Resumo: Estudos sobre a
 bioenergia, a energia humana, têm sido realizados desde tempos 
imemoriáveis, alguns datados há mais de 5 000 anos.
Mencionada na Psicologia através dos 
primeiros estudos de Freud, posteriormente, seguido de perto por 
estudiosos como Reich, Lowen, dentre outros não menos importantes.
Carl Jung recomendou aos estudantes de medicina, psiquiatria e psicologia que estudassem o tema energia.
Intuito que sempre depara com a física 
clássica, a ciência tradicional, sua visão linear e objetiva para 
estender-se à física quântica de tempos mais modernos e então ampliar 
holisticamente a visão aos territórios de possibilidade da medicina 
energética, medicina vibracional.
Longe de o conhecimento sobre as 
energias humanas estagnar caminha-se para à Conscienciologia, uma 
ciência voltada ao estudo da consciência e a utilização da Técnica de 
EV, o Estado Vibracional.
Esse último como possível forma de 
adquirir e manter o estado de equilíbrio energético do indivíduo e, 
consequentemente, a saúde e bem-estar.
A intrínseca desse conjunto de 
informações sobre bioenergia, energia humana, tornou-se alvo e motivação
 da busca de conhecimento do assunto em que a autora se empreendeu e que
 resultou na confecção do artigo.
O presente trabalho utilizou da pesquisa bibliográfica a título de aprendizagem e sem a pretensão de esgotar o assunto.
1. Introdução
O fato que motivou a confecção desse 
 artigo foi a vontade de estudar e conhecer um pouco mais sobre o tema 
bioenergia, a energia humana, assunto presente na história da humanidade
 há mais de 5 000 anos, entretanto, desconhecido de muitos.
Utilizou-se da revisão de bibliográfica 
com realização da leitura de livros, pesquisa em artigos científicos, 
busca em site da Internet e meios apropriados ao desenvolvimento do 
trabalho.
A bioenergia, a energia humana, 
diferentemente rotulada através dos séculos, Cristo chamou-a de “luz”; 
os russos, em suas pesquisas psíquicas, denominaram de energia 
“bioplâsmica”; Wilhelm Reich, de” energia orgone”; os iogues da Índia 
Oriental, de “pran” ou “prana”; manuscritos alquimistas falam de “fluido
 vital”; Bruner chamou-a de energia “biocósmica”; Hipócrates, de (vis medicatrix naturae) “força vital da natureza”, dentre muitas outras denominações.
É relatada por diversos autores mais 
atuais como energia cósmica, força vital ou simplesmente “a energia” e, 
recentemente de energia consciencial pela Conscienciologia, uma ciência 
que estuda a consciência.
Na justificativa desse empenho 
encontra-se o inegável fato de que estamos imersos num oceano de energia
 sendo o próprio homem constituído de energia.
Conforme o apurado nos estudos 
conclui-se que a estrutura fisiológica dos seres vivos, incluindo os 
seres humanos, interage o tempo inteiro com esse oceano bioenergético 
absorvendo, processando e exteriorizando energias.
Dentre vários processos pode formar 
campos energéticos, impregnar ambientes com suas bioenergias pessoais, 
efetuar trocas de energias com outras pessoas.
Muitos permanecem desconhecendo esta realidade bioenergética, sendo por ela afetados, tanto para obter como para perder a saúde.
Este trabalho, portanto, justifica-se 
por estarem as questões das bioenergias, as energias humanas, 
relacionadas as possibilidades múltiplas de o homem atingir um estado de
 saúde nos aspectos biopsicossociais, grande objetivo da sociedade 
contemporânea.
Acrescenta-se ainda o fato de a 
Psicologia ser a ciência que estuda o comportamento humano, de forma que
 um estudante desse curso cabe empreender-se constantemente em pesquisas
 e estudos que levem tanto ao autoconhecimento quanto ao conhecimento 
interdisciplinar e multidimensional da natureza humana.
Outro ponto é por estarem as questões 
das bioenergias, as energias humanas, relacionadas as possibilidades 
múltiplas de o homem atingir um estado de saúde nos aspectos 
biopsicossociais, grande objetivo da sociedade contemporânea.
A abertura de uma janela, uma porta, uma
 fresta em direção a novos paradigmas holísticos e menos entrincheirados
 em visões estreitas foi particularmente o aporte a que se chegou com o 
artigo.
Norteou o mesmo a seguinte problemática:
 Muitos cientistas renderam-se as evidencias propostas pela física, 
inclusive a quântica, de que os seres humanos são construídos na sua 
materialidade por energia vibrando numa determinada frequência, 
portanto, um entrave, um bloqueio desse estado vibracional poderia 
produzir diversos desequilíbrios em sua manifestação material, orgânica,
 biológica.
O que afeta o corpo afeta a mente e vice versa, o psiquismo por meio dos sentimentos, pensamentos e emoções afeta o corpo.
Dentro do novo paradigma proposto pela 
física referente às energias humanas, a Psicologia tem utilizado esse 
aspecto no tratamento dos clientes?
2. Conceituando Bioenergia, Energia Humana
Tem coisas que se parece saber o que é, 
mas necessitando falar sobre para os outros percebe-se que não se sabe 
de fato, ou pelo menos não se internalizou ainda o conceito dessa coisa 
que se quer descrever. Em relação à bioenergia, energia humana, não é 
diferente, nesse sentido, expor o conceito pode ser o melhor a ser 
feito.
Rego (1989: 2) relata que o conceito de bioenergia teve origem na teoria psicanalítica.
Freud, em seus primeiros escritos aborda
 o fato de que algo se distinguia nas funções mentais, uma carga de 
afeto ou soma de excitação englobando todas as características de uma 
quantidade (ainda que não tivesse como medi-la), passível de aumento, 
diminuição, deslocamento e descarga.
Algo que se espalha sobre os traços mnêmicos das representações como uma carga elétrica dispersa pela superfície de um corpo.
Posteriormente, ao escrever “A Interpretação dos Sonhos”, ele refere-se a uma catexia hipotética de energia psíquica.
Freud seria seguido de perto por vários 
outros autores na abordagem da questão da bioenergia, muitos depois dele
 passam a estudar a energia e também colaboram com suas descobertas 
sobre o assunto.
O tema energia deve ser do interesse dos
 estudantes da medicina, psiquiatria e psicologia como sugere Carl Jung,
 não sendo estranho, portanto, que vários autores investiguem os 
diversos conceitos sobre bioenergia, desde aqueles trazidos pelas 
religiões, milenares como hinduísmo (hatha yoga), taoísmo (tai chi 
chuan) e budismo (kum-nye) aos das psicoterapias alternativas promovidas
 por Reich (Orgônio), Lowen (bioenergética), o vitalismo da ciência, 
dentre outros. Rego, depois de analisá-los conclui que:
“O conceito de bioenergia não é 
específico das psicoterapias reichianas (principal foco de seus 
estudos), mas tem conexões com muitas outras técnicas curativas atuais, e
 também com as medicinas tradicionais de vários povos e épocas. Neste 
sentido, acredito que a elucidação do enigma das bioenergias passa pelo 
intercâmbio e pelo diálogo entre as psicoterapias reichianas e as demais
 abordagens “energéticas” do ser humano e da vida.
O fundamental nessa questão é que somos “curadores”. E como tal, temos 
não só o direito, mas principalmente o dever de buscar conhecer tudo que
 possa nos auxiliar nessa difícil tarefa. Encontramos coisas válidas na 
ciência, na arte, na religião, na filosofia, na política, no esporte e 
isso sem esgotar as possibilidades da experiência humana.” (REGO, 1989, 
p. 15)
A bioenergia, energia cósmica, força 
vital, éter do espaço, dentre outras denominações, refere-se ao que 
simplificando podemos chamar de “a energia”.
Antes porém de assim concluir, Gordon (1978) chama-a de força vital, um campo de energia circulando e penetrando o corpo.
A corrente que anima a vida e é 
direcionada naturalmente pela inteligência do corpo, uma realidade 
fisiológica no corpo. Diferentemente rotulada através dos séculos, 
Cristo chamou-a de “luz”; os russos, em suas pesquisas psíquicas, 
denominaram de energia “bioplâsmica”; Wilhelm Reich, de” energia 
orgone”; os iogues da Índia Oriental, de “pran” ou “prana”; manuscritos 
alquimistas falam de “fluido vital”; Bruner chamou-a de energia 
“biocósmica”; Hipócrates, de (vis medicatrix naturae) “força vital da natureza”, dentre muitas outras denominações.
Gordon, preferiu utilizar apenas o termo
 “energia”. E dizer que ela flui através do corpo como por meio de um 
sistema circulatório invisível, carregando toda célula no seu percurso. E
 que tal corrente de energia pode tornar-se enfraquecida e parcialmente 
bloqueada devido ao cansaço.
Situa que energia é energia.
Não existe energia má, e sim, bem ou mal dirigida.
A polaridade é a responsável por 
direcionar a força vital ao longo do trajeto natural para diluir os 
“nós” de energia produzidos pelos excessos físicos e emocionais. a 
polaridade constitui um relaxamento curador em todos os níveis.
A ciência da Acupuntura, por exemplo, 
trabalha com a localização desses pontos e a estimulação deles através 
de agulhas de forma a restaurar a corrente de energia.
O Dr. Randolph Stone (1890), citado por 
Gordon (1978:26), integrou o conhecimento adquirido sobre polaridade em 
uma Terapia de Polaridade e trabalhou nessa direção por 60 anos.
O equilíbrio de energia com polaridade recarrega de força vital uma pessoa.
Isso equilibra os campos de aura sutis 
eletromagnéticos à volta do corpo resultando em relaxamento e 
equilíbrio, a pessoa sente-se melhor.
“A força vital irá somente onde ela é necessária para causar transformações necessárias.”
Um ponto destacado é o de que a força vital não faz diferenciação entre dor física e dor emocional.
Ambas são simplesmente expressões de energia bloqueada.
Nesse sentido, considera-se oportuna uma
 fala do autor de que “não é preciso que você acredite que este sistema 
vá funcionar, a fim de experimentá-lo profundamente. Você não precisa 
acreditar no oceano para ficar molhado, no entanto, você precisa pular 
nele.”
Estudar o assunto, buscar o conhecimento
 antes de simplesmente refutar, convém a todos nós, de forma que abordar
 o tema energia humana cumpre aqui o papel desse “pulo no oceano” 
proposto por Gordon.
Dele o convite à reflexão e abertura de mente:
“Um filme exposto, revelado e fixado não 
mais será sensível à luz. Então, deixe de lado conceitos expostos, 
revelados e fixos, e receba esta dádiva. No momento, esvazie sua taça a 
fim de que ela possa ser preenchida.” (GORDON, 1978:18)
3. A Energia Através da História
A história da humanidade evidencia 
registros a respeito da existência de uma energia sutil perceptível no 
corpo humano, nos animais e plantas.
Conhecimento com origem em tempos 
imemoriais e, sempre vinculados à religiosidade e ao misticismo. Relatos
 de práticas de xamãs manipulando forças invisíveis em rituais podem ser
 encontrados nas sociedades primitivas.
Sacerdotes do antigo Egito eram mestres 
da ciência oculta e profundos conhecedores, dominadores da energia 
sutil. Magos e feiticeiros existiam espalhados por diversos países do 
mundo antigo e o trabalho deles envolvia lidar com essas forças 
invisíveis.
Brennan, nesse sentido, reporta-se à 
História da investigação científica no campo da energia humana e relata 
que os místicos, embora não tenham falado de campos de energia nem de 
formas bioplásmicas possuem tradições condizentes com as observações que
 os cientistas só agora entraram em contato.
Neste ponto, ela descreve as 
experiências oriundas das práticas religiosas nas quais a oração e a 
meditação leva ao estado de consciência ampliada e o religioso declara 
enxergar luz em torno das pessoas.
Ela retoma a tradição espiritual 
indiana, de mais de 5.000 anos, assentada sobre a existência de uma 
energia universal constituinte da vida, o prana. 
Os chineses que no terceiro milênio a.C. diziam de uma energia vital por eles denominada de Chí e que compõe e impregna toda matéria animada e inanimada. Seu equilíbrio ou desequilíbrio por meio das forças yin e yang resulta na saúde ou moléstia, e norteiam os princípios da antiga arte da acupuntura.
Após cinco séculos a acupuntura foi 
aperfeiçoada pelo Imperador Hoang-Ti, seu objetivo era o de promover o 
reequilíbrio do fluxo de energias Chí (qui), através de canais energéticos (nadis, meridianos).
Outros autores defendem ideia similar, 
Capra (1989) diz que os conceitos da física moderna frequentemente 
mostram a existência de paralelos com as ideias expressas nas filosofias
 religiosas do Extremo Oriente.
Paralelos pouco discutidos por enquanto,
 algumas contribuições oriundas da cultura da Índia, China e Japão podem
 ser destacadas as que derivam do hinduísmo, budismo e taoísmo.
Segundo Capra, pode se dizer que de modo
 geral a física moderna conduz a uma visão de mundo similar aquelas 
sustentadas pelos místicos de todos os tempos e tradições (CAPRA,1989: 
15).
Dziemidko (2000:14) discorrendo sobre 
energia e cura energética, diz que a energia do corpo é aquilo que 
anima, dá vida ao corpo físico. O que em outras culturas é conhecido 
como energia vital, ou “força vital”, de reconhecimento na filosofia e 
nas curas tradicionais.
O chinês lança mão de três palavras para referir-se aos aspectos diferentes dessa energia: Chi, Jing e Shen; os indianos a denominam de prana, palavra
 usada por eles também para respiração e espírito.  “O uso dessas 
palavras tem milênios, mas tem sido menosprezada, nos últimos séculos em
 nossa cultura, em nome do progresso científico.”
Ela salienta o fato de que antigos 
textos religiosos dos hindus, da filosofia chinesa, estarem cheios de 
referências que só agora através da luz das modernas teorias da física 
começam a ser compreendidas.
Há milênios, os místicos descrevem experiências de ver o Universo sob a forma de ondas.
As teorias mais progressistas da física 
estão se aproximando dessas ideias. Por trás de tudo existe uma força 
inexplicável – o vácuo quântico —   Sentimos a substância que nos dá a 
qualidade de vida o tempo todo, é ela que ativa nosso pensamento, 
emoções e ações, agindo como a eletricidade, visto que ao fluir por nós 
ela faz as coisas funcionarem. Idêntico ao que faz a eletricidade, 
quando flui, cria m campo energético.
Campo esse que os terapeutas percebem ao redor e permeando o corpo humano (DZIEMIDKO, 2000: 25-37).
4. Energia, do Misticismo à Física Moderna
Uma boa forma de trazer a abordagem do 
tema energia do universo religioso e místico para o da física, talvez 
seja o de buscar um pensamento de Heisenberg, pois, palavra por palavra 
nele encerra-se a intenção desse escrito. Assim vejamos o que ele disse:
Na história do pensamento humano os 
desenvolvimentos mais fecundos ocorrem, de um modo geral, quando duas 
correntes totalmente distintas se encontram. Estas correntes podem 
radicar em zonas bastante diferentes da cultura humana, em tempos ou 
meios culturais diferentes, ou até em diferentes tradições religiosas, 
assim, se de fato se chegar, a encontrar, ou seja, se de fato são pelo 
menos aparentadas que uma verdadeira relação possa ter lugar, só se pode
 esperar que novos e estimulantes progressos se sigam (WERNER HEISENBERG
 apud CAPRA, 1989).
Segundo esse autor a influência da 
física moderna ultrapassou a influência da tecnologia e atingiu 
patamares referentes ao domínio do pensamento e cultura, onde deu lugar a
 uma revisão profunda da existente concepção de universo e da nossa 
relação com ele.
O século XX através da exploração do 
mundo atômico e subatômico desvelou uma insuspeitada limitação das 
ideias clássicas. Uma revisão radical de muitos conceitos básicos 
levando a outro modo de pensar sobre o tempo, espaço, causa e efeito.
Tais elementos fundamentavam nossa visão
 do mundo ao nosso redor e, com sua radical transformação, 
consequentemente, toda nossa visão do mundo começou a mudar (CAPRA, 
1989: 14).
Para ele a física moderna tem por base 
as teorias da relatividade e a quântica, conduzindo a uma nova visão da 
natureza, essa agora é mais sutil, sagrada e ‘orgânica”.
O ideal de uma descrição objetiva da natureza precisa ser abandonado junto com os principais conceitos da visão newtoniana.
Mas, a nova física traz paradoxos 
difíceis de ser aceitos de imediato, levou muito tempo para chegar-se a 
perguntas certas e evitarem contradições.
Houve grande dificuldade em aceitar a 
não solidez dos átomos, o fato de que não eram indestrutíveis e sim 
constituídos por vastas regiões de espaço no qual partículas 
extremamente pequenas se moviam.
Dependendo da perspectiva, as unidades 
subatômicas apareciam ora como ondas ora como partículas, ou seja, 
possuíam uma dupla natureza.
Dentro dessa direção diz Heisenberg que o
 século XIX foi direcionado por uma confiança crescente no método 
científico, na racionalidade precisa e no ceticismo contra tudo que 
diferisse desse esquema fechado da época.
Cita como exemplo o caso da religião.
Esclarece que a física moderna em certo 
ponto reforçou este comportamento cético, mas em conjunto a essa 
posição, endereçou sua atitude cética contra a superestimação dos 
conceitos tidos como precisos e, até mesmo contra o ceticismo.
Ao propor que se fosse cético a respeito
 de qualquer tipo de ceticismo, segundo ele, a física moderna pode ter 
aberto uma porta de condução a uma visão mais ampla referente a relação 
entre mente humana e a realidade.
Tal abertura, em certa medida, poderia propiciar a reconciliação entre as tradições passadas e as novas linhas de pensamento.
Com isso, seria mais fácil a adaptação ao conceito quântico da realidade.
A física moderna, embora somente uma 
parte, é muito marcante para o processo histórico geral que tende a uma 
ampliação do nosso mundo presente (HEISENBERG, 1987: 151-154).
O desenvolvimento maior acontece com Max
 Planck e sua descoberta de que a energia irradiada por um corpo quente 
não era emitida continuamente, mas sob a forma de “pacotes de energia”.
Einstein denomina esses pacotes de 
energia de “quanta” e reconhece neles o aspecto fundamental da natureza.
 Postula a respeito da luz e da irradiação eletromagnética – o quanta de
 luz, origina o nome da teoria quântica (CAPRA, 1989:51).
Físicos das décadas de 1920 e 1930 
confirmaram que a matéria é na verdade uma forma de vibração de onda, 
aquilo que a física quântica chama de “dualidade onda-partícula”.
Tais insights permitem um 
entendimento totalmente novo do nosso corpo, pois, além da sua forma 
física material, o corpo é um campo de energia dinâmica e pulsante.
Intrínseco ao nosso ser material existe o
 que poderia ser denominado de “corpo mecânico quântico”, que é 
processo, energia e inteligência puros.
Nesse último, teríamos suficiência ou 
insuficiência de energia e através dele a possibilidade de solucionar a 
ausência de energia.
Chopra (1998:12-13) relembra que com 
exceção dos físicos quânticos estamos acostumados a pensarmos o corpo 
físico como algo sólido e a mente como imaterial, uma forma de pensar 
que dificulta a compreensão de que mente e corpo pode interagir um com o
 outro.
Mas que tão logo se compreenda que a 
estrutura aparentemente material do corpo é simplesmente pura energia, 
fica claro que o pensamento e a matéria são essencialmente semelhantes.
Para física quântica, por exemplo, não 
existe muita diferença entre as flutuações de pensamento que surgem 
dentro do campo unificado e as vibrações de onda originadoras das 
partículas que constituem o corpo humano.
Em síntese, seus pensamentos são eventos
 quânticos, vibrações sutis do campo, influenciando profundamente todas 
as funções do seu corpo.
5. Medicina Energética e Medicina Vibracional
Das ideias newtonianas e cartesianas, de
 um universo concebido como máquina, funcionando à semelhança de um 
relógio, conduzindo a uma visão reducionista em que o todo pode ser 
estudo através de suas partes com objetividade e neutralidade – à noção 
de quantum de Max Plank, do princípio da relatividade de Albert
 Einstein, e do princípio de incerteza de Werner Heisenberg, a 
credibilidade da ciência moderna, realista, materialista, se vê abalada 
em alguns de seus dogmas (GOSWAMI, [2000: 41-52] apud Rovai, 
2011;13-14).
Torna-se possível tecer novas propostas 
de modelo para os saberes, a medicina, por exemplo, em consonância com 
as descobertas da Física Quântica propõe a medicina vibracional.
A Medicina Vibracional – uma medicina 
para o futuro é um conceito lançado pelo médico Richard Gerber com o 
objetivo de uma nova abordagem para pensar a saúde e a doença. De suas 
pesquisas ele conclui pelo pressuposto de que o organismo humano não é 
só matéria – corpo físico — mas também energia. Segundo ele: p.21 de 
Rovai:
A medicina vibracional ou energética 
finalmente encontrou validação, na ciência moderna graças à nova visão 
einsteiniana da matéria como energia, especialmente quando esse conceito
 é aplicado aos estudos dos sistemas biológicos enquanto campos 
interativos de energia. Em outras palavras, o ponto de vista 
einsteiniano considera os seres humanos a partir de uma perspectiva 
dimensional superior, de acordo com a qual eles são formados por 
diversos campos de energia contidos um no outro (GERBER, 2007: 407).
A Dra. Dziemidko diz que energia nos remete a um conhecimento milenar das antigas tradições místicas, mas também nos trazem de encontro ao conhecimento científico.
Ambos os conhecimentos permitem que se 
extaria uma definição para energia, de como ela, ora vida, é sentida 
pelo corpo e como pode curar.
Tem-se inclusive uma descrição da 
natureza do campo sutil de energia que parece envolver o corpo físico 
das pessoas e como esse campo energético pode ativar o processo de cura 
(2000: 12).
Segundo a autora, pesquisas médicas mostram que um terço dos pacientes reclama de “falta de energia”.
Na linguagem cotidiana não “ter energia”
 serve para descrever sentimentos de mal-estar, falta de envolvimento 
emocional ou cansaço.
Porém, mesmo sendo comum esse tipo de 
queixa de “falta de energia” a medicina ortodoxa pouco compreende dela, 
visto que a tem ignorado e desconsiderado, pois, a considera 
irrelevante.
Entretanto, diferente disso a medicina 
energética que, baseia seus tratamentos na ideia de que a manifestação 
primária da doença ocorre devido a uma perturbação do estado energético 
de uma pessoa, existe total relevância na queixa da “falta de energia”.
Definida pelo dicionário como potência, 
força ou vitalidade, a energia tem exatamente esses significados na cura
 e na medicina energética.
Chopra fala sobre a ausência da energia e
 diz que a fadiga é a ausência da energia física, intelectual e 
emocional, e a fadiga crônica uma ausência prolongada dessa energia, vem
 de encontro ao propósito dessa escrita sobre energia humana, e, sua possível atuação sobre a saúde do ser humano, vista sob a lente da Psicologia.
Para explanar sobre a energia ilimitada 
presente no mundo biológico tanto quanto no universo físico, recorre aos
 especialistas no assunto: os físicos, e a afirmativa deles de que o 
universo nada mais é do um campo dinâmico e pulsante de uma avassaladora
 energia (CHOPRA, 1998:7).
Para ele problemas de saúde sem respaldo físico deixam evidente uma forte influência de fatores emocionais e psicológicos.
Em testes psicológicos de depressão ou 
ansiedade realizados, 80% delas apresentaram resultados acima do normal,
 evidenciando a conexão mente/corpo.
Sinalizando que a mente e as emoções 
podem ser fonte importante de energia, podendo inclusive esbanjá-la com 
graves consequências para a saúde.
O sono parece ser insuficiente para 
renovar as energias diminuindo a capacidade de concentração e prejuízo 
da memória de curto prazo.
A solução para o problema, segundo o 
autor, é sempre a mesma: mais energia.  Seria necessário ter a 
habilidade de recorrer ao campo natural de energia circundante.
De Einstein aos físicos quânticos da 
atualidade, comprova-se que tudo no universo adquire vida através de 
flutuações em um campo unificado de energia e inteligência.
Temos uma única fonte de energia 
subjacente a tudo e por meio da qual todos os fenômenos ganham vida, 
inclusive os seres humanos.
Somos verdadeiras concentrações de 
energia e inteligência no campo universal e temos no nosso corpo a mesma
 inteligência e energia que governam o universo, num continuum com a natureza.
Einstein revelou o poder dos átomos, e afirmou que a matéria nada mais é do que energia disfarçada de forma diferente.
Da combinação de evidencias objetivas de
 observações cientificas com experiências subjetivas, a ciência pode 
deduzir a passagem dessas mudanças no cérebro aos efeitos nos corpos 
sutis.
Quando os terapeutas descrevem as 
mudanças sentidas por eles no fluxo de energia e nos corpos sutis, 
geralmente, têm-se mudanças correlativas e observáveis pelos cientistas 
no EEG.
Lembrando ainda que por um lado a 
ciência descarta as experiências subjetivas, entretanto, é ingênuo 
pensar que os cientistas podem ser totalmente objetivos.
É impossível ao ser humano normal agir sem ser subjetivo.
“O mundo objetivo da ciência é um mundo 
teórico não-real”, mesmo que tentem convencer aos demais de que somente o
 analisável e explicável sejam reais e o restante, ilusão (DZIMIDKO, 
2000: 21-22)
“O aumento do interesse pelas curas 
energéticas não se deve apenas à desilusão com a ciência médica (nem 
sempre justificável), mas também com a percepção intuitiva de que falsas
 crenças, respostas emocionais negativas crônicas e falta de ligação com
 algo maior que nós mesmos estão por trás das causas de muitas tensões e
 doenças.” (DZIEMIDKO, 2000: 23)
As exposições do médico e pesquisador 
Richard Gerber sobre medicina vibracional conduzem a uma nova maneira de
 pensarmos a respeito da saúde e doença.
Sua visão é a de um funcionamento do 
corpo humano levando em consideração uma constituição desse por 
múltiplos sistemas energéticos que se influenciam reciprocamente.
Sua proposta alavanca nosso modo de 
pensar para um modelo além do utilizado pela medicina tradicional, numa 
compreensão de que nossos pensamentos e emoções afetam a nossa 
fisiologia e que outras possibilidades que não somente das da alopatia 
podem ser agentes eficazes de cura.
Numa síntese sobre os novos princípios 
energéticos para uma nova era, Gerber coloca que a medicina vibracional é
 um campo direcionado para a compreensão da energia, das vibrações e da 
forma como elas interagem com a estrutura molecular e o equilíbrio 
orgânico.
Tal campo tem evoluído lentamente, mas a
 medicina está no limiar da descoberta de um misterioso mundo de 
energias invisíveis passiveis tanto de ajudar no diagnóstico quanto na 
cura de doenças.
Além disso, poderá levar os pesquisadores à uma nova compreensão dos potenciais ocultos da consciência.
O primeiro desses universos misteriosos a serem por eles explorados deverá ser o do nível de energia etérica.
Onde poderão descobrir que o corpo 
etérico é responsável pelo crescimento e desenvolvimento, bem como, pela
 disfunção e a morte de todos os seres humanos. Portanto, atingirão a 
compreensão de é nesse nível – nível etérico – que muitas doenças se 
originam (Idem, p. 54)
Este descortinar do campo etérico 
tornar-se-á uma possibilidade de os cientistas no papel de pesquisadores
 esclarecidos começarem a reconhecer a dimensão espiritual dos seres 
humanos e as leis de expressão da força vital podendo assim culminar 
numa visão holística.
Nela os médicos poderão reconhecer a necessidade de uma integração entre corpo, mente e espirito como origem de uma boa saúde.
A percepção de que a energia e matéria 
do nível etérico de vibração possuem efetiva participação no controle da
 expressão da força vital por meio de diferentes aspectos da natureza 
poderá conduzir a medicina a desvelar como o corpo etérico afeta o 
estado de saúde e de doença.
Mais para o futuro o reconhecimento da importância dos estados de consciência ganhará importância.
Avanços tecnológicos permitirão através da eletrografia a detecção dos campos energéticos sutis presentes nas pessoas.
Da aprendizagem e uso mais pleno dos 
potenciais naturais ocultos da mente humana chegar-se-á mais perto do 
acesso aos elementos energéticos sutis do universo multidimensional 
(GERBER, 2007: 55).
Quanto a influência das emoções, se até 
recentemente a medicina tradicional subestimava seus efeitos, hoje, cada
 vez mais médicos holísticos e, mesmo os ortodoxos, reconhecem que o 
estresse emocional contribui expressivamente para a produção de doenças.
Entrelaça essa informação a de que os 
conflitos emocionais, os sentimentos de impotência e a falta de amor por
 si mesmo podem agir nocivamente sobre o funcionamento dos chacras.
Em decorrência de os chacras serem 
fornecedores de energia sutil aos diversos órgãos do corpo, os bloqueios
 e conflitos emocionais podem levar a um fluxo anormal e com o passar do
 tempo gerar doenças de maior ou menor gravidade em qualquer dos órgãos 
fisiológicos.
Gerber diz que “nossas doenças 
frequentemente são um reflexo simbólico de nossos próprios estados 
internos de intranquilidade emocional, bloqueio espiritual e 
desconforto.”
Segundo ele da conscientização de que 
nossas emoções e nível de sintonia interna favorecem a manutenção da 
saúde ou a ocorrência de doenças conduzirá a um comportamento mais 
responsável para consigo e com os outros.
Através da medicina vibracional irão 
poder aprender métodos para modificar padrões disfuncionais de 
comportamento, pensamento e sentimento no intuito de atingirem o 
bem-estar.
Cita a proliferação de cursos ensinando a redução de estresse, mas salienta que o relaxamento é apenas a ponta do iceberg,
 visto ser a mudança dos componentes psicoespirituais mais profundos que
 deixaram o indivíduo vulnerável à doença. (Idem, p.386-388).
Portanto, quando uma doença se manifesta
 foi porque o fluxo natural de energia vital através de nossos corpos 
multidimensionais foi restringido.
A boa saúde implica no fluxo livre e 
constante de energia através de cada um dos diversos níveis simultâneos 
de processamento interno.
Se ocorre qualquer tipo de bloqueio e isso prejudicar o fluxo de energia em algum nível do sistema, advém a doença.
Logo, um adequado output de energia no nível da estrutura energética emocional é fundamental para atingir-se e manter um elevado grau de bem-estar.
Destaca ainda que nos anos vindouros, 
cerca de vinte anos, testemunharemos a criação de toda uma nova 
disciplina científica relacionada com as aplicações da energia à 
consciência e a fisiologia sutil humanas.
Lembra que quando Einstein expos pela 
primeira vez as suas teorias radicais, foi considerado louco, e que 
também os defensores da fisiologia energética e vibracional sofrem seus 
reverses atualmente. Foram necessários mais de sessenta anos para as 
ideias de Einstein serem validadas e ele ser reconhecido um gênio.
Os pioneiros da medicina vibracional também enfrentam obstáculos e passa por um crescimento penoso.
Sua proposta de evolução para os modelos
 científicos almeja chegar a novos sistemas de medicina energética sutil
 cujo alvo além de aliviar os sintomas, também trata as causas 
emocionais, mentais, bioenergéticas ambientais, sutis e espirituais das 
enfermidades (GERBER, 2007: 407- 410).
6. Bioenergia, Energia Humana e a Psicologia
Autores como Goswami (2006: 27), citado 
por Rovai (2011) afirmam que o paradigma de “uma nova ciência dentro da 
consciência […] integra a física, a psicologia e a espiritualidade”. 
Ressalta-se que o atual contexto da Psicologia enquanto ciência do 
estudo do comportamento humano coloca em questionamentos muitos dos seus
 pressupostos.
O século XX trouxe novas teorias sobre a
 visão de homem e de mundo, assim como da compreensão do desenvolvimento
 e da aprendizagem humanos.
Contudo, o campo do saber da Teoria 
Quântica não tem uma relação explicita e influente no que diz respeito 
às renovações do saber da Psicologia.
Ainda que o conhecimento, as descobertas
 da Física Quântica tenham afetado praticamente todas as áreas do 
conhecimento e contribuído para se repensar o modelo da ciência 
clássica, aberto caminho para a criação de um novo paradigma científico 
e, consequentemente, de uma psicologia de natureza quântica – há pouca 
referência às influencias da física quântica na área da psicologia.
Os estudos de Reich, eram baseados na 
psicanálise de Freud e tiveram origem no conceito de “libido” para 
expressar uma “energia real que flui no organismo e é organizada segundo
 leis que se aplicam à estrutura de caráter do paciente, de acordo com 
uma economia tal que o sistema permite liberar ou conter montantes dessa
 energia”.
De suas observações relacionadas à 
capacidade para fluir física e emocionalmente e a descarga de 
sentimentos e sensações durante o ato sexual, formulou a teoria do 
orgasmo e sua ligação com a enfermidade e a saúde.
O trabalho dele sobre a ciência da 
energia orgônica será desenvolvido e ampliado pela análise bioenergética
 de Lowen e por Pierrakos, médico e diretor do Instituto de Análise 
bioenergética (PIERRAKOS, [p. 13-20]).
Já Lowen empreendeu-se no que chamou de 
“nova busca em psicoterapia”, em novas formas de psicoterapia, devido 
aos trabalhos desenvolvidos em outros continentes, assim como, na 
própria demanda dos clientes.
Um número cada vez maior de pessoas 
interessadas em ampliar suas possibilidades de experiência, suas 
capacidades de contato com elas mesmas, com os outros e com os 
acontecimentos.
Sua busca por novas formas de atuar 
junto ao cliente foi dedicada às novas gerações de psicólogos e 
psiquiatras em formação, contudo, também extensiva ao interesse 
crescente do público em geral pelas contribuições que a psicoterapia, um
 ramo da psicologia, tem a proporcionar à vida do homem atual.
Lowen definiu desse modo sua busca por 
novas respostas e caminhos que levassem o homem a ampliar suas 
possibilidades, e, para fazê-lo, na década de 1940, baseou-se no 
trabalho de Wilhelm Reich.
Através do conhecimento adquirido com 
Reich, seu professor e analista, do curso ministrado por esse, sobre 
Análise do Caráter, uma referência sobre à identidade funcional do 
caráter de uma pessoa versus sua atitude corporal ou couraça muscular, 
somado a diversos outros conhecimentos que Lowen chegou à bioenergética.
Nesse sentido, a fala de Chopra é complementar ao dizer:
O impulso em direção à totalidade é um 
direito humano inato e natural, visto que dentro de cada um de nós 
existe a possibilidade da totalidade e o profundo desejo de alcançá-la. 
Totalidade significa estar completamente integrado, sem qualquer 
sensação de estar separado, fragmentado ou limitado. Significa viver uma
 alegria natural.” (CHOPRA, 1998:128).
Os psicólogos modernos referem-se a Totalidade como um estado de “auto realização”.
Aquilo que o psicólogo Abraham Maslow, 
segundo Chopra (1998), descreveu como sendo caracterizada pela 
criatividade, pela sensação de liberdade interior, pela satisfação, 
energia e espontaneidade.
E que para Maslow era uma meta natural na evolução de cada pessoa atingir esse estado, o de “auto realização”.
Conforme Goswami (2011) a maior parte da
 biologia e da psicologia, além de, virtualmente, todas as nossas 
ciências sociais, são praticadas assentadas em base newtoniana.
A qual deu origem a vários preconceitos 
resistentes, como o determinismo, a objetividade forte e o materialismo –
 inegavelmente adequados quando investiga-se a ordem do mundo exterior.
Mas com oposta atuação em relação à espiritualidade, cuja base repousa sobre a realidade interior.
Entretanto, a aparente posição 
irreconciliável entre ciência e espiritualidade pode agora ser 
repensada, visto que as mudanças ocorridas na ciência através da 
substituição da física clássica pela nova física denominada mecânica 
quântica.
Depois de sete décadas criou-se um novo 
paradigma e, com ele abriu-se uma janela, uma janela visionária, no 
dizer de Goswami, por meio da qual se pode reconhecer que a consciência 
(base do Ser e fonte da criação) tem um papel definitivo na configuração
 da realidade (p. 16 a 20).
Cabe ressaltar que o novo paradigma, ao 
contrário da física clássica e também da mecânica quântica, ambos 
fundamentam sobre uma mudança continua e material, a nova física traz o 
conceito de quantum, que significa uma quantidade discreta e descontinua.
Seus postulados fazem cair por terra 
diversos dogmas da física newtoniana, maxwelliana e einsteiniana, um 
conglomerado de dogmas metafísicos a partir da objetividade, do monismo 
materialista e reducionismo, do determinismo, continuidade e localidade.
Uma ciência para a qual tudo mais era epifenomenalismo, para ela apenas o material era real (p.20- 23).
Contudo, sob a lente de um olhar atento,
 ao fazer-se uma profunda sondagem, como fez o físico Capra (1975) diz 
Goswami, percebe-se a existência de paralelos entre os conceitos da 
ciência moderna e das tradições espirituais.
O fato de a ciência moderna comportar-se
 desse modo, talvez esteja dizendo que ela seja espiritualizada na 
medida necessária. Neste sentido, há abertura para uma reconciliação 
entre espiritualidade e ciência, pois, esta última tem lançado mão do 
uso de metáforas semelhantes na elucidação de seus conceitos.
A exemplo da proposta de Capra e de 
outros que enunciaram uma nova e ecológica visão do mundo, na qual Deus 
está imanente em toda parte, todas as coisas estão interconectadas e 
vivas em espírito – não comporta pensar em termos divisivos e 
reducionistas da ciência newtoniana, tampouco a postulação de um ser 
transcendente (p.29).
A janela visionária aberta sete décadas 
depois da mecânica quântica, de 1920, traz uma matéria descrita como 
ondas de possibilidade, na qual calcula-se possíveis eventos para os 
elétrons e a probabilidade de cada um desses eventos, sem determinar um 
evento real, único, oriundo da observação sobre o mesmo.
Com isso culminaram na questão: “quem ou
 que provoca o “colapso” da onda de probabilidade no elétron real, no 
espaço e tempo reais, num caso de observação?”
Goswami destaca que foram necessárias 
sete décadas para que se enxergasse aquilo que ele denominou de janela 
visionária, cuja consequência é reconciliar ciência e espiritualidade – a
 ideia alteradora do paradigma – a de que o agente que transforma a 
possibilidade em ato é a consciência.
Visto ser inegável que sempre que observamos um objeto, nós vemos um ato único, e não o espectro inteiro de possibilidades.
Isso faz da observação consciente uma 
condição para suficiente para o colapso da onda de possibilidade.  Para 
iniciar o colapso é preciso um agente que esteja fora da jurisdição da 
mecânica quântica.
Para o matemático John Von Neumann (1955) “só existe um agente nessas condições: a consciência”, lembra Goswami. (p.31-32)
Fortes evidências demonstram que a cura e
 a saúde são afetadas pelas emoções. Também causam prejuízos à saúde os 
problemas referentes à autoimagem negativa e de autoestima, pois, 
bloqueiam o chacra do coração e funcionamento do timo, e assim, diminuem
 as defesas imunológicas.
Resultando em fragilidade para o 
organismo que fica vulnerável às doenças provocadas tanto por agentes 
externos quanto internos e, pode ocasionar, inclusive, sérios problemas 
de aprendizagem, devido a bloqueios cognitivos (ROVAI, 2011: 21-22).
As tentativas de superar o modelo 
vigente de ciência mecanicista devido às limitações por ele apresentado 
descortinou novos horizontes, um exemplo, é a abordagem sistêmica da 
psicologia.
Sua concepção de doença mental é de 
total compatibilidade com as noções gerais de saúde como um fenômeno 
multidimensional — inclui aspectos físicos, psicológicos e sociais 
interdependentes – engloba vários campos de interação.
Através da abordagem sistêmica uma nova 
psicologia com perspectiva holística e dinâmica se apresenta, nela as 
funções da psique não podem ser entendidas e reduzidas a elementos 
isolados.
O organismo humano passa a ser 
considerado um todo integrado cujos fenômenos mentais só ganham 
compreensão se entendidos dentro do contexto total do sistema 
corpo/mente.
Conforme essa nova orientação, a psique é
 vista como um sistema dinâmico que envolve funções associadas ao 
fenômeno da auto-organização – remete, portanto, a um fluxo de energia 
que reflete uma inteligência intrínseca – comparável ao conceito 
sistêmico de “mentação”, no qual a psique tanto pode criar como curar a 
doença.
Nesse sentido, Rovai nos diz que aí está
 o reconhecimento de que a situação psicológica do indivíduo não pode 
ser separada do seu ambiente emocional, social e cultural, e que o 
sofrimento mental decorre do colapso das relações sociais.
Além de esclarecer que segundo os moldes
 de adaptação da abordagem sistêmica bootstrap (um conceito da teoria 
quântica) à compreensão da psique humana, pode não existir uma teoria 
capaz de explicar o espectro total de fenômenos psicológicos, precisando
 os psicólogos de se contentar, tal como os físicos, com uma rede de 
modelos interligados (ROVAI, 2011:29).
7. Considerações Finais
Este artigo apresentou questões 
relevantes para o entendimento da bioenergia, da energia humana, 
conforme sua trajetória na história da humanidade datada de milênios 
atrás aos tempos atuais, de forma a propiciar conhecimento referente aos
 usos que se tem feito dela.
Abordou a refutação da ciência 
convencional e a possibilidade de uma futura interligação entre aspectos
 subjetivos e objetivos enquanto elementos complementares e não 
necessariamente excludentes.
Dedução possível após estudar os novos 
rumos trazidos pela física quântica, pelo uso da bioenergia, a energia 
humana, pela medicina energética e vibracional, além da abertura de 
espaço para as psicoterapias complementares no SUS e, consequente, por 
profissionais de diversas áreas, principalmente, da psicologia.
O material de confecção do trabalho é 
totalmente de origem da pesquisa bibliográfica disposto de forma a 
permitir um possível diálogo entre os diversos autores referenciados.
Posteriormente a aprendizagem oriunda da
 leitura e reflexão passou pelo crivo da análise compreensiva da autora e
 devolvida em termos de consideração final.
Quando um assunto interessa e sabe-se pouco, ou nada, sobre ele, uma boa alternativa é a pesquisa, o estudo do tema.
Embora isso de imediato não torne ninguém um perito pelo menos tira um pouco do véu da ignorância.
A bioenergia, a energia humana, diz 
respeito a um lado bioenergético do ser humano, ao que parece, de suma 
relevância para entendê-lo em sua totalidade.
O homem que já foi visto como mera 
máquina de funcionamento bioquímico adquire nesse viés uma complexidade 
subatômica e passa a ser visto como pura energia sob o domínio da 
consciência.
Do seu autoconhecimento e autodomínio de
 suas próprias energias advém sua condição de saúde e bem-estar ou ao 
contrário, seu estado de adoecimento físico, mental e emocional.
De sua interação energética com ele 
mesmo, com os outros e com o meio resulta sua posição biopsicossocial, a
 co-criação da realidade circundante. Ignorar esse aspecto bioenergético
 de sua existência é permanecer como o homem que desconhece a si mesmo.
Ignorar elimina possibilidades, fecha portas e caminhos ainda não percorridos.
A Psicologia na posição de ciência que 
estuda o comportamento humano precisaria estar atenta aos aspectos 
multidimensionais que atuam influenciando o modo de se portar desse 
mesmo ser humano. Carl Jung (1875 – 1961), médico e pensador suíço, pai 
da psicologia analítica, deixou aos estudantes de medicina, psiquiatria e
 psicologia o convite para os estudos da energia humana.
Muitos psicólogos voltaram seu olhar 
sobre a questão da bioenergia e das energias humanas, porém, esse feito 
sempre esteve limitado pela não aceitação da ciência convencional e 
ditames da física em voga.
Aceita-se razoavelmente bem a existência
 de algumas energias, isso hoje é visível quando a população, ainda que 
sem entendimento de como se dá o processo da conversão de energia, 
aceita e colabora doando energia cinética para que conversão em energia 
elétrica.
Brinquedos foram criados para explorar 
este aspecto durante o lazer de crianças e adultos e tornou-se uma 
realidade em diversos cantos do mundo.
Uma criança pula corda ou joga bola por 
meia hora e pode usufruir depois de aproximadamente três horas de 
iluminação elétrica resultante de sua brincadeira, ou pode ainda 
recarregar a bateria de aparelhos celulares, tablete dentre outros 
eletrônicos.
Entretanto, a abordagem de que é 
constituído por uma energia sutil, uma energia vital parece causar o 
impacto da estranheza e da não aceitação numa grande maioria.
Um conhecimento datado de vários 
milênios, propagado por diversas culturas e civilizações, de utilização 
de algumas medicinas como a homeopatia, a acupuntura, a medicina 
energética e a medicina vibracional, por exemplo, continua alvo de 
descrédito e desmerecimento.
Longe de ser uma ousadia, talvez seja um
 dever perguntar por que tanta refutação em cima de um conhecimento 
devido a sua característica subjetiva, quando a própria ciência 
tradicional já possui sapiência de que a objetividade total é impossível
 para o ser humano.
A matéria como algo sólido, palpável e 
de concretude indiscutível perdeu-se nas lagunas da possibilidade 
subatômica, da não localidade, da dualidade e da incerteza.
Contudo, pelo dizer de vários autores 
existe atualmente uma caminhada rumo a uma visão holística e ecológica 
da vida humana e planetária e essa varre para longe a estreita 
carceragem mental em que se viveu por mais de trezentos anos.
Isso não significa dizer que os 
conhecimentos da era newtoniana deixam de ter valor, mas sim que 
sofreram uma reformulação e ampliação.
O século XX permite tecer novas propostas de modelo para os saberes, da medicina e psicologia, por exemplo.
Mas o conhecimento não atingiu patamar 
estacionário e, portanto, novas janelas descerram a cortina e abrem 
passagem para os feitos da bioenergia, da energia humana através da 
consciência no século XXI.
Autor: Geni Aparecida do Carmo Cruz
Fonte: 
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