22 de fev. de 2011

SQM e suas implicações em medicina do trabalho

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Transtorno adquirido caracterizado por sintomas recidivantes, relacionado a múltiplos sistemas de órgãos, que ocorre em resposta a exposição de muitos compostos químicos não-relacionados, em doses abaixo daquelas estabelecidas na população geral capazes de causar efeitos danosos. (Tradução livre do original: Cullen MR. The worker with multiple chemical sensitivities: an overview. Occup Med 1987;2(4):655-61).



A sensibilidade química múltipla [MCS (multiple chemical sensitivity)], ainda é uma condição pouco conhecida no Brasil. Todavia, pode estar sob outras denominações como "alergia" ou "hipersensibilidade cruzada" em processos trabalhistas. A polêmica em relação à MCS ocorre por dois fatores: a dificuldade em estabelecer a extensão na qual mecanismos psicológicos ou toxicológicos seriam capazes de causar a sintomatologia; e a controvérsia sobre a existência como uma entidade nosológica distinta. Atualmente, considera-se que MCS seja uma enfermidade: crônica; multissistêmica; recorrente; com quadro clínico similar às primeiras exposições sintomáticas; deflagrada por níveis ínfimos de um número crescente de substâncias químicas, as quais podem não ter relação molecular entre si; e com melhora após a remoção dos agentes desencadeantes. A ausência de alterações clínicas ou laboratoriais que justifiquem o quadro é um critério diagnóstico polêmico, pois alguns pacientes as apresentam. As várias hipóteses fisipatológicas descritivas causaram a criação de inúmeras denominações para MCS. Dentre as hipóteses etiológicas podem-se citar: condicionamento, transtornos fóbico-ansiosos e somatoformes, cacosmia, distúrbio do metabolismo energético, disfunção na transmissão GABAérgica, kindling límbico, reatividade imumológica, inflamação neurogênica, produção de radicais livres, e sensibilização neural.Recentemente uma terceira corrente de autores propôs uma alternativa à dicotomização. Sugerem a possibilidade de uma natureza multifatorial para a MCS, considerando a influência de fatores psicossociais e as interações entre os sistemas nervoso, endócrino e imunológico; além de novas áreas de conhecimento como Ecogenética, Farmacogenética, Epigenética e Neuroimunotoxicologia. Os litígios judiciais em casos de exposição ocupacional a agentes químicos remetem a discussões sobre: a questão mente-corpo; a relação médico-paciente; a extrapolação da toxicidade em animais para humanos; os conflitos de interesse entre governo, indústria e ciência; os fenômenos de histeria de massa; a iatrogenia atribuída à realização de testes psicométricos; o sistema econômico e suas conseqüências na saúde coletiva; e o possível uso ideológico das hipóteses fisiopatológicas. São fatores que podem dificultar a prática do médico do trabalho a escassez de evidências científicas em toxicologia humana e a baixa disponibilidade de treinamento em Neurotoxicologia Ocupacional...(AU)

Fonte Autor: Collares, Carlos Fernando.

Outro ciclo




Estresse (Stress) não é só emocional


 
Tradicionalmente a medicina convencional é ótima para dizer “você está passando mal porque tem a doença X”. Mas é bastante falha ao explicar o porquê você acabou ficando doente, e o porquê você desenvolveu a doença X, e não a Y ou a Z.

Os estudos sobre estresse (Stress) auxiliam a compreender melhor o motivo de desenvolvermos certas doenças e também o motivo de certas pessoas conseguirem se recuperar mais rápido. De posse desse conhecimento é possível prevenir enfermidades e promover uma recuperação mais rápida depois que qualquer doença se instalou.

O estresse (Stress) é uma reação do organismo diante de um agressor, de qualquer agressor. Esses agressores podem ser físicos, químicos, biológicos ou emocionais.

Ao contrário do que muita gente pensa, o estresse NÃO é resultado somente de dificuldades situacionais ou emocionais.

Alterações na química molecular do corpo em geral, e do cérebro em particular, PODEM desencadear ou facilitar a reação ao estresse.

Por exemplo, alterações no funcionamento do intestino, sejam por mudanças na flora intestinal e/ou na capacidade de filtragem de suas paredes, PODEM alterar as emoções a ponto de facilitar a reação de estresse.

O acúmulo de tóxicos ambientais com frequência modifica o funcionamento do cérebro. 
Alergias e intolerâncias alimentares também.

Assim como a reação inflamatória generalizada e o excesso de radicais livres. 
Essas alterações podem facilitar o aparecimento do estresse emocional. Ou então o estresse emocional pode facilitar alterações no funcionamento do organismo.
Um fator alimenta o outro.
 

A forma como o organismo reage frente aos agressores, qualquer agressor, é, num primeiro momento, bastante genérica e não específica. Essa resposta genérica e não específica é conhecida como Reação ao Estresse. Ela é bastante adequada quando o agressor é perigoso e de curta duração. Por exemplo, se você levar uma fechada no trânsito, irá pisar rapidamente no freio, sem pensar. É a Reação ao Estresse que possibilita uma resposta tão rápida e eficaz.

Por outro lado, se ocorrerem muitos acontecimentos agressores durante o dia, seu corpo irá sofrer. E se acontecer uma interpretação errada do cérebro no sentido de que uma situação, embora ruim, não é perigosa, o problema complica. Esse é o principal problema.

Nosso cérebro, por motivos que veremos mais à frente, interpreta erroneamente situações desagradáveis como perigosas. E como vivemos muitas situações desagradáveis, interpretadas erroneamente como perigosas, o organismo acumula Reações ao Estresse. Esse acúmulo tanto facilita o aparecimento de doenças, quanto agrava praticamente todas as enfermidades que já estejam presentes. 
Nós nascemos sem um “manual do proprietário”. Aprendemos na base da tentativa e erro, sem levar em consideração o modo de funcionamento do nosso corpo e da nossa mente. O estresse é um dos maiores fatores de desgaste do organismo. Falou-se tanto de estresse que o termo quase entrou em exaustão. Parece um assunto antigo, mas não é. Nos últimos anos muitas pesquisas esclareceram aspectos muito importantes.
 
Compreender o que ele é, o como se forma, porque é tão importante e o que pode ser feito a respeito pode ser a diferença fundamental entre uma vida de qualidade ou condenada ao desgaste precoce e ao mau funcionamento.
 
 
 
Se o seu corpo estiver sob os efeitos de estresse, ele irá apresentar certos grupos de sinais que podem ocorrer ao mesmo tempo ou com predomínio de alguns deles. Existem basicamente três grandes grupos de sintomas do estresse: os musculares (que se referem, claro, aos músculos), os vegetativos (que indicam alterações no funcionamento das visceras) e os mentais (que se referem ao cérebro em geral, e ao comportamento em particular).

Confira abaixo os principais sinalizadores do estresse nesses três grupos:
  • Cansaço maior do que o habitual;
  • Tensão, ombros "levantados";
  • Olhos "cansados";
  • Apertar ou ranger os dentes;
  • Pressão ou dores na nuca;
  • Peso ou dor nas costas e/ou ombros;
  • Peso ou dor nos braços e/ou pernas;
  • Dor de cabeça;
  • Tremor nas pálpebras ("fisgadas" ou "repuxos").
  • Crises de palpitações/batedeira no coração;
  • Diarréias freqüentes;
  • Dificuldade de respirar, o ar parece que "não entra";
  • Formigamento ou adormecimento em áreas do corpo;
  • Hipertensão arterial passageira, crises de pressão alta;
  • Náusea ou mal-estar estomacal
  • Digestão mais difícil que o habitual, sem motivo aparente;
  • Reações de sobressalto sem motivo aparente;
  • Tontura ou sensação de “balanço”;
  • Vontade de urinar maior que a habitual;
  • Zumbidos ou tinidos no ouvido.
 
 
  • Impaciência maior que o habitual;
  • Mau-humor, irritação por pequenos motivos;
  • Assustar-se sem razão;
  • Sono agitado ou interrompido;
  • Falta de interesse pelas atividades rotineiras;
  • Apreensão exagerada em relação ao futuro;
  • Dificuldade de concentração;
  • Grande inquietação, tensão, nervosismo, excitação ou agitação interna;
  • Perda de interesse ou de prazer sexual;
  • Tristeza, depressão;
  • Esgotamento físico e/ou emocional;
  • Apatia e lentidão de movimentos;
  • Explosões emocionais;
  • Chorar mais que o habitual;
  • Dificuldade em tomar decisões;
  • Perda de memória, esquecimento maior que habitual.

Esses sintomas indicam que o organismo está tentando se adaptar a agressores físicos ou emocionais. Mas por que esses sintomas aparecem? Qual o origem do estresse? É que veremos agora.
 
 
Somos basicamente produtos de nossa história pessoal, consciente ou não, e da história humana coletiva, percebendo o que se passsa ou não.
 
E também resultado do funcionamento de nosso cérebro. Ele pode dar origem, ou então modular, todo seu modo de sentir, pensar e agir. Seu cérebro funciona fundamentalmente (a) equilibrando as funções básicas do organismo (como quantidade de alimento ou água ingerida, temperatura corporal, equilíbrio dos movimentos, etc) e também (b) interpretando o mundo ao redor, com o objetivo de (c) gerar ações eficazes, úteis ao organismo.

A interpretação do mundo pelo cérebro, a análise do que se passa no ambiente, caminha em duas grandes direções. A primeira direção é buscar tudo aquilo que de algum modo seja favorável, “bom”, agradável, que satisfaça alguma necessidade. E a segunda direção é evitar tudo aquilo que de algum modo seja “ruim”, ameaçador, desagradável, que dificulte ou impeça alguma necessidade.
Sempre que nos encontramos em situação “ruim”, desagradável, nosso cérebro nos “informa” através de uma emoção, por exemplo, irritação, ansiedade, tristeza ou medo. E sempre que nos encontramos em situação “boa”, agradável, nosso cérebro nos “informa” através de outros tipos de emoção, como alegria, contentamento ou prazer.
 
A partir daí, sempre que possível, agimos. Evitamos situações que gerem emoções desagradáveis, e nos aproximamos de situações que gerem emoções agradáveis. Essa capacidade se manifesta tanto para situações no presente imediato quanto para situações que conseguimos antever no futuro. Ao pensar ou imaginar uma situação que ainda não ocorreu, antecipamos o como provavelmente iremos nos sentir, e com base nessa antecipação de sensação agradável ou desprazeirosa, decidimos o que fazer.

 
Se conseguirmos antecipar sentimentos agradáveis, nossa tendência será a de aceitar e a nos aproximar dessas situações. Se, por outro lado, anteciparmos sentimentos desagradáveis, nossa tendência será a de nos afastar dessas situações. 
A conclusão é que a interpretação do que é “bom” ou “ruim” influencia de modo definitivo nossas preferências, escolhas e ações. 
 
O Estresse e a interpretação do cérebro
 
O modo como o seu cérebro recebe a informação de que algo é “bom” ou “ruim” é gerado por alguma reação do corpo e tem por objetivo ensinar algo. Se você, por exemplo, se aproximar muito de uma vela acesa, poderá queimar sua pele. Antes mesmo que a sensação de dor seja formada, seu sistema nervoso periférico irá, por reflexo, retirar seu braço. Na sequência, você irá sentir dor. O objetivo dessa sensação desagradável de dor é fazer você entender que colocar o braço numa chama é “ruim”.

Pode parecer um mecanismo um pouco tolo à primeira vista, mas lembre-se que crianças simplesmente não sabem o perigo de uma vela acesa, até sentirem dor. 
 
Algumas informações sobre o que é “bom”, ou “ruim” já fazem parte do sistema cerebral desde o nascimento, são o que chamamos de memória fisiológica, enquanto outras temos que aprender. Por exemplo, uma em cada dez pessoas tem pavor de aranhas, mesmo sem nunca terem sido picadas, e as outras nove pessoas, mesmo sem pavor, evitam aranhas. O motivo é que já nascemos com a informação de que aranhas são perigosas. Não precisamos (como no caso do fogo) aprender nada.
 
Compartilhamos esse tipo de situação com outros animais. Por exemplo, cavalos têm pavor de cobras, mesmo sem terem sido picados, até mesmo diante de uma mangueira de borracha, reagem com pânico.
Portanto, para que tudo ocorra bem, seu cérebro deve interpretar corretamente o ambiente que nos cerca, e também gerar ações compatíveis com essa interpretação. E é ai que começam os problemas.
 

 
 
 

A interpretação do meio ambiente, do mundo que nos cerca, foi em grande parte formatada pelas experiências de nossos ancestrais. Nossos antepassados foram capazes de enfrentar com sucesso obstáculos e desafios consideráveis, como sobreviver à escassez de alimentos, temperaturas extremas, animais predadores e assim por diante.
 
O resultado é que nascemos com vários sistemas literalmente primitivos, nos impulsionando a buscar o que é “bom”, afastar o “ruim”, e afastar muito mais o que é “ruim” e também “perigoso”, isso tudo baseado nas experiências e desafios de nossos antepassados.
 
Algumas reações são adequadas e úteis ainda hoje. Se você ouvir um barulho de pneu guinchando enquanto atravessa a rua, irá dar um pulo.
 
Não vai ficar pensando “bom, deve estar vindo um veículo em alta velocidade, talvez seja conveniente apressar o passo...”.
 
Essa reação é possível porque possuímos um sistema de alarme que gera uma reação de emergência genérica. Essa reação foi absolutamente adequada para praticamente todos os tipos de desafios que os nossos ancestrais enfrentaram, já que essas dificuldades eram de natureza física.
 
O problema é que a maioria dos problemas que enfrentamos não é de danos à nossa integridade física, mas sim de natureza mais sutil, como a ameaça à nossa autonomia, realização, determinação, liberdade, sistema de valores ou bem estar. Tanto faz um animal predador rondando um acampamento, enfrentar um chefe ou consumidor hostil, a reação é a mesma. A interpretação é a de que as situações enfrentadas alem de serem “ruins”, são também perigosas. E o alarme dispara. 
 
  
Por outro lado, não são apenas as situações de vida que podem disparar esse alarme. Várias perturbações no funcionamento do organismo são capazes de literalmente desregular esse sistema de alarme. 
 
O resultado final, a soma entre a química do organismo comprometida e as situações de vida que encaramos, é que o sistema de alarme dispara de modo inadequado. E o estresse se acumula de modo progressivo.
 

 
O estresse vai numa progressão. Num primeiro momento, ocorre a liberação de adrenalina. O objetivo dessa inundação hormonal é preparar o organismo para movimentar-se rapidamente. Ao contrário das plantas, que se protegem de predadores liberando substâncias tóxicas, todos os animais ou atacam ou batem velozmente em retirada diante de um perigo. É a adrenalina que possibilita ao organismo ter a energia necessária para tanto.
 
Mas o fenômeno não para por ai. Quando a pressão é continuada, o que é comum em nossa época, um segundo hormônio – o cortisol ou hidrocortisona – é liberado em quantidades altíssimas. E, mais uma vez, sofremos as consequências de possuirmos um corpo formatado para as necessidades de nossos antepassados diferentes das que enfrentamos hoje em dia.
 
Nossos ancestrais enfrentavam basicamente dois grandes desafios de longa duração: a escassez de alimentos e o risco de ferimentos corporais.
 
A liberação de cortisol atende plenamente a esse tipo de necessidade. Esse hormônio basicamente ajuda a combater a dor e a inflamação dos ferimentos. E também comunica ao cérebro que “a situação está difícil, é melhor armazenar comida”, o que é feito com o acúmulo de gordura, especialmente na região do abdômen. Agora você compreende melhor o motivo da epidemia mundial de obesidade. O acúmulo de gordura não é ocasionado exclusivamente pelo estresse, mas sua participação é decisiva.
 
Não enfrentamos mais a falta de alimentos, e nem nos ferimos a torto e a direito em embates selvagens. Mas seu corpo não sabe disso, e continua liberando cortisol. Com o tempo esse mecanismo também vai dando sinais de desgaste, literalmente desregulando, tanto para o lado do excesso quanto para uma redução.
 
 
O funcionamento inadequado do cortisol já está comprovadamente relacionado a uma série de doenças. Veja na tabela abaixo alguns exemplos.
Lista (parcial) de doenças relacionadas à produção inadequada de cortisol
  • Alergias 
  • Ansiedade generalizada
  • Artrite reumatóide 
  • Transtorno de pânico
  • Queda da imunidade (infecções constantes) 
  • Depressão sazonal (periódica)
  • Asma Bronquite
  • Contração muscular crônica,
  • Cefaléia tensional 
  • Eczemas,
  • Psoríase,
  • Urticária,
  • Acne
  • Enxaqueca 
  • Gastrite
  • Doença gastrointestinal funcional 
  • Síndrome de fadiga crônica
  • Doença coronariana (infarto e angina) 
  • Arteriosclerose
  • Hipotensão ou hipertensão arterial 
  • Obesidade
  • Hipertiroidismo
  • Hipotiroidismo
  • Hipoglicemia 
  • Certas formas (não todas) de câncer
  • Dificuldade com memória 
  • Sono de má qualidade, não reparador
 
O Estresse é uma interpretação de emergência. E numa situação de emergência o organismo vai precisar de muita energia. Em conseqüência,aumenta a vontade de comer guloseimas. A glicose oriunda de bolos, refrigerantes e sanduíches se junta ao açúcar extra já presente no sangue, e o pâncreas é forçado a liberar grandes quantidades de insulina para regularizar esse excesso. O resultado pode ser o aparecimento ou agravamento de um quadro de diabetes ou uma crise de hipoglicemia, que é a queda abrupta das taxas de açúcar, o que vem a provocar uma nova reação de emergência!

Como precaução, seu corpo também lança na corrente sangüínea uma substância que não fornece energia de forma imediata, mas que pode ser necessária se a “batalha” se prolongar – o colesterol. A desvantagem é que o colesterol, se não for “queimado”, tende a se depositar nas artérias, inclusive nas coronárias.
 
Como o sangue, além de transportar oxigênio, também precisa carregar essas substâncias com maior velocidade, o coração passa a bater mais forte e mais rápido, o que pode provocar hipertensão arterial e todos os seus malefícios.
 
Na medida em que é exigido mais oxigênio aumenta a freqüência respiratória, o que é péssimo se você for fumante ou morar num local com ar poluído. O aumento da frequência na respiração também altera a química do sangue, sendo que essa alteração também informa ao cérebro que a situação é perigosa, ampliando a reação.
 
musculatura, por sua vez, se contrai para responder rapidamente à ameaça real ou imaginária. Com o tempo, essa contração generalizadaprovoca dores em diversas regiões do corpo, como nuca, ombros, costas e pernas.
Frente a um perigo, a digestão obviamente deixa de ser prioridade e todo o sangue é desviado para a musculatura, o que resultará em dificuldade digestiva se você resolver comer nesse estado de alerta. Um almoço tenso de negócios é um bom exemplo dessa situação. Como todo peso extra deve ser descartado para permitir maior agilidade frente ao perigo, pode ocorrer diarréia ou a necessidade imperiosa de urinar.
 
Seu corpo também passa a fabricar mais células sangüíneas para transportar o oxigênio extra, ao mesmo tempo em que aumentam os fatores de coagulação – como se seu organismo se preparasse para controlar a hemorragia de algum ferimento. O excesso de células sangüíneas, somado ao aumento da coagulação, pode resultar em pequenas “massas” no interior da corrente sanguínea, que podem provocar um derrame ou ataque cardíaco – e se a pessoa ingerir pouca água, o resultado será ainda pior devido a pouca diluição das células.
 
Também aumenta a concentração de endorfinas no organismo. As endorfinas são substâncias com estrutura química semelhante à da morfina e efeitos semelhantes – provocam euforia e são analgésicos muito potentes. Como a morfina, as endorfinas criam uma espécie de dependência química e paradoxalmente você poderá procurar situações de tensão para se sentir menos tenso! Existem cefaléias provocadas pela diminuição do nível de endorfinas circulantes, e por isso a pessoa pode sentir fortes dores de cabeça principalmente nos finais de semana, quando o organismo relaxa e as taxas de endorfinas diminuem.
 

No estresse, uma série de mudanças também ocorre no modo de pensar, sentir e agir. A primeira reação é no sentido de estimular a concentração, o raciocínio e as aptidões, mas depois de tantas reações infrutíferas o organismo começa a apresentar sinais de cansaço. Depois de algum tempo sob estresse, o raciocínio ora se acelera, ora fica lento, tendendo à confusão e à falta de lógica. A pessoa passa a adiar decisões e é difícil estabelecer prioridades.

Pode ocorrer diminuição de memória, com esquecimentos. Já as mudanças emocionais tendem para aagitação ou para a apatia. A agitação se manifesta numa constante irritação e eventual cinismo. A pessoa se preocupa demais e fica nervosa por razões sem importância. Perde o controle com facilidade, a paciência vai à zero. A ansiedade (expectativa de que aconteça algo ruim) é freqüente e afeta especialmente o sono.
 
A apatia, por sua vez, gera uma sensação de incapacidade, de inutilidade diante da vida. O indivíduo é dominado pela tristeza e pode chorar por qualquer motivo ou sem motivo algum. Costuma acontecer redução do apetite sexual, com fracassos de desempenho que geram mais ansiedade e depressão. A pessoa de senteexausta e desiludida, afastando-se do convívio com familiares, colegas e amigos, sem vontade de falar ou ouvir.
 
oscilação entre a agitação e da apatia mantém nosso emocional num desgastante movimento de ioiô – ora com excesso de energia, ora apático e melancólico. Nos momentos de apatia os movimentos corporais se tornam aparentemente mais lentos, a coordenação motora fica comprometida e pequenos acidentes – como tropeçar na escada ou derrubar objetos – passam a ser freqüentes.
 
Na maior parte dos casos observados, identificamos um nível de atividade acelerado, incluindo fala abrupta e em tom elevado, além de movimentos corporais mais rápidos. A tendência é agir como "barata tonta", ocupando-se o dia inteiro sem concluir as tarefas. Também é freqüente a pessoa passar a exceder-se na comida, no tabaco e na ingestão de bebidas alcoólicas.
Complicações secundárias

Outra complicação do estresse aparece no momento em que você interpreta seus sintomas. Você pode, por exemplo, ficar preocupado com as conseqüências sociais, com o desempenho profissional, com sua capacidade de trabalho ou ainda com a possibilidade de outras pessoas perceberem que você está estressado.
 
Você também pode supervalorizar os sintomas, achando que eles conduzirão a um ataque cardíaco ou indicam que você tem algum câncer na cabeça. Exemplos não faltam. Chamamos esse mecanismo de "catastrofização". O alarme também faz surgirem emoções e sensações físicas necessárias para a reação, como raiva, ansiedade ou irritação. Mas, ao invés de serem úteis para dirigir corretamente nossas ações e escolhas, servem apenas para gerar uma nova situação de “ruim”. 
 
Outra vez seu cérebro recebe os sinais, interpreta como além de “ruins”, serem “ruins e perigosas”, reagindo com os mesmos mecanismos primitivos, disparando novos alarmes.

Com isso, aumenta a fadiga pelo desgaste do corpo diante de tantas tentativas sem resultado, com comprometimento da energia necessária para a ação efetiva. A ansiedade também se amplia, já que o alarme o deixa preparado o tempo todo para perigos que o cérebro continua “enxergando”. E também facilita a tristeza, já que suas ações simplesmente não conseguem resolver a situação.

As tentativas frustrantes de não conseguir atuar na realidade pode se generalizar, gerando uma sensação inespecífica de que nada que fazemos resulta em mudanças significativas. Essa sensação de impotência e desamparo (tecnicamente, impotência adquirida ou desamparo aprendido) foi bastante estudada e está francamente relacionada com a origem da depressão, que aumentou 10 vezes nos últimos 100 anos, e que segundo a Organização Mundial da Saúde, deverá ser a primeira causa de incapacitação no planeta até 2020.

Nessa altura do campeonato, quando o círculo vicioso se fecha, a pessoa costuma adotar um comportamento defensivo – isola-se das demais, evita desafios e procura não se expor a situações estressantes. A estratégia faz sentido, mas é ineficaz. As obrigações cotidianas, sociais e profissionais, nos obrigam a sair da concha. Como o raciocínio, o equilíbrio emocional e a capacidade de reação estão comprometidos, há grande chance de ocorrerem sérias dificuldades nesses contatos. E essa nova situação chega ao cérebro, que a interpreta novamente como uma situação de perigo, desencadeando mais reações de luta e de fuga, mais isolamento, mais fracasso... E tudo começa outra vez.
 
 
 
Como vimos, esse sistema de alarme genérico dispara ao menor sinal de perigo, gerando uma reação de emergência. Nas pessoas do sexo masculino, esse alarme gera uma reação de emergência em que ocorre predominantemente uma inundação de adrenalina. Esse hormônio desencadeia dois tipos de comportamento: enfrentar o problema de modo agressivo (reação de luta), ou sair em disparada procurando algum lugar seguro (reação de fuga).

E com as mulheres? Por uma falha indesculpável, os pesquisadores pioneiros fizeram os estudos baseados na reação de homens, e inferiram que as mulheres teriam as mesmas reações. Como as mulheres variam o humor com a flutuação mensal de seus hormônios, e como essa flutuação dificultava a interpretação dos resultados, foram pelo caminho mais fácil e excluiram as mesmas das pesquisas!
 
Somente há poucos anos descobriu-se que, nas pessoas do sexo feminino, o sistema de alarme pode gerar a mesma reação de luta ou fuga, mas dependendo da situação (especialmente as de alto conteúdo emocional) também promove uma inundação do hormônio prolactina. A prolactina põe em funcionamento áreas do cérebro com o objetivo de apaziguar, acalmar os ânimos, colocar “panos quentes”.
 
Faz sentido. Durante milhares de anos os homens tiveram como principais funções caçar, guerrear e resolver problemas, enquanto as mulheres por milhares de anos tiveram o papel de guardiãs e cuidadoras das crianças. O resultado é que homens têm a tendência geral a reagir diante de dificuldades adotando uma atitude agressiva de “luta ou fuga”, enquanto as mulheres desenvolveram também as características de amparo e acolhida. O homem ancestral era o provedor, e a mulher ancestral, a protetora. Ficou a herança, ainda que descompassada com as necessidades atuais. ]
 
Acredito que, com a entrada das mulheres no universo de trabalho competitivo e agressivo, foi criada uma situação inusitada. Enquanto os homens já nascem com o sistema de alarme ajustado para situações francamente hostis, as mulheres já nascem com o sistema de alarme ajustado para situações de risco físico, e com o acréscimo da reação de amparo e acolhida especialmente em situações altamente emocionais.
 
Diante do universo competitivo do trabalho, muitas mulheres entram em conflito. Por um lado seu corpo sugere soluções contemporizadoras, por outro lado, o ambiente social exige soluções agressivas. Não há modelos prontos, esse fenômeno ocorre há no máximo duas gerações, não houve tempo suficiente para o cérebro se ajustar a essa nova situação. Claro que as mulheres estão conseguindo adaptar-se e superar essa situação, mas tudo tem um custo, e o preço dessa adaptação ao descompasso entre a formatação ancestral e as exigências sociais contemporâneas é um enorme desgaste emocional e a doença física.
 
De qualquer modo, tanto para as mulheres, que encontram esse problema em particular, quanto para os homens, a reação de emergência genérica é muitas vezes inapropriada, já que seus resultados são ineficazes, inadequados para as exigências contemporâneas, não conseguem
alterar o que lhes deu origem. 
 
 
 
Já que você teve a paciência de ler tantos detalhes técnicos até agora, acrescento mais um. Uma boa parcela (não todas) das reações descritas acima foi durante muito tempo chamado genéricamente de estresse, mas atualmente os profissionais da área chamam de alostase.
 
Então, se você desejar ser chique e ultramoderno, não diga que está estressado, e sim que está sob sobrecarga alostática. Se servir de consolo, ao menos do ponto de vista técnico essa mudança não é mais um modismo, não é mais uma mudança de nome para um mesmo fenômeno.

Alostase vem do grego allo (que significa variável) e do também grego stasis (que significa literalmente “condição de estar em pé”), e foi criado para indicar duas realidades. A primeira delas é que, diante de situações difíceis nosso organismo busca respostas ótimas de modo dinâmico, variando segundo a necessidade. Esse conceito atual contraste como que você já pode ter lido sobre a reação de estresse que, acreditava-se erroneamente, tinha por objetivo manter o organismo estável, sem mudanças.
 
E alostase também indica que nosso corpo antecipa situações e se prepara para elas. Trocando em miúdos, basta você antever ou imaginar alguma coisa difícil no futuro, que seu corpo interpreta como ruim e também perigosa, e já se prepara para reagir de modo dinâmico e variável, mas com padrões formatados por necessidades ultrapassadas. 
Pela última vez, bato na mesma tecla. Mesmo que a situação requeira outra estratégia, uma parte do seu corpo não sabe disso e reage com o que sempre deu certo em tempos ancestrais. O ser humano saiu do meio selvagem, mas o ambiente primitivo não saiu do ser humano.
 
Compreendendo o que acontece, podemos interferir. Os fundamentos dessa intervenção é o que veremos agora.
 


A maior influência sobre o estresse está no cérebro, na medida em que é ele que interpreta e reage aos acontecimentos da vida e literalmente controla até a mais distante célula do corpo. Nem uma única célula do organismo está fora de controle do cérebro, que interfere diretamente com pequenos filamentos nervosos ou então regulando a produção e liberação dos hormônios.

Mas não é só a interpretação do que acontece que gera o estresse. O excesso de agressores a que todos nós estamos sujeitos também provoca uma sobrecarga no corpo como um todo, e o cérebro em particular, gerando desequilíbrio e mau funcionamento.
 
Essas duas sobrecargas modificam várias reações químicas muito complexas no cérebro. E é exatamente aí nossa primeira abordagem, interromper esse cíclo vicioso pela ingestão de substâncias naturais, que facilitam o retorno do organismo a seu estado de equilíbrio. O sistema de alarme é beneficiado particularmente.
 
Na abordagem ortomolecular são fornecidas condições nutricionais ao cérebro para que seu sistema de alarme tenha condições de funcionar corretamente e também de se autoreparar. 

A abordagem se faz tanto com a correção dos fatores que levam ao desequilíbrio da química do organismo, quanto o fornecimento das substâncias necessárias ao funcionamento do corpo. Alguns exemplos mais marcantes:
 

 
 
 
Não temos como modificar diretamente a estrutura do nosso cérebro. Mas temos como modificar indiretamente seu funcionamento. Seu cérebro, para dar origem ou gerenciar tudo aquilo que você pensa, sente ou faz, possui algo em torno de cem bilhões de neurônios, sendo que cada neurônio pode se comunicar com até mil outros neurônios. Toda essa comunicação, algo em torno de mil trilhões de possibilidades combinadas, é realizada por substâncias químicas, os neurotransmissores. O funcionamento requer energia, e seu cérebro, embora com apenas dois por cento do seu peso corporalconsome entre vinte a trinta por cento dos recursos energéticos disponíveis. O detalhe é que ele não possui nenhum reserva, depende o tempo todo de um aporte periódico de energia e nutrientes.
 
Vários aminoácidos e vitaminas participam na formação das substâncias químicas que estão envolvidas no funcionamento das áreas do cérebro responsáveis pelas emoções, pelos pensamentos e pela memória. A administração correta dessas substâncias naturais pode permitir ao cérebro corrigir seu funcionamento. Esse aporte de substâncias benéficas é feito pela administração da própria substância isolada (sob a forma de cápsulas ou injetaveis), e também pelo aumento do consumo de alimentos chamados de "funcionais", por conterem quantidade considerável da substância que se deseja aumentar.
 
Um exemplo dessa abordagem: tanto a ansiedade quanto a depressão tem um mediador químico cerebral envolvido no processo chamadoserotonina. Vários antidepressivos são capazes de aumentar a quantidade de serotonina do cérebro ao dificultar sua volta na célula que a liberou, inibindo sua absorção (recaptação), mas ao custo de muitos efeitos colaterais. Já certos aminoácidos podem aumentar a quantidade da mesma serotonina ao aumentar sua produção, fornecendo em quantidades extras a matéria prima para sua fabricação. O processo tem bem menos efeitos colaterais e, ao contrário dos antidepressivos, não dá origem a sintomas de abstinência (eufemisticamente chamado de "síndrome da descontinuidade") quando é interrompido. Outros precursores de transmissores químicos cerebrais têm o mesmo princípio de favorecer funções cerebrais, modulando, por exemplo, a irritabilidade, a agressividade, a tristeza, a iniciativa e o prazer.
 
Todo esse sistema também depende do “líquido” que permeia as células, a matriz extracelular. Se essa matriz estiver “limpa”, o terreno facilita o funcionamento das células. Se essa matriz estiver “suja”, com dejetos tóxicos, o funcionamento fica prejudicado. Por isso, um dos grandes objetivos em nossa clínica é, além de nutrir adequadamente o cérebro com as substâncias apropriadas, promover a retirada de conteúdos tóxicos.
 
 
Nosso sistema digestivo está envolvido em algo em torno de 80 % da nossa capacidade imunológica, além de ter influência no nosso estado emocional. A conexão entre nosso sistema digestivo e nossos pensamentos e emoções pode ser resumida assim. O intestino tem, entre outras funções, a capacidade de selecionar o que deve e o que não deve ser absorvido. Essa seleção, na prática, ocorre nas vilosidades intestinais, que com freqüência são lesadas por várias medicações (como anticoncepcionais, antiinflamatórios, corticóides e antibióticos administrados por longos períodos de tempo), além do tipo de alimento modificado que ingerimos comumente.
 
Como resultado, ocorre um aumento da permeabilidade das vilosidades intestinais que acaba permitindo a passagem de toxinas fabricadas por parte das bactérias que habitam nosso intestino. Esse aumento de permeabilidade também permite a passagem de metais pesados e de partículas alimentares em tamanho irregular, sendo que muitas delas têm o potencial de se fixar no cérebro e alterar seu funcionamento.
 
Além disso, ocorre uma alteração no equilíbrio entre as bactérias "boas" (que entre outras qualidades fabricam vitaminas do complexo B e a vitamina K), que passam a perder terreno para bactérias nocivas. As conseqüências dessa mudança na flora intestinal são muitas, mas para dar um exemplo interessante, considere que algumas bactérias nocivas se alimentam de açúcar, e têm como estratégia de sobrevivência inibir a serotonina do cérebro. Assim, ela consegue mudar nossas emoções no sentido de que passamos a ingerir mais açúcar, o alimento que ela tanto deseja.
 
O diagnóstico é realizado com exames laboratoriais, e a correção com mudança dos hábitos alimentares, além de antioxidantes que agem nas paredes do intestino e ingestão de bactérias "boas" para competir com as nocivas.
 
 
Não importa se um acontecimento estressante tiver origem psicológica, vir de um traumatismo físico ou de uma infecção. Qualquer que seja a origem, as mesmas reações químicas acontecem no organismo. Essas reações têm em comum um estado inflamatório inespecífico, que na verdade é uma tentativa bastante primitiva do organismo restringir os danos. Como o maior risco dos nossos ancestrais era o do contágio por micróbios, nosso organismo ainda reage da mesma maneira que foi tão útil aos nossos antepassados: ele promove uma reação inflamatória, o que inclui um conjunto de alterações que tem por objetivo reduzir a quantidade de nutrientes que os microorganismos necessitam.
 
Se o estresse for persistente, esse estado inflamatório se mantém, o que aumenta as chances da pessoa desenvolver doenças do coração, já que essa inflamação inespecífica facilita o desenvolvimento da aterosclerose e do fechamento das artérias do coração.
 
O diagnóstico é feito por exame de laboratório simples, que a maioria dos laboratórios faz sem dificuldades e tem cobertura pelos convênios, Já para a correção, utilizamos substâncias naturais que têm a capacidade de reduzir o estado inflamatório sem os efeitos colaterais dos antiinflamatórios químicos. 
 
 
 
O que inclui incentivo e orientação para atividade física, hábitos regulares de sono, alimentação balanceada, meditação, técnicas de relaxamento, entre outras medidas.
 
O objetivo é favorecer o sistema de alarme de modo a que ele passe a disparar de modo adequado, em situações relevantes, que não dispare em situações que podem ser desagradáveis, mas não são perigosas. Com isso, evitamos o acúmulo de reações inadequadas. Como esse acúmulo comprovadamente favorece doenças, estaremos prevenindo enfermidades e promovendo a saúde.
 
Nossa meta é facilitar o estado ideal do organismo. Ele é a condição de possibilidade para que cada pessoa em particular, com suas peculiaridades e potenciais únicos, tenha uma vida saudável em todos os sentidos, em direção a estados de harmonia, fluição, competência pessoal, auto-atualização, contentamento, realização e transcendência.
Naturalmente não basta ter um cérebro bem nutrido e em harmonia para alcançar todas essas metas. Embora para diversas pessoas isso seja possível, para muitas outras será necessário abordagens complementares.
 
Mas tudo fica mais fácil se a máquina estiver funcionando de modo adequado. Uma coisa é certa: somos mais que nossos transmissores químicos, muito mais que o funcionamento do nosso cérebro. Mas, sem eles, nada acontece. 




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A síndrome da fadiga crônica é uma desordem complexa e desabilitante caracterizada pela fadiga profunda que não melhora com descanso deitado e que pode ser piorada por atividade física ou mental. Pessoas com síndrome da fadiga crônica geralmente funcionam em um nível de atividade substancialmente menor do que eram capazes antes do aparecimento da doença. Adicionalmente, pacientes reportam vários sintomas não-específicos que incluem fraqueza, dor muscular, memória prejudicada, piora na concentração, insônia e fadiga após exercícios exaustivos que dura mais de 24 horas. Em alguns casos a síndrome da fadiga crônica pode persistir por anos. 

A causa da síndrome da fadiga crônica não é identificada e não estão disponíveis testes diagnósticos específicos. Uma vez que muitas doenças têm fadiga incapacitante como um dos sintomas, deve-se ter cuidado para excluir outras condições conhecidas, e geralmente tratáveis, antes de fazer o diagnóstico do síndrome da fadiga crônica.


Outros sintomas comumente observados na síndrome da fadiga crônica

Adicionalmente aos 8 sintomas primários que definem a síndrome da fadiga crônica, vários outros têm sido relatados por alguns pacientes. A freqüência de ocorrência desses sintomas varia de 20% a 50% entre os pacientes com síndrome da fadiga crônica. Eles incluem dor abdominal, intolerância ao álcool, barriga inchada, dor no peito, tosse crônica, diarréia, tontura, olhos ou boca seca, dor nos ouvidos, batimento cardíaco irregular, dor na mandíbula, náusea, sudorese noturna, problemas psicológicos, falta de fôlego, sensações na pele, formigamento e perda de peso.

Condições médicas semelhantes à síndrome da fadiga crônica

Muitas doenças têm espectro de sintomas similares à síndrome da fadiga crônica. Essas doenças incluem, entre outras, fibromialgia, encefalomielite miálgica, neurastenia, sensibilidade química múltipla, narcolepsia, hipotiroidismo, apnéia do sono, depressão, esquizofrenia e mononucleose crônica. Embora essas doenças possam apresentar outro sintoma principal, a fadiga crônica é comumente associada a todas elas.

Tratamento da síndrome da fadiga crônica

Uma vez que não há cura conhecida para a 
síndrome da fadiga crônica, o tratamento visa aliviar os sintomas e melhorar as funções do paciente. Uma combinação de terapias com e sem remédios é geralmente recomendada. Não existe uma terapia única para tratamento da síndrome da fadiga crônica. Mudanças no estilo de vida, incluindo prevenção de tarefas exaustivas, redução de estresse, restrições na dieta, alongamento suave e suplementação nutricional são freqüentemente recomendados em adição à terapia com remédios usada para tratar a dor, sono e outros sintomas específicos. Fisioterapia cuidadosamente supervisionada também pode ser parte do tratamento para síndrome da fadiga crônica, porém os sintomas pode ser exarcebados por um atividade física superdimensionada. A administração de exercícios físicos leves é recomendada para evitar a exaustão e prevenir a perda de condicionamento físico.


http://www.copacabanarunners.net/fadiga.html




Inflamação generalizada

A inflamação é uma reação adequada se for restrita a um tipo específico de agressor. Mas ela pode se generalizar, causando sérios danos.  Como ela influi ou é responsável por uma série de doenças, a idéia é contê-la para impedir que essas doenças apareçam ou se agravem.
 
Imagine que você cortou acidentalmente o dedo. Seu organismo agora está vulnerável à infecção e reagirá através da dor, numa tentativa de imobilizar o dedo e permitir a reparação. Também aumentará o afluxo de sangue no local, deixando a região quente, vermelha e inchada. Com isso, seu sistema imunológico terá condições de atuar rapidamente, combatendo germes invasores e permitindo a recuperação do dedo.
 
Esse processo inflamatório é muito poderoso, mas potencialmente lesivo – as enzimas liberadas, por exemplo, são capazes de destruir tanto a parede de uma bactéria invasora quanto a das células do próprio organismo. Restrito ao local da agressão, o processo inflamatório resolve o problema e termina quando ocorre a reparação. Essa é a “boa” inflamação, um sinal de saúde e da capacidade de auto-regeneração orgânica.
 
Mas existe um processo de inflamação que não se limita à área lesada do corpo e não cessa quando debelada sua causa.
 
Descontrolado, ele favorece o surgimento de várias doenças. Se o sistema imunológico ficar desregulado, ele pode liberar enzimas que originalmente destruíam bactérias invasoras, mas que agora irão causar lesão em diversos órgãos.
 
inflamação descontrolada é a marca de muitas doenças auto-imunes, como a febre reumática, a artrite reumatóide e o lupus. Está também presente em doenças como a asma, a aterosclerose coronariana e até mesmo na síndrome do intestino irritável.
 

 
Essa é uma visão nova do processo de adoecimento. Várias pesquisas no mundo todo estão sendo feitas para compreender melhor o papel da inflamação em diversas doenças. Mesmo sem podermos antecipar qual doença poderá ser desencadeada pela inflamação generalizada, é possível detecta-la precocemente e refrea-la com o objetivo de dificultar o aparecimento ou reduzir a gravidade de diversas enfermidades.

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Estresse prolongado intensifica inflamação cerebral

http://esclerosemultipla.wordpress.com/2006/11/11/viver-e-muito-perigoso-estresse-prolongado-intensifica-inflamacao-cerebral-ligada-a-morte-de-neuronios/
“O estresse, em si, é um mecanismo natural de adaptação, não uma doença”, diz o neurofarmacologista Cristoforo Scavone, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, coordenador da equipe paulista. “O problema surge quando se perde o controle sobre o nível de estresse.”


As longas horas desperdiçadas no trânsito das grandes cidades e a insegurança generalizada que faz as pessoas se trancarem em casas cercadas por grades ou se esconderem atrás dos vidros escuros dos carros geram mais do que a simples irritação e o medo passageiros. Somadas ao excesso de trabalho comum dos tempos atuais, essas situações corriqueiras nas metrópoles brasileiras levam a tensão ao limite do suportável, com efeitos nocivos para a saúde.

Nos últimos anos estudos conduzidos na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil mostraram que o estresse por períodos prolongados favorece o surgimento de diabetes, doenças cardiovasculares, ansiedade, depressão, impotência, infertilidade e até mesmo algumas formas de câncer. Agora uma pesquisa conduzida por equipes de duas universidades paulistas – a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – revela outro possível efeito devastador do estresse. Essa reação natural do organismo que facilita a adaptação a situações novas ou ameaçadoras também potencializa processos inflamatórios que podem culminar na morte de células nervosas (neurônios) em duas regiões específicas do cérebro: o hipocampo, associado à formação da memória, e o córtex frontal, responsável pelo raciocínio complexo.

Os resultados desse trabalho, publicados em abril deste ano no Journal of Neuroscience, põem por terra uma crença antiga entre os neurologistas: de que o sistema nervoso era um conjunto de órgãos privilegiados, não-suscetíveis à inflamação. “Uma membrana que recobre o sistema nervoso central, a chamada barreira hematoencefálica, impede a chegada de várias substâncias e agentes agressores a esse órgão, razão pela qual se acreditava que o encéfalo estivesse livre das inflamações”, diz Scavone. Infelizmente, não é bem assim.

Scavone e a farmacologista Carolina Demarchi Munhoz, que embarcou no final de outubro para um segundo período de pesquisas no laboratório do neurocientista Robert Sapolsky, na Universidade de Stanford, Estados Unidos, constataram uma dupla função do cortisol, hormônio liberado em situações de estresse por glândulas situadas sobre os rins. O susto provocado tanto por uma ameaça real, como um cachorro que salta ao portão de uma casa latindo para quem passa na calçada, quanto por uma imaginária, a exemplo do medo de ser assaltado ao parar o carro no próximo sinal fechado, levam à produção desse hormônio do estresse.
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Há muito se sabia que em doses relativamente baixas o cortisol é um potente composto capaz de conter a inflamação – a cadeia de reações do sistema de defesa do organismo destinada a combater microorganismos invasores, a exemplo de vírus, fungos e bactérias. No artigo do Journal of Neuroscience, Carolina e Scavone provaram também que o cortisol em quantidades elevadas e por longos períodos pode causar o efeito contrário, em especial no cérebro. É também o que se observa quando os médicos receitam o uso de compostos derivados do cortisol para controlar o sistema imunológico que se volta contra o próprio corpo e provoca as chamadas enfermidades auto-imunes, como a inflamação das articulações (artrite) ou casos graves de vermelhidão e descamação intensa da pele (psoríase).


“Esse trabalho tem uma provável relevância clínica por sugerir que o uso de versões sintéticas do hormônio associado ao estresse, o cortisol, pode agravar a inflamação no cérebro”, diz Sapolsky, à Pesquisa FAPESP. No entanto, isso não significa que as pessoas devam se rebelar contra os médicos e interromper o tratamento, uma vez que, lembra Carolina, “geralmente avalia-se a relação entre os custos e os benefícios de um medicamento antes de prescrevê-lo”. Mas, na opinião de Scavone, é hora de prestar atenção a esses efeitos e iniciar uma busca de alternativas que não produzam esses efeitos indesejáveis.

Scavone e Carolina observaram a ação nociva do cortisol sobre o cérebro em um extenso trabalho no Laboratório de Neurofarmacologia Molecular da USP no qual submeteram um grupo de ratos saudáveis a diferentes situações que provocam estresse semelhante ao que as pessoas vivem no dia-a-dia.

Maratona no laboratório – Ao longo de duas semanas eles selecionaram roedores aleatoriamente para deixar o conforto de suas caixas e passar por alguma atividade que os tirava da rotina, obrigando o organismo a se adaptar às novas condições. Em um dia, por exemplo, Carolina os colocava em um tanque para nadar sem descanso por quinze minutos. No outro, os ratos ficavam uma hora e meia em um ambiente alguns graus mais frio que o habitual. Também tiveram de permanecer imóveis durante uma hora ou ficar meio dia sem comida e água. Os animais experimentaram ainda o desconforto de uma noite com as luzes acesas ou de um período diurno no escuro – uma inversão total de hábitos, uma vez que os ratos são animais noturnos e saem à procura de comida à noite e descansam durante o dia.

Esse desarranjo todo, chamado pelos biólogos de estresse imprevisível prolongado, não é muito diferente do que se experimenta em períodos conturbados nos quais é preciso abrir mão de algumas horas de sono para dar conta do trabalho extra e até substituir uma dieta equilibrada por lanches ou salgados com o objetivo de fazer sobrar um tempinho para acertar a conta que só pode ser paga no banco ou finalmente realizar aquela visita ao dentista adiada por meses.

A primeira conseqüência de tantas mudanças foi detectada no sangue. Um dia após a bateria de testes os níveis de corticosterona – o correspondente nos ratos ao cortisol humano – continuavam elevados, em uma concentração que variava de 25 a 30 microgramas por decilitro de sangue. “Esses valores são de cinco a seis vezes mais altos que o normal, semelhantes aos que se observa no organismo de pessoas sob tratamento para suprimir a atividade do sistema de defesa e evitar a rejeição a um transplante”, explica Carolina.

Os efeitos do estresse, porém, são ainda mais amplos e envolvem uma complicada rede de interações entre o sistema nervoso central e o resto do corpo. Tão logo surge uma situação ameaçadora ou que altere a rotina, o hipotálamo aciona a produção do hormônio adrenocorticotrofina (ACTH) na glândula pituitária, na base do cérebro. Em instantes o nível de ACTH no sangue aumenta e aciona as glândulas localizadas sobre os rins (supra-renais), que iniciam a fabricação de cortisol.

No sangue esse hormônio bloqueia as reações químicas características da inflamação e reduz a atividade do sistema de defesa, razão por que se imaginava que funcionasse principalmente como antiinflamatório quando utilizado por semanas ou, no máximo, uns poucos meses – embora seu uso por mais tempo provoque uma série de efeitos indesejáveis como aumento da pressão sangüínea, depressão, diabetes, insuficiência cardíaca, além de facilitar o surgimento de infecções, já que deixa o sistema de defesa desarmado diante de bactérias e fungos.

Em parceria com a farmacologista Maria Christina Werneck Avellar, da Unifesp, Scavone e Carolina constataram que esse hormônio, por caminhos ainda não totalmente compreendidos, aciona no interior dos neurônios uma proteína chamada fator de transcrição kappa B, que é fabricada em processos inflamatórios. Esse fator de transcrição, por sua vez, ativa pelo menos três genes responsáveis pela produção de proteínas – a interleucina 1-B, o fator de necrose tumoral alfa e a óxido nítrico sintase induzida – associadas à inflamação e à toxicidade celular. Em concentrações baixas essas moléculas geram um efeito benéfico e ajudam a combater microorganismos invasores. Em excesso, porém, parecem destruir as células que deveriam proteger.

O próprio Sapolsky, um dos mais respeitados estudiosos dos efeitos do estresse sobre o sistema nervoso central, surpreendeu-se com os resultados parciais desse trabalho há cerca de dois anos, durante a primeira temporada de Carolina em seu laboratório em Stanford. A descoberta da ação inflamatória do estresse sobre o sistema nervoso central ajudava a completar o quebra-cabeça que Sapolsky havia começado a montar dez anos antes. Embora tenha se dedicado por um longo período a analisar os efeitos do estresse crônico gerado por disputas sociais entre babuínos do Quênia, animais que vivem em sociedade com relações de poder um tanto complexas, foi em ratos que Sapolsky demonstrou que o estresse prolongado intoxicava os neurônios por aumentar os níveis de glutamato no hipotálamo.

Carolina comprovou duplo efeito do cortisol ao comparar o nível de inflamação cerebral em ratos submetidos a estresse duradouro com o observado em roedores saudáveis. Depois de induzir uma inflamação generalizada no organismo dos animais por meio de uma injeção de partículas de bactéria no sangue, ela analisou a ação dos três genes inflamatórios no sistema nervoso central. Os ratos livres do estresse apresentaram uma inflamação leve em todo o encéfalo, como havia observado três anos antes outro neurofarmacologista da equipe da USP, Isaías Glezer, atualmente em período de especialização na Universidade Laval, no Canadá. Essa inflamação, no entanto, foi mais intensa no hipocampo e no córtex frontal dos roedores cronicamente estressados. Resultados preliminares de outro teste ainda em andamento sugerem que de fato é essa inflamação a responsável pela morte dos neurônios nos animais debilitados pelo estresse. “É possível que o cérebro de uma pessoa que vive sob estresse seja mais suscetível a esses danos”, comenta Carolina.

Embora tenham sido feitos com ratos, esses experimentos fornecem uma boa pista do que deve ocorrer também com os seres humanos, altamente propensos a sofrer uma forma de estresse associada ao estilo de vida ocidental: o estresse psicológico provocado pela antecipação. Diferentemente de uma ameaça real à vida, a antecipação é uma espécie de estresse imaginário. O simples pensar em uma situação que pode ocorrer ou não, como o medo de sofrer seqüestro relâmpago toda vez que se vai a um caixa eletrônico, já é suficiente para acionar os mecanismos bioquímicos relacionados ao estresse, que, estima-se, atinge entre 10% e 20% da população nos países desenvolvidos.

Mais leveza – O preço dessa adaptação não é só o corpo que paga, uma vez que doenças provocadas pelo estresse consomem uma parte das verbas do sistema público de saúde. No ano passado as pesquisadoras Sophie Béjean e Hélène Sultan-Taïeb, da Universidade de Burgundy, na França, apresentaram no European Journal of Health Economics um exemplo claro desse custo social do estresse: calcularam os gastos com o tratamento de três doenças (cardiovasculares, musculares e mentais) decorrentes, ao menos em parte, do estresse associado às condições de trabalho. Dos 24,5 milhões de pessoas em idade produtiva em 2000 na França, de 300 mil a 400 mil tiveram problemas de saúde relacionados ao estresse por causa do trabalho – e entre 2.300 e 3.600 morreram. Os gastos com tratamentos e perda de dias de serviço custaram de € 1,2 bilhão a € 2 bilhões, valores que correspondem de 14% a 24% do que o sistema público de saúde francês consome com doenças ocupacionais.

Enquanto não se descobre uma cura para o estresse – se é que algum dia haverá, uma vez que não se trata propriamente de uma doença –, uma saída é prevenir, levando a vida de forma mais leve e realizando atividades físicas, aconselha Sapolsky, um estressado confesso. “Temos de ser mais superficiais”, desafiou o neurocientista de Stanford em uma entrevista publicada em abril pela Folha de S.Paulo. “Por mais superficiais quero dizer menos cerebrais. Conseguimos isso, paradoxalmente, sendo mais cerebrais. Explico. Se você conseguir raciocinar científica e constantemente, conseguirá discernir se o que o está estressando é uma realidade, digamos, física ou apenas psicossocial. Se for física, pode se estressar. Se for psicossocial, esqueça.”

O Projeto
Participação das MAP quinases, proteínas de choque térmico e da via de apoptose nos efeitos adversos dos glicocorticóides no sistema nervoso central

21 de fev. de 2011

Duplo etérico

http://docs.google.com
http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:9jY_8Ohs4G0J:bvespirita.com/O%2520Duplo-Et%25C3%25A9rico%2520(autoria%2520desconhecida).pdf+duplo+et%C3%A9reo+inflama%C3%A7%C3%A3o&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESj1_Py9eQsd6Jv60TgTeB5MlWw5xUYL7_P3MWiH4MK1mmPdNG7D3sLixXg2u0sNAawuehlaPvLocpqKXFuWa5kJopbE8ZN42BAQsJ4jtEA-onn8usY-kcs8eARGr4DVXlJrBYSH&sig=AHIEtbTXcTiiAyscckmXQXWtDAqQjr29Zg

Halioscopia do autor Antônio Plínio da Silva

Rating:★★
Category:Other
O livro é um apanhado de ensinamentos apartir das vivências de Ântonio Plínio, os exemplos e exercícios não são difíceis de serem realizados e custam apenas esforço pessoa, comigo tem funcionado, principalmente na hora que vou dormir. Por isso, venho aqui recomendar esta leitura também.

Um capítulo do livro que eu gostei foi o 13º que fala sobre as cores e vibrações das auras - etérica, emocional e mental.

Vou reproduzir o conteúdo abaixo, espero que possam compreender e passar estas informações a frente.

Aura Etérica (Magnética)


A Visão física sensível, com os olhos abertos, pode ter vislumbres de coloridos, rodeando objetos e formas, que pela relação dos valores se poderá avaliar o que é positivo e negativo (claros ou escuros).

A aura vista pela máquina Kirlian só alcança o que é matéria e magnetismo do corpo, objeto e animais. A Kirlian é boa indentiica a saúde e a composição atômica da massa carnal do corpo, coisas dos reinos mineral e vegetal. O campo emocional-mental é algo para os clarividentes astrais e mentais tal como as frequências do rádio, onde se encontram, no mesmo plano mas sem se misturarem, ondas longas, médias, curtas e FM.

Cores na aura do duplo-etérico

1. Amarelo - pálido, médio e forte - indica saúde física
2. Azulado forte - magnetismo bom e ectoplasma
3. Cinza brilhante - saúde debilitada - perigo; estresse, tensão.
4. Violeta - magnetismo curador.


Aura emocional (sentimento), visão do 3º olho - clarividência astral (1º estágio)

Azul claro, sobre o coração- Religiosidade, bons sentimentos, médiuns de cura e doutrinadores.
Azul celeste, sobre o mental - Espiritualidade, conhecimentos anteriores, universalismo.
Azul claro sobre o plexo solar (ventre), até os pés - Fé ingênua, fé cega.
Azul escuro "pesado", do plexo gástrico para a direita - Depressão, confusão, 'carregado', ignorância espiritual, desajuste, baixa sintonia espiritual.
Azul fosforecente claro - Insatisfação, nervosismo, desequilíbrio psíquico, ansiedade.
Azul forte, brilhante, sobre o plexo solar - Revolta.
Azul compacto, puro, do plexo cardíaco ao mental - Sensibilidade mediúnica, despertamento do psiquismo, visões, intuição, audição, psicografia, psicofonia, época de desenvolvimento.
Azul escuro acinzentado - Valores materiais, insegurança, vacilação, baixo nível de devoção e fé, sintonia baixa com espíritos do astral inferior.
Azul claro, brilhante sobre o ventre e quadris - Dores generalizadas na região, causadas por inflamação que atinge o plexo sagrado e espalha dores pelas pernas, cabeça, coluna, insônia, nervosismo.
Azul esverdeado forte - Magos de bruxaria, vibrações doentias, pessoas entendidas em forças ocultas, desonestidade.
Amarelo (claro, médio ou dourado) - Inteligência, sabedoria, raio da vontade, sensatez.
Amarelo canário (rodeando a mente) - Deboche, sarcasmo, inteligência "suja", antipatia.
Alaranjado (claro, médio e forte) - Auto-suficiência, orgulho, domínio, amor próprio, vaidade.
Cinza fosforescente claro - Egoísmo, falta de amor.
Cinza (claro, médio e escuro) - Insegurança, vacilação, medo, tensão, confusão.
Cinza azulado (nevoeiro) - Estresse, fraqueza, ansiedade, do ventre para baixo.
Cinza chumbo - Desânimo, fracasso, medo.
Carmim ou carmesim- Afeição,amor ao próximo, pureza de sentimentos, ideal.
Lilás (simples) - Altruísmo, humildade, santidade.
Lilás com rosa, amarelo ou azul - Altruísmo,amor, sabedoria e espiritualidade sideral.
Marrom (região física ou etérica) - Inflamação, infecção local.
Prateado brilhante (saindo do mental) - Pertubação mental, agitação, loucura, desequilibrio na mente.
Preto (vibração zero) - Coisas sem vida, desintegração, tumores, vibração de bruxaria.
Púrpura (ultra-roxo) - Sentimento de "autoridade" religiosa e cultos; presunção, " Ministro de Deus", falsos profetas.
Rosa claro, limpo - Amor puro, desinteressado, fraternidade.
Rosa opaco ou avermelhado (visto em entidades e em pessoas) - Campo afetivo abalado, no amor, na família; contrariedades, presença de íncubos e súcubos.
Rosa ouro-velho - Amor universal, pureza, desprendimento.
Rosa (pigmentado com nuanças arroxeadas) - Amor com problemas, ciúme, conflito, frustação.
Rosado, no éter, sob a luz solar, até 10h/11h - Energia Kundalini, ativação do amor em todas as criaturas vivas em todos os reinos. Raio ativador do amor divino e espiritualidade. Não confundir com o Kundalini, no chakra básico, retentor da mesma energia.
Roxo avioletado -Angústia, sofrimento, enfermidade própria ou de alguém caro.
Roxo claro, simples ou junto a outras cores - Sentimento ferido, dor emocional, saudade, muita tristeza, mágoa.
Roxo profundo - Solidão, ingratidão, sofrimento muito forte.
Roxo-goiaba (no etérico) - Dor física, local.
Ultravioleta (sobre a mente) - Faculdades superiores; mente rápida; sinais de clarividência; psicometria, intuição pura.
Violeta - Magnetismo curador, saúde física (no duplo etérico).
Verde claro (limpo) - Na natureza é paz e pureza no éter, ambientes sobre florestas, lagos, mares e pessoas.
Verde seda (nas auras de pessoas) - Nobreza de sentimentos, tranquilidade, honestidade; saúde,paz, pacifismo, tolerância, resignação.
Verde azeitona - Desonestidade, trapaça, mau caráter, inveja.
Verde claro fosforecente - Arrependimento, sentimento de culpa, pesar.
Vermelho vivo (sobre aura, manchas ou chispas) - Cólera, violência, irascibilidade; pavio curto.
Vermelho vinho (sujo) no baixo ventre - Sensualidade, tara, animalidade.
Vermelho fogo brilhante (tipo braseiro) sobre a mente - Criatividade liderança, personalidade forte, ditadores.
***

Observações:

O benéfico e o maléfico pode ser identificado pelas luzes e sombras claras ou escuras.
Para mudar de frequência espiritual nas vidências é preciso usar a força de vontade e do pensamento, tal qual os toques no rádio e tv.
A focalização da faixa da vidência e psicometria exige dos videntes a capacidade "descer" ou "subir". Insistir é a lei.
Existem divergências entre os diversos autores, porque uns escrevem o que ouviram falar e outros escrevem o que entenderam na prática, daí a necessidade da prática e muita intuição.

http://andancaespirita.blogspot.com/2010/10/auras-eterica-emocional-e-mental.html

14 de fev. de 2011

Palestra Jose Medrado - consciência *com bom humor.

http://www.youtube.com/watch?v=b0DoDSoxl08
parte 2 http://www.youtube.com/watch?v=7WU-gvWv5xc

Final http://www.youtube.com/watch?v=mZaVvdVj_RE

Filtrando para o holismo a necessidade de compreender e libertar
a visão de que tudo é Karma e Dharma. E a colocação
principal que é viver e aprender cada passo.

José Alberto Lima MEDRADO, é baiano de Salvador mesmo. Nasceu de família pobre e desde menino tem a sua mediunidade já chamando a atenção e, como sempre, não aceita pelos pais.

Fundou o Centro Espírita Cavaleiros da Luz, na cidade baixa de Salvador, no bairro pobre do Uruguai, atendendo, sempre, as pessoas carentes, inclusive usando a sua mediunidade na area de cura, servindo a ação de varios médicos espirituais, entre eles o querido Bezerra de Menezes que trabalha intensamente com Medrado.

Possui todas as faculdades mediúnicas conhecidas, inclusive na area da materialização, conforme pode relatar com maiores detalhes o grande escritor espírita brasileiro Carlos Bernardo Loureiro.

Mas a faculdade mediúnica que mais chamou a atenção foi a pictografia.
Agradeço ao amigo JCardellis

Mineralograma - Mineralograma - parte I

http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4094
Parte II
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/4093

As perguntas mais freqüentes sobre o Relatório do Mineralograma da TEI.

Juntamente com o mineralograma, a TEI lhe fornecerá um relatório exclusivo sobre os resultados de seu exame. Além das informações usuais sobre os níveis de cada mineral, você receberá explicações acerca dos minerais mais importantes para você e de suas inter-relações, ou seja, de seu equilíbrio mineral. Você ficará sabendo também se seu metabolismo é rápido ou lento, isto é, o seu tipo metabólico. Além de uma lista com os suplementos recomendados, você saberá quais os alimentos que deve ingerir mais e quais os que deve evitar, podendo assim melhorar ainda mais o seu equilíbrio mineral.


Meu relatório diz que meu metabolismo é lento. Como é que se pode determinar isso a partir do mineralograma do cabelo?

A classificação metabólica metabólica é um exclusividade do Relatório do Mineralograma da TEI. As pesquisas que conduzimos indicam que o nível dos minerais diz muito a respeito do metabolismo, isto é, da forma como o organismo lida com os nutrientes. O Dr. David L. Watts descobriu que certos minerais atuam como estimulantes ou aceleradores do metabolismo, ao passo que outros o tornam mais lento, funcionando como verdadeiros sedativos. Se os níveis minerais indicarem predomínio de minerais sedativos em seu organismo, provavelmente sua atividade metabólica será desacelerada. Por isso, seu metabolismo seria classificado como lento. Essa distinção é importante quando se trata de suplementação. Você certamente não quer tomar vitaminas e minerais sedativos, o que poderia tornar seu metabolismo ainda mais lento. É por isso que criamos especialmente para você uma fórmula múltipla chamada Para Pack. Ela contém apenas os nutrientes estimulantes do metabolismo e seus auxiliares sinérgicos.

Por outro lado, uma pessoa de metabolismo rápido deveria tomar apenas vitaminas e minerais sedativos, uma formulação especial que chamamos Sym Pack. Como você pode ver, esta é mais uma razão para que um complexo multivitamínico geral não possa adequar-se às necessidades de todo o mundo.


Tenho peso abaixo do normal. Como meu metabolismo pode ser classificado como lento?

O peso não é uma boa indicação do tipo de metabolismo. As pessoas de metabolismo lento geralmente têm peso acima do normal. Mas pode acontecer que alguém cujo metabolismo seja lento esteja abaixo do peso normal devido a má digestão, má absorção ou mesmo algum problema intestinal. Assim, embora o ritmo do metabolismo influa sobre o ganho ou perda de peso, ele não é o único fator envolvido.

Por que recomendar-me um determinado mineral se o resultado de meu exame mostra que seu nível já está alto?

Mais uma vez, isso vai depender das já mencionadas inter-relações dos nutrientes . Por exemplo, o magnésio pode estar alto. Mas se estiver baixo em relação ao cálcio, existe uma deficiência "relativa". Recomenda-se então uma suplementação de magnésio para que sua relação cálcio-magnésio melhore. Ela serve também para diminuir o excesso de cálcio e aumentar a retenção de potássio ( mas isso já é outra história).


Meu relatório mostra que os níveis de certos minerais estão altos, mesmo que eu não coma alimentos ricos em tais elementos. Como isso pode acontecer?

Isso não é tão incomum. um exemplo muito freqüente é o da pessoa que segue uma dieta baixa em sódio e, no entanto, apresenta alto nível desse mineral. Aí é que entra o equilíbrio glandular. A retenção de sódio pode ocorrer quando há excesso de atividade das supra-renais: é o caso, muitas vezes, da pessoa de metabolismo rápido. Seja a dieta rica ou pobre em sódio, esse desequilíbrio causará a retenção de sódio.

Isso também pode ser visto ao contrário. Uma pessoa de metabolismo lento cuja atividade supra-renal seja baixa pode apresentar baixo nível de sódio, mesmo comendo muito sal. Assim, vê-se que o tipo de metabolismo tem que ver não só com o equilíbrio da atividade glandular, mas também com o estado nutricional. o Relatório do Mineralograma da TEI constitui um meio de saber o que é certo para você, abrindo-lhe uma nova compreensão de seu metabolismo


Por que um mineral cujo nível está baixo nos resultados de meu exame não é recomendado em meu programa de suplementação?

As recomendações quanto à suplementação baseiam-se em seu padrão mineral como um todo, e não nos níveis individuais dos elementos. Por exemplo, você sabe que seu nível de cálcio pode não aumentar necessariamente, mesmo que você tome cálcio? Muitas vezes, um mineral cujo nível está baixo pode atingir um nível normal quando se reduz outro elemento que o "antagoniza", permitindo assim uma melhor retenção ou absorção do mineral deficiente. Ou então acrescenta-se um outro elemento. No caso da deficiência de cálcio, o cobre pode ser recomendado graças à sua reconhecida eficácia na melhoria da retenção do cálcio.


Entendo como o mineralograma do cabelo possa indicar as deficiências minerais, mas meu relatório sugere que eu tome também certas vitaminas. Existem vitaminas no cabelo?

Não há vitaminas no cabelo. Mas as vitaminas e os minerais interagem. Por exemplo a atividade da vitamina A é de substancialmente reduzida quando há deficiência de zinco.A vitamina C auxilia a absorção do ferro; portanto a falta deste pode indicar uma necessidade de vitamina C. Assim, seu padrão mineral pode fornecer informações também sobre o status vitamínico de seu organismo.


Os resultados de meu mineralograma de cabelo apontam altos níveis de mercúrio e, no entanto, eu não me sinto envenenado. Por que não?

Em primeiro lugar, a presença de um metal pesado em seu resultado não indica necessariamente um envenenamento. Este consiste de sintomas, que representam uma forma de diagnosticá-lo. Os sintomas podem surgir a depender da quantidade existente e do tempo. Seu mineralograma indica que você pode ter sido exposto ao mercúrio, talvez até antes de nascer. Seguindo as recomendações quanto à sua suplementação e ingerindo proteínas, estará aumentando a capacidade de seu organismo de eliminar naturalmente esse metal tóxico. Talvez haja um certo desconforto passageiro, à medida que o mercúrio for sendo eliminado. Isso é previsível. Por favor, entre em contato com seu médico para maiores informações.


Sinto-me maravilhosamente bem, mas meu mineralograma apontou vários desequilíbrios minerais. Se isso fosse verdade, eu não deveria sentir-me mal?

As pessoas podem sentir-se muito bem e , ainda sim, ter desequilíbrios. Os resultados de seu exame indicam o seu status mineral atual. A depender do tempo de existência desses desequilíbrios, os sintomas podem manifestar-se ou não.


Sou vegetariano. Como posso modificar as recomendações dietéticas do meu Relatório de Mineralograma do Cabelo?

No momento, não dispomos de um relatório de mineralograma especificamente voltado para os vegetarianos, mas já analisamos os relatórios de diversas pessoas que praticam o vegetarianismo. sugerimos que você mantenha a razão de proteínas, gorduras e carboidratos com base em seu tipo de metabolismo. simplismente substitua as proteínas das carnes por combinações de proteínas vegetais.



Estou tomando medicação. Isso afetará os resultados do meu exame?

As drogas afetam não só o seu estado nutricional como também suas necessidades por exemplo, os esteróides utilizados para o controle da dor podem causar uma perda significativa de cálcio. Tais efeitos variam conforme a dosagem e a duração do tratamento com a droga. Os resultados de seu mineralograma de cabelo lhe possibilitarão contra-balancear esses efeitos, através do tratamento imediato de quaisquer desequilíbrios detectados. entretanto, como algumas vitaminas e minerais podem interferir na medicação, é recomendável consultar o médico.


A suplementação recomendada para meu caso não inclui o cálcio. eu não deveria tomá-lo para prevenir a osteoporose?

Não necessariamente. Muitas coisas -além da deficiência de cálcio- podem levar os ossos a uma perda de cálcio. Na verdade. há mais de 30 fatores que podem provocar isso. Todos eles são levados em consideração no seu Relatório de Mineralograma.


Estou grávida e quero amamentar meu bebê. A gravidez afeta os resultados do mineralograma do cabelo? Devo tomar os suplementos recomendados durante a gestação e a amamentação?

A gravidez de fato provoca mudanças substânciais na química do organismo, tanto do ponto de vista hormonal quanto nutricional. Elas estarão evidentes no relatório de seu mineralograma. E a suplementação adequada não traz risco algum para a mãe nem para a criança. recomenda-se que o exame seja refeito a cada dois ou três meses durante a gravidez, sem esquecer que as gestantes devem contar com supervisão médica constante.

A ingestão de suplementos não tem efeitos adversos sobre a lactação. Na verdade, a mãe que está amamentando precisa estar mais saudável possível.

Odeio tomar comprimidos. Tenho de tomar todos os suplementos recomendados para que minha saúde melhore?

Fazer alguma coisa é muito melhor que não fazer nada. Se tomar seus suplementos uma vez por dia ou mesmo uma vez a cada dois dias, contribuirá para, pelo menos, manter seu atual estado nutricional. Lembre-se que as recomendações de seu relatório estão voltadas para tomar o mínimo de suplementos e atingir o máximo de resultados.

Ouvi dizer que o ferro pode causar sérios problemas de saúde. Devo mesmo tomá-lo?

Você está certo. Descobriu-se que o excesso de ferro causa problemas à saúde. e o mesmo se aplica a outros minerais e vitaminas quando tomados em excesso. O excesso de ferro no organismo provoca a formação de radicais livres, os quais destroem as células. Esse é mais um bom exemplo de como o mineralograma do cabelo pode ajudá-lo.

Com base nos resultados do exame, podemos especificar o que você necessita. Você só tomará ferro se precisar. Portanto, pode seguir sem susto as recomendações do relatório de seu mineralograma de cabelo, a menos que contra-indicado por seu médico.


Eu tenho de tomar os suplementos da TEI ou posso usar outros?

Fique à vontade para tomar quaisquer outros suplementos nutricionais de boa qualidade. Seu objetivo deve ser apenas selecionar aqueles de melhor qualidade para garantir a máxima absorção de nutrientes pelo organismo. Certifique-se de que os minerais sejam quelados aminoácidos de amplo espectro (QAA). Não aceite substitutos (aspartatos, citratos, picolinatos, gluconatos, etc.).

Uma palavrinha sobre os suplementos desenvolvidos pela TEI: a nossa marca- Trace Nutrients - é fruto de vários anos de estudo de centenas de milhares de mineralogramas de cabelo. Nossa pesquisa volta-se para a descoberta da melhor maneira de criar os suplementos mais biocompatíveis possível. è por isso que os suplementos Trace Nutrients são formulados sinergicamente : eles contêm o sinergista ou auxiliar que facilita sua absorção. A relação custo-benefício, portanto é melhor. Portanto, quando você usar Trace Nutrients Magnesium Plus, por exemplo, você estará tomando não apenas magnésio, mas também o sinergista correspondente - a vitamina B6, que auxilia a absorção do magnésio.

Naturalmente, quase todos os produtos da linha Trace Nutrients são hipoalergênicos, já que não contém alérgenos de trigo, levedo, soja, alfafa, leite nem milho. Tampouco contêm sal, açúcar, amido, cera, óleos hidrogenados. colorantes, aromatizantes nem são quelados aminoácidos de amplo espectro.



Quanto terei de esperar até conseguir restabelecer meu equilíbrio mineral?

Essa resposta é um pouco complicada. Evidentemente, você sabe que os desequilíbrios decorridos de toda uma vida de negligência não podem ser corrigidos da noite para o dia. E, à medida que esses desequilíbrios forem sendo corrigidos, outros desequilíbrios subjacentes, ainda não detectados, podem vir à tona.

Seja paciente! A boa saúde vale esse esforço. O processo é muito parecido com o de tirar as cascas de uma cebola: você colherá melhor o real estado de sua saúde a cada casca retirada. Sua reação vai depender do grau de observância das recomendações e da gravidade ou cronicidade de seus desequilíbrios. Mas não se baseie apenas na melhoria dos sintomas para avaliar sei progresso. É necessário fazer um mineralograma de acompanhamento para ter certeza da evolução de seu organismo rumo ao equilíbrio. Assim, não deixe de fazê-lo para poder acompanhar as alterações em suas necessidades orgânicas, conforme dirão as recomendações do relatório de seu mineralograma de acompanhamento.

Quanto será o bastante? Bem, mesmo que sua saúde seja boa, as recomendações de seu relatório são fundamentais para saber exatamente que hábitos cultivar. Quais os melhores alimentos em seu caso? Que suplementos tomar- e NÃO tomar - em determinado período? Quais os poluentes que mais estressam seu organismo? A que tipo de desequilíbrio você está mais propenso diante de estresse físico e mental?

Somos seres dinâmicos, afetados pelos fatos do cotidiano. E o nosso organismo reflete essas mudanças.

A mensagem é esta: saber é poder. O mineralograma do cabelo é um instrumento que pode ajudá-lo a saber e entender o que é melhor para você. Use-o entre cada três e seis meses. Acompanhe as mudanças de seu organismo e de suas necessidades enquanto vive sua vida da melhor maneira possível.



IMPORTANTE
Procure o seu médico para diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios.
As informações disponíveis no site da Dra. Shirley de Campos possuem apenas caráter educativo.
Publicado por: Dra. Shirley de Campos

Saindo da Matrix: SANTO DAIME (AYAHUASCA) v1.5

http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2005/12/santo_daime.html
http://www.erowid.org/chemicals/ayahuasca/ayahuasca_journal3.shtml

http://www.adroga.casadia.org/news/usoritual.htm
Banisteriopsis caapi: ação alucinógena e uso ritual.

http://www.voadores.com.br/site/geral.php?txt_funcao=colunas&view=4&id=311

http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2010/03/o_contexto_da_a.html
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2010/03/ayahuasca_contexto.html



Ser Xamã não é apenas botar uma pena na cabeça e ficar tocando bombo sob o efeito de alucinógenos. Mas, infelizmente, é essa a impressão que passa para o público leigo, que não viveu essa cultura e que não aprendeu na escola o contexto espiritual e social de uma época perdida há várias e várias gerações.
Um exemplo mais urbano e próximo do Xamã seria o padre da cidadezinha de interior: ele conhece praticamente todo mundo da cidade, não só de vista, mas os seus problemas e anseios (através do confessionário), é respeitado como líder espiritual, faz sermões onde analisa o rumo da cidade e aponta onde precisa melhorar, e também traz conforto e orientação espiritual para quem se sente perdido, desviado de seu grupo social. No caso de um Xamã verdadeiro ele, além disso tudo, consulta os espíritos em busca de um norte para poder guiar seu povo, e cura para os enfermos. Aí entra, em seu contexto original, a Ayahuasca, o tabaco, o peiote e outras plantas de poder.

para que não haja dúvidas, vamos analisar duas tribos que fazem uso tradicional do Ayahuasca:

Primeiro, os Yawanáwa.

...a ayahuasca é consumida tanto no processo de iniciação como nas cerimônias de cura ou de agressão. A execução das rezas com fins terapêuticos é feita em ritual celebrado à noite, quando as pessoas da aldeia já estão dormindo, de forma que acontece em ambiente restrito. A cerimônia pode ser realizada conjuntamente por um ou por vários xinaya. Normalmente, o doente não está presente ao ritual. Os xinaya, sob os efeitos da ayahuasca, cantam suas rezas sobre um pote cheio de uma bebida fermentada de mandioca (a caiçuma) que o paciente beberá depois.
É comum que, antes de ter decidido submeter-se à iniciação xamânica, a pessoa esteja familiarizada com as cerimônias, com certos conhecimentos e com algumas bebidas alucinógenas, em especial, a Ayahuasca. (...) Além disso, o iniciante deve reduzir no máximo suas relações sociais, evitando qualquer contato com as mulheres e isolando-se temporariamente na floresta, longe da aldeia. Ao mesmo tempo, começa a consumir Ayahuasca e tabaco diariamente, bem como passa a assistir sistematicamente às cerimônias de cura, durante as quais deve memorizar as rezas entoadas pelos outros xinaya e shuintia. O processo se completa com a superação de certas provas iniciatórias. (...) A memorização dos conhecimentos xamânicos requer sofrimento, e é através da abstinência alimentar e sexual, assim como das provas iniciáticas descritas, que esse estado ideal é alcançado. O iniciante deve chegar a um estado total de concentração e autocontrole para poder reter tal quantidade de saberes na memória. Ademais, a ingestão de substâncias alucinógenas - em particular, a Ayahuasca - exerce papel importante nesse processo de aprendizado das rezas e dos mitos. Dizem os Yawanáwa que, sob os efeitos dessa beberagem, o iniciando é capaz de visualizar mentalmente o conteúdo do narrado ou falado pelos xinaya que estão atuando em uma cerimônia e, assim, o conhece, memoriza e incorpora. Através dos estados alterados de consciência produzidos por estas substâncias o aprendiz entra em contato com o domínio dos yuxin, que transparece em mitos e rezas. O conhecimento deste meio é essencial à atividade xamanística, uma vez que o xamã, em qualquer de suas facetas, é mediador entre ambos os aspectos da realidade.

Agora, a tribo Harakmbet:

A principal função do Xamã é curar. E os espíritos das plantas possuem uma informação imprescindível que só pode ser captada por experts em interpretar o que acontece no "além". Uma vez que o Xamã "vê" o que deseja, através das substâncias de origem vegetal, ele as abandona paulatinamente e recorerá ao tabaco (paimba), que é a planta principal do Xamã. Qualquer Harakmbet, passada a iniciação, pode consumir drogas, mas só o Xamã capta a realidade diferente. É ele que consegue ver e interpretar os sinais do além e transformá-los em símbolos, desenhos ou mandalas que devem ser feitos em cima do corpo do paciente, e estudados por eles no sentido de permitir o diagnóstico e a cura das enfermidades para aquela pessoa, que pode estar numa certa planta medicinal que o Xamã intui ser a adequada para aquele caso.
Apesar do uso da Ayahuasca estar intimamente ligado à cura, ele é apenas a FERRAMENTA de acesso do Xamã a outros mundos, para que ELE vá em busca da cura. A deturpação de que a bebida SEJA a cura começou com os Xamãs da cidade. O antropólogo Jean-Pierre Chaumeil fala, em seu texto Curandeirismo do Amazonas, que o uso de alucinógenos no âmbito indígena parece essencialmente ligado a uma iniciação xamânica, já que, nas curas, o tabaco (fumado, mastigado ou bebido) é que assume papel preponderante.

Segundo os conceitos indígenas, os alucinógenos são entidades que "ensinam", mais do que atuam por si mesmas e para si mesmas. Os alucinógenos entraram paulatinamente na parafernália terapêutica dos Xamãs mestiços que atuam nas cidades, e, em consequência, retroativamente este uso se difundiu entre alguns Xamãs indígenas. A extensão dos alucinógenas a um âmbito de aplicação estritamente terapêutica (diagnóstico e cura) parece ser um fenômeno relativamente recente, se levados em conta os dados da etnografia indígena, que os associam mais a um modo específico de aprendizagem e conhecimento.

Cabe dizer que o uso de alucinógenos não é de uso reservado dos Xamãs. A maioria dos indivíduos, homens e mulheres, seja no meio indígena ou mestiço, podem viver esta experiência guiados por Xamãs treinados. Neste caso, as ingestões são orientadas no sentido de auto-cura ou de efeitos telepáticos. Em todo caso, as ingestões nunca são anárquicas ou de forma indiferente.


Agora eu pergunto: é o Xamã ou a Ayahuasca que "cura"?
Com que objetivo e contexto era usada originalmente a Ayahuasca? Fazer uma "viagem a passeio" ou acessar informações de "mais além" para ajudar aos necessitados?

O uso da Ayahuasca foi se deturpando com a modernidade, e virou um passatempo para a população cabocla da região Amazônica. Até que chegou Irineu.

A HISTÓRIA DO DAIME

Adaptado do site Santodaime.info

Descendente de escravos, Raimundo Irineu Serra deixou o Maranhão para trabalhar no Acre como seringueiro, nas regiões do Xapurí, Brasiléia e Sena Madureira. Também trabalhou como funcionário na Comissão de Limites na delimitação da fronteira do Acre com a Bolívia e o Peru. Foi na cidade de Cobija, na Bolívia (fronteira com o Acre, na cidade de Brasiléia) que Irineu, convidado por dois amigos a participar de uma sessão de Ayahuasca, ministrada por um caboclo peruano de nome D. Crescêncio Pisango, também conhecido por Huascar.

De primeiro Irineu não aceitou, mas depois pensou e disse: "Eu vou. Se for uma coisa boa vou levar pro meu Brasil, pois de coisa ruim o meu Brasil já está cheio". Da primeira e segunda vez que tomou a bebida nada sentiu, só na terceira é que chegaram as "mirações". Estava sentado numa roda de 12 pessoas quando D. Pisango se aproximou e "entrou" na cuia grande onde era servida a Ayahuasca, sendo percebido apenas por Irineu. O caboclo pediu que ele convidasse o grupo a olhar dentro da cuia e que dissessem o que estavam vendo. Responderam que viam apenas a bebida. Então o caboclo Pisango explicou ao Mestre Irineu que só ele tinha condições de trabalhar com aquela bebida e que ninguém mais conseguia ver o que ele via com a Ayahuasca.

Numa outra noite voltaram a tomar a infusão. Um amigo, Antônio, que estava no quarto, chamou Irineu, que olhava encantado para a lua, e disse:
- Raimundo, aqui tem uma senhora chamada Clara que quer falar com você.
- Por que ela não fala contigo mesmo?
- Não sei não, mas diz ter te acompanhado desde o Maranhão. Ela tem uma laranja na cabeça para lhe entregar. Fala que vai te procurar na próxima sessão.

E assim foi. Era uma quarta-feira duma noite linda de luar. Irineu se deitou na rede de modo a apreciar a lua e, pouco a pouco, a "força" da Ayahuasca foi chegando, intensificando as mirações e, neste momento, é que viu a lua se aproximando pra bem pertinho dele. Uma Senhora, sentada ao centro da lua com uma águia na cabeça em ponto de voar lhe disse:
- Quem tu achas que sou?
- Pra mim é uma Deusa.
- Tu tens coragem de me chamar de Satanás?
- Ave Maria, minha Senhora, de jeito nenhum.
- Você está pensando que sou uma princesa, mas não, eu sou a Rainha Universal.
- Tu achas que o que tu estás vendo agora alguém já viu?
- Acho que sim, minha senhora (Irineu julgava que outros tantos que já haviam bebido a ayahuasca também já podiam ter tido aquela visão).
- Tu estás enganado. O que vês agora, ninguém jamais viu, só tu. Eu vou te entregar este mundo para tu governar, mas isso não é agora, primeiro tens que te preparar. Agora que tu já é homem, tu vais trabalhar e vais ficar com teu cabresto assim bem curtinho. Vais ter uma preparação para ver se tu tens merecer verdadeiramente. Tu vais passar oito dias comendo só macaxeira (mandioca) cozida e insossa, com água e mais nada, nem ver e nem ouvir mulher alguma.

Irineu, no dia seguinte, se retirou para a mata com o propósito de cumprir as ordens da Rainha. Conta-se que no quarto dia ele foi tentado com várias visões, com intenção de lhe amedrontar. Os paus na sua frente criavam vida, parecia que estavam todos rindo dele, caboclinhos surgiam de todos os lados, fazendo contato com os animais que chegavam bem próximo. Com sua espingarda dava tiros para o alto, pois os estampidos o confortavam naquela situação. (Até hoje, nos trabalhos feitos na Doutrina do Santo Daime, se costuma soltar foguetes durante a sessão espiritual, para que seja lembrada aquela passagem da vida do Mestre Irineu).

Outro fato interessante que se conta é que, certo dia, Antônio Costa estava em casa, preparando a mandioca insossa do amigo, quando pensou em botar um pouquinho de sal, mas imediatamente mudou de idéia e quando, mais tarde, Irineu voltou das matas, disse a Antônio que viu que ele ia colocando sal na macaxeira mas resolveu não por. Antônio se espantou com o amigo:
- Mas rapaz, como é que tu fez pra saber? Então já sei que tu tá aprendendo.

No oitavo dia de iniciação nas matas, a Rainha voltou a aparecer para Irineu e lhe entregou a laranja como símbolo do globo universal. Ele pediu que o fizesse um curador e ela respondeu:
- Já está feito e tudo está em tuas mãos.

Também o advertiu de que teria muito trabalho com aquela missão, e que nada poderia tirar em proveito próprio (Assim como hoje o Daime não pode ser comercializado, pois desta forma estariam em desobediência às ordens da Rainha). Logo Irineu entendeu que aquela senhora era a Virgem Mãe Santíssima, a Virgem da Conceição, e que tudo aquilo que ele havia ouvido e visto não eram suficientes para ele ser (curador). Ele havia recebido sim aquela missão e a partir daí ele tinha que dar prova e se fazer ser.

Durante alguns anos, Irineu percorreu caminhos espirituais difíceis entre a dúvida e a certeza, a verdade e a mentira, pois quem anda nesta estrada sabe que uma linha muito fina separa estes princípios, o que é certo do que é errado. Mas a Virgem Soberana continuou a aparecer muitas outras vezes para Irineu lhe dando força, conforto e fé, e numa destas aparições foi revelado ao Mestre o nome da bebida. O verbo "dar" originou a palavra "Daime". Em alguns hinos da Doutrina se encontram as expressões "dai-me amor", "dai-me fé", "dai-me cura", pois quem toma Daime deve estar pronto a receber as dádivas vindas de Deus, contidas nesta bebida sagrada.

Também recebeu da Virgem o título de Chefe Império Juramidam, e os fundamentos do ritual do Santo Daime. A Mãe Divina o instruiu a cantar hinos que iria receber do Céu, que seriam o testamento de sua missão e estariam reunidos em um hinário ao qual ele chamou "O Cruzeiro". Mas Irineu era um homem muito simples e humilde e não se achava capaz de cantar. Até o dia em que a Rainha da Floresta lhe disse:
- Olha, vou te dar uns hinos e tu vais deixar de assobiar pra aprender a cantar.
- Ah! Faça isso não minha Senhora, que eu não canto nada.
- Mas eu ensino! Afirmou ela.

E como Irineu sempre contemplava a lua, Ela falou:
- Agora você vai cantar.
- Mas como? Insistiu.
- Abra a boca, não estou mandando?

Irineu obedeceu e deslanchou a cantar "Lua Branca", seu primeiro hino, onde também recordaria a primeira miração da Rainha.

Na década de 20, Irineu e os irmãos Costa fundaram um centro chamado Círculo de Regeneração e Fé (CRF), na cidade de Brasiléia, no Acre. Reuniram-se naquele lugar algumas pessoas que, apesar de poucas, chegaram a fundar uma associação. Alguns desentendimentos com Antônio Costa e outros integrantes fizeram Irineu deixar aquele centro, mudando-se para Sena Madureira e depois para Rio Branco. Em 1930, como tinha feito muitos conhecidos, doaram a ele uma colônia na Vila Ivonete, bairro rural próximo a Rio Branco. Foi quando Irineu deu início aos trabalhos públicos com o Daime. Nessa época Irineu foi perseguido, chegando mesmo a ser chamado na delegacia, porém nunca sendo preso. Resolveu então adentrar um pouco mais na floresta e foi nesta época que recebeu uma doação por parte do ex-governador Guiomar Santos, que lhe arranjou uma colocação chamada Espalhado, com uma colônia, a Custódio de Freitas. Neste lugar fundou o Centro de Iluminação Cristã Luz Universal (CICLU), a Igreja-Sede, e levantou também um cruzeiro de 5 metros de altura, todo em cimento armado.

No Alto Santo abrigou mais de quarenta famílias, que trabalhavam em sistema de mutirão, muito comum no Acre. Viviam do que plantavam, conseguindo assim sustentar sua comunidade.

PÓS-IRINEU

Mestre Irineu faleceu no dia 6 de julho de 1971, deixando vários seguidores. Um deles se destacou dos demais: Sebastião Mota de Melo, o Padrinho Sebastião. Segundo o site, "Foi considerado o pai dos alternativos por ter acolhido mendigos, mochileiros, maconheiros sem rumo e desenganados em sua comunidade. Nunca teve preconceito contra ninguém e por isso foi muito incompreendido. Padrinho Sebastião chegou a ter problemas com a polícia pois até traficante ele recebeu, acreditando na cura e encaminhando-os para o trabalho honesto, despertando a consciência espiritual e fazendo-os acreditar nas leis de Deus." Após sair do Alto Santo, Sebastião fundou 3 comunidades, mas fixou-se em definitivo no Céu de Mapiá, na cidade de Boca do Acre, um lugar de difícil acesso no meio da floresta. Coincidência ou não, as denúncias de associação do Ayahuasca com drogas ilícitas surgiram nas comunidades que seguem a linha de Sebastião.


O que podemos depreender disso tudo?

1 - Que as tribos indígenas usavam a Ayahuasca, em certas cerimônias, mas nada na antropologia sugere um uso indiscriminado ou mesmo regular da substância. Ou seja, mesmo na milenar cultura indígena seu uso é restrito, sob a supervisão do Xamã (que conhecia a todos) e a vida na tribo não girava em torno disso, sendo a Ayahuasca apenas uma ferramenta (que nem era tão importante quanto o tabaco!) no contexto religioso.

2 - Que a bebida não pode ser vendida, nem mesmo pra cobrir os custos de produção ou de transporte. Ou seja, numa instituição séria, você, visitante, nao deveria pagar NADA pra tomar. Segundo o que ficou acordado (pelas principais instituições) no relatório final do GMT de 2006 (base do que foi liberado pelo CONAD), apenas os SÓCIOS arcam com as eventuais despesas, justamente pra de$encorajar esse "turismo" de gente que vai lá só pra dar uma "calibrada no nível de alucinógeno".

Me pergunto o que Mestre Irineu pensaria da conduta das doutrinas urbanas de hoje... Se ele, homem sério e íntegro (que, pelo que lemos, parece ter sido) aprovaria o uso ritual de maconha e cocaína, como tem - segundo denúncias e até apreensões da Polícia Federal - acontecido com certas denominações. Me pergunto também se ele deixaria o oba-oba de jovens descompromissados com a doutrina ir minando (por dentro e por fora) a reputação do que ele construiu ao longo de décadas. Onde está a instituição recomendada pelo GMT ao CONAD para representar as entidades religiosas, no sentido de impor controle social ao cumprimento dos princípios acordados? Onde estão os mecanismos de controle, também recomendado ao CONAD pelo mesmo GMT?

Só faço o que a Lei do meu país permite fazer
(Mestre Irineu)

O perigo da Ayahuasca é que ele pode servir como gatilho disparador de uma síndrome psicótica. Em pessoas "saudáveis", não causa problemas. Mas, o que é ser saudável psicologicamente no mundo de hoje? Vivemos num mundo cada vez mais neurotizante, vivemos relações familiares cada vez mais desintegradas, ironicamente com muito acesso a informação, mas com pouca COMUNICAÇÃO (especialmente dentro das famílias), e os psicólogos, psicanalistas e psiquiatras podem atestar as tendências da nossa sociedade melhor do que eu. Será que todos podem tomar a Ayahuasca?

A Ayahuasca é para todo mundo, mas nem todo mundo é para a Ayahuasca
(Padrinho Sebastião)
Como a doutrina saiu do contexto indígena pra se tornar essencialmente cristã (amalgamada ao espiritismo e umbanda), seria bom ter em mente os alertas de Jesus, em Mateus 7:

Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem
(Mat 7:6)
Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram
(Mat 7:13-14)

Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores
(Mat 7:15)

Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha
(Mat 7:24)

Há um mecanismo de controle dentro da própria Doutrina do Daime. Ele orienta as pessoas a, 3 dias antes de tomar o Daime, se abster de comer carne e fazer sexo. Mas aprendi aqui mesmo com os comentaristas que isso representa MAIS do que uma "limpeza" orgânica. Nesses 3 dias você deve procurar se limpar MENTALMENTE, canalizando suas energias e seus pensamentos para o alto, para uma experiência que é antes de tudo interna.

Por isso tenho uma sugestão para as entidades SÉRIAS que ministram Ayahuasca, e não sabem como controlar os visitantes sobre essa preparação pra bebida (como raios o padrinho vai saber se o cara transou, ou brigou no trânsito, ou em casa, no dia anterior?):

O RETIRO

O retiro é muito usado pelos budistas, pois a doutrina precisa de um ambiente tranquilo e isolado, para favorecer a meditação correta. Buda (Siddhartha) se isolou na floresta (olhaí) até conseguir a iluminação, e só depois, com o estado de plenitude alcançado, foi procurar ensiná-lo aos outros, nas cidades, nos campos... A idéia é que o estado meditativo seja conseguido até mesmo no trânsito caótico, mas como você vai ensinar alguém a correr sem antes saber andar?

É por isso que eu recomendaria ao neófito no Daime um retiro de 3 dias, num lugar afastado, sem celular, sem TV, onde a pessoa entra em contato com ela mesma, seus pensamentos, com a natureza, embarca (ainda que de forma limitada) no contexto original da Ayahuasca. E somente no fim do 3º dia tomaria o chá.

Vi num fórum o depoimento de uma pessoa que pegou dicas com um Xamã sobre a condução do Daime:

Eu vou te repassar a informação que me foi dada por um verdadeiro Xamã ao qual tive a sorte de conhecer 3 anos atrás. Pra resumir nossa conversa, vou colocar algumas questões que eu lembro para seu uso correto:
1. Restrito ao local e à cultura ancestral que sempre a usou, ou seja, nunca para urbanóides como nós
2. Extrema disciplina de uso e guarda, extrema, nunca numa sociedade que usa dinheiro nas relações, só isso já contamina tudo
3. O xamã deve conhecer a pessoa a tomar de longa data, ela e sua família (seus pais)
4. A beberagem deve ser produzida de forma customizada (ele não usou essa palavra), ou seja, pra cada indivíduo um preparado especial que pode conter os 2 princípios famosos e mais alguns pra deixar mais doce, ou mais amargo, ou etc... (mas esse etc não inclui santa porcaria nenhuma)
5. Vomitos e diarréia são pessimos sinais, quer dizer que a pessoa tomou a dose errada. No máximo um enjôo e isto serve para que a pessoa se limite.
6. Deve ser consagrada.
7. Deve ter um objetivo muito específico, um trabalho individual, ou até coletivo, desde que totalmente orientado de forma rígida, militar
8. O xamã deve ser sábio, velho, experiente, vocacionado, tem que ter curriculum pra isso, sendo a sua autoridade respeitada e indiscutível entre todos da "tribo"
9. Pode ser utilizada para "turistas" (nós) desde que os procurem e com todo o rigor e preparação.
10. Vc nunca pode falar de sua experiência com ninguém, é sua e individual, jamais fazer propaganda de capacidades. A "mágica" está em vc e só em vc. Falar disso é perigoso, pode induzir outros ao erro. Só o Xamã pode falar disso.
A Ayahuasca abre as portas de dentro de você. Se há algum conflito, ele poderá ser exorcizado, ou exarcebado. Vai depender de COMO você vai lidar com isso! Por isso concordo com o Maltz quando ele diz que o chá é um Boeing 747, mas nem todo mundo tem o manual pra pilotá-lo! Há perigos no Daime, assim como há perigos no desenvolvimento forçado da mediunidade dentro do espiritismo, ou constrangendo crianças a receber o espírito santo nas Igrejas Evangélicas, ou na abertura dos Chakras e desenvolvimento forçado da Kundalini em cursinhos da Nova Era.

Os místicos e os esquizofrênicos encontram-se no mesmo oceano; enquanto os místicos nadam, os esquizofrênicos se afogam
(Ronald Laing; psiquiatra inglês)

Eurípedes (poeta grego) aponta a origem da loucura como decorrente de conflitos internos; o homem não seria conduzido fatalmente à loucura, senão por uma parcela de responsabilidade. Porém, cabe aos deuses roubar a razão.



http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2010/03/ayahuasca_contexto.html