24 de ago. de 2011

Doenças da emoção

A medicina psicossomática deixou de ser um ramo de segunda classe. A influência dos sentimentos sobre a saúde física nunca foi tão pesquisada e o controle das perturbações psíquicas entrou para os receituários clínicos.

Revista Veja - por Anna Paula Buchalla

  • Perfil dos Somatizadores

    - 20% da população mundial é afetada pelos transtornos de somatização;
    - o distúrbio é mais comum em mulheres e entre elas os sintomas constumam ser mais severos;
    - 42,6 anos é a idade média dos somatizadores;
    - 40% deles têm depressão;
    - 20% apresentam transtorno do pânico ou ansiedade;
    - os somatizadores estão entre os principais usuários do sistema de saúde: 60% das consultas médicas referem-se a pacientes com queixas sem nenhuma causa orgânica.

    As principais reclamações são: dor no peito, fadiga, tontura, dor de cabeça, dor nas costas, falta de ar, insônia e dor abdominal.

    É quase certo que, ao demonstrar um desconforto físico, você já tenha ouvido que está "somatizando". Mas o que é exatamente somatização? Trata-se de um processo pelo qual distúrbios de origem psíquica, emocional. traduzem-se em mal-estar, com ou sem causa orgânica definida. Os dez problemas mais relatados pelos somatizadores são dor no peito, fadiga. tontura, dor de cabeça, inchaço, dor nas costas, falta de ar, insônia, dor abdominal e torpor. Não faz tanto tempo assim, a esmagadora maioria dos médicos ocidentais relegava tais pacientes ao limbo de um ramo até então pouco prestigiado da psiquiatria - o da medicina psicossomática. Mas esse quadro coomeça a mudar.

    Muitos clínicos estão dando mais atenção aos quadros de somatização. Eles, agora, procuram escutar os somatizadores da forma preconizada por Maimônides, um médico mouro do século XII: "Uma consulta deve durar uma hora. Durante dez minutos. ausculte os órgãos do paciente. Nos cinnqüenta minutos restantes, sonde-lhe a alma". Com isso, passaram a oferecer meios de tratar o seu padecimento atual e evitar os futuros, em vez de se apresssarem em livrar-se dos "neuróticos". Além disso, equipes de pesquisadores dedicam-se a tentar desvendar os mecanismos pelos quais as emoções podem resultar em afecções. Vários deles, inclusive, já foram descobertos (veja o texto abaixo - O preço da pressão... e a sua repercussão no organismo). Pode-se dizer que a medicina ocidental está revendo o dogma de que sintomas só são passíveis de tratamento se originados em problemas físicos descritos cientificamente. Nesse caminho, segue a trilha da antiga medicina oriental, segundo a qual um sintoma, mesmo sem causa orgânica suficientemente identificada, é, em si, um desequilíbrio a ser curado.

    Embora desde o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina ocidental, haja registros de processos de somatização, o fenômeno só ganhou um nome no início do século XX. O médico austríaco Wilhelm Stekel, um dos pioneiros da psicanálise, lançou a expressão alemã organsprache("fala dos órgãos") para denominar sintomas físicos associados precipuamente ao lado psíquico. Na versão para o inglês, o termo foi traduzido como somatizatíon, palavra criada a partir do radical grego "soma", corpo. Atualmente, os médicos fazem uma distinção entre transtorno somatoforme e somatização. O primeiro caracteriza-se por queixas físicas recorrentes, mas sem causas detectáveis por exames clínicos ou de imagem. É o caso, por exemplo, de um paciente que reclama de dores de estômago, mas, submetido a uma endoscopia, não apresenta nenhuma lesão nesse órgão. Para que a doença seja diagnosticada como um transtorno somatoforme, é preciso que a pessoa exiba um ou mais sintomas por um período mínimo de seis meses. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 20% da população do planeta manifesta quadros da doença. "Os sintomas são reais. O sofrimento desses pacienntes não é menor do que o daqueles que apresentam problemas com causas orgânicas bem definidas", disse a VEJA a psiquiatra americana Lesley Allen, especialista no assunto.

    A palavra somatização, por sua vez, hoje é usada especificamente para as doenças identíficáveis por meio de exames, desencadeadas por sobrecarga emocional. Certas doenças têm um componente fortemente somático. E o caso de asma, úlceras, fibromialgia, gastrite, alergias e herpes, principalmente. As situações que mais deflagram respostas somáticas são as de stress decorrente de um luto ou de uma separação conjugal. Para não falar da onipresente depresssão, é claro. "Na verdade, não existe um só sentimento que não tenha uma repercussão física. O que varia é a intensidade da emoção e a vulnerabilidade do corpo", afirma o psiquiatra Geraldo Banone, de Campinas.

    É freqüente confundir somatização com hipocondria. São coisas completamente diferentes, O hipocondríaco é alguém preocupado em excesso com a própria morte. Seu medo é tanto que ele freqüentemente interpreta um mal-estar passageiro como um sinal de doença grave. O exemplo perfeito é o do persoonagem de Woody AIlen no filme Hannnah e Suas Irmãs, que tinha certeza de que suas dores de cabeça eram um sintoma de um tumor no cérebro e, por issso, submetia-se a tomografias da cabeça como quem tira pressão arterial. O que somatizadores e hipocondríacos têm em comum são as idas freqüentes ao médico. "As somatizações são responsáveis por um número muito alto de consultas", diz o psiquiatra José Atilio Bombana, da Universidade Federal de São Paulo. Calcula-se que até a metade de todos os gastos do sistema público de saúde deva-se a somatizações.

    Do ponto de vista fisiológico, já se sabe que o processo de somatização ocorre no eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal . Com o auxílio da medicina molecular e exames de imagem de altíssima precisão, está-se conseguindo mapear em detalhes os canais de comunicação entre o cérebro e os sistemas imunológico e endócrino. A interação entre corpo e mente se dá por meio de uma intrincada rede de horrmônios, proteínas e neurotransmissores que não cessam de interagir. Os cientistas querem definir o que ocorrre ao certo quando há um descompassso entre o cérebro e esses sistemas. especialmente nos momentos emocionais mais críticos. Apesar de haver uma longa estrada a ser percorrida, ao entender em parte como os sentimentos afetam o organismo, a medicina deu um passo adiante rumo à prevenção e à cura de doenças típicas da somatização.

    No plano estatístico, as evidências da relação entre o psicológico e o físico sempre foram elusivas. Não são mais. Dois estudos publicados neste ano, um no Jornal da Associação Médica Americana(Jama) e outro no Archives of Internal Medicine, atestam a conexão. No primeiro deles, realizado com quase 1 000 pacientes, entre 35 e 59 anos. vítimas de infarto que exerciam funções com grande demanda emocional mostraram-se duas vezes mais predispostas a sofrer um novo evento cardíaco. No segundo estudo, o professor de psicologia Sheldon Cohen, da Universidade Carnegie Mellon, analisou 319 artigos médicos que relacionavam emoções intensas com falhas do sistema imunológico.

    Ele concluiu que tais emoções podem acelerar a progressão até mesmo de males associados à aids. Há também uma pesquisa notável, levada a cabo por médicos ingleses do London College. Depois de acompanharem 9 000 pessoas durante doze anos, eles descobriram que os que tinham relacionamentos íntimos marcados por brigas e conflitos sofriam 34% mais risco de apresentar um distúrbio cardiovascular.

    Não se pode incorrer no simplismo de afirmar, como fazem alguns psicólogos, que toda e qualquer doença tem origem nos sentimentos. "Mas é provável que, por determinação genética, haja pessoas mais propensas a ficar doentes por causa de emoções excessivas", diz o psiquiatra Mario Alfredo De Marco, da Universidade Federal de São Paulo. A mesma situação pode ser mais desgastante para uma pessoa e menos para outra, não apenas pelo perfil psicológico de cada uma, mas por efeito de uma tendência genética para reações hormonais mais ou menos fortes. Fatores culturais também são relevantes. Um levantamento aponta que os brasileiros estão entre os campeões de somatização (Leia no texto abaixo - Mapa da Somatização). "Comportamentos histriônicos ou contidos demais podem resultar no aparecimento de afecções", diz o psiquiatra Bombana.

    Estudos mostram que um bom suuporte afetivo e determinados tipos de terapia psicológica são capazes de melhorar a resposta imunológica até mesmo em pacientes de câncer. Uma das linhas de pesquisa mais avançadas nessa área é a da professora americana Les1ey Allen. Ela defende a terapia cognitivo-comportamental, associada a técnicas de relaxamento, exercícios moderados e uso de antídepressivos, para diminuir a severidade dos sintomas entre os somatizadores. Os antidepressivos, aliás, têm fornecido resultados surpreendentes. Pacientes tratados com esses remédios apresentaram uma redução considerável nas idas ao médico, especialmente aqueles que sofriam da síndrome da fadiga crônica, distúrbio recorrente entre os somatízadores. Outra linha de pesquisa também começa a esboçar-se. No início de novembro passado, a equipe do pesquisador Hiitoshi Sakano, da Universidade de Tóquio, criou em laboratório ratos que não têm medo de gatos.


     Por meio de alterações genéticas, os cientistas conseguiram remover determinadas células do sistema olfativo dos roedores, responsáveis por detectar a presença de ameaças. Ao terem esse grupo de células desligado, as cobaias aproximaram-se de um gato sem manifessar pavor. Essa xperiêncía representa um avanço na direção de remédios próprios para o controle de emoções que podem causar problemas físicos.

    Não se trata, é claro, de demonizar o lado sentimental. De sugerir que todos sejamos robôs gélidos. Tanto os sentimentos bons quanto os ruins foram - e são - fundamentais para a preservação da espécie, como demonstrou o naturalista inglês Charles Darwin. o primeiro a estudar de forma abrangente a influência das emoções instintivas no proceso evolutivo. Se elas nos trouxeram até aqui, compreendê-las pode nos levar ainda mais longe do ponto de vista da saúde física. Na falta da pílula mágica que tudo amenize ou controle(e com a qual sonhava até mesmo Sigmund Freud, o pai da psicanálise), cabe a todos nós tentar evitar que sejamos possuídos por sentimentos que redundem em sofrimento físico. Expressá-los sem medo é uma boa medida. Dito assim, parece simples. Não é. Até mesmo os pacientes mais articulados encontram dificuldades ao traduzir seus sentimentos em palavras. O escritor americano William Styron, um dos que melhor expressaram a tristeza e a melancolia, descreveu sua dor psíquica constante como "algo tão misteriosamente doloroso que não é possível nem por meio da mediação intelectual chegar perto de uma descrição". Sim, as palavras nem sempre alcança a alma.

  • O preço da pressão ... e a sua repercussão no organismo

    As emoções podem traduzir-se em respostas somáticas no eixo hipotálano-hipófise-supra-renal. Quando isso acontece, altera-se a sintonia entre o cérebro e os sistemas encdócrino e imunológico, o que leva ao desencadeamento de uma série de problemas.

    Hipotálamo: estrutura do sistema líbico, a sede cerebral das emoções, o hipotálamo deflagra as reações físicas aos desgastes emocionais.
    Hipófise: controlada pelo hipotálamo, a hipófise é uma glândula localizada na base do cérebro. Ela comanda o trabalho da maioria das outras glândulas endócrinas.
    Supra-renais: situadas acima dos rins, essas glândulas são encarregadas de fabricar os hormônios relacionados aos stress - adrenalina, noradrenalina e cortisol.

    . distúrbios cardiovasculares: infarto, derrame, hipertensão, arritmias. Explicação: situações de pressão emocional estimulam a liberação dos hormônios adrenalina, noradrenalina e cortisol, entre outros. Com isso, o coração bate mais rápido, a pressão arterial sobe e as taxas de colesterol aumentam. Um estudo com pacientes de hipertensão mostrou que 80% deles associaram a crise de pressão alta a um evento de desgaste emocional.

    . dores crônicas: dor nas costas, cefaléias, dor pré-mestrual, fibromialgia, síndrome da fadiga crônica. Explicação: a descarga de adrenalina e cortisol na corente sanguínea reduz a produção de endorfina e serotonina, substâncias associadas ao alívio da dor e à sensação de bem-estar, respectivamente. Vários estudos já mostraram que um evento emocionalmente desgastante pode aumentar a sensação dolorosa em até 20%.

    . afecções dermatológicas: hiperidrose, prurido, dermatite, queda de cabelo, psoríase, herpes, vitiligo. Explicação: é bastante comum sentir na pele as aflições psíquicas. Isso porque a pele é um órgão repleto de terminações nervosas, o que a torna muito sensível às alterações da química cerebral. Pessoas ansiosas, depressivas e estressadas tendem a desenvolver ou piorar problemas como dermatite, acne, psoríase e queda de cabelo.

    . doenças endócrinas: diabetes tipo 2, hiper ou hipotireoidismo e hipoglicemia. Explicação: como o hipotálamo modula também as defesas do organismo, um problema de ordem emocional pode desencadear um ataque do sistema imunológico à tireóide e ao pâncreas, o órgão produtor de insulina. A descarga hormonal desregula a liberação de glicose na corrente sanguínea, o que leva ao diabetes ou à hipoglicemia.

    . problemas gastrointestinais: distúrbios esofágicos, dispepsia, diverticulite, diarréia, constipação, gastrite, úlcera gástrica, síndrome do intestino irritável, retocolite ulcertativa. Explicação: Em resposta à pressão emocional, o organismo aumenta a produção de substâncias tóxicas ao estômago e aos intestinos. Em 75% dos casos, a colite ulcerativa é psicossomática. O desequilíbrio na produção de noradrenalina e cortisol aumenta ou reduz, ainda, os movimentos intestinais, agravando alguns distúrbios, como a diverticulose.

    . asma, hiperventilação, rinite alérgica: Explicação: problemas de ordem emocional podem desequilibrar a produçâo das substâncias envolvidas na dilatação dos bronquios, agravando os sintomas da asma. Pode ocorrer ainda uma resposta desmedida do sistema imunológico a determinados alérgenos, como a poeira, deflagrando uma crise alérgica.

    . distúrbios imunológicos: lúpus, artrite reumatóide, depressão imune inespecífica. Explicação: a atividade integrada entre o hipotálamo, a hipófise e a glândula supra-renal repercute diretamente no sistema imunológico. Com a falta de sintonia entre esses sistemas, as células de defesa passam a atacar outras células do organismo. (fonte: Geraldo Ballone, psiquiatra).

  • O mapa da somatização

    Um estudo da Oranização Mundial de Saúde(OMS) com quase 26.000 pessoas identificou a prealência do mal em direrentes sociedades. Eis o ranking dos povos que mais somatizam seus problemas: Chile 37%, Brasil 32%, Alemanhã 26%, França 23%, Inglaterra 21%, Holanda 18%, China 18%, EUA 10%, Japão 10%.

    Os latinos costumam manifestar suas aflições emocionais sob a forma de sintomas gastrointestinais - náusea, vômitos, diarréia, intolerância alimentar, gastríte e úlcera.

    Os anglo-saxões resistem a procurar ajuda para suas aflições emocionais. Os americanos, por exemplo, só costumam dar atenção aos sintomas psicossomáticos quando há comprometimento de alguma função orgânica.

    As culturas orientais incentivam o equilíbrio entre o corpo e o meio ambiente. Japoneses e chineses são estimulados, desde crianças, a reconhecer as respostas do orgianísmo a um desequilíbrio de origem externa.

  • Avalie se você tem um perfil psicossomático

    O questionário abaixo foi elaborado a pedido de VEJA pela psicóloga Marilda Lipp, do Centro Psicológico de Controle do Stress. Responda às perguntas e verifique se o seu modo de sentir e agir é o de uma pessoa suscetível à somatização. Lembre-se de que o diagnóstico preciso só pode ser feito por um especialista.

    Responda Sim ou Não.
    1 . Às vezes choro sem conseguir entender exatamente o porquê
    2 . Consigo disfarçar muito bem quando estou com raiva
    3 . É fácíl para os outros perceberem estou feliz
    4 . Ás vezes me pego sonhando acordado(a)
    5 . Não tenho dificuldade para nomear aquilo que sinto
    6 . É bom "fantasiar" um pouco sobre as coisas
    7 . Gosto de conversas objetivas e diretas
    8 . Freqüentemente, fico confuso(a) sobre qual emoção estou sentindo
    9 . As pessoas mais próximas de mim têm dificuldade de entender como me sinto
    10 . A raiva é o sentimento mais freqüente em minha vida
    11 . Acho que é uma perda de tempo ficar me perguntando sobre o porquê das coisas
    12 . Quase não sonho quando durmo

    A) Se você respondeu "sim" às perguntas 1,2,7,8,9, 10,11 e 12, some 1 ponto para cada questão.
    B) Se você respondeu "sim" às perguntas 3, 4,5 e 6, some 1 ponto para cada questão.
    Em seguida, faça a subtração A - B

    Se o resultado dessa subtração for:
    Até 3: seu perfil não se parece com o de pessoas que sofrem de doenças psicossomáticas. Você provavelmente é o tipo de pessoa que está em sintonia com suas emoções.
    De 4 a 5: você tem alguma dificuldade de identificar ou nomear as suas emoções. Isso pode resultar em algumas manifestações físicas. Aprender a identificar e dar vazão ao que sente o ajudará a não sofrer desconforto físico diante de problemas que são, na verdade, mais de origem psicológica do que biológica.
    6 ou mais: ao que tudo indica, você tem muita dificuldade para entender o que se passa em seu íntimo, de nomear suas emoções e de admitir o que sente. Seu corpo provavelmente mostra sinais de desgaste diante de tanta emoção reprimida. Recomenda-se procurar ajuda especializada.

  • Por uma vida mais serena

    As alternativas que comprovadamente ajudam a amenizar os sintomas da somatização, ao aliviar o sofrimento emocional.

    Meditação: acredita-se que a meditação modula a resposta do sistema nervoso ao stress. Consegue-se isso por meio do controle da ansiedade. O estudo mais recente nesse campo submeteu pacientes cardíacos à meditação e comprovou que eles tiveram uma redução da pressão arterial.

    Terapias Cognitivo-Comportamentais: o objetivo do método é fazer o paciente aprender a controlar os sintomas. Ou seja, ensiná-lo a evitar a cadeia de reações emocionais que leva o corpo a responder com sinais físicos. Também chamado de terapia breve, é especialmente eficaz para aplacar sintomas clássicos, como taquicardia, tontura e falta de ar.

    Psicanálise: ainda que nunca tenha criado uma teoria psicossomática, Sigund Freud, o pai da psicanálise, foi um dos seus mais importantes precursores. Ao iniciar a prática clínica, Freud percebeu que as manifestações da histeria correspondiam a uma anatomia imaginária. Ao contrário das outras duas técnicas, a psicanálise age na raiz do problema. Nesse caso, faz toda a diferença saber se os sintomas de uma somatização são fruto da história pessoal do paciente. É uma abordagem profunda e complexa, que demanda tempo e disposição para que o paciente se aventure no autoconhecimento. Os resultados desse tipo de terapia para a melhora da saúde, embora mais demorados, já foram provados cientificamente.

    www.veja.com.br

  • 18 de ago. de 2011

    O par biomagnetico *Países e sites

    http://www.ohanichile.com/

    http://www.ohani.cl/curso_de_biomagnetismo.htm


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    http://www.guiamedicasalud.com/paginas_amarelas/par+biomagnetico.htm



    Graças aos longos anos de estudo do doutor Isaac Goiz sobre as alterações fundamentais do PH e potenciais biomagneticos nos órgãos internos do corpo humano foi desenvolvida a teoria do biomagnetismo, disciplina que compreende os fenômenos tantos físicos como químicos aos quais nosso corpo é exposto, isso sento as bases para a criação de um tratamento coerente as descobertas e que envolve um processo de ordem físico para detectar de maneira qualitativa e indireta por médio de ímãs naturais de meia intensidade (3000 Gauss), as alterações do Ph (potencial de hidrogênio) do órgãos biológicos.
    O descobrimento do par biomagnético em 1988 marcou um critério totalmente novo dentro do próprio biomagnetismo e da medicina em geral ao comprovar que as potenciais cargas biomagnéticas de órgãos específicos tem uma resonancia vibracional e energéticas entre eles. Na data tem sido analizadas e identificado plenamente mais de 250 pares biomagnéticos regulares, quinze especiais e once disfuncionais; que na sua vez identificam energeticamente ao mesmo numero de patologias dos organismos humanos. O primeiro par biomagnético conhecido foi o do síndrome de imunodeficiência humana (AIDS) que se gera no timo e no recto desde as primeiras horas que o vírus se instala, produzindo nos organismos fenômenos simultâneos: imunodeficiência e seropositividade.

    Elementos do par biomagnético

    O par biomagnético é composto de treis elementos essenciais bem definidos:

    1- Todos as funções normais do organismo humano operam dentro de um nível energético normal (NEM) aonde o PH do corpo é praticamente neutro (PH 7) com uma variação de 3 decimas para alcalinidade é acidez.
    2- Pólos positivos são gerados por um excesso H+ (Hidrogeniões) nos orgaõs aonde o PH é acedo e da lugar à presença de vírus.
    3- Pólos negativos são gerados por um deficit de H+ e pela presença de radicais livres complexos com polaridade negativa aonde o PH é alcalino, dando lugar para a presença e desenvolvimento de bactérias.
    O par biomagnético vem definir cada uma das patologias conhecidas no corpo humano, pela sua ubicação em dois órgãos indentificaveis. Na data a medição dos pólos biomagnéticos é de ordem qualitativo e indireto, pero é a base para que logo num futuro desenvolvamos equipes que possam medir de forma indireta e quantitativa os fenômenos de polarização orgânica.

    Mecanismo de sanação

    Teóricamente as cargas do par biomagnetico tem a mesma intensidade, o mesmo numero de particulas elementais e a mesma frequencia bioenergetica de tal sorte que ao se enfrentar uma contra outra por efeito de indução biomagnetica anulam-se os potenciais respetivos e nesse momento os virus perdem a sua informação genetica e as bacterias a sua capacidade patogena. Esse fenomeno nos permite identificar os sindromes nos seus componentes etiologicos ja sejam virais, bacterianos, micoticos, parasitarios, disfuncionais, toxicos ou geneticos; é na sua maioria sarar-lhos.

    Efeitos colateraisNa data tem se estudado aproximadamente uns 60.000 pacientes, chegando a conclusões muito importantes. O biomagnetismo medico, por se tratar de um procedimento de ordem físico e natural externo é não invasivo, não produz efeitos indesejáveis. Na realidade o que os pares biomagnéticos fazem é regular e eliminar potencias focos de doença, por isso, o biomagnetismo é também um procedimento preventivo na saudê pela sua habilidade para detectar oportunamente patologias, ainda antes da sua manifestação clinica.
    A pratica do biomagnetismo tem comprovado como todos os fenômenos patógenos estão suportados pelas suas distorções fundamentais do PH e pela aplicação do tratamento a restauração da entropia orgânica condiciona a sanação e pelo mesmo a saudê em geral.
    O biomagnetismo é contra indicado para pessoas com marca-passos, já que a terapia é levada a cabo a traves da imposição de cargas magnéticas sobre o corpo do paciente, estas ao mesmo tempo podem afetar o funcionamento normal de aparelhos eletrônicos porem as pessoas portadoras desse tipo de aparelhos não são recomendadas a assistir sessões de tratamento biomagnético.
    Temos de indicar também que logo do tratamento dos pares biomagneticos o organismo começara a equilibrar todos os processos funcionais do corpo regulando a NEM, nesse (periodo não superior aos 3 dias logo do tratamento) os organismos que apresentarem alterações nos niveis de energia sendo restaurados, começaram um processo de desintoxicação chamado de “crise curativa”.


    http://biomagnetismo.wordpress.com/2009/06/09/o-par-biomagnetico


    Cada órgão ou tecido do nosso corpo tem um maior ou menor grau de acidez ou alcalinidade, que nos é dado pela leitura da sua concentração de hidrogénio, isto é, pelo seu potencial de hidrogénio ou pH. As pessoas com algum tipo de doença apresentam, habitualmente, um excesso de iões electropositivos (toxinas, radicais livres, etc), que acidificam as células, os órgãos, o sangue e as secreções.

    Quando isto acontece, quando um tecido corporal qualquer se polariza positivo (acidez), pelo excesso de iões de hidrogénio, existirá outro que se terá polarizado negativo (alcalino) e é esta alteração da polarização que, na perspectiva do biomagenétismo holístico, produz a doença. Esta permanência do tecido numa condição de pH alterado vai permitir o desenvolvimento de vírus, ali onde o pH é mais ácido e de bactérias, onde ele é mais alcalino.

    Vírus e bactéria vão comunicar entre si através da denominada bioressonância magnética e potenciar o desenvolvimento de um vasto conjunto de doenças e patologias degenerativas. Deste modo, bastará alterar a polaridade de ambos os tecidos afectados para eliminar a doença. É o que faz o Biomagnetismo Terapêutico.

    O Biomagnetismo é, assim, uma nova disciplina terapêutica que procura o equilíbrio bioenergético alterado por vírus ou bactérias, cuja acção tem repercussões funcionais. Estuda, detecta, classifica, mede e corrige as alterações fundamentais do pH dos organismos vivos, pois ao nivelar-se este, por meio do Biomagnetismo, regulam-se, corrigem-se e erradicam-se as patologias. A simplicidade do método permite trabalhar com ímanes potentes, mas inofensivos, obtendo, no entanto, resultados extraordinários, sobretudo quando se dispensa ao paciente a mundialmente famosa técnica do Par Biomagnético. É uma técnica baseada na origem das doenças e não nos sintomas (ainda que estes se levem em consideração).

    Com os ímanes, o corpo é “sanado”, detectando-se os pontos que originam o mau funcionamento de um órgão e a presença de vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Esta técnica neutraliza e elimina os agentes patogénicos, devolvendo ao organismo o seu estado de equilíbrio e, assim, se eliminando a doença. Esta técnica, de tratamento natural, consiste em equilibrar e restabelecer o sistema defensivo do corpo humano, ao criar-se um campo magnético que permite tornar incompatível o desenvolvimento e a existência do vírus, das bactérias, dos fungos e dos parasitas e um campo totalmente inacessível para eles.

    Através do desenvolvimento do teste de Kinesiologia e rastreio de todos os pontos patogénicos, uma vez localizados, é-nos dada a informação do problema do paciente e de como neutralizá-lo. É assim que nos permite tratar de uma forma simples e sem dor qualquer problema de saúde, ampliando a capacidade do tratamento de qualquer terapeuta. A este sistema adicionou-se a investigação dos pontos da medicina tradicional chinesa, um amplo conjunto de técnicas e de tratamentos pontuais.

    O Biomagnetismo é uma terapia não invasiva, de fácil e cómoda aplicação que pode tratar todo o tipo de doenças e disfunções, inclusive a nível emocional. A duração aproximada de uma sessão é de 30 minutos. O número de sessões depende do tipo de patologia, da sua agressividade e antiguidade.


    http://saudeclinic.webnode.com.pt/terapias/terapias-holisticas/biomagnetismo-holistico-par-biomagnetico-/

    http://www.figueiramansa.pt/biomagnetismo.html

    Consultas do Par Biomagnético Médico

    Consultas do Par Biomagnético Médico

    O Biomagnestimo Médico é um sistema Terapêutico desenvolvido pelo Dr.Isaac Góiz desde de 1988 com mais de 260.000 pacientes até ao momento este sistema de tratamento é feito pelo uso de imans potenciados e especificos para combater parasitas, bactérias, virús, germes que causam patalogias e são a maior causa doenças no Ser Humano.

    O Biomagnetismo procura o equilibrio energético alterado desses virús, bactérias, ou de orgãos, tecidos afectados e que estão a causar a doença. O tratamento é efectuado de uma forma passiva com ímans, nada de aparelhos eléctricos ou electrónicos, estes ímans são colocados ao longo de determinados ponto no corpo como forma de rastreio completo , após o diagnóstico e reconhecimento o tratamento é efectuado no paciente.

    Todo o nosso corpo, seus orgãos tem PH (alcalino ou ácido), polaridade (energia própria), a doença ocorre quando existe um desiquilibrio nos orgãos e/ou tecidos e nas suas polaridades, se essa ruptura energética for corrigida o problema desaparece e o organismo retorna ao sei equilibrio. Isto é que ocorre num tratamento de biomagnetismo corrigi-se as polaridades, ph e encontra-se ponto de equilibrio.

    Caso prático:

    Após vários anos, o desafio foi finalmente aceite pelo Dr. Raymond Hilu, médico, Director do Instituto Hilu, em Marbelha que convidou o Dr. Isaac Goiz a testar o PAR BIOMAGNÉTICO na sua clínica, em mais de duzentos pacientes de diferentes patologias, entre os dia 14 e 17 de Maio de 2009. O Dr. Hilu fala de um êxito rotundo: “trata-se, afirma ele peremptoriamente, de uma das terapias mais eficazes com as quais me cruzei em todos os anos que levo já de prática médica. O mais surpreendente é a sua simplicidade e a sua principal vantagem é a de carecer totalmente de efeitos secundários. O único que choca por vezes é que o diagnóstico que o Dr. Goiz faz é radicalmente diferente daquele que o paciente traz. Algo que não me preocupa porque o importante é que o paciente melhora com o tratamento. E a mim o que me interessa não é tanto saber o que tinha realmente, mas sim se melhora e se cura. Interessa-me é que o resultado final é positivo e benéfico para o paciente” (fonte: Discovery Salud, nº 118, Agosto de 2009)

    www.parbiomagnético.eu

    Esta foto em baixo foi um médico com laboratório que examinou e fez exames antes e após o Par biomagnético onde ficou comprovado a cura da paciente .

    O Biomagnetismo é compativel com todo o tipo de terapias, inclusivé com tratamentos ou acompanhamento médico.

    http://aessencia.webnode.com.pt/products/biomagnetismo/


    Brasil

    http://campogrande.olx.com.br/medicina-alternativa-par-biomagnetico-mms-iid-102895725


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    Biomagnetismo




    www.biomagnetismomedicinal.org

    2008 7º Congreso de Biomagnetismo

    ISAAC GOIZ DURÁN

    mais de 14 disciplinas médicas!!!!! E uma maravilhosa disciplina cósmica!!

    17 de ago. de 2011

    Par biomagnético Isaac Goiz




    ISAAC GOIZ DURÁN

    Medicina Alternativa,
    Biomagnetismo

    www.biomagnetismomedicinal.org

    13 de ago. de 2011

    Propedêutica

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    Category:Other
    Ciência preliminar preparatória. Introdução à ciência, sendo na área médica utilizado quase como sinonímia de semiologia
    Propedêutica é um termo histórico originado do grego que significa referente ao ensino. Trata-se de um curso ou parte de um curso introdutório de disciplinas em artes, ciências, educação, etc. É o que provém ensinamento preparatório ou introdutório, os chamados conhecimentos mínimos. Pode ser definido como um conhecimento necessário para o aprendizado mas sem a proficiência.

    http://www.propedeutica.net/
    http://clinicapropedeutica.blogspot.com/search/label/Cl%C3%ADnica%20Proped%C3%AAutica


    Em medicina e veterinária refere-se especificamente ao conjunto de dados obtidos sem o uso de procedimentos diagnósticos específicos, via observação, palpação, medida de temperatura e outros exames simples e inespecíficos.
    Na medicina entende-se por propedêutica o conjunto de técnicas utilizadas para a elaboração de uma base a partir da qual o médico se orienta para chegar a um diagnóstico. As técnicas envolvem: informações orais; dados de exame físico; outros exames norteados pelo volume de conhecimento coletado. Todos auxiliam na obtenção de um diagnóstico final.



    Propedêutico na religião

    Na Igreja Católica Romana, desde o Concílio de Trento, criou os seminários propedêuticos, com a missão de introduzir o canditato ao sacerdócio para os seguintes cursos: Filosofia e Teologia.

    Acupuntura, estômago - meridiano

    https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=1PD0L23HV8wkhJMX7NYuC3pYEzKwKvcTjw0tZ39hFx_h8Hzly4NkjWHy-3jzB&hl=en_US

    Formigamento e parestesias

    http://www.lifestyles.com.br/index.htm/2010/01/formigamento-nas-maos-possiveis-causas-para-formigantos-nos-bracos/
    Formigamento nas mãos e braços é uma espécie de sensação de pele que precisa ser atendido com grande preocupação. Este artigo lança luz sobre as possíveis causas de formigamento nos braços e mãos.
    Formigamento nas mãos e nos braços é um sintoma neurológico que podem ocorrer devido a qualquer tipo de dano, doença ou lesão de um nervo sensorial. Como a combustão, rastejando ou dormência, que é uma espécie de sensação de pele, que também é conhecido como parestesia. Sua gravidade depende de pessoa para pessoa, ou seja, se você for saudável e acordar com formigamento no braço ou na mão, ele pode ser ignorado. Mas se você está sofrendo de uma doença cardíaca ou hipertensão ou diabetes e experiência de formigamento no braço ou na mão, então não ignorá-lo e consultar um terapeuta. As possíveis causas para o formigamento nos braços e mãos depende da localização exata das sensações parestesia, que incluem principalmente uma condição física do nervo tipo de lesão como uma compressão do nervo ou a pressão aplicada ao nervo ou à penhora de que o nervo espinhal. Outro motivo pode ser uma condição de doença que afeta os nervos como a neuropatia, esclerose múltipla, Neuropatia diabética, etc
    O que provoca uma sensação de formigamento no braço e mão

    As causas de formigamento nos braços e as mãos são as seguintes:
    A causa mais comum de formigamento no braço é uma síndrome de tomada torácica ou primeira costela subluxated. É uma desordem que ocorre devido à compressão na saída torácica superior que afeta o plexo braquial (nervos passando para os braços do pescoço)
    Enxaqueca da artéria basilar é outra causa que ocorre devido à avaria de uma artéria principal do cérebro, na base do cérebro. Também conhecida como Síndrome de Bickerstaff, que provoca graves dores de cabeça, Tonturas, Parestesias bilaterais, disartria, etc
    Acroparesthesia é uma condição que geralmente ocorre em mulheres de meia idade, envolve parestesia, formigamento ou seja, dormência ou a rigidez de antebraços e mãos.
    Síndrome do Túnel Carpal é outro motivo de formigamento em braços e mãos, principalmente dedos. Ela ocorre principalmente quando os tendões ou ligamentos no pulso se ampliado devido à inflamação e agravos.
    Cisto aracnóide é um fluido cerebrospinal-cheia que causa formigamento nos braços, e desenvolve-se entre a superfície do cérebro e a base do crânio. É uma doença rara que se desenvolve na membrana aracnóide que cobre a medula espinhal e o cérebro.
    Uma quebra ou fratura do osso do ombro causa formigamento no braço. É um osso grande apartamento na parte superior das costas que liga o braço ao peito.
    A poliarterite nodosa é uma doença dos vasos sanguíneos onde começar artérias inchadas e danificadas, e são incapazes de fornecer uma quantidade adequada de sangue para as diferentes partes do corpo, portanto, causando formigamento das mãos e dos braços.
    Neuropatia ataxia ou retinis pigmentosa provoca formigamento nas mãos e braços. É uma doença hereditária rara que prejudica a produção de peças de energia das células, portanto, afetam o sistema nervoso e provocando outras complicações como musculares e problemas de visão.
    Estas foram apenas algumas causas possíveis para formigamento nos braços e mãos. Algumas outras causas incluem a fratura do braço, a desordem mieloproliferativa crônica, clássico enxaqueca, Síndrome de Guillain Barre, hiperventilação, etc Stiff articulações no pescoço devido alguma lesão ou movimento inadequado ou posição pode ser outra causa comum de formigueiro nos braços e mãos. Cuide-se!

    Membros superiores - Desordens

    Desordens da região do ombro

    Dor no ombro é umas das mais comuns queixas do aparelho músculo-esquelético. Uma boa anamnese e exame físico são essenciais em todos os pacientes com ombro doloroso para determinar se os sintomas são decorrentes de trauma local recente, de microtraumas repetitivos associados ou não ao tipo de trabalho que o paciente exerce, se relacionado à doença reumática sistêmica ou se é dor referida, como, por exemplo, se proveniente da coluna cervical devido à espondilose cervical, do tórax devido a tumor de Pancoast e doença coronariana, do abdome secundário a lesões do fígado, baço ou vesícula biliar ou do diafragma(1). A característica da dor é de fundamental importância. Como iniciou? Qual a freqüência, duração e progressão? Quais os fatores causais de piora ou redução da dor? Há associação com fraqueza ou parestesia? É importante ressaltar os sinais e sintomas de perigo referente às patologias do ombro(2) que devem alertar o médico da necessidade de uma investigação mais detalhada (Quadro 1).

    Quadro 1 - Ombro - sinais e sintomas de perigo 

    1. Qualquer tumefação visível
    2. Febre e calafrios
    3. Dor progressiva e constante
    4. Dor na axila
    5. Parestesia ou formigamento
    6. Incapacidade de manter elevação ativa do braço
    7. Dor no ombro que piora com os movimentos do pescoço
    8. Dor no ombro sem relação com os movimentos do braço
    9. Sopro sobre os vasos subclávios
    10. Outras características de comprometimento vascular

    ____________________________________________________

    As articulações glenoumeral, acromio-clavicular, esterno-clavicular e escápulo-torácica atuam simultaneamente e sincronicamente para permitir os movimentos do ombro. Após 30° de abdução, uma relação de 1:2 existe entre o movimento da articulação escapular e a articulação gleno-umeral, movimento este conhecido como scapulohumeral rhythm. Importantes ligamentos do ombro incluem o acrômio-clavicular, capsular, coracoacromial, coracoclavicular, coracoumeral, esternoclavicular e gleno-umeral. A bursa subacromial é contígua à bursa subdeltóidea e cobre a cabeça umeral. Superiormente à bursa se encontra o músculo deltóide. O manguito rotador, composto pelos tendões do supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo menor e subescapular, liga-se à tuberosidade maior do úmero(3). Os principais músculos responsáveis pela mobilidade da articulação gleno-umeral são o deltóide, o peitoral maior e menor, o redondo maior, o grande dorsal e os constituintes do manguito rotador. Os principais adutores são o peitoral maior e o grande dorsal com assistência do deltóide. O manguito rotador promove rotação externa e interna do ombro e também fixa a cabeça umeral à cavidade glenóide durante a abdução contrariamente ao deltóide que tende a deslocar a cabeça umeral da cavidade glenóide. Este mecanismo é denominado force-couple(4). A flexão é devido primariamente à ação dos peitoral maior e deltóide, embora o músculo bicipital também participe, e a extensão é produzida pelo deltóide, peitoral maior e grande dorsal. 

    O ombro é examinado com o paciente em posição ortostática ou sentado com os ombros expostos para permitir inicialmente a inspeção e comparação. Posteriormente os movimentos dos ombros são avaliados de forma ativa e passiva. O ombro normal realiza os movimentos de abdução e adução, flexão e extensão, rotação interna e externa, circundação e movimentos combinados (abdução-rotação externa, abdução-rotação interna, adução-rotação externa, adução-rotação interna)(5).

    Para avaliação do quadro doloroso, do grau de força muscular e da estabilidade articular são realizados testes clínicos especiais que auxiliam no diagnóstico clínico (Quadro 2).


    Quadro 2

    a. Tendinite do manguito rotador
    Também denominada síndrome do impacto é a mais comum causa de dor no ombro. Tendinite é a causa primária de dor, porém o envolvimento secundário da bursa subacromial ocorre em alguns casos. Pode ser aguda ou crônica e pode estar ou não associada com depósito cálcico tendíneo. O achado clínico característico é dor à abdução ativa especialmente entre 60° e 120°. Em casos severos, entretanto, a dor pode ocorrer desde o início da abdução. A tendinite aguda tende a ocorrer em indivíduos mais jovens e mais freqüentemente evoluem com calcificação na inserção do tendão supra-espinhoso. Os depósitos são melhor visualizados nos exames radiográficos planos em rotação externa. Estes depósitos podem resolver espontaneamente. A bursite subacromial pode também resultar de ruptura do material cálcico no interior da bursa. A tendinite crônica do manguito rotador se apresenta como dor no ombro geralmente sobre o deltóide lateral e ocorre com vários movimentos, especialmente na abdução e rotação interna. Os pacientes referem dificuldades para se vestir e dor noturna. O movimento inicial para detecção da tendinite do manguito rotador é determinar se a dor está presente na abdução ativa do braço na posição horizontal. O sinal do impacto (Neer) é geralmente positivo. Esta manobra é realizada pelo examinador usando uma mão para flexão passiva do ombro do paciente, enquanto a outra mão fixa a escápula, provocando dor nos casos de síndrome do impacto, devido à compressão das estruturas subacromiais situadas entre a tuberosidade maior do úmero e o acrômio(6). Outro teste que confirma a tendinite do manguito rotador é o teste de Neer, que consiste na infiltração de 2-4 ml de xilocaína no espaço subacromial que, uma vez positivo, aliviará a dor provocada pelo sinal de Neer.

    As causas da tendinite do manguito rotador são multifatoriais, porém a sobrecarga sobre a articulação geralmente é implicada. Fatores relacionados à idade incluem degeneração e diminuição na vascularização dos tendões do manguito, bem como redução da força muscular. Osteófitos na porção inferior da articulação acrômio-clavicular ou trauma agudo da região do ombro contribuem para o desenvolvimento da tendinite e processos inflamatórios, tais como a artrite reumatóide, podem causar tendinite do manguito rotador. O tratamento consiste em repouso articular, aplicação de calor local ou de gelo ou de ultra-som, com exercícios específicos tolerados pelo paciente. Os AINH são benéficos, porém o tratamento mais comumente utilizado é a infiltração de CE na bursa subacromial, pela contiguidade com o manguito rotador(7).

    b. Ruptura do manguito rotador

    Rupturas do manguito rotador são facilmente identificadas após lesões traumáticas. Fratura da cabeça umeral e luxação do ombro devem ser sempre consideradas. Porém, aproximadamente metade dos pacientes não apresentam antecedente de trauma. Nestes casos, degeneração do manguito rotador ocorre gradualmente, resultando em ruptura incompleta e eventualmente em ruptura completa. As rupturas são classificadas como pequena (< 1 cm), média (1-3 cm), grande (3-5 cm), acentuada (> 5 cm)(8). Dor no ombro, fraqueza à abdução e perda da mobilidade ocorre em vários graus, variando de dor importante e discreta fraqueza à ausência de dor e fraqueza severa. Sinal de queda do braço com incapacidade para manter 90° de abdução passiva do ombro pode estar presente em grandes ou severas rupturas. O tratamento cirúrgico é indicado nestas situações, em especial em pacientes mais jovens.

    O diagnóstico de ruptura do manguito é estabelecido por artrografia que mostra comunicação entre a cavidade gleno-umeral e a bursa subacromial. A ultra-sonografia e a ressonância nuclear magnética (MRI) também podem identificar rupturas do manguito(9). Pequenas rupturas, completas ou incompletas, são tratadas conservadoramente com repouso, terapia física e uso de antiinflamatórios não hormonais.

    c. Tendinite bicipital 

    A tendinite bicipital se manifesta geralmente por dor na região anterior do ombro. A dor pode ser aguda, porém usualmente é crônica e é relacionada ao pinçamento do bíceps pelo acrômio. A palpação sobre o sulco bicipital se mostra dolorosa. É importante fazer a palpação bilateral para efeito de comparação. A dor pode ser reproduzida sobre o tendão bicipital pela supinação do antebraço contra resistência (sinal de Yergason), pela flexão do ombro contra resistência (teste de Speed) ou pela extensão do ombro. Tendinite bicipital e tendinite do manguito rotador podem ocorrer simultaneamente. O tratamento da tendinite bicipital consiste de repouso, calor local, ultra-som e com a melhora do quadro álgico se iniciam os exercícios passivos e posteriormente ativos. Os AINH também são utilizados, além de infiltração local com CE.

    A subluxação do tendão bicipital se manifesta por dor e sensibilidade sobre o tendão bicipital. Um estalido sobre o tendão pode ser observado quando o braço é passivamente abduzido à 90° e, em seguida, realizada rotação interna e externa. Ruptura completa da cabeça longa do tendão bicipital produz abaulamento característico na metade do ventre muscular bicipital. Estas duas últimas condições são, geralmente, tratadas conservadoramente. 

    d. Capsulite adesiva

    Também denominada de ombro congelado ou pericapsulite, se caracteriza por dor generalizada e impotência funcional de todos os movimentos ativos e passivos do ombro. Raramente ocorre antes dos 40 anos de idade e pode ser secundária à qualquer tipo de lesão do ombro. Mulheres são discretamente mais afetadas que os homens e o acometimento do ombro contralateral ocorre em 6%-17% dos pacientes nos subseqüentes cinco anos(10). Existem várias doenças que podem estar associadas a esta condição clínica, como, por exemplo, diabetes mellitus, tireoidopatia, tuberculose, neoplasia pulmonar e doença cardíaca. Outros fatores que também colaboram para o desenvolvimento de ombro congelado incluem, imobilidade, depressão, baixo limiar de dor, início de tratamento irregular. Em muitos casos, entretanto, a etiologia é idiopática. Na história natural dessa condição clínica existem três fases evolutivas denominadas dolorosa, adesiva e resolutiva, com duração aproximada de 3 a 8 meses para a fase dolorosa, 4 a 6 meses para a fase adesiva e 1 a 3 anos para a fase resolutiva. A recuperação é variável, com relatos de que 33%-61% dos pacientes mantiveram algum grau de limitação dos movimentos do ombro e que 7%-15% dos pacientes evoluíram com incapacidade funcional persistente(11-14). 

    A artrografia confirma o diagnóstico, mostrando limitação do volume articular e irregularidade da inserção capsular no colo anatômico do úmero. O tratamento mais efetivo do ombro congelado envolve uso de AINH, infiltração com CE na articulação glenoumeral e bursa subacromial e terapia física(15). A terapia física inicial consiste de gelo local, ultra-som, teens e exercícios passivos. Posteriormente inicia-se movimentação ativa e fortalecimento muscular. A manipulação sob anestesia pode ser necessária em raros casos refratários.

    Síndrome do desfiladeiro torácico

    A síndrome do desfiladeiro torácico resulta de uma constelação de sintomas, resultante da compressão do feixe neurovascular dos membros superiores quando este atravessa o canal cervicoaxilar, compreendendo três espaços potenciais. Estes são o espaço triangular entre os músculos escalenos, o espaço costoclavicular e o espaço peitoral menor sob o músculo peitoral menor. As manifestações clínicas dependem de qual componente é comprimido, se neural ou vascular ou ambos. Sintomas neurológicos predominam em muitos pacientes. Dor, parestesia e frialdade são os principais sintomas, com irradiação do pescoço e ombro para o braço e mão, especialmente envolvendo o quarto e quinto quirodáctilos. Fraqueza e atrofia dos músculos intrínsecos da mão são tardios. Os sintomas vasculares consistem de descoloração, mudança de temperatura, congestão de toda a mão, dor aos movimentos e fenômeno de Raynaud. Pode haver uma síndrome do túnel do carpo concomitante(16). As anomalias anatômicas associadas à esta condição incluem costelas cervicais com ou sem feixes cervicais, anomalias do primeiro arco costal, alongamento de um processo transverso cervical, hipertrofia do músculo escaleno anterior e auneurismas pós-necróticos da artéria subclávia(17). Muitas vezes, a causa é uma alteração funcional na abertura torácica por envelhecimento sem defeitos anatômicos significativos.

    O diagnóstico desta síndrome necessita de um exame neurológico cuidadoso e avaliação do comprometimento arterial e venoso. É importante investigar a existências de atividades ocupacionais e de outros problemas agravantes. Pintores, soldadores, carteiros e mecânicos de automóveis que, freqüentemente, trabalham com seus braços acima do nível da cabeça podem adquirir a síndrome durante a hiperabdução. Posição de hiperabdução dos braços ao dormir e ombros caídos para diante, por vida sedentária, podem também provocar sintomas. Os testes físicos para determinar a existência de compressão do feixe neurovascular incluem o teste de Adson, o teste de Roos e o teste de hiperabdução. O teste de Adson consiste em abduzir o braço do paciente a 30° e estender, solicitar que o paciente vire a cabeça em direção ao lado que está sendo examinado e inspirar profundamente. O examinador palpa o pulso radial e o teste é positivo quando o pulso se torna fraco ou desaparece. No teste de Roos, o paciente deve abduzir o ombro afetado à 90°, enquanto flexiona o cotovelo também à 90°. O paciente deve então abrir e fechar a mão por 15 vezes. A ocorrência de insensibilidade, cãibra ou fraqueza ou a incapacidade de completar o número solicitado de repetições sugerem a presença de síndrome do desfiladeiro torácico. O teste da hiperabdução reproduz os sintomas desta síndrome quando o paciente faz uma circundação lateral dos braços e bate palmas sobre a cabeça. Isto resulta em compressão do feixe neurovascular sob a inserção do tendão do músculo peitoral menor no processo coracóide. 

    O tratamento da síndrome do desfiladeiro torácico geralmente é conservador. Orientação postural deve ser sempre enfatizada, além do fortalecimento dos músculos escalenos e peitoral juntamente com mobilização da escápula e fortalecimento de toda a musculatura do ombro. Nos casos severos, a primeira costela e o músculo escaleno podem ser ressecados.

    Desordens da região do cotovelo

    a. Bursite olecraniana

    A bursite olecranina usualmente é secundária a traumatismos ou a doenças inflamatórias sistêmicas, como artrite reumatóide, gota, condrocalcinose ou infecção. Geralmente ocorre aumento de volume e dor à compressão da bursa olecraniana, porém os movimentos do cotovelo se mantêm preservados. O líquido aspirado se mostra claro ou hemorrágico, com baixa viscosidade. O tratamento consiste em aspiração do líquido, uso de AINH e infiltração com CE, em alguns casos.

    Na bursite olecraniana de origem infecciosa, chama a atenção a reação inflamatória. Esta condição é tratada com aspiração, drenagem e administração de antibióticos apropriados.

    b. Epicondilite lateral

    Também denominada cotovelo do tenista, caracteriza-se por dor sobre o epicôndilo lateral do cotovelo. Apesar da denominação, outras atividades recreativas e profissionais cursam mais comumente com epicondilite lateral, como carpinteiros, jardineiros e dentistas. Os pacientes se queixam de dor ao segurar objetos e supinar o punho. Os sinais objetivos incluem dolorimento local no epicôndilo durante a palpação e diminuição da força do aperto de mão(18). A dor é reproduzida quando se pede ao paciente para estender seu punho contra a resistência do examinador. Patologicamente, a condição é resultante de degeneração do tendão extensor comum. Ruptura tendinosa pode ser a causa dos casos que evoluem cronicamente.

    O tratamento da epicondilite lateral objetiva mudança de atividade e com isso diminuição da sobrecarga da musculatura do antebraço. O uso de crioterapia, calor local e AINH também podem trazer benefícios, além de infiltração com CE. 

    c. Epicondilite medial

    Também denominada cotovelo do jogador de golfe, apresenta-se como dor local sobre o epicôndilo medial do cotovelo. É menos comum que a epicondilite lateral e compromete o tendão do flexor radial do carpo. A dor pode ser reproduzida quando se pede ao paciente para flexionar o seu punho contra a resistência do examinador. O tratamento desta entidade também visa modificações das atividades para diminuir sobrecarga, além do uso de AINH e, eventualmente, infiltração com CE.

    d. Síndrome de compressão do nervo ulnar

    A compressão do nervo ulnar no cotovelo produz parestesia e paralisia do quinto quirodáctico e no lado ulnar do quarto quirodáctilo, além de atrofia, nos casos de longa evolução. À palpação, o nervo ulnar, situado por trás do epicôndilo medial, está espessado por causa de traumatismos mínimos repetitivos(19,20). Sintomas semelhantes podem ocorrer por subluxação do nervo ou por compressão de um processo supracondilar congênito do úmero. O sinal de Tinel, que consiste na percussão suave do nervo no cotovelo, geralmente é positivo. O tratamento objetiva evitar pressão sobre o cotovelo, bem como evitar flexão repetida do cotovelo e, nos casos severos, a correção cirúrgica é indicada.

    Desordens da mão e do punho

    a. Ganglion

    Um ganglion consiste em uma tumefação cística sobre uma articulação ou bainha tendinosa. Resulta de uma herniação do tecido sinovial da cápsula articular ou da bainha tendinosa. Pode ser uni ou multiloculares. Um líquido semelhante à gelatina pode ser aspirado dessas lesões. Freqüentemente surgem nas faces dorsais do punho. A causa desta condição clínica é desconhecida, mas, geralmente, são associados à trauma ou extensão prolongada do punho. Pode desaparecer espontaneamente. O tratamento, quando necessário, consiste na aspiração do líquido e infiltração com CE. Nos casos severos, persistentes, o tratamento é a remoção cirúrgica.

    b. Tenossinovite de DeQuervain

    A tenossinovite estenosante do abdutor longo do polegar ou extensor curto do polegar pode resultar de atividades repetitivas ou de trauma direto, que envolva movimentos de pinçamento do polegar e dedo indicador associado ao movimento do punho. O paciente refere dor à palpação e, ocasionalmente, apresenta edema sobre o estilóde radial. O sinal de Finkelnstein geralmente é positivo. Consiste em reprodução dos sintomas pela extensão dos tendões. Pede-se ao paciente para dobrar o polegar afetado sobre a palma da mão, com os outros dedos da mão dobrados sobre o polegar. A seguir, o examinador segura a mão dobrada do paciente e gira o punho no sentido ulnar, estirando desta maneira, os tendões afetados. O tratamento inclui uso de órtese para repouso do punho, infiltração com CE e uso de AINH(21). 

    c. Tenossinovite do punho

    Caracteriza-se por comprometer os outros tendões flexores e extensores do punho, além dos envolvidos na tenossinovite de DeQuervain(22). Os achados clínicos variam dependendo de qual tendão se encontra afetado. Geralmente os pacientes se queixam de dor, sensibilidade à palpação, limitação dos movimentos e algumas vezes edema local. A tenossinovite pode erroneamente interpretada como artrite do punho.

    A tenossinovite, usualmente, associa-se a trauma local e movimentos repetitivos. O tratamento consiste em diminuir a sobrecarga do punho, uso de órtese para repouso do punho e de AINH e, se necessário, infiltração de CE na bainha tendinosa afetada.

    c. Síndrome do túnel do carpo

    Síndrome que resulta da compressão do nervo mediano em sua passagem pelo túnel do carpo. Entre as síndromes de compressão de nervo periférico é considerada a mais comum(23). O túnel do carpo, situado na face anterior do punho, é formado por uma estrutura osteoligamentar. As paredes dorsal e laterais são formadas pelos ossos do carpo e ventralmente pelo retináculo dos flexores ou ligamento transverso carpal(24).

    O quadro clínico mais típico se caracteriza por dor noturna em queimação que acorda o paciente, incitando-o a sacudir vigorosamente a mão, acompanhada de parestesias nos dedos de inervação sensitiva do mediano (o polegar, o segundo e terceiro quirodáctilos e metade radial do quarto quirodáctilo). Os sintomas podem ser apenas sensoriais e/ou incluir incoordenação motora. As atividades que resultam em persistente ou repetida flexão ou extensão dos punhos são capazes de intensificar os sintomas, independente da causa primária. O déficit sensorial nas pontas dos dedos pode fazer com que o paciente deixe cair objetos. Fraqueza e atrofia tenar são manifestações mais tardias. 

    Apresenta várias causas, particularmente associada a profissões ou atividades que exijam movimentos manuais repetitivos de flexão da mão. Pode também ser secundária a outras condições clínicas, como diabetes mellitus, hipotireoidismo, artrite reumatóide, osteoartrose, colagenoses, acromegalia, amiloidose, mieloma múltiplo, sinovite induzida por cristais, gravidez, processos infecciosos, deficiência de piridoxina, pacientes em hemodiálise prolongada, tumores osseos, uso de medicamentos (anticonceptivos orais, danazol, antidepressivo tricíclico e cumarínicos), sendo a forma idiopática a mais freqüente(25,26).

    Algumas manobras clínicas simples são fundamentais e permitem auxiliar o diagnóstico de síndrome do túnel do carpo. O sinal de Tinel consiste numa percussão suave com martelo na face volar do punho em extensão. O paciente refere sensação de choque, com irradiação para os dedos indicador, médio e polegar. O teste de Phalen consiste em manter o punho em flexão por 30 a 60 segundos, devendo haver reprodução ou exacerbação dos sintomas. Para confirmação dos achados clínicos é importante a realização de eletroneuromiografia, que fornece o grau de lesão do nervo, podendo esclarecer se ela é sensorial, motora ou sensorial e motora.

    Para o tratamento da síndrome do túnel do carpo nos casos leves, a utilização que órtese no período noturno que mantenham o punho em posição neutra desempenha papel básico. O paciente deve ser orientado a evitar as atividades que determinem constante flexão do punho. As infiltrações com CE podem servir de prova terapêutica, em casos duvidosos, ou de tratamento. Deve ser indicada com cuidado por poder lesar o nervo até sua ruptura, além de outras possíveis complicações, como infecções e depósito irritativos de cristais. Quando o tratamento conservador falha, a descompressão cirúrgica do túnel do carpo por liberação do ligamento transverso do carpo deve ser realizada.

    d. Contratura de Dupuytren

    Representa uma lesão nodular fibrosante na fáscia palmar que evolui para faixas fibrosas e se irradia distalmente para o quarto e quinto quirodáctilos, posteriormente para o terceiro e segundo. Os dedos ficam contraídos pelas faixas enrijecidas. Os tendões dos flexores não são afetados de forma intrínseca. Acomete predominantemente os homens, caucasianos e é mais comum na Europa. A incidência aumenta com a idade. A causa desta condição é desconhecida, mas parece haver predisposição genética. O exame histológico da fasciíte revela proliferação de fibroblastos com células gigantes e hiperplasia vascular(27).

    O tratamento depende inteiramente da severidade dos achados. Calor local, ultra-som e infiltração com CE podem ser benéficos no estágios iniciais. O procedimento cirúrgico, fasciotomia palmar, deve ser levado em consideração quando houver comprometimento funcional ou deformidade progressiva(28). Entretanto, se a doença permanecer ativa, a recorrência será bastante provável.




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