9 de jan. de 2012
Medicina que Cura Medicina que Adoece
overdiagnosis - ( Riscos de exames e de medicamentos)
Destaque [ Riscos da mamografia. Calcula-se que a mamografia aumenta em 20% o risco de câncer de mama nas mulheres entre 40-50 anos.
TEXTO NA ÍNTEGRA
Prevenção
O aforisma popular de que é melhor prevenir do que remediar é uma verdade inconteste e presente em todas as medicinas. No entanto, ao sairmos da generalidade do dito popular e examinarmos o que significa prevenir, ou melhor ainda, qual a estratégia de prevenção, veremos profundas diferenças entre as várias perspectivas médicas.
A medicina oficial construiu o modelo do check up, que, de um modo sintético, é a busca na profundidade do organismo de uma lesão no seu inicio. Para tal, utiliza intensivamente os métodos de imagens (RX, ultrassonografias, tomografias, ressonância magnética, etc.) para surpreender as neoplasias, e os métodos gráficos na análise cardiológica.
Está implícito nesse pensamento que a detecção precoce da lesão representaria grandes possibilidades de cura. Isso é na verdade uma crença médica que nunca foi provada no caso do câncer. Hoje, depois de quase 20 anos de incorporação intensiva de tecnologia na medicina, que mudou completamente a natureza da prática médica, já podemos fazer uma balanço desse processo, e ele não é nada animador.
Os chamados screenings, são exames de massa destinados à detecção precoce de determinadas doenças, têm mudado muito pouco a taxa de mortalidade, e trazido consigo um novo fenômeno na medicina que os ingleses chamam de overdiagnosis - grande quantidade de pessoas molestadas, lesadas, traumatizadas desnecessariamente.
Vejamos apenas um exemplo, o caso da mamografia para detecção precoce do tumor de mama. Para cada 1 mil mulheres acompanhadas por mamografia anualmente, durante 10 anos, se consegue beneficiar apenas uma mulher (evitar a morte por tumor de mama). Entre 2 a 10 mulheres terão diagnóstico falso positivo, e serão tratadas desnecessariamente; entre 5 a 15 mulheres receberão o diagnóstico de câncer de mama mais precoce se o mesmo fosse detectado pelo exame clínico ou auto-exame da mama, mas isso não terá efeito no prognóstico (mortalidade); entre 250 a 500 mulheres terão pelo menos um alarme falso, e metade farão punções biópsias. Ou seja, quase metade das mulheres sofrerão grande stress para que apenas uma seja beneficiada. Esse quadro nos parece insustentável, e as mulheres devem ter o direito a tais informações, antes de decidirem se submeter esse processo de screening.
O discurso oficial torna quase compulsivo o exame da mamografia e as mulheres em falta com esse exame costumam ter o sentimento de que estão negligenciando com sua saúde.
Ainda não falamos dos riscos da mamografia. Calcula-se que a mamografia aumenta em 20% o risco de câncer de mama nas mulheres entre 40-50 anos.
A medicina funcional tem um enfoque completamente diverso do da medicina lesional/oficial. Considera que a fase da lesão já constitui uma fase avançada do adoecimento e que, antes disso, houve um longo período de desequilíbrio funcional que deveria ser diagnosticado e tratado com chances maiores de sucessos. Ou seja, o tempo que orienta o check up estaria bastante defasado.
Na verdade, estudos epidemiológicos não conseguiram ainda provar a eficácia preventiva do check up tal como hoje praticado (uso intensivo de examens complementares). Este modelo de check up é uma deemanda do setor produtor de equipamentos médicos, que aproveita o desconhecimento do leigo e a falta de cultura médica, a insegurança institucional (processos por erro, crenças) para instituir o consenso em torno do diagnóstico precoce. O sistema médico da Inglaterra, por exemplo, tem maior resistência ao check up, e tem outra abordagem da ação preventiva.
Ao centrar a ação preventiva no processo do check up, a medicina oficial tende a ocultar e, consequentemente, manipular questões fundamentais para a verdadeira medicina preventiva, como são as ligadas ao estilo de vida, resgatando a tradição hipocrática da daiata. Em outros artigos vamos tratar individualmente de vários aspectos envolvidos no que chamamos de estilo de vida, como os hábitos dietéticos, vicios, etc.. Nesse momento, gostaria apenas de chamar a atenção de que existem outras formas de abordar o processo de prevenção do adoecimento.
As medicinas funcionais, como o nome já diz, valoriza a diagnose das alterações funcionais do organismo, ou seja, da fase pré-lesional. Realiza uma avaliação funcional, utilizando o conjunto de conhecimentos hoje disponíveis para tais diagnósticos: como a análise constitucional, a análise bioeletrônica de terreno, a microscopia de sangue vivo (claro e escuro), a biorressonância, a iridologia, a pesquisa de geopatia, etc., além da anamenese e exame clínico orientados para a diagnose funcional.
Temos que ter a noção de que o processo da vida coexiste com o da morte, que o processo de envelhecimento começa no momento em que nascemos. Durante o nosso ciclo de vida vamos esgotando as nossas reservas. Mas, por outro lado, sabemos do maravilhoso potencial regenerador disponivel em cada organismo, que sempre se manifesta quando oferecemos oportunidade de.
Na verdade, o grande processo de prevenção se dá na ação correta de preservação da saúde, e não na procura da doença, pois quem procura doença não acha saúde.
Faça o que tem que ser feito para preservar a sua saúde como:
1. Alimentação sem produtos processados e industrializados
2. Evitar os refinados (açúcar e farinha de trigo)
3. Evitar as gorduras trans e os transgênicos
4. Fazer atividade física regular
5. Controlar stress
6. Repor deficits nutricionais: cuidado especial com o defict da Vitamina D
7. Controlar peso
8. Evitar a poluição indoor
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Terapêuticas
Nos últimos anos temos assistido a Invasão Farmacêutica que os estudiosos previram na década de 70. É um processo massivo de doutrinação para aumentar o consumo das substâncias químicas de marcas. Todos os expedientes são usados, mas a doutrinação do médico é a que rende melhores frutos. Temos hoje uma medicina completamente rendida à lógica do pharma poder (big pharma). Não tenho qualquer ilusão em poder influenciar na contra-hegemonia da big pharma. Pratico simplesmente o compromisso ético de alertar os meus semelhantes sobre o engodo da terapêutica química estranha ao organismo.
No inicio do meu processo de busca de novos caminhos terapêuticos, trilhei na direção da chamada medicina complementar.
Essa vertente considera a medicina oficial o centro da medicina, enquanto as outras medicinas deveriam vir complementá-la. Ao adquirir conhecimento e experiência pude perceber que o modelo de conhecimento da medicina oficial não resiste minimamente à lógica do conhecimento científico moderno, e a sua terapêutica (química estranha ao organismo – quimioterapia de marca) é na verdade a principal responsável por parte expressiva do adoecimento atual.
Minha tarefa tem sido a de chamar a atenção das pessoas para os riscos da terapêutica de bloqueio com substâncias químicas estranhas ao organismo. O organismo tem as suas leis e os seus processos corretivos já razoavelmente conhecidos pela medicina funcional. É uma ilusão achar que se é capaz de impor regras a esse organismo com substâncias que não fazem parte do seu processo de funcionamento. Costumo afirmar que as substância químicas estranhas funcionam como escoras, que ajudam a manter a casa de pé, em um momento de dificuldade do organismo, mais nada além disso. No entanto, com o passar do tempo, 100% das escoras passam a ser problema, ou seja, ela cria um novo problema e assim sucessivamente. Não é por acaso que morrem, nos EUA, 180 mil pessoas/ano por efeitos colaterais das drogas. Isso revela claramente o caráter tóxico dessa terapêutica.
O cliente não tem tido opção, pois a medicina oficial não tem a menor noção do que ocorre no organismo no processo de adoecimento. Por isso, cresce assustadoramente as ditas doenças idiopáticas (não se sabe a causa). Aliás, a medicina oficial sabe a causa de poucas doenças, pois não há como se saber a causa do adoecimento quando não se olha para o organismo doente, e sim para a doença. Há muito, a medicina deixou de olhar para o organismo humano, quando, no Século XIX, desviou seu olhar para a doença. Na segunda metade do Século XX, ela fez um segundo desvio de olhar ainda mais distante do organismo, quando, por total influência da big pharma, passa a valorizar e tratar os chamados fatores de risco. Enfim, dois processos seguidos de abstração em relação ao organismo humano.
A desconexão das pessoas em relação ao seu organismo é, em grande medida, resultante da cultura de exacerbação dos processos mentais e emocionais e do stress da vida moderna. Isso as torna presa fácil do discurso imediatista de supressão dos sintomas por substâncias químicas de bloqueio, que é o carro chefe da big pharma. As ponderações dos médicos éticos e conscientes dos riscos dessas drogas, não costuma ter influência sobre as pessoas.
O organismo sobrecarregado, intoxicado, desnutrido, começa a manifestar seu desequilíbrio e a medicina oficial o enquadra numa classificação de doença específica ou mesmo numa classificação simplesmente sintomática.
E, imediatamente, lança mão da droga para tratar aquela doença ou sintoma. Existe coisa mais simplista do que isso?
Cabe aos médicos comprometidos com a cura um caminho completamente diferente. O médico deve voltar a olhar para o organismo e entender os processos ancestrais que mantêm a ordem, a coerência e a vida no organismo. Se o médico for humilde para aceitar que quem cura é o organismo e a natureza, ele terá olhos para ver a espetacular sabedoria do organismo, e aprenderá a respeitá-la e agir na direção de dar suporte às suas dinâmicas curativas, que, no adoecimento, se encontram em dificuldades.
Isso é o que tento fazer na minha prática. Uso os valiosos recursos terapêuticos já disponíveis, ao mesmo tempo que sou receptivo para incorporar os que ainda virão. Chamo esta perspectiva medicoterapêutica de ecletismo. Portanto, sou um médico eclético que acredita ser o objetivo elementar da medicina, tratar e aliviar o sofrimento humano e, se possível, curá-lo. Coloco a ética do meu lado e faço as minhas buscas de terapêuticas que ainda não conheço.
Meu norte neste campo é a individualidade, ou seja, cada indivíduo interage do seu próprio modo quando é exposto à determinada terapêutica. Por este motivo, tendo a relativizar os chamados ensaios clínicos (clinical trials) que são os sancionadores da chamada “terapêutica química”. Uma terapêutica não precisa funcionar para todos para ser incorporada. Se ela é eficaz para alguns, por que não usá-la?
O establishment terapêutico oficial é poderosíssimo e cerceia de todas as maneiras a possibilidade de opção terapêutica individual. Para se ter uma idéia, um divulgador do uso da oxigenioterapia chamado McCabe, apelidado de Mister Oxigênio nos EUA, esteve preso só por defender a importância terapêutica do oxigênio através de várias técnicas hoje disponíveis.
A consciência de que não existe a chamada "verdadeira medicina" é fundamental para que o cidadão possa fazer suas opções. Atrás do chamado discurso científico da medicina se esconde o poderoso jogo politicoeconômico. A medicina como qualquer outro sistema cultural deve ser plural. Cada indivíduo deveria desenvolver sua identidade em relação as mais variadas concepções e opções terapêuticas, dentro de uma perspectiva autonômica, e não simplesmente entregar ao outro a responsabilidade sobre a sua saúde.
Desse modo, considero a minha empreitada profissional como um movimento de construção de identidades, de oferta de opções, de consolidação de parcerias autônomas. Pois não adianta sermos críticos em relação à medicina oficial, se não construirmos alternativas assistenciais viáveis.
Transformar clientes em parceiros e ampliar os laços sociais para amplificar e viabilizar as iniciativas no campo da medicina não oficial são tarefas de terapeutas e clientes.
Câncer de mama: Às vezes é melhor não mexer? - Interessante estudo realizado com dados de 600.000 mulheres suecas dá a entender que talvez o câncer de mama esteja sendo exageradamente diagnosticado hoje em dia. Cliqueneste link para ler ou baixar o artigo, disponibilizado aqui com autorização do tradutor.
Simpósio sobre hormônios bioidênticos - Realizou-se no dia 01/07/2011, no hotel Holiday Inn em Porto Alegre-RS, o 1º Simpósio Gaúcho de Modulação Hormonal Bioidêntica. O evento teve a participação de diversos médicos e contou com o apoio das farmácias de manipulação Amplo Espectro, Fitonfarma e Rosa Moschetta, além da empresa Emphasys [embalagens farmacêuticas] e do Laboratório Vitrus, especializado em análise hormonal na saliva.
As apresentações foram feitas pelo médico José Carlos Brasil Peixoto, autor do livro A Menopausa e o Segredo dos Hormônios Femininos [Histórico da Modulação Hormonal Bioidêntica, Tópicos de Fisiologia, O Paciente no Consultório, Propostas Terapêuticas], pela Dra. Clarice Luz, Diretora do Laboratório Vitrus [Avaliação Laboratorial], e por Eduardo A. de Abreu, Diretor da farmácia Fitonfarma [Administração de Hormônios Bioidênticos]. O encontro foi considerado um sucesso.
Câncer da mama: Incidência diminui com menor uso da TRH tradicional - Em julho de 2002 a Terapia de Reposição Hormonal (TRH) tradicional, que utiliza hormônios equinos e hormônios modificados, sofreu um duro revés com a prematura suspensão do fatídico estudo (veja neste link), devido ao elevado número de casos de doenças cardiocoronárias e câncer da mama, além de derrames, embolismo pulmonar, câncer do endométrio, câncer colo-retal e fraturas de bacia. Naturalmente não querendo diminuir os fantásticos lucros dessa "galinha dos ovos de ouro", a indústria de medicamentos vem desde então apresentando argumentos contra os resultados daquela impecável pesquisa de 2002.
Mas agora um novo estudo publicado no New England Journal of Medicine, Volume 360:573-587 February 5, 2009 - Number 6 [http://content.nejm.org/cgi/content/short/360/6/573] praticamente sepultou essa pretensão da indústria farmacêutica. O estudo acompanhou um grupo de 15.000 mulheres da pesquisa de 2002 que pararam de usar hormônio modificado (2,5 mg de acetato de medroxiprogesterona, uma progestina) em conjunto com 0,625 mg de Premarin. A queda da incidência de câncer de mama nesse grupo foi de 28 por cento. Esse mesmo estudo incluiu outro grupo que não fez parte da pesquisa de 2002 e, neste grupo, o resultado foi ainda mais surpreendente - a queda da incidência do câncer de mama foi de 43 por cento em apenas 1 ano (de 2002 a 2003).Ou seja, menor número de usuárias da TRH tradicional = menor número de câncer de mama.
Detalhe: Muitas das participantes do estudo passaram a usar hormônios bioidênticos (como sempre recomendou o Dr. John Lee), mas a incidência do câncer de mama continuou a diminuir!
O fim da mamografia? - Pesquisadores da Universidade do Texas, em Houston, anunciaram um novo método para detecção do câncer de mama que pode, no futuro, aposentar a velha, dolorida e perigosa mamografia: um exame de saliva. Segundo o professor Charles Streckfus, o câncer da mama desencadeia uma mudança no tipo e na quantidade de proteínas na secreção das glândulas salivares. Quando os cientistas examinaram um grupo de 30 mulheres - 10 saudáveis, 10 com tumores benignos e 10 com tumores malignos - os padrões de proteína foram diferentes em cada um dos grupos. Os pesquisadores cautelosamente informaram que mais pesquisas ainda serão necessárias e que o pedido de aprovação do governo para usar o novo método [nos EUA] será encaminhado "dentro dos próximos 5 anos". A pesquisa foi divulgada no site do médico William Campbell Douglas II, que comemorou a notícia, pois ele sempre condenou o uso excessivo das mamografias, prática que ele acha cruel e perigosa. O Dr. Douglass acredita que mais mulheres (e até as mais jovens) estarão dispostas a fazer o exame de saliva, um procedimento indolor e muito mais barato. A matéria original poderá ser vista aqui: www.douglassreport.com/dailydose/dd200802/dd20080206a.html
Trabalho sobre a progesterona - Um longo e inédito artigo científico francês sobre a progesterona foi publicado em julho/2007, em inglês, na revista médica Endocrine Reviews sob o título "Novel perspectives for progesterone in Hormone Replacement Therapy, with special reference to the nervous system" [algo como "Novas perspectivas para a progesterona na Terapia de Reposição Hormonal, com referência especial ao sistema nervoso"]. O trabalho tem 52 páginas, 830 referências bibliográficas e foi elaborado por 9 pesquisadores do Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale, em colaboração com a University Paris-Sud. O artigo é bastante técnico e demanda conhecimentos razoáveis de bioquímica. Para acessar, clique neste link (requer um leitor de arquivo PDF, como o Acrobat Reader).
Cálcio & sol contra a TPM - Um novo estudo mostra que uma maior ingestão de cálcio e mais vitamina D ajudam a diminuir os sintomas da TPM, um incômodo sentido por cerca de 20 por cento das mulheres. A matéria foi publicada na e-coluna do médico norte-americano Joseph Mercola em 5 de julho de 2005. O Dr. Mercola recomenda obter o cálcio do leite não pasteurizado e não homogeneizado (algo quase impossível atualmente) ou de verduras folhudas e de cor verde-escura. A vitamina D pode ser obtida pela exposição ao sol ou, na falta dele, via óleo de fígado de bacalhau.
Livro sobre menopausa - No final de 2004 foi publicado o livro A Menopausa e os Segredos dos Hormônios Femininos, do médico gaúcho José Carlos Brasil Peixoto. O autor, que compartilha da linha clínica e filosófica do falecido Dr. John R. Lee, apresenta "uma visão à luz da ecologia humana", como ele próprio descreve a obra em seu subtítulo. Pedidos: diretamente ao autor, nestee-mail). Uma leitura imperdível.
A Menopausa e os Segredos dos Hormônios Femininos - 104 páginas, ISBN 85-87455-54-0
Dr. John R. Lee (1929-2003) - Médico norte-americano cuja obra inspirou a criação deste site. Tornou-se conhecido por milhões de pessoas pelo mundo afora como médico pioneiro na utilização do creme transdérmico com progesterona natural e de hormônios bioidênticos, bem como por ter tido a coragem de enfrentar a perigosa TRH tradicional (terapia de reposição hormonal) largamente usada pelo "establishment" médico.
O Dr. Lee ficou também conhecido por ter tido a coragem de enfrentar a perigosa TRH tradicional (terapia de reposição hormonal) largamente usada pelo "establishment" médico.
Esse incansável defensor da "biodgnidade" da mulher tornou-se a maior autoridade mundial em equilíbrio hormonal feminino, tendo tido a satisfação de ver, ainda em vida, o reconhecimento de seus pontos de vista sobre os malefícios da TRH convencional por parte da comunidade médica.
O Dr. John Lee publicou várias obras, dentre as quais destacamos:
- What your doctor may not tell you about menopause*
- What your doctor may not tell you about premenopause
- What your doctor may not tell you about breast cancer
- Optimal health guidelines
- Natural progesterone: The multiple roles of a remarkable hormone**
- Hormone balance for men
- Commonsense guide to a healthy heart
- Get smart about your brain
** No Brasil, Progesterona Natural - Um Hormônio Que Você e Seu Médico Precisam Conhecer,
editora "A Senhora", São Paulo.
Cuidado com a falsa progesterona - Tem empresa oferecendo diosgenina (C27H42O3) como sendo progesterona natural (C21H30O2). A diosgenina é retirada de plantas como o cará japonês (Dioscorea nipponica), do qual atualmente se obtém a progesterona natural (mais detalhes neste link: Origem da progesterona dos cremes).
Diosgenina não é progesterona natural, nem pode ser ela transformada em progesterona pelo organismo humano.Em caso de dúvida, exija cópia do laudo técnico do princípio ativo, onde conste a sua fórmula, que precisa ser C21H30O2.
Nas novas diretrizes, de 23 de julho de 2001, a AHA afirma "...mulheres com doenças cardiovasculares não devem ser postas em TRH se a única razão for prevenir futuros ataques cardíacos".
O painel de especialistas da AHA baseou sua recomendação nos resultados de diversos estudos sobre a TRH e doenças cardíacas, inclusive o Heart and Estrogen / progestin Replacement Study - HERS (Estudo sobre o Coração e a Reposição de Estrogênio/progestinas). Esse estudo, que durou 4 anos, descobriu que o uso de estrógenos orais, associados a progestinas, na verdade aumenta o risco de ataques cardíacos recorrentes e de morte, durante o primeiro ano de uso, baixando apenas ligeiramente esses riscos nos anos seguintes. [Boletim Circulation da AHA, edição de 24 de julho de 2001; 104:499-503].
Na sua "e-coluna" No. 243, de 04-08-01, o Dr. Joseph Mercola comenta "...muitos anos ainda passarão até que todos os profissionais absorvam essa mudança no paradigma médico tradicional. Portanto, não se admire caso o seu médico não acredite nisso, ou que resolva não seguir as recomendações da AHA."
http://www.arzt.com.br/terapeuticas
http://www.endocrino.org.br/hormonios-bioidenticos/
Hormônios Bioidênticos
http://somostodosum.ig.com.br/clube/blog/blog.asp?id=1674
http://www.saudeintegral.com/artigos/cuidado-com-a-mamografia.html
http://lionsclubebarbacena.blogspot.com.br/2012/10/perigo-na-mamografia.html
http://controversias.novelablog.com.br/31187/Sem-Perigo-as-Mamografias/
Estudos realizados pela Universidade do Texas, nos Estados Unidos, mostram que o câncer de mama está aumentando entre os homens. Apesar de continuar rara, a doença teve um aumento de 25% nos últimos 25 anos.
A razão pelo aparecimento deste câncer, mais comum nas mulheres, é devido à presença do hormônio estrogênio.
Apesar do aumento, os casos de câncer de mama nos homens representam apenas 0,6% do número total de diagnósticos.
8 de jan. de 2012
Dor na ATM? Importante comunicado médico.
Se você é do tipo que toma remédio para a dores orofaciais, dor de cabeça ou dores crônicas em geral, fique esperto, você pode estar se expondo a grandes riscos de saúde!
Algo extremamente comum na área de ATM e Dor Orofacial é o uso de de medicamentos, sendo que muitos profissionais os utilizam como um dos principais recursos no controle da dor relacionada ao aparelho mastigatório. Entretanto, seu uso não é desprovido de riscos! Além de simplesmente não funcionarem em um grande número de casos, vários desses medicamentos são extremamente tóxicos e responsáveis por uma grande quantidade de problemas de saúde na população, que vão desde leves irritações gastrointestinais à complicações renais, hepáticas (do fígado), doenças ligadas à hipertensão como acidente vascular cerebral e problemas cardíacos!
Em postagens anteriores, descrevi alguns dos principais efeitos colaterais dos AINES (antiinflamatórios não esteróides, como a aspirina, paracetamol, naproxeno, diclofenaco etc) e porquê não costumo usar medicamentos para a dor nos meu pacientes, embora trate diariamente pacientes de dor crônica!
Nesta nova postagem da série Medicamentos para dor e Disfunção da ATM irei explicar um pouco a respeitos dos remédios mais utilizados e seus riscos para a saúde.
No controle da dor crônica, os profissionais das áreas odonto-médicas costumam utilizar, com mais frequência, os seguintes grupos farmacêuticos: analgésicos não narcóticos e AINES, opióides, antidepressivos e anticonvulsivantes, sendo que se convencionou uma certa hierarquia de abordagem do paciente com dor, que normalmente se inicia com os analgésicos não narcóticos. Portanto irei começar por este grupo!
Analgésicos não narcóticos e AINES
Um dos principais representantes desse grupo é o paracetamol, que no Brasil é comercializado com o nome Tylenol. Está entre os mais utilizados, entretanto, um dos maiores problemas com relação ao seu uso é o alto potencial hepatotóxico, ou seja, a grande possibilidade de produzir uma intoxicação no fígado, seja por uma overdose ou por uso constante do medicamento! É uma das causas mais comum de intoxicação em todo o mundo. Nos EUA e no Reino Unido é a causa mais comum de insuficiência hepática aguda!
Muitos indivíduos com a toxicidade do paracetamol podem não ter nenhum sintoma nas primeiras 24 horas após a overdose. Outros podem apresentar, inicialmente, queixas inespecíficas como dor abdominal e náuseas. Com a progressão da doença, sinais da doença no fígado podem aparecer sob a forma de alteração do PH e do açúcar no sangue, sangramento fácil e encefalopatia.
Quando uma intoxicação ocorre, o tratamento visa remover a droga do corpo e reposição da glutationa, um nutriente antioxidante do fígado. O tratamento precoce da intoxicação tem um bom prognóstico, já o tratamento tardio, pode ter um resultado muito ruim…
Agora, se você costuma tomar este medicamento quando sente dor, conheça os seguintes dados informados pelo toxicologista Anthony Wong, do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas a Universidade de São Paulo:
“20 comprimidos de paracetamol por dia são suficientes para causar insuficiência hepática e levar à morte, (…) mas há pessoas que já tiveram falência hepática tomando 8 comprimidos de 500mg, que dá 4g. É importante salientar que a máxima diária são 4g de paracetamol, desde que não tenha álcool, problema hepático ou o paciente não esteja tomando um outro remédio.” Fonte: UOL News
Em uma próxima postagem sobre o tema Medicamentos para Dor e Disfunção da ATM, abordarei outra droga bem conhecida das pessoas que sentem dor: a aspirina.
Fique esperto!
Marcelo Matos
6 de jan. de 2012
Dias em busca de luz
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palavras em grande reflexão... desta morada que acolhe tudo que trazemos em bagagem e só podemos entender vivendo os estágios e nos motivando a cuidar bem deste único templo...pois a alma transcende e complementa-se com a matéria para nos expressarmos pela luz.
" Tem dias que acordamos querendo dormir, acordamos com um indecifrável cansaço da vida. Acordamos com a saliva que não foi engolida, com o travesseiro seco e a cama arrumada. Nesses dias de cansaço tudo parece doer mais, tanto o corpo quanto a alma, não conseguem sair do lugar. Nesses dias nossos planos parecem pequenos, nós parecemos miúdos e de novo dormimos para tentar encontrar nos sonhos nossa grandeza perdida
,,,,
Há um milhão de questões, um milhão de sentimentos, um milhão de cicatrizes e só um corpo pra aguentar tudo.”
"A vida é como andar numa montanha-russa
Os altos e baixos farão você gritar às vezes"
http://adrianosaldanha.multiply.com/
Proteção
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O que é a verdade? É o princípio certo, autêntico, exato.
Tal como a couraça da justiça em blindagem e a paz nos passos
certos, também o escudo da fé. A mente protege em sintonia
com a luz. O guerreiro está pronto!?
Que a espada esteja pronta a manter sua postura.
A difícil arte de ser Canal.
4 de jan. de 2012
Existir- o homem é aquilo que faz.
O filósofo francês Jean Paul Sartre.
O pesamento marxista criticaram o existencialismo, acusando-o de obscurecer o lado luminoso da vida e destacar a sordidez humana. Uma vez admitida a repugnância humana, o ser humano estaria descompromissado da solidariedade e a ação social estagnada. Já os católicos acusam o existencialismo de deixar o homem em um estado de gratuidade, onde tudo é permitido, pois se não existe Deus não há como condenarmos uns aos outros.
Sartre procura responder a essas críticas explicando, primeiramente, em que usa o termo humanismo no sentido de que toda a ação passa pela subjetividade, assim toda a ação é humana, seja repugnate ou não. Ao nos depararmos com algo injusto, segundo a concepção existencialista, pensaremos “isto é humano”. Mas isto não significa uma concepção pessimista, ao contrário, é uma visão otimista: se é humano, posso ou não praticar este ato - não há nada além de mim mesmo que me compele a isto.
Neste momento, Sartre cita as duas escolas existencialistas, a católica e a atéia. Ambas têm em comum apenas a adoção do pressuposto de que a existência precede a essência. Para explicar tal significado, Sartre inicialmente apresenta a idéia oposta, comparando o ser humano com um objeto fabricado. Para qualquer objeto temos um modelo, que definirá como será o produto. Neste caso a essência (modelo) precede a existência (produto). Os filósofos do século XVII, que concebem um Deus criador, vêem o homem como produto da obra divina, assim como qualquer produto fabricado. A essência de todos os homens é única, pois foi concebida por Deus . Mesmo os filósofos ateus, como o filósofo prussiano Emmanuel Kant, adotam a idéia de que a essência precede a existência, ao pressuporem uma natureza humana universal. O existencialismo ateu, afirma Sartre, ao não admitir a existência de Deus, permite que a existência humana precede a essência. O homem existe no mundo, surge no mundo, para depois se definir. E mais: só depois que existiu o homem pode dizer o que é a humanidade, podendo julgar-se alguma coisa apenas a partir daquilo que já está feito. Em suma: o homem é aquilo que faz.
Emmanuel Kant nasceu na Prússia, em 1724, e veio a falecer em 1804.
Neste momento Sartre afirma: “o homem antes de mais nada, é um projeto que se vive subjetivamente”. Ao conceber o homem como projeto, tornamo-nos responsáveis por aquilo que somos. Não somos aquilo que queremos ser, mas somos o projeto que estamos vivendo e este projeto é uma escolha, cuja responsabilidade é apenas do próprio homem.
No entanto, ao dizer que o homem é responsável por si mesmo, o existencialismo transcende a idéia do subjetivismo individualista que os críticos querem imputar-lhe. O homem, no ato de fazer uma escolha, não escolhe somente a si mesmo, mas escolhe toda humanidade. Ou seja: ao escolher o homem que deseja ser, o homem está julgando como todos os homens deve ser. Em outras palavras: o homem está condenado à subjetividade humana. Somos responsáveis por toda humanidade.
Dito isto, Sartre apresenta a idéia existencialista de angústia. O homem, ao perceber que sua escolha envolve não apenas a si mesmo, mas toda humanidade e que a responsabilidade dessa escolha é inteiramente sua, se sentirá angustiado. Só o homem de má fé consegue disfarçar a angústia, dissimulando a sua responsabilidade por si e por toda humanidade. Os próprios atos de dissimular e mentir implicam em uma escolha. Ao atribuir a responsabilidade a outrem, estamos escolhendo a mentira não só para a própria existência, como para a de todos os homens. O homem que nega a angústia tem na angústia a sua própria forma de existir.
A maldade humana e a fraternidade são opostos que nos ligam à responsabilidade de nossas escolhas: angústia como a consciência do que somos.
Ainda sobre a angústia, Sartre destaca que o homem, quando responsável e perante qualquer decisão, sente-se angustiado. Mas tal angústia não o impede de agir, pelo contrário, implica na ação. O homem, responsável pela humanidade, sentirá angústia ao escolher, pois esta escolha implica no abandono de todas as outras possibilidades. Porém, a idéia de que a existência precede a essência permite outros desdobramentos. O homem não pode responsabilizar a sua existência à natureza alguma. Não há nada que legitime seu comportamento, não há nada que o determine. O homem faz-se a si próprio, é livre: tem total liberdade para escolher o que se torna, é responsável por sua paixão. Assim, não há nada que justifique seus atos. O homem está desamparado, condenado à sua própria escolha.
Sendo o homem livre para suas escolhas, qual o lugar da moral na doutrina existencialista? Sartre, exemplificando, diz que há dois tipos de moral. A moral cristã prega que devemos seguir o caminho mais duro. Mas Sartre questiona-se: “qual o caminho mais duro?”. Já a moral para Kant afirma que devemos tratar as pessoas como fim, e não como meio. Porém, ao escolher algo como fim, as outras opções serão tratadas como meio. Então, seria o sentimento que determina nossa escolha pela moral a ser seguida? Sartre refuta essa idéia. Só podemos dizer que fizemos algo por amor, depois que já tivermos realizado. Justificar uma ação pelo sentimento terá seu valor apenas depois que o ato se concretizar: o sentimento se constituiu pelos atos praticados. Portanto, não podemos consultar nossos sentimentos como guia de nossas ações e não há também nenhuma moral que me guie: o homem é livre para escolher e tem a constante possibilidade de se inventar.
Neste ponto, Sartre retoma as críticas iniciais e às rebate a partir da argumentação descrita acima. Explica como é visto pela doutrina existencialista a proposição fundamental cartesiana: cogito, ergo sum (penso, logo existo). Para o exitencialismo, significa que não só atingimos a nós próprios, atingimos a nós através do outro. O outro é a condição para nossa existência, não somos nada sem o reconhecimento do outro. Para o homem conhecer-se é necessário, primeiramente, que o outro o reconheça. Este é o mundo intersubjetivo, de âmbito da consciência, e é através dele que julgamos a nós mesmos e os outros. A partir desse mundo intersubjetivo, Sartre afirma que mesmo não havendo essência, para toda existência humana há uma condição: a priori, há um conjunto de limites que esboçam a situação do homem no universo.
Descartes e sua máxima: cogito, ergo sum.
Há ainda uma universalidade de todo projeto individual. Podemos compreender a existência de qualquer homem, mas isso não significa que possamos definí-lo estaticamente. A universalidade é construída dinamicamente. O homem a constrói no ato de escolher, o que implica que, ao escolher, ele estará compreendendo o projeto de qualquer homem, pois o homem não é capaz de ultrapassar a própria subjetividade humana.
Sartre retoma o tema da moral e rebate as críticas que acusam o existencialismo de pregar uma escolha gratuíta. Volta a dizer que uma escolha implica um compromisso com toda a humanidade, já que toda escolha é um compromisso. E, ao escolher um projeto, estamos necessariamente optando por uma moral. Não há como fugir da escolha e, portanto, não há como fugir da moral. A moral só poderá ser julgada no momento em que ela estiver se realizando. Em seguida, Sartre volta a discorrer sobre a liberdade e sua relação com a intersubjetividade. Se por um lado, a sua liberdade não depende de outrem, por outro existe um compromisso: se quero a minha liberdade, sou obrigado a querer a liberdade dos outros. Se alguém nega essa liberdade, escondendo-se em determinismos, este pode ser julgado como covarde. Mas isso apenas se considerarmos a liberdade como único fim moral. A moral universal que podemos conceber é a moral cuja ação se dá em nome da liberdade e não a moral formalmente constituída.
Por fim, Sartre justifica porque seu existencialismo é um humanismo. Humanista por ser o homem o único responsável por suas ações. E existencialista porque, na medida que o homem projeta-se para fora de si mesmo, ele se faz no mundo. Para o homem é sempre possível transcender e superar a si mesmo, na medida que o homem é aquilo que faz de si mesmo, tendo a permanente liberdade de se reinventar.
O Existencialismo de Jean Paul Sartre
No ensaio "O Existencialismo é um Humanismo", de 1946, o filósofo francês Jean Paul Sartre (1905 - 1980) oferece uma resposta como esclarecimento sobre o existencialismo, cuja compreensão estava sendo vulgarizada e interpretada de acordo com a ideologia do público leitor.
Revista Eletrônica de Ciências
Incompletude
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Psiqweb -Somatoformes e somatização
Tanto os Transtornos Somatoformes, quanto os fenômenos Dissociativos e Conversivos, podem ser considerados transtornos psicorreativos, ou seja, aparecem sempre como uma reação a algum evento de vida, a alguma emoção. Trata-se de uma resposta do orgânico a uma vivência traumática. De certa forma aqui se incluem também os transtornos psicossomáticos.
De modo geral, o Transtorno Somatoforme se caracteriza por um salto do psíquico para o orgânico, com predominância de queixas relacionadas aos órgãos e sistemas, como por exemplo, queixas cardiovasculares, digestivas, respiratórias, etc.
Quando se usa o termo Conversão, embora exista da mesma forma um salto do psíquico para o orgânico, os sintomas são predominantes no “sistema de comunicação” da pessoa com o mundo, ou seja, em sua mímica, em seus cinco sentidos, em sua mobilidade e coordenação motora. Dessa forma, todos os quadros de conversão se confundem com sintomas neurológicos, ou seja, desmaios, formigamentos, paralisias, perda da voz, da visão, etc. Na Conversão os sintomas aparecem sob a forma de perda da função de um ou de vários atributos necessários à vida de relação. Isso significa que a musculatura estriada e os órgãos sensoriais são afetados.
Os problemas de Somatização, por sua vez, normalmente envolvem a clínica médica. Os sintomas envolvem os diversos órgãos e sistemas, como por exemplo, dores no peito (sistema cardiovascular), falta de ar (sistema respiratório), cólicas abdominais (sistema gastroenterológico ou ginecológico), e assim por diante.
Nos distúrbios de Dissociação há, da mesma forma, um salto do psíquico, porém, não mais para o orgânico: há um salto do psíquico para o próprio psíquico. Aqui são afetadas a consciência e integração da pessoa com a realidade. A Dissociação, segundo a CID.10, é representada pelos fenômenos onde o indivíduo fica, repentinamente, dissociado dos estímulos internos e externos.
Todos esses sintomas psicorreativos são reversíveis e não obedecem à realidade orgânica ou à fisiologia médica conhecida. Eles obedecem sim, à representação emocional que o sujeito tem de seus conflitos, de seu corpo e de seu funcionamento. Através dessa representação sintomática nada fisiológica podemos observar uma perda total da visão sem que o reflexo foto-motor se encontre alterado, ou uma lombalgia com exames neurológicos normais, tonturas com exames otoneurológicos normais e assim por diante.
Vale acrescentar que nenhum desses sintomas tem algo a ver com a simulação, tratando-se, pois, da comunicação corporal de um conflito ou mobilização emocional. É a expressão de uma necessidade psicológica onde os sintomas não são voluntariamente produzidos e não podem ser explicados, após investigação apropriada, por qualquer mecanismo clínico conhecido.
É muito importante fazer uma boa distinção entre sintomas somatiformes e conversivos com os sintomas psicossomáticos, embora todas essas manifestações possam ocorrer em um mesmo paciente. Na Conversão e Somatização, a representação da realidade vivenciada penosa, desagradável ou traumática é reprimida para o inconsciente e sua energia psíquica é deslocada para alguma zona do corpo, convertendo-se em sintoma.
Isso pode ser o que acontece, por exemplo, quando uma paciente apresenta queixa ginecológica vaga e incongruente, após ter participado de alguma prática sexual com o namorado em desacordo com seus valores morais. Nesses casos não existem lesões orgânicas, embora sempre exista a queixa do sofrimento. Tais queixas conversivas ou alterações funcionais independem da anatomia e fisiologia reais do organismo.
Na Doença Psicossomática, diferentemente, de fato existe alteração orgânica confirmada por exames clínicos, embora tais alterações tenham sido desencadeadas, determinadas ou agravadas por razões emocionais. Na Doença Psicossomática o Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é o mais mobilizado. Alguns autores aceitam a idéia de que a Doença Psicossomática acontece quando há prejuízo da manifestação afetiva típica, ou seja, quando há alguma dificuldade para a pessoa reconhecer e verbalizar sentimentos e emoções (alexitimia).
Resumindo, a maneira mais didática de entender essa sucessão de termos parecidos e confusos pode ser assim:
TERMO
SIGNIFICADO
Somatiforme, ou Somatomorfo
Toda patologia psíquica que se faz representar no orgânico através de sintomas compatíveis ou não com a patologia clínica, com a anatomia ou com a fisiologia.
Somatização
Quando a parte física envolvida diz respeito aos órgãos e sistemas (coração, muscular, respiratório, genital...)
Conversão
Quando a parte física envolvida diz respeito à comunicação corporal da pessoa (cinco sentidos, musculatura, coordenação...)
Dissociação
Quando a parte envolvida diz respeito ao próprio psiquismo (confusão mental, delírios, desorientação...)
Psicossomática
Doenças determinadas, agravadas ou desencadeadas por razões emocionais com alterações orgânicas constatáveis (asma, hipertensão, dermatites, diabetes...)
Transtornos Somatoformes
A característica principal dos Transtornos Somatoformes é a presença de sintomas físicos que sugerem alguma doença orgânica ou física. A base do quadro clínico diz respeito à presença repetida de sintomas físicos associados à busca persistente de assistência médica. Apesar dos médicos nada encontrarem de anormal nos pacientes com Transtorno Somatoforme, as queixas persistem. E quando há alguma alteração orgânica, esta normalmente não justifica a queixa.
Para que haja um diagnóstico de Transtorno Somatoforme deve haver, juntamente com as queixas, algum sofrimento ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional. Caso isso não ocorra estaremos diante apenas de um traço histérico de personalidade.
A pergunta que sempre está presente diante de casos com somatização é quanto à intencionalidade consciente dos sintomas. Nos Transtornos Somatoformes a intencionalidade é inconsciente, ou seja, pode haver uma espécie de “planejamento” inconsciente da sintomatologia, a qual passa a se manifestar involuntariamente. Esse quadro difere da simulação, onde os sintomas físicos não são conscientemente intencionais, isto é, voluntários.
Há estudos mostrando que 75% das pessoas adultas e sadias sofrem algum tipo de dor ou de mal estar num prazo de uma semana. Isso quer dizer que, em condições normais, o ser humano costuma apresentar alguma queixa sobre si mesmo e isso não se constitui em nenhum transtorno psiquiátrico (White KL, Williams TF, Greenberg BG. The ecology of medical care. N Eng J Med 1961; 265: 885-892). Entretanto, devemos pensar em um diagnóstico de Somatização, apenas quando a pessoa que se queixa acredita estar sofrendo de um problema orgânico e busca diagnóstico e tratamento médico persistentemente. Nesses casos parece haver uma relutância do paciente em aceitar as seguidas negativas dos médicos quanto a possibilidade de não haver nenhuma doença física.
A diferença entre os Transtornos Somatoformes e as Doenças Psicossomáticas está no fato dessas últimas comportarem, junto com a queixa, realmente alguma alteração orgânica constatável clinicamente, enquanto na somatização não. Havendo confirmação de alterações orgânicas e, sendo a doença em pauta influenciável (determinada ou agravada) por razões emocionais, estamos diante de Doenças Psicossomáticas. Alguns exemplos desses transtornos podem ser a asma brônquica, hipertensão arterial essencial, psoríase, retocolite ulcerativa, entre muitas outras.
De acordo com o DSM.IV, o Transtorno Somatoforme se constitui num grupo de enfermidades psiquiátricas que são caracterizadas quando o paciente apresenta sintomas físicos que sugerem um transtorno físico mas, entretanto, não existe nenhuma causa orgânica ou mecanismo fisiopatológico conhecido que explique os sintomas completamente.
A indiscutível importância dos Transtornos Somatoformes está na gritante freqüência com que esses pacientes visitam médicos das mais variadas especialidades. Tão ou mais importante ainda é o fato desses transtornos estarem quase sempre associados a outros quadros emocionais.
Comorbidade
A comorbidade do Transtorno Somatoforme (concordância com outra doença simultaneamente) com outros quadros emocionais tem sido observada em torno de 85% dos casos, com predomínio de transtornos depressivos e de ansiedade. Essa comorbidade pode ser assim dividida (García-Campayo J, Sanz Carrillo C, Pesrez-Echeverría MJ, Campos R, Lobo A. Trastorno por somatización en atención primaria: aspectos clínicos diferenciales. Med Clin – Barc - 1995; 105: 728-733.)
Comorbidade do Transtorno Somatoforme
Diagnóstico associado
%
Distimia
40.0
Transtorno de ansiedade generalizada
25.7
Transtorno por angustia
22.8
Abuso de analgéssicos
20.0
Agorafobia
17.1
Depressão maior
5.7
Depressão não especificada
5.7
Outros
14.2
Note-se que somando distimia com outras depressões dá um total de 51.4% de comorbidade com o Transtorno Somatoforme.
Essa expressiva comorbidade convoca a formulação de hipóteses, entre as quais, perguntar-se se o Transtorno Somatiforme não seria apenas uma das manifestações (atípicas) dos estados depressivos e/ou ansiosos.
Entre os tipos de manifestação do Transtorno Somatiforme há maior prevalência o tipo Transtorno de Somatização (72%), a Hipocondria (63%), a Dor Crônica (59%) e o Transtorno Dismórfico Corporal (65%). (Bass C, Murphy M. Somatoform and personality disorders: syndromal comorbidity and overlapping devoopmental pathways. J Psychosom Res 1995; 39: 403-428.)
Importancia Clínica dos Trastornos Somatiformes
A importância clínica dos Transtornos Somatoformes é totalmente determinada pela sua enorme prevalência, portanto, determinada pela assiduidade com que os pacientes somatoformes se utilizam dos sistemas de saúde. Eles estão presentes (muito presentes) nos consultórios médicos de quase todas as especialidades e, não raro, esses pacientes costumam visitar mais de uma especialidade simultaneamente. Portanto, além da alta prevalência, deve ser levado em consideração o alto custo social determinado pelos Transtornos Somatoformes.
Não obstante, apesar da assiduidade desses pacientes no sistema de saúde, eles estão continuadamente descontentes com o tratamento que recebem. A dificuldade do médico em lidar com esse transtorno emocional faz com que o paciente esteja constantemente trocando de serviço de saúde.
Transtorno de Somatização
Somatização a rigor, significa passar para o somático, físico ou corpóreo, somatizar. Normalmente essa expressão não deve ser tomada exclusivamente como se tratasse de alguma categoria diagnóstica específica. A somatização aparece na medicina em geral e na psiquiatria, em particular, muito mais como um sintoma, encontradiço em muitos estados emocionais, do que como uma doença específica.
Quem trabalha em saúde está familiarizado com aquele tipo de paciente que apresenta queixas múltiplas, imprecisas, confusas e difusas. Normalmente começam dizendo “... não sei nem por onde começar doutor.” Essas pessoas costumam se sentir inconformadas com resultados negativos dos muitos exames que se submetem.
A categoria diagnóstica dos Transtornos Somatoformes e suas subdivisões (Transtorno de Somatização, Somatoforme de Dor, Disfunções Neurovegetativas, etc.) abrangem uma série de pacientes cujos sintomas correspondem a respostas somáticas, indicadoras de alterações emocionais e super valorizadas através de ampliações das sensações corporais.
A característica principal do Transtorno de Somatização é a elaboração de múltiplas queixas somáticas, recorrentes e clinicamente significativas. Uma queixa é considerada clinicamente significativa quando resulta ou acaba determinando algum tratamento médico. Também pode ser considerada clinicamente significativa quando é capaz de causar algum prejuízo no funcionamento social ou ocupacional da pessoa.
No Transtorno de Somatização normalmente há uma história de dor incaracterística e de difícil explicação médica que acomete predominantemente a cabeça, as costas, articulações, extremidades, tórax, e/ou uma história de comprometimento nas funções de órgãos, como por exemplo, em relação às menstruações, ao intercurso sexual, digestão, funcionamento intestinal, etc.
As queixas do Transtorno de Somatização freqüentemente levam o paciente a muitos exames médicos, radiográficos, tomográficos e mesmo a cirurgias exploratórias desnecessárias, até porque essas queixas são formuladas em termos dramáticos, são eloqüentes e exageradas ou, curiosamente, ao extremo contrário, ou seja, completamente indiferentes à sugerida gravidade do problema. Freqüentemente as pessoas portadoras do Transtorno de Somatização têm um histórico de hospitalizações e extensa trajetória médica, muitas vezes buscando tratamento com vários médicos ao mesmo tempo.
Concomitantemente, sintomas proeminentes de ansiedade e humor depressivo são muito comuns, podendo ser até a razão principal para o atendimento médico. Os transtornos Depressivo e de Pânico podem estar associados com muita freqüência.
Existem numerosos sintomas físicos e variados, contínuos e queixados no dia-a-dia que caracterizam mais a maneira desse paciente ser do que uma maneira nervosa dele estar. Assim sendo, os somatoformes são pacientes poliqueixosos, com sintomas sugestivos de muitos problemas de saúde, mas que não se confirmam pelos exames médicos habituais.
Os sintomas da somatização podem aparecer como quadros dolorosos incaracterísticos, queixas cardíacas e circulatórias que não se confirmam por exames especializados, distúrbios digestivos e respiratórios, enfim, por queixas que refletem alterações em qualquer sistema funcional, mas raramente se confirmam por exames clínicos ou de laboratório. Nota-se sempre, inclusive com reconhecimento pelo próprio paciente, de variação na intensidade das queixas conforme alterações emocionais, embora a maioria deles insista em discordar do ponto de vista médico que aponta para a possibilidade psíquica dos sintomas.
Nas características psicológicas associadas ao Distúrbio de Somatização encontramos com freqüência o humor depressivo e, em segundo lugar, o Transtorno Histriônico da Personalidade. Habitualmente os sintomas iniciam-se entre os 10 e 20 anos e, nas mulheres, é comum que problemas menstruais (Dismenorréia) sejam a primeira queixa.
Mesmo diante da suspeita do Transtorno de Somatização o médico deve, obrigatoriamente, excluir a existência de alguma doença orgânica real. Não deve ser negligenciada a possibilidade, mais que comum, dos pacientes somatizados clássicos portarem, simultaneamente, algum outro transtorno clínico orgânico. Desta forma, ressalta-se para o diagnóstico do Transtorno de Somatização puro a inexistência de alguma patologia orgânica real. Para o diagnóstico do Transtorno Somatização é importante que os sintomas causem sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes. Depois deste procedimento clínico podemos observar uma extensa lista de sintomas possíveis de refletir uma somatização:
SINTOMAS DO TRANSTORNO DE SOMATIZAÇÃO
1 - vômitos
2 - palpitações
3 - dor abdominal
4 - dor torácica
5 - náuseas
6 - tonturas
7 - flatulência
8 - ardência nos órgãos genitais
9 - diarréia
10 - indiferença sexual
11 - intolerância alimentar
12 - dor durante o ato sexual
13 - dor nas extremidades
14 - impotência
15 - dor lombar
16 - dismenorréia
17 - dor articular
18 - outras queixas menstruais
19 - dor miccional
20 - vômitos durante a gravidez
21 - dor inespecífica
22 - falta de ar
A manifestação emocional somatizada não respeita a posição sócio-cultural do paciente, como podem suspeitar alguns, não guarda também relação com o nível intelectual, pois, como se sabe, a emoção é senhora e não serva da razão. O único fator capaz de atenuar as queixas é a capacidade da pessoa expressar melhor seus sentimentos verbalmente. Quanto maior a capacidade do indivíduo referir seu mal-estar emocional através de discurso sobre o que sente, como por exemplo, relatando sua angústia, sua frustração, depressão, falta de perspectiva, insegurança, negativismo, pessimismo, carência de carinho e coisas assim, menor será a chance de representar tudo isso através de palpitações, pontadas, dores, falta de ar, etc.
Entre os próprios médicos ainda é muito forte a idéia de que o paciente somatizador tenta enganá-los ou procede de má-fé. Às vezes e intimamente, o médico se aborrece porque as queixas somatiformes não obedecerem o que ele aprendeu nos livros tradicionais de medicina e, tão diferentes assim eles passam a representar um desafio a seus conhecimentos científicos e fisiopatológicos.
O Transtorno Somatização é um transtorno crônico e flutuante mas raramente apresenta remissão ou cura completa. É raro passar um ano sem que o indivíduo busque algum atendimento médico, normalmente levado por queixas somáticas medicamente inexplicáveis. Os critérios de diagnóstico tipicamente são satisfeitos antes dos 25 anos, mas os sintomas iniciais freqüentemente estão presentes desde adolescência. Os sintomas sexuais freqüentemente estão associados com desajuste conjugal.
Transtorno de Conversão
O paciente conversivo, como os histéricos de um modo geral, é extremamente sugestionável, demonstrando com isso seu clássico infantilismo e falta de maturidade da personalidade. Normalmente os afetos e relações objectuais são bastante pueris nos histéricos, com predomínio da vida fantasiosa na tentativa de negar uma realidade frustrante e penosa.
A teatralidade dos histéricos é sempre marcante, ensaiando e interpretando papéis que acreditam adequados a eles. Por mais que lhe sejam dispensados carinhos a atenções, estes nunca são suficientes e insistentemente estão a reclamar que ninguém os entende. Ele não simula seus sintomas, não está enganando e não é caso de falcatrua. De fato o conversivo está sofrendo e percebendo subjetivamente seus sintomas.
Neste tipo de transtorno, sempre que o sintoma servir para o alívio de alguma emoção (medo, ansiedade, angústia, desespero, frustração, etc.), haverá um mecanismo chamado de Lucro Emocional Primário. Diz-se “primário” porque é dirigido ao benefício emocional da própria pessoa. Uma adolescente conversiva, por exemplo, diante de uma situação vivencial potencialmente ansiosa, como pode ser o caso de uma briga entre seus pais, recorre a uma síncope conversiva (desmaio). Com esse desmaio, certamente ela estará se afastando da situação traumática e se protegendo da ansiedade provocada pela briga dos pais.
Também um soldado com Transtorno Conversivo, diante da ansiedade produzida pelo conflito entre o medo do combate e a vergonha da fuga, poderá apresentar uma paralisia ou qualquer outra limitação neuromuscular; se fosse um deficiente físico, não teria de experimentar a ansiedade de saber-se um covarde já que, infelizmente, a natureza impediu sua participação no combate através de uma doença limitante de sua mobilidade. Nessa circunstância pode aparecer-lhe uma paralisia, por exemplo.
Num outro mecanismo psicodinâmico a pessoa conversiva obtém um Lucro Emocional Secundário, ou seja, um benefício junto aos espectadores. Ela conquista um suporte de aprovação, complacência ou compaixão do ambiente para com sua falha funcional ou para a evitação constrangedora da atividade que lhe é nociva. A mesma adolescente do exemplo acima, que manifestou uma síncope ao presenciar a briga de seus pais, despertará sentimentos de remorso nas pessoas responsáveis pela sua crise, juntamente com uma compaixão pelo seu estado deplorável e, inevitavelmente, receberá uma boa dose de carinho em seguida.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO PARA TRANSTORNOS CONVERSIVOS - DSM-IV
A. Um ou mais sintomas ou déficits afetando a função motora ou sensorial voluntária, que sugerem uma condição neurológica ou outra condição médica geral.
B. Fatores psicológicos são julgados como associados com o sintoma ou déficit, uma vez que o início ou a exacerbação do sintoma ou déficit é precedido por conflitos ou outros estressores.
C. O sintoma ou déficit não é intencionalmente produzido ou simulado (como no Transtorno Factício ou na Simulação).
D. O sintoma ou déficit não pode, após investigação apropriada, ser completamente explicado por uma condição médica geral, pelos efeitos diretos de uma substância ou por um comportamento ou experiência culturalmente sancionados.
E. O sintoma ou déficit causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo, ou indica avaliação médica.
F. O sintoma ou déficit não se limita a dor ou disfunção sexual, não ocorre exclusivamente durante o curso de um Transtorno de Somatização, nem é mais bem explicado por outro transtorno mental.
Especificar tipo de sintoma ou déficit:
Com Sintoma ou Déficit Motor
Com Sintoma ou Déficit Sensorial
Com Ataques ou Convulsões
Com Apresentação Mista
Transtorno Doloroso e Hipocondria
O diagnóstico de Transtorno Doloroso veio satisfazer a necessidade de classificar os pacientes com queixas dolorosas inconsistentes e de difícil entendimento médico, relacionadas a estados emocionais. De fato, é como se fosse uma somatização mais específica, ou seja, enquanto na somatização as queixas são muitas e variadas, no Transtorno Doloroso a dor costuma ser uma só.
Para o diagnóstico de Transtorno Doloroso a dor deve causar sofrimento significativo e algum prejuízo sócio-ocupacional, sendo suficientemente severa para indicar uma atenção médica. A dor pode perturbar severamente vários aspectos da vida diária, como por exemplo, no emprego ou na escola, assim como causar problemas de relacionamento, tais como desajuste conjugal e mudanças no estilo de vida (desemprego, isolamento social, problemas financeiros, etc.).
Esses pacientes costumam usar freqüentemente o sistema de saúde, transformar a dor em um foco importante de sua vida, usar exageradamente medicamentos analgésicos e antiinflamatórios. Não é raro, portanto, que tais pacientes desenvolvam dependência ou abuso de opióides e/ou benzodiazepínicos.
Os fatores psicológicos devem exercer um papel importante para esse diagnóstico, seja na gravidade, na exacerbação ou na manutenção da dor. Nunca é demais ressaltar que a dor não é voluntariamente produzida ou simulada, como culturalmente se acredita, e esse aspecto involuntário é que diferencia o Transtorno Doloroso da simulação.
O longo itinerário médico das pessoas com Transtorno Doloroso deve-se à convicção que eles têm sobre a existência, em algum local, de um médico que tenha a "cura" para sua dor. Eles podem gastar tempo e dinheiro na busca de um árduo objetivo.
Muitíssimo semelhante é o Transtorno Hipocondríaco. Aqui existe uma preocupação, medo ou crença persistente de estar com algum transtorno somático grave e progressivo. De modo geral a atenção do paciente se concentra em um ou dois órgãos ou sistemas. Pode acontecer também dos pacientes manifestarem queixas somáticas persistentes ou preocupação duradoura com a aparência física. Sensações e sinais físicos normais ou triviais são freqüentemente interpretados pelo sujeito como anormais ou perturbadores.
De um modo geral, tanto o Transtorno Doloroso quanto o Hipocondríaco, parecem estar associados com outros transtornos emocionais, especialmente a Transtornos Depressivos e de Ansiedade. Pacientes cuja dor está associada à severa Depressão e aqueles cuja dor se relaciona a uma doença terminal, mais notadamente câncer, parecem estar em risco aumentado de suicídio.
Na prática, em pesquisa realizada no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (1995), houve prevalência de 73% de transtornos de ansiedade e 37% de transtornos depressivos em 51 pacientes portadores de queixas difusas. Esses dados contribuem para estruturar a idéia de que a somatização também possa ser uma forma de expressão dos transtornos afetivos ou de ansiedade. As sólidas constatações da associação somatização-depressão têm levado alguns autores a acreditar que os quadros somáticos possam ser uma forma da Depressão se apresentar em algumas pessoas.
Transtorno Neurovegetativo ou Psicossomático
No Transtorno Neurovegetativo o paciente atribui seus sintomas a um transtorno somático de um órgão ou sistema controlado pelo Sistema Nervoso Autônomo (ou neurovegetativo). A diferença entre o Transtorno Neurovegetativo e o Transtorno de Somatização é que nesse último existem as queixas, mas não existem alterações clinicamente constatáveis, como por exemplo, existe a falta de ar sem o broncoespasmo ou a sensação de lipotímia sem queda da pressão arterial.
Normalmente as queixas neurovegetativas dizem respeito de um funcionamento alterado, a um hiper ou hipofuncionamento, como por exemplo, palpitações, transpiração, ondas de calor ou de frio, tremores, assim como por expressão de medo e perturbação com a possibilidade de uma doença física.
No sistema cardiovascular, por exemplo, pode haver aceleração da freqüência sem nenhuma correspondência clínica. Para ilustrar melhor as diferenças de classificação podemos dizer que, se fosse uma somatização no sistema cardiovascular, teríamos uma palpitação sem aumento da freqüência ou uma dor sem alterações orgânicas. Se fosse um Transtorno Psicossomático do sistema cardiovascular teríamos uma extrassistolia de fundo emocional eletrocardiologicamente constatável.
No sistema gastrintestinal o Transtorno Psicossomático pode se manifestar como aerofagia, flatulência, cólon irritável, diarréia, dispepsia, flatulência, piloroespasmo, úlcera digestiva, a retocolite ulcerativa, etc. No sistema respiratório costuma haver hiperventilação, suspiração, soluços, tosse persistente asma brônquica (com broncoespasmo constatável). Na parte urogenital os sintomas neurovegetativos dizem respeito à disúria, polaciúria, nictúria, urgência miccional, etc.
para referência:
Ballone GJ - Somatizações e Quadros Dolorosos, in. PsiqWeb, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2011.
Ballone GJ – Da Emoção à Lesão, Manole, 2ª. Ed., 2006
Ballone GJ – PsiqWeb www.psiqweb.med.br
http://fibromialgia.areastematicas.com/generalidadesetipsicofibro.php
Disturbio psicológico
http://www.psicologiananet.com.br
De forma resumida e mais funcional é possivel compreender alguns problemas psicológicos básicos de forma a alertar consumidores e familiares sobre como se beneficiar de informações úteis que podem ajudar a identificar e compreender um disturbio psicológico e com isso buscar ajuda de um profissional psicólogo ou médico psiquiatra.
Quando um problema psicológico interferir com a sua saúde física ou emocional e em seus relacionamentos, trabalho, produtividade, adaptação ou o cotidiano, você precisa identificar a necessidade de ajuda e buscar um profissional com experiência.
Os principais problemas psicológicos que interferem no bem estar podem ser resumidos em:
Depressão- É subdividida em tipos de depressão, incluindo depressão maior, transtorno distímico, depressão não específica, transtorno de ajustamento com depressão e transtorno bipolar.
Ansiedade: Diferentes problemas incluem distúrbios ansiosos como o transtorno do pânico, estresse pós-traumático, ansiedade social, agorafobia, ansiedade generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo e fobias específicas.
Esquizofrenia: A esquizofrenia é uma doença grave e crônica, que envolve incapacidade cerebral, porém que pode ser combatida com medicamentos e tratamentos que possibilitam maior adaptabilidade com a doença e com as funções sociais.
Transtornos da infância: São problemas psicológicos relacionados com controle comportamental, incluindo TDAH, perturbação de conduta, comportamento de oposição e outros. A ansiedade separatória também é um problema comum na infância e que necessita de cuidados e atenção.
Transtornos de controle dos impulsos: constituem os problemas psicológicos envolvendo perda de controle, obsessão e compulsão, manias, cleptomania, piromania, jogo compulsivo, tricotilomania e até mesmo violência doméstica e compulsão sexual.
Transtornos de Personalidade: Transtorno obsessivo compulsivo, transtorno narcisista, borderline, paranoide e persecutorio, entre outros.
Transtornos de ajustamento:as características dos transtornos de ajustamento se relacionam com eventos estressores que levam a um desajustamento tais como morte de entes queridos, conflitos conjugais, perda de emprego, perdas econômicas, etc.
Às vezes também ocorre conflito familiar porque um ou mais membros da família apresentam distúrbios psicológicos como os descrito acima.
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