais imersas e isso poderia alterar as ondas cerebrais, de acordo com alguns estudos.

Para entender melhor o efeito, os pesquisadores liderados por Talma pediram a voluntários para assistirem a cenas de clipes de música que lembravam o estilo do diretor de cinema Alfred Hitchcock, além de outras cenas com melodias comparativamente mais neutras.

Ao ouvir as mesmas músicas com os olhos fechados, os pesquisadores notaram que os voluntários se sentiam mais sensíveis à música “apavorante” dos clipes. Os registros mostraram que as atividades cerebrais, com os voluntários fechando os olhos, migravam para a amídala cerebral (estrutura cerebral envolvida nas reações de luta e fuga ou mesmo de sobrevivência do organismo e não guardando qualquer semelhança com a “amídala” que temos na garganta) e esta automaticamente ativava centros ligados à vigilância e regulação das emoções. Ao que parece, diz a pesquisadora, ao fechar os olhos o cérebro parece caminhar para uma alteração do estado mental, o que resultaria numa amplificação de certas informações.

Um dado observado é que a amídala parece ser mais sensível a emoções negativas do que a positivas. Talma e sua equipe, que publicaram o estudo em julho passado no periódico PloS ONE, esperam que os resultados utilizando músicas mais agradáveis também levem a resultados similares. No futuro, com um melhor entendimento dessas relações sobre como a música afeta o cérebro, será possível criar terapias mais efetivas para distúrbios do humor e outros transtornos mentais.


Canto Gregoriano diminui a ansiedade

melodia monofônica do canto gregoriano, também conhecido como cantochão, diminui o nível de ansiedade de mães que têm seus filhos hospitalizados. É o que mostra estudo realizado na Universidade de São Paulo pela enfermeira Ana Paula Almeida, em tese de mestrado.

A enfermeira comprovou que o ritmo do canto gregoriano pode ser utilizado como prática alternativa em ambientes clínicos, auxiliando no enfrentamento da dor, do medo, da angústia e da insegurança vivenciados pelas mães de crianças que estão em tratamento no hospital.

Segundo a pesquisadora, o cuidado que o hospital precisa ter com o estado emocional da mãe deve ser equivalente ao cuidado prestado à criança. “Quando a mãe está nervosa, ansiosa e impaciente, ela transmite esses sentimentos para o filho, o que pode prejudicar a recuperação da criança”, explica a enfermeira.

Questionários

A pesquisa comparou o nível de ansiedade de 28 mulheres, cujos filhos estavam internados em uma unidade de especialidades pediátricas, antes e depois de ouvirem sete músicas do estilo escolhido para o estudo.

O estudo constatou, estatisticamente, que houve redução do nível de ansiedade das mães após a audição do cantochão. Segundo a enfermeira, isso acontece por causa do perfil musical deste canto, e não por causa do conteúdo. O ritmo do estilo musical é marcado pela tranquilidade, mansidão e calma, que já eram características atribuídas a esse gênero desde a Idade Média.

Para medir o nível de ansiedade, Ana Paula utilizou o Inventário de Diagnóstico de Ansiedade Traço Estado (Idate), que consiste em um conjunto de questionários autoaplicáveis, que mostraram o nível de ansiedade da mãe que enfrenta a dor da hospitalização de um filho.

As mães que participaram do estudo ouviram as músicas por meio de fones de ouvido, e estavam junto ao filho em quarto individualizado durante a hospitalização. Foram orientadas a escutar os cantos da maneira mais confortável possível. Este procedimento foi realizado duas vezes com cada mãe, e as músicas foram ouvidas na mesma sequência por todas elas.

*Com informações da Agência USP de Notícias