5 de ago. de 2010

Disautonomia: um conceito emergente na síndrome Fibromialgia

http://www.scientificcircle.com/pt/30889/disautonomia-conceito-emergente-sindrome-fibromialgia/
Disautonomia: um conceito emergente na síndrome da fibromialgia



Dysautonomia: an emerging concept in fibromyalgia syndrome





Luiza Cristina Lacerda JacominiI; Nilzio Antonio da SilvaII

IProfessora-assistente de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB/UFG) e Doutoranda do Curso de Pós Graduação em Ciências da Saúde da UFG
IIProfessor titular de Reumatologia da Faculdade de Medicina da UFG

Endereço de correspondência





RESUMO

A síndrome da fibromialgia (SFM) é uma condição de dor crônica, generalizada e de difícil tratamento, com importante prevalência na população geral. A fibromialgia é mais do que um estado de dor musculoesquelética crônica, porque a maioria desses pacientes também experimenta fadiga, distúrbios de sono, dor visceral, intolerância a exercícios e sintomas neurológicos. É uma síndrome caracterizada mais por sintomas, sofrimento e incapacidades do que por alterações orgânicas estruturais demonstráveis, podendo fazer parte do grupo de síndromes funcionais. Muitas tentativas para elucidar a patogenia orgânica da SFM, como pesquisas em genética, aminas biogênicas, neurotransmissores, hormônios do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, estresse oxidativo, mecanismos de modulação da dor, sensibilização central e função autonômica na SFM, revelam várias anormalidades, indicando que múltiplos fatores e mecanismos podem estar envolvidos na patogênese dessa síndrome. A disautonomia pode ter um importante papel na fisiopatologia da SFM, embora não esteja claro se é causa ou efeito ou um componente deste mosaico. Pesquisas futuras devem ser encorajadas no sentido de se avaliar o papel do sistema nervoso autônomo ou sua disfunção na complexa fisiopatologia da SFM e a eficácia de intervenções terapêuticas por meio de ensaios controlados e randomizados. O desenvolvimento de terapias efetivas para a fibromialgia tem sido retardado pela falta de entendimento dos mecanismos fundamentais da etiologia da síndrome. Uma boa compreensão dos mecanismos é a base para o desenvolvimento e a comprovação de condutas terapêuticas adequadas. Esta revisão descreve os mais recentes artigos da literatura que demonstram haver uma desregulação no sistema nervoso autônomo na SFM e discute a disautonomia como um potencial mecanismo participante na gênese e manutenção da sintomatologia e comorbidades da SFM.

Palavras-chave: fibromialgia, sistema nervoso autônomo, fisiopatologia, doenças reumáticas, receptor adrenérgico, disautonomia.

ABSTRACT

Fibromyalgia (FM) is a chronic, widespread pain condition that has important prevalence in general population. Despite the musculoskeletal pain, the majority of people with fibromyalgia also experience fatigue, sleep disorders, visceral pain, exercise intolerance and neurological symptoms. This syndrome is considered a functional syndrome because it is better characterized by its symptoms, suffering and disability rather than well seen organic structure impairment. A substantial literature has been produced in order to explain the pathophysiology of fibromyalgia: researches on genetics, biogenic amines, neurotransmitters, hypothalamic-pituitary-adrenal axis hormones, oxidative stress, mechanisms of pain modulation, central sensitization and autonomic function in FM revealed various abnormalities indicating that multiple factors and mechanisms may be involved in the pathogenesis of FM. Dysautonomia may have a main role at FM pathophysiology, even though it is not clear if cause, consequence or a component of this mosaic syndrome. Future research must be encouraged in order to evaluate the real role of autonomic nervous system or its impaired function in the complex pathophysiology of the syndrome and in order to assess efficacy of therapeutics interventions through well designed assays. The development of effective therapeutics measures has been delayed due to lack of knowledge of the main mechanisms in the pathogenesis of FM. A thorough understanding of mechanisms will be required to develop and document convenient therapies. This review aims to describe the most recent articles that document autonomic system impairment in SFM and to discuss dysautonomia as a potential mechanism that plays a role in the symptoms genesis, symptoms maintenance and comorbidity in SFM.

Keywords: fibromyalgia, autonomic nervous system, pathophysiology, rheumatic disease, adrenergic receptor, dystautonomia.





INTRODUÇÃO

A noção de que o sistema nervoso simpático coordena as funções corporais se originou, provavelmente, com Galeno, um médico grego do século II. De acordo com seu pensamento, os nervos seriam tubos ocos que distribuíam vigor para o corpo, fomentando ações coordenadas, ou "simpatia" para os órgãos. Em fins do século XIX, o termo sistema nervoso autônomo (SNA) foi cunhado por Langley para designar a porção do sistema nervoso responsável pelo controle involuntário e inconsciente das funções dos órgãos internos, em contraste com a porção voluntária e consciente das funções externamente percebidas dos músculos esqueléticos(1). Nessa época, introduziu-se o termo sistema nervoso parassimpático para designar a porção craniossacral do SNA em contraste com o sistema nervoso simpático que se origina dos gânglios toracolombares. Só mais tarde, na década de 1920, é que Canon considerou os nervos simpáticos e a medula da adrenal como uma unidade funcional – o sistema simpatoadrenal.

Hoje se acredita que o sistema nervoso autônomo é o efetor de um sistema homeostático maior, cujos "painéis de controle" ficam situados em vários núcleos do tronco encefálico, do hipotálamo e do prosencéfalo basal e são supridos de sinais contínuos de todas as partes do organismo. Hoje também se reconhece que os pontos de ajuste homeostático podem sofrer mudanças ao longo da vida e até mesmo ser parcialmente influenciados pelo contexto em que os mecanismos sensitivos atuam(2).

As terminações nervosas do SNA têm como alvo fibras musculares (lisas na maioria, estriadas no coração) e células glandulares e coordenam as funções de diferentes órgãos e sistemas do corpo. Tanto a divisão simpática como a parassimpática apresentam uma sinapse entre o neurônio central e o alvo periférico: a sinapse ganglionar. O neurotransmissor da sinapse ganglionar é geralmente a acetilcolina nas duas divisões, mas, no alvo, a divisão simpática libera geralmente a noradrenalina, enquanto a parassimpática, acetilcolina(3). O sistema caracteriza-se pela intensidade e rapidez de instalação e dissipação de suas ações, provendo ao organismo uma adaptação dinâmica, momento a momento, às alterações do ambiente interno e/ou externo do organismo.

O termo disautonomia refere-se a uma condição na qual a função autonômica alterada afeta adversamente a saúde. As condições em que a função autonômica está alterada podem variar desde episódios transitórios em pessoas saudáveis a doenças neurovegetativas progressivas; de condições nas quais a função autonômica alterada tem um papel fisiopatológico primário a outras nas quais a função alterada piora um estado patológico independente; e de mecanismos claros a entidades controversas e misteriosas (1).

Disfunções autonômicas primárias são insuficiências autonômicas puras ou causadas por desordens neurodegenerativas (por exemplo, doença de Parkinson, atrofia múltipla de sistemas), enquanto as formas secundárias acompanham doenças como diabetes mellitus, amiloidose, alcoolismo, doenças auto-imunes, uremia, tumores, doenças metabólicas (porfiria), infecções, lesões do sistema nervoso central, trauma, entre outras. Neuropatia autonômica periférica ou alterações centrais afetam o SNA de forma geral ou podem ser órgão-específicas. Vista deste ângulo, a síndrome da dor complexa regional (CRPS) seria dependente de alterações locais do sistema simpático e fibras nervosas sensoriais ou de alterações centrais. Há dois aspectos clínicos para a disfunção autonômica: o da neuropatia autonômica ou hiper-reflexia do SNA e o das alterações locais que causam problemas neurológicos, tróficos e dor(4).

A maioria das disfunções autonômicas crônicas ocorre como conseqüência de processos de doença (por exemplo, diabetes, amiloidose ou mieloma múltiplo), agentes tóxicos (por exemplo, álcool) ou medicamentos (por exemplo, antidepressivos, antipsicóticos, anti-hipertensivos ou drogas antineoplásicas). Algumas vezes, a disfunção autonômica domina a apresentação clínica e não tem causa clara, o que se denomina disfunção autonômica crônica primária(1).

A partir da década de 1960, quando se observou, pela primeira vez, neuropatia autonômica em pacientes com artrite reumatóide, é que se buscou avaliar a função autonômica, por meio de testes padronizados, em outras doenças do tecido conjuntivo. Essa disfunção foi confirmada em pacientes com diversas doenças reumáticas(5,6), como lúpus eritematoso sistêmico (LES)(7), artrite reumatóide (AR)(8) e SFM(9). A existência da neuropatia autonômica pode ser um fator complicador importante na doença reumatóide, pois pode aumentar sua morbidade e mortalidade(4).

Os seguintes aspectos fisiopatológicos foram propostos para explicar a disfunção autonômica presente em pacientes com doença reumática: alterações estruturais das fibras autonômicas, auto-anticorpos para receptores relevantes para o funcionamento do sistema nervoso autônomo, alterações funcionais em razão de carga pró-inflamatória e aberrações no hipotálamo e eixo nervoso ou em virtude da inibição de liberação de neurotransmissores periféricos por citocinas (ex.: noradrenalina), alterações do barorreflexo causadas por lesões ateroscleróticas, hiperatividade simpática nas doenças reumáticas, desequilíbrio entre tônus autonômico e sistema nervoso sensorial, lesões de centros reguladores autonômicos centrais ou alterações induzidas por drogas na função autonômica (glicocorticóide e outros)(4).

Sobre as alterações induzidas por drogas na função autonômica, destaca-se que num estudo em que se demonstrou que 47% dos pacientes com artrite reumatóide (AR) e 19% daqueles com lúpus eritematoso sistêmico tinham sintomas sugestivos de disfunção autonômica, os pesquisadores não encontraram nenhuma correlação entre a disfunção e o uso de glicocorticóides, usados por 95% dos doentes com lúpus e 26% dos doentes com artrite(5). Previamente, havia sido demonstrado que disfunção autonômica, medida pela diminuição da variabilidade da freqüência cardíaca, em pacientes com LES, era independente do uso de glicocorticóides(10).

O fenômeno auto-imune ou alterações inflamatórias dos nervos poderia(m) ser uma causa para as alterações autonômicas estruturais. Os pacientes com LES, com inflamação sistêmica aumentada, têm um eixo hipotálamo-sistema nervoso autônomo ativado, e tal ativação pode ser medida pelo teste do reflexo pupilar à luz. A taxa de prevalência de disautonomia, testada por meio do reflexo pupilar, é de um terço em pacientes portadores de LES. A hiper-reflexia observada se relaciona à inflamação sistêmica, uma vez que há aumento e decréscimo paralelo entre o tempo de latência do reflexo pupilar e a velocidade de hemossedimentação nesses pacientes(11).

Em alguns pacientes, a neuropatia autonômica poderia estar associada com a presença de auto-anticorpos contra o tecido neuronal. Tal afirmativa, porém, permanece no campo das hipóteses, pois segundo nosso conhecimento, estudos histopatológicos das fibras autonômicas não foram realizados em pacientes com doença reumática.

Substâncias pró-inflamatórias (interleucina-6, interferon g, TNF-a) podem ser importantes estimulos para induzir hiper-reflexia autonômica. Injeções de IL-6, intravenosas, em pacientes com SFM, desencadearam alterações autonômicas(12). Pode-se especular se o coquetel de citocinas circulantes poderia induzir formas diferentes ou órgão-específicas de alteração da função autonômica. Uma questão intrigante seria o impasse: a hiper-reflexia autonômica é uma resposta para o feedback do processo inflamatório crônico periférico (ex.: via citocinas agindo no hipotálamo) ou a conseqüência de fatores patogênicos que se originam no sistema nervoso central e aumentam a atividade da doença? Estaria o sistema nervoso central envolvido na progressão da doença reumática?(4).

Não há estudos longitudinais a respeito da função de nervos autonômicos em pacientes com doença reumática. Estudos em pacientes com diabetes mostram que disfunção autonômica cardiovascular está ligada ao aumento do risco de parada cardíaca e mortalidade. Estudos semelhantes, nas doenças reumáticas, são necessários para melhorar o cuidado clínico para os pacientes que têm disfunção autonômica. Ensaios clínicos randomizados, controlados em pacientes com doença reumática, são escassos, provavelmente pela falta de demonstração do valor prognóstico desfavorável da disfunção autonômica nesses pacientes(4).

Essa revisão discute a disautonomia como um potencial mecanismo participante na gênese e manutenção da sintomatologia e comorbidades da SFM.



SÍNDROME DA FIBROMALGIA E DISAUTONOMIA

Nos últimos 15 a 20 anos, a síndrome da fibromialgia (SFM) transformou-se de uma vaga desordem em um diagnóstico aceito e reconhecido pela Organização Mundial da Saúde(13). A SFM é uma condição reumatológica crônica e complexa que não possui um marcador biológico definitivo, com apresentação variável de pessoa para pessoa(14).

A síndrome afeta de 6% a 20% dos pacientes das clínicas reumatológicas, quase 10% dos casos em consultas de dor crônica e entre 0,5% e 5% da população geral(15,16). No Brasil, um estudo epidemiológico sobre doenças reumáticas, realizado na cidade de Montes Claros, mostrou que a síndrome da fibromialgia foi a segunda desordem reumatológica mais freqüente, com prevalência de 2,5% na população geral(17,18).

Muitas tentativas têm sido feitas para elucidar uma patogenia "orgânica" para a fibromialgia. Pesquisas em genética, aminas biogênicas, neurotransmissores, hormônios do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, estresse oxidativo, mecanismos de modulação da dor, sensibilização central e função autonômica na síndrome da fibromialgia revelam várias anormalidades, indicando que múltiplos fatores e mecanismos estão envolvidos na patogênese dessa síndrome(19).

O envolvimento do SNA na SFM foi primeiramente descrito, em 1988, por Bengtsson e Bengtsson(20), que relataram melhora na dor no repouso e no número de tender points, em resposta ao bloqueio do gânglio estrelado com bupivacaína. A eficiência do bloqueio do gânglio estrelado foi avaliada pela medida do fluxo sangüíneo, da temperatura e das respostas de condutância da pele (reflexo simpatogalvânico). Os resultados deste ensaio controlado indicam que o completo bloqueio simpático produz melhora dos sintomas, provavelmente por melhora na microcirculação. Os autores sugeriram que uma atividade aberrante de nervos simpáticos, em alguns pacientes, poderia ser um mecanismo possível na patogênese da SFM(20). Considerando que a fadiga muscular possa ser o sintoma mais incapacitante da SFM, Backman et al.(21) estudaram a função muscular esquelética de pacientes com SFM, medindo a força máxima de preensão voluntária e outras características da contração de músculos adutores da extremidade do membro superior, após estimulação elétrica do nervo ulnar, após bloqueio local do antebraço com infusão intravenosa de guanetidina. Esses autores verificaram, entre os pacientes, diminuição da força de preensão e menor taxa de relaxamento muscular, que aumentaram durante o bloqueio simpático. A partir desses resultados, eles sugeriram que a disfunção muscular poderia ter causas tanto central quanto periféricas e que a atividade aumentada do sistema simpático muscular seria um provável elo na cadeia de eventos que levaria aos sintomas musculares da SFM. Confirmando esses estudos iniciais, Vaeroy et al.(22) sugeriram também um decréscimo na resposta simpática de pacientes com SFM, quando submetidos a testes auditivos e de temperatura (cold pressor test - 4 a 10 ºC). Esses últimos autores avaliaram a resposta vasoconstritora da pele dos portadores da síndrome em comparação com indivíduos saudáveis.

Durante a última década, alguns pesquisadores têm demonstrado que pacientes com SFM exibem um sistema nervoso autônomo alterado. A disautonomia parece ter um papel importante na fisiopatologia da SFM, embora não esteja claro se essa anormalidade seja a causa ou o efeito. A disfunção autonômica é freqüente na SFM e poderia explicar os seus sintomas que envolvem múltiplos sistemas(23).

Um grande impulso na avaliação da função autonômica surgiu com a análise da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) através do sistema holter. Essa técnica baseia-se no fato de que o ritmo cardíaco oscila constantemente e que tal variação é modulada por impulsos dos ramos simpáticos e parassimpático do sistema nervoso autônomo. A análise espectral de tal variabilidade oferece uma medida do influxo desses dois ramos para o nodo sinusal. Trata-se de um método não invasivo, simples, que quantifica a atividade autonômica(24). O braço parassimpático provoca diminuição da freqüência cardíaca e aumento da VFC, enquanto o simpático aumenta a freqüência cardíaca e diminui a VFC(25). Até então, na prática clínica e na pesquisa, a função autonômica era estimada por variação da freqüência cardíaca à respiração profunda, à manobra de Valsalva, ao ortostatismo e à preensão sustentada. Outros métodos usados para avaliar a função do SNA incluem a medida da condutância elétrica da pele, que reflete a estimulação das glândulas sudoríparas, e a medida da microcirculação cutânea (laser Doppler)(24).

Martinez-Lavin et al. avaliaram o balanço simpático-parassimpático, por meio da análise espectral da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC), em um grupo de 19 mulheres com SFM, pareadas por idade com 19 controles, quando submetidas a estresse ortostático. Os resultados indicaram resposta alterada das pacientes em relação aos controles(26).

Este mesmo grupo de pesquisadores, usando a técnica VFC, determinou a variação circadiana do ritmo cardíaco em pacientes com SFM. Seus resultados mostraram perda da variação circadiana do balanço simpato/vagal, com os valores noturnos mais elevados que dos controles pareados por sexo e idade. Esses resultados são consistentes com uma exagerada modulação simpática noturna do nodo sinusal e poderiam explicar os distúrbios de sono e a fadiga que ocorre na SFM(24). Ao associar seus resultados aos daqueles que encontraram resposta simpática diminuída a diversos tipos de agentes estressores, como ortostatismo(26), teste da mesa inclinada(27), teste de imersão em baixa temperatura e estimulação acústica(22), Martinez-Lavin et al. caracterizaram a disautonomia presente na SFM como hiperatividade simpática com falta de resposta adicional ao estresse(24).

Os resultados de Friederich et al.(28), que estudaram variabilidade da freqüência cardíaca em 28 pacientes com SFM em comparação com 15 mulheres saudáveis, submetidas a estresse mental e ortostatismo passivo, mostraram que tanto no ortostatismo como sob estresse mental, as pacientes com SFM exibiram reduzida ativação do sistema nervoso simpático, confirmando a hipótese de hiporreatividade do sistema do estresse tanto à estimulação mediada centralmente (estresse mental) como à estimulação mediada perifericamente (ortostatismo).

A hipótese de disautonomia, baseada em testes que demonstram hiperatividade simpática noturna em pacientes com SFM, é confirmada por um grupo de pesquisadores da Turquia(29), que acrescenta ainda que seus resultados, obtidos da realização de testes de resposta simpática da pele e análise da variabilidade do intervalo R_R (ritmo cardíaco), indicam que a disfunção autonômica é tanto simpática quanto parassimpática. Esse mesmo grupo investigou, também, alterações da função autonômica, registrando respostas simpáticas da pele das regiões palmar, plantar e genital de mulheres com SFM. Tal estudo também revelou anormalidades do SNA das pacientes(30).

Raj et al.(31) submeteram 17 mulheres com SFM e 14 mulheres sadias ao teste da mesa inclinada (uma forma de estresse passivo de ortostatismo) e também examinaram o balanço simpatovagal por meio do estudo da variabilidade de freqüência cardíaca (VFC) por um período de 24 horas. O teste da mesa inclinada (tilt test) foi positivo para 64,7% das fibromiálgicas em comparação com 21,3% dos controles. As pacientes com SFM tiveram menor variabilidade do ritmo cardíaco que os controles, demonstrando que essas pacientes tiveram respostas anormais a dois testes de função do sistema nervoso autônomo.

Furlan et al.(32) testaram a hipótese de que a SFM é caracterizada por hiperatividade simpática e alterações na resposta autonômica cardíaca ao estímulo gravitacional e concluíram que pacientes com SFM têm aumento da atividade simpática cardíaca e diminuída atividade vagal para o coração quando comparados a indivíduos saudáveis.

Pacientes com SFM submetidos a um simples teste de estresse envolvendo o ato de ficar de pé, com seu sobrecarregado sistema simpático, tornam-se incapazes de responder, significando que o sistema já estava exausto. Sabe-se que, ao levantar, o sangue tende a ficar acumulado nas partes baixas do corpo. Em circunstâncias normais, há uma imediata onda de estimulação simpática que compensa essa alteração sangüínea e mantém a circulação normal para a cabeça. Pacientes com SFM apresentam resposta anormal e seu sistema simpático falha em responder, propriamente, ao estresse do ortostatismo. Com base nessas experiências, propõe-se que disautonomia é freqüente em indivíduos com SFM. Hiporreatividade simpática oferece explicação coerente para a fadiga constante e outros sintomas associados com baixa pressão arterial, tais como vertigem, confusão e fraqueza. Esse fenômeno pode ser comparado ao que aconteceria a uma máquina constantemente forçada que se torna incapaz de aumentar a velocidade por posterior estimulação(33). A hiperatividade simpática constante também explica os distúrbios de sono associados com a SFM. Sabe-se que o tônus parassimpático predomina durante estágios profundos de sono e que, segundos antes do despertar, há uma onda de estimulação simpática. Estudos polissonográficos mostram que os portadores de SFM, que possuem estimulação simpática constante, têm episódios freqüentes de excitação e despertar(33).

Adler e Geenen(34) referem que a hiperatividade simpática presente na SFM, especialmente aparente à noite, pode indicar aumento do impulso simpático ou alteração no controle normal da atividade do SNA pelo sono. Outra vez nos deparamos com o desafio da questão: a alteração simpática é causa ou efeito na SFM?

Cohen et al.(9) postulam que a hiperatividade simpática no repouso poderia estar relacionada em parte a sintomas como fadiga, distúrbios do sono, parestesias e síndrome do cólon irritável. Os investigadores que estudaram diretamente a síndrome do cólon irritável, uma comorbidade freqüentemente presente em fibromiálgicos, também relatam alterações consistentes com hiperatividade simpática(35,36). Karling et al.(37) e Heitkemper et al.(38) estudaram a variabilidade do ritmo cardíaco em pacientes com essa síndrome e relataram resultados compatíveis com hiperatividade simpática noturna e resposta inadequada desses pacientes ao estresse ortostático. Hiperatividade simpática também pode explicar as mãos frias e pegajosas (pseudofenômeno de Raynaud) e a constante secura da boca, freqüentemente, vistas em pessoas com SFM(33).

Como explicar as características que definem a SFM: dor difusa e sensibilidade à palpação em pontos específicos? Propõe-se o mecanismo conhecido em medicina como dor simpaticamente mantida. Esse tipo de dor é caracterizado por instalação após o trauma, por sua independência a qualquer dano tissular e pela presença de alodinia. Isto significa que o problema repousa na transmissão da dor. A neuralgia pós-herpética, a neuropatia diabética e a distrofia simpático-reflexa (DSR) são exemplos de dor neuropática. Sugere-se que a SFM seja uma forma generalizada de distrofia simpático-reflexa. A síndrome da dor simpaticamente mantida é fundamentada experimentalmente: estudos realizados em animais mostram que o trauma pode desencadear hiperatividade simpática constante e, em tal instância, os nervos transmissores de dor são alterados e anormalmente ativados pela noradrenalina (fenômeno conhecido como dor evocada por noradrenalina)(39).

Martinez-Lavin(39) relata vários pontos de coincidência entre as características clínicas da SFM e da DSR ou, como atualmente é conhecida, síndrome da dor regional complexa (SDRC) e sugere que a dor da SFM poderia ser mantida por hiperatividade simpática. O fato de a DSR apresentar alterações localizadas facilitou o estudo da sua patogenia e seu reconhecimento como uma entidade real, enquanto, para a SFM, são necessários novos estudos para esclarecer como a hiperatividade simpática levaria à dor crônica e à alodinia. Um forte argumento em favor da participação do sistema nervoso simpático na SDRC é a considerável melhora da dor após o bloqueio simpático. No único estudo publicado sobre bloqueio simpático regional em SFM, Bengtsson e Bengtsson(20) mostraram que o bloqueio do gânglio estrelado com bupivacaína reduz significativamente o número de tender points e a dor no repouso, o que sugere que a dor, na SFM, é responsiva a manobras simpatolíticas. Esses autores sugerem, então, o termo dor simpaticamente mantida para caracterizar essa dor.

Um estudo piloto, randomizado, controlado e duplo-cego com 20 pacientes com SFM, 20 pacientes com AR e 20 controles sadios compara a dor evocada por noradrenalina entre esses pacientes. Avaliou-se a presença da dor e sua intensidade nos 5 minutos posteriores à injeção de 10 &181;g/0,1 ml de noradrenalina no antebraço de um lado em comparação com a de 0,1 ml de soro fisiológico no outro antebraço. Dor mediada por noradrenalina era diagnosticada quando a injeção dela produzia maior dor que a injeção do placebo. Observou-se essa resposta em 80% dos pacientes com SFM, 30% dos pacientes com AR e 30% dos controles. A intensidade da dor, medida em escala visual analógica, foi maior nos pacientes com SFM (2,5± 2,5) que nos pacientes com AR (0,3 ± 0,7) e que nos controles saudáveis (0,3 ± 0,8). Os autores concluíram que os pacientes com SFM têm dor evocada por noradrenalina e que esse achado reforça a hipótese de que a SFM possa ser uma síndrome com dor simpaticamente mediada ou simpaticamente mantida(40).

Na SFM, a hiperatividade simpática persistente, principalmente no período noturno, acarreta adaptações fisiológicas que estão associadas à hiporresponsividade do sistema simpático em situações em que o paciente é exposto ao estresse. Uma das hipóteses para explicar essa bioadaptação negativa do sistema nervoso simpático está em evidências científicas que mostram que o aumento crônico de adrenalina circulante (hiperatividade simpática) promove downregulation no número de b2 adrenorreceptores em músculos esqueléticos e no pulmão. Tais alterações estão acompanhadas de um deslocamento para a direita da curva dose-resposta da estimulação agonista dos receptores, significando a necessidade de quantidades maiores de agonista para eliciar respostas obtidas anteriormente à instalação da adaptação fisiológica(41,42).

A associação entre SFM e dessensibilização adrenérgica é defendida por Maekawa et al.(43), em um artigo de revisão, quando eles consideram que a responsividade cardiovascular reduzida, observada freqüentemente em pacientes com SFM, poderia ser explicada em grande parte por uma função diminuída dos receptores a e b adrenérgicos. Quando se fala em dor crônica, sempre presente na SFM, esses autores observam que a hipoperfusão intramuscular consistentemente observada em pacientes com dor muscular crônica pode ser devida a fatores como descondicionamento, efeito de drogas ou baixo volume plasmático como resultado de outras anormalidades sistêmicas, mas uma hipótese razoavelmente explicativa para a hipoperfusão muscular na SFM seria a da dessensibilização agonista-induzida de receptores b adrenérgicos. Há resultados preliminares desse grupo de pesquisadores que corroboram essa hipótese(44). Eles avaliaram a função de receptores b2-adrenérgicos em linfócitos de oito mulheres fibromiálgicas e de nove controles pareados, usando o fato de que a ativação desses receptores produz adenosina monofosfato-cíclico (AMPc). Os linfócitos foram estimulados com isoproterenol (um agonista b). Os resultados mostraram que os níveis de AMPc aumentaram significativamente durante a estimulação com isoproterenol no grupo controle, mas aumento semelhante não foi visto no grupo das mulheres com SFM. Os achados podem indicar que as pacientes têm dessensibilização adrenérgica (b2), mas novos estudos são necessários, com maior número de indivíduos e, talvez, maior refinamento.

Os achados presentes não afastam a hipótese de desordem do processo sensorial central. A desordem sensorial central e a desordem na perfusão muscular não são mutuamente excludentes e, mais provavelmente, ocorrem em conjunto. Tal fato é mencionado porque é improvável um aspecto único estar causando a dor muscular e, provavelmente, um modelo multifatorial serviria melhor(43).

Claw et al.(45), na intenção de verificar componentes aferentes e eferentes da função autonômica em pacientes com SFM, examinaram a responsividade cardíaca ao isoproterenol, um agonista b-adrenérgico. A dose de isoproterenol que produzia aumento do ritmo cardíaco de 25 bpm/min foi muito maior em indivíduos com SFM que nos controles (sexo e idade pareados). Os autores ressaltam que 8/18 portadores de SFM apresentaram valores quatro vezes mais elevados que os controles, o que, para eles, sugere subgrupos de pacientes com padrões diferentes de resposta. Esse efeito drástico na dose do isoproterenol necessária para evocar uma mesma resposta sugere diminuição do número ou da responsividade celular à ocupação do b-adrenorreceptor.

Investigações genômicas emergentes vêm contribuindo para elucidar a participação do sistema simpático na SFM. A catecol-O-metiltransferase (COMT) é uma enzima que inativa catecolaminas e drogas que contenham o grupamento catecol. O gene que codifica a COMT está mapeado e a influência do polimorfismo desse gene vem sendo investigada, na busca de seu envolvimento na patogênese de várias desordens psiquiátricas e na percepção da dor. O significado do polimorfismo do gene que expressa a COMT foi estudado na SFM. Consideraram-se três polimorfismos: LL (low/baixo), LH (low/high/intermediário) e HH (high/alto) que determinam a taxa de degradação das catecolaminas ou drogas catecólicas. Gürsoy et al.(46) relataram que 73,8% das mulheres com SFM tinham baixa ou intermediária atividade enzimática e 26,2%, elevada atividade enzimática. Esse resultado, variante LL muito representada e variante HH pouco representada, resulta em baixa ou elevada degradação de catecolaminas, respectivamente. Isso quer dizer que quanto mais baixa a atividade enzimática, mais catecolamina há no meio. Esses resultados corroboram a idéia de sistema simpático hiperativo na SFM e evidenciam o envolvimento do polimorfismo da COMT na SFM.

Nackley et al.(47), após demonstrarem que variantes genéticas da COMT são preditivas para o desenvolvimento de desordem temporomandibular (uma síndrome de dor crônica) e associam-se à sensibilidade à dor experimental, sugeriram uma base genética para as variações individuais de percepção da dor e para o desenvolvimento de condições de dor crônica: variantes associadas com elevada sensibilidade à dor produzem mais baixas atividades de COMT. Para caracterizar a forma como níveis elevados de catecolaminas, resultados de reduzida atividade da COMT, modulam o aumento da sensibilidade à dor, reduziram a atividade da COMT, em ratos, pelo uso de um inibidor da enzima, e observaram a responsividade comportamental desses animais a estímulos mecânicos ou térmicos. Os autores mostraram que os animais com atividade da COMT deprimida possuíam maior sensibilidade aos estímulos propostos e que este fenômeno era completamente bloqueado pelo antagonista de b receptor (propranolol). Assim, concluiram que a sensibilidade à dor COMT-dependente é mediada via receptores beta localizados em vários órgãos periféricos e no SNC. Associaram seus dados àqueles da literatura e sugeriram que a inibição da COMT resulta em aumento na sensibilidade à dor via mecanismos adrenérgicos.

Em definitivo, mesmo se há inúmeros problemas periféricos e centrais que podem ser associados à fibromialgia, nenhum processo fisiopatológico foi identificado como sendo a causa específica da fibromialgia. A compreensão da SFM como uma patologia que envolve alterações do SNA – disautonomia – é uma vertente plausível que busca, principalmente, encontrar subsídios científicos para o tratamento dessa síndrome. Não se sabe se causa ou conseqüência, mas parece evidente que as alterações do SNA podem orientar uma abordagem terapêutica que busque equilibrar o sistema simpático alterado. A proposta que emerge deste estudo, que leva em conta a hiperatividade simpática e sua baixa reatividade a situações estressoras de qualquer natureza, é o uso de medicamentos e tratamentos não-farmacológicos que possam corrigir as conseqüências da hiperatividade simpática, qual seja o uso de substâncias ou tratamentos que possam corrigir a downregulation de b-receptores, que parece envolvida na gênese e/ou manutenção dos sintomas da SFM, principalmente da dor que tão adversamente afeta o desempenho e a qualidade de vida dos portadores dessa síndrome que, dia após dia, têm que se confrontar com esse "sofrimento invisível".



REFERÊNCIAS

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Endereço para correspondência:
Luiza Cristina Lacerda Jacomini
Rua 12, 703, CEP 74140-040, Goiânia, GO
e-mail: lunalacerda@uol.com.br

Recebido em 30/03/07.
Aprovado, após revisão, em 15/08/07.
Declaramos a inexistência de conflitos de interesse.





Serviço de Reumatologia do Departamento de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás.

2 de ago. de 2010

TODA FRUTA: O Portal da Fruticultura.

http://www.todafruta.com.br/portal/icNoticiaAberta.asp?idNoticia=12181

Propriedades Medicinais | Receita natural

http://natural.enternauta.com.br/plantas-medicinais/mamao-propriedades-medicinais/
Mamão –

Mamão é o fruto do mamoeiro ou papaeira, árvores das espécies do gênero Carica, especialmente de Carica papaya. Em Angola e Moçambique utilizam-se os termos mamão / mamoeiro para identificar o fruto mais arredondado, identificando papaia / papaeira com o fruto mais alongado e mais adocicado. São bagas ovaladas, com casca macia e amarela ou esverdeada. Sua polpa é de uma cor laranja forte, doce e macia. Há uma cavidade central preenchida com sementes negras e rugosas, envolvidas por um arilo transparente. (Fonte: Wikipedia)

Mamão

Nomes Populares:

Mamão,
mamão do amazonas,
mamãozinho,
mamoeiro,
papaia,
papaieira,
pinoguaçu,
papaya
Propriedades:

É antiinflamatório,
cicatrizante,
digestivo,
diurético,
laxativa,
nutritiva,
Auxilia em casos de asma,
bronquite,
diabetes,
inchaços,
inflamação,
tosse,
vermes,
Problemas de estômago,
prisão de ventre,
Cicatrização de feridas
Diminui as olheiras,
Utilizado em regimes de emagrecimento.

O que é o sono e que são os sonhos?



O que é o sono e que são os sonhos? Pergunta a mim senhor sábio? Pois eu não posso lhe dar nenhuma resposta. O senhor tem Freud e seus discípulos, que dizem haver decifrado todos os mistérios do sono! Bom proveito!

Estas minhas palavras são dirigidas às mentes simples: O sono é o estado durante o qual a Alma perde, por algum tempo, sua vida individual, para submergir-se no mar da luz Universal, a qual está animada por duas correntes contrárias: Luz Branca e Luz Negra, ou, como dizem outros: Magnetismo ativo e Magnetismo passivo. Por este motivo, todos os sábios espiritualistas aconselham que é preciso empregar, com grande vigilância, a hora que precede o sono. O sono é um banho na Luz da Vida ou nas trevas da morte. "Quem adormece com pensamentos de Santidade, banha-se nos méritos dos santos; mas, aquele que se entrega ao sono com pensamentos de luxúria, banha-se no mar lodoso do erotismo". (Levy).

A noite é o melhor terreno para semear. Quem nela semeia ânsias de saber, despertará na Sabedoria Divina.
"A almofada é boa conselheira", quer também dizer: "à noite..."
Os maus pensamentos agitam o sono, e uma consciência limpa é a melhor almofada, se tem dito. O que o homem irradia durante a vigília, não cessa durante o sono. Santo Agostinho disse: "Só conquista a virtude da castidade, quem impõe a modéstia a seus sonhos". Nossos sonos são, muitas vezes, o reflexo de nossos desejos mais secretos.

Adonai dormiu e sonhou... Sonhou? - uma voz dizia:
- Vamo-nos!
- É hora?
- Que fazes aqui, Georgette?
- Quero estar contigo.
- Agora não posso. Tenho que ir-me...
- Leva-me contigo!
Adonai consultou sua companheira com um olhar, e disse a Georgette:
- Tu não podes vir. Depois te verei.
- Olha! São meus enfermos!
- Não temos tempo a perder. Vamos! Acelera tuas vibrações.

E, de repente, apesar de não haverem movido de seus lugares, achavam-se em uma florescente e populosa cidade.
Adonai deteve-se um momento para contemplar aqueles luminosos monumentos, e perguntou à sua companheira:
- Já chegamos?
- Sim, é a cidade etérea dos grandes sábios de todos os ramos da ciência! Aqui estão as Universidades submergidas, onde ensina-se tudo aos homens. Aqui aprende-se como a mente opera, e de que maneira a forma do pensamento age no cérebro. Na vida corporal, raríssimos são os seres que compreendem que, quando o pensamento chega a certo grau de irradiação mental, este comunica sua energia vibratória à vida celular do cérebro. É por este meio que nos pomos em contato até com outros sistemas planetários, para descobrir seus mistérios. Nossa cura mental é como um mapa de nosso sistema solar.
O cérebro é sua miniatura dentro do crânio.
- Isto quer dizer - disse Adonai - que cada pensamento é captado pela aura mental e enviado à vida celular do cérebro e, daqui, a todo o organismo.
- Esta é a verdade, e por isto aqui viemos, para estudar a Medicina Universal, e aprender as causas das enfermidades, assim como a maneira de evitá-las e curá-las.
- E como faremos para recordar tudo, ao voltarmos ao corpo?
É muito difícil nas primeiras lições; mas algo nos ficará de cada uma. Com o tempo e a prática, chegaremos a reunir um caudal apreciável de conhecimentos.
- Que idioma usam aqui para ensinar? - disse Adonai.
A companheira sorriu e respondeu:
- É o idioma da compreensão e do sentir. Quando lançamos um beijo, no ar, ao ser querido, que idioma usamos?
Detiveram-se a contemplar, e "sentiam" ver os globos de luz, que afluíam de horizontes longínquos, e se detinham na cidade etérea.
- Não estamos na Europa? Perguntou Adonai.
- Não, estamos sobre uma república da América do Sul. E, antes de terminar a frase, um "sol" iluminou e eclipsou todas as demais luzes presentes.
- Chegou o Mestre ascendido.
A Universidade não era um lugar ou um edifício determinado, era como um espaço cercado e rodeado de cores e matizes. Assemelhava-se a um aposento de cristal transparente, que dava a sensação de que, os que estavam dentro podiam ver os que estavam fora, porém, a visão de fora para dentro era impossível. Adonai contemplou com atenção, os presentes, e sentiu, como se fora no corpo físico, um abalo de surpresa e de alegria: a seu lado estava Aristóteles. A alegria era como um mar, no qual ambos se banhavam.
- Olha - pensava - dizendo Aristóteles a Adonai - Já te disse antes que teu elo estava conectado com o meu e eu com outro.

Adonai sentiu - vendo o ser que estava com Aristóteles, e que era S...
O gozo do jovem era indefinível e, sobretudo quando percebeu de longe à As...
- Pai - pensou - dizendo Adonai - Eu conheço muitos aqui presentes. Sinto como irradiam sua satisfação para mim...
- Sim, meu filho, e sempre o faziam... Agora o Mestre desta classe está fazendo ascender o Mestre Individual de cada ser aqui presente à sua aura mental, para que funcionem todas as suas energias latentes e esquecidas. Todos os novos, como tu, que chegam à classe, têm que submeter-se a isto, e assim abrir-se-ão os arquivos esquecidos e se recobrará a sabedoria perdida. O futuro do homem depende de sua aura Mental.
Os rituais são para por o homem em contato com seu mundo interior, onde se acha o instinto, que é a memória da natureza.
- Olha, o Mestre dá início à aula: Aí, está um enfermo materializado no mundo da alma, ou melhor, dito, a Alma de um homem enfermo. Sinta o que o Mestre ensina.
O Mestre falava com pensamentos:
- "A primeira condição que o Anjo exige do médico, para ensinar-lhe as causas das enfermidades, como diagnósticá-las com exatidão e como curá-las, é a pureza do pensamento e o amor ao enfermo. Porém, se o enfermo não obedece à Lei do Íntimo, o Anjo o abandona aos átomos da morte, que destroem o corpo". Ao pensar isto, o Mestre materializou um enfermo, da mesma forma que havia feito com o anterior; mas, neste caso, o corpo anímico e os pensamentos do paciente desobedeciam às Leis da Natureza. O Mestre o aconselhava amor, perdão e domínio pessoal; mas aquele pobre homem não escutava conselho algum e dava rédea aos pensamentos de vingança, ódio e gratificação de suas paixões.
O Mestre continuou:
- Assim, a enfermidade começou neste corpo, atraída pelas ânsias exageradas, pelas emoções desarmônicas e desejos desenfreados, para mais tarde, refletir-se no corpo físico. O curador, com seu Anjo, cura primeiro as almas enfermas, impessoalmente, para dedicar, em seguida, sua atenção ao físico. Há certos sons vocais e notas, cuja entonação produzem as vibrações necessárias para reestabelecer a harmonia da Natureza, no corpo enfermo. Cada centro magnético rege uma região determinada do corpo e manifesta, nela, uma cor e um som próprio. Estes ao serem bem entoados, ajustam o Centro correspondente a seu verdadeiro ritmo.
"Olhai isto": O Mestre alçou sua mão direita, traçou um sinal sobre um novo enfermo e, logo, entoou certas vogais. Imediatamente manifestaram-se cores cambiantes, as quais penetravam no corpo fluídico do paciente, que se reestabelecia, à medida que se produziam certas sacudidas internas que lhe devolviam os átomos da saúde. Em seguida, o Mestre continuou:
- "O Médico-curador deve ser positivo, para triunfar sobre os átomos da enfermidade. O verdadeiro médico-curador é amor e sacrifício; todas as noites viaja com o corpo mental à nossas universidades, para aprender mais e dar mais saúde a seus enfermos. A Mãe Natureza põe em mãos deste seu filho a espada flamígera que consome, com seu fogo, o que é indesejável e desarmônico".
Ao dizer isto, o Mestre estendeu a mão direita e um raio flamígero, em forma de espada, se deixou ver, com sua língua de fogo, consumia todas as luzes e emanações perturbadoras que saíam e envolviam o paciente. Depois, continuou:
- "O curador, antes de tudo, deve utilizar as duas energias: solar e lunar. Estas energias fluem, para vitalizar e conservar são a cada ser. O Mago as absorve a vontade e as dirige a seus enfermos, para reestabelecê-los".
Aqui temos um ser pessimista, desanimado, medroso e com todas as derivações destes defeitos. Este deixou, há um bom tempo, de utilizar a energia solar e, por tal motivo, tem o estômago, o fígado, os intestinos e o coração doentes. O sangue está desvitalizado e todo o corpo necessita de energia e vida.
Tende em conta que todos estes transtornos são produtos dos defeitos que dominam o paciente. O remédio é, pois, curar primeiro seu corpo psíquico, com o poder mental e o pensamento e, administrar-lhe, em seguida, a energia solar, para alimentar seus sistemas nervoso simpático e central. Como médico, pode administrar certos tônicos, mas, como curador, deve injetar no paciente a energia solar positiva, como o remédio mais eficaz, trabalhando sempre impessoalmente, incognitamente.

O médico espiritual descobre, localiza o órgão enfermo dentro do corpo, mediante uma análise sensitiva, porém, ele não crê em enfermidades locais, sintomáticas, embora dirija sua energia ao órgão, e o utilize como canal, para curar o conjunto.

Para diagnosticar e localizar a enfermidade, é necessário identificar-se com o paciente desta maneira: "Com ansiedade, atrai ao corpo um átomo psíquico, parasitário, disse": "Aqui está o câncer, motivado por emoções e tensões contínuas e permanentes. Este estado tensional de ansiedade, atrai ao corpo um átomo psíquico, parasitário, que se introduz na região ou órgão mais débil do homem. O domínio desta praga, que em tempos futuros tomará mais auge, se fará por meio de outros átomos parasitários, mais fortes, que se encontram na própria Natureza, e que anulam os efeitos do parasita canceroso".
- "O médico deve saber que a enfermidade começa em um corpo mais sutil que o físico, para refletir-se, depois, neste. Na Alma ou corpo dos desejos aninham-se todas as enfermidades por motivo de ódio, luxúria, inveja, glutonice, etc... Estes vícios perturbam, primeiramente, os centros de nosso sistema nervoso, e obstruem as correntes vitais diminuindo a energia física. Eles abrem uma brecha na aura defensora da harmonia e da saúde".

"O pensamento tem seu tipo de onda, com a qual imprime no ser, seu caráter, e pode provocar transtornos na vida atômica e celular".

"O pensamento cura e enferma. A aspiração, a inspiração e os pensamentos puros, são os únicos meios que mantêm o homem equilibrado e são; ativam a secreção glandular e depuram as impurezas do organismo".

"Certas vogais e sons fazem vibrar as glândulas e, lhes dão assim, o poder de eliminar certas impurezas do organismo, aumentando sua capacidade funcional. As letras têm seu poder, e o Verbo-Som tem sua magia".

"Deveis fazer esforços para recordar e gravar em vossas mentes o que aprendeis durante o sono, sobretudo as causas de certas enfermidades e a maneira de curá-las".

"O enxerto de glândulas animais, animaliza, um tanto, a Alma e, desta maneira, o órgão enxertado deixa de obedecer ao mandato do EU SOU e seguirá como uma brecha no corpo de desejos, para ligar o homem à animalidade".

"Já vos foi dito: o pecado é enfermidade e a enfermidade é pecado. O pecado é a desobediência, consciente ou inconsciente, às leis naturais".

"O homem é trino, por ter três centros de vida: a cabeça é o centro da vida pensante; no peito está a vida pela respiração; no abdome, pela alimentação. Por isto pode-se dizer que o homem adoece pelo pensamento, pela respiração e pelo alimento. O corpo é o Templo do Espírito, é o Templo de Deus".
"Aprendei e ensinai a comer".
"Aprendei e ensinai a respirar".
"Aprendei e ensinar a pensar".
"E assim podereis ser Curadores e verdadeiros médicos".
"Deveis saber que a avareza, a mesquinhez e seus derivados debilitam o sistema vital e criador".
"Olhai".
Materializou um avaro com seus corpos vital e astral feito pedaços, e esses sofrimentos internos se refletiam no corpo físico. O coração e o sangue não funcionavam em uníssono com a Lei vibratória da Natureza!...
Depois continuou:
"A inveja debilita o estômago, os intestinos e o sangue. A luxúria ataca o cérebro, a memória, os olhos e debilita a vontade, etc..."
O ódio enferma o fígado e o coração. A gula enferma a garganta, o estômago, o fígado, o pâncreas (diabetes).
"O medo e o egoísmo transtornam o cérebro, a mente, o coração, o estômago, o fígado e os sistemas circulatório e respiratório".
"A tuberculose é o fruto do abuso nos vícios, e na violação das leis divinas e naturais".

"A cólera produz a paralisia parcial do sistema capilar. Diz-se: "está vermelho de ira, "branco" de raiva. Tudo é sinônimo da supressão temporal da ação de grande motor da circulação e, tais perturbações, influem, seriamente, no coração e no espírito".p> "O corpo é o instrumento da mente. Ele não depende de nenhum credo, culto ou escola; assim como os vícios podem enferma-los, também, as virtudes, as emoções positivas do ânimo, o júbilo, a fé, a esperança, etc., aumentam a vitalidade e fortalecem o sistema físico, pondo-lhe em condições de rechaçar o ataque das enfermidades".

"O curador trata, primeiramente, de expulsar de seu enfermo as emoções negativas, com seu poder mental e divino, para curar, depois, seu corpo físico".
"Icterícia, queda dos dentes, desordens uterinas, erisipelas, eczemas, impetigos, etc., etc., têm por canal o medo, o qual causa a obsessão em certas idéias ou pensamentos destrutivos".

O Mestre sempre ensinava apresentando os enfermos modelos, para que os discípulos pudessem relacionar a enfermidade e seus efeitos no corpo físico.

O Mestre tratou de desvelar o homem e seu corpo. Explicou, com seus modelos viventes, as causas e os efeitos. Descobriu a mente em suas três fases. Suas lições, depois do preâmbulo anterior, tornaram-se sistemáticas.

As lições em curso tratavam dos seguintes temas:
As células do corpo e como funcionam. (Sempre com visão clara das demonstrações vivas, para que os discípulos pudessem contemplar o trabalho e desenvolvimento de cada célula, da mente celular e como funciona).
O Sistema Nervoso e seu admirável funcionamento.
Anatomia e Fisiologia no ser vivo. Patologia explicada de igual forma, etc...
Depois o Mestre repetia sempre:
- "O médico que não dá seu corpo como alimento e seu sangue como bebida para seus enfermos, será sempre um curandeiro e um traficante da saúde" o Curador deve vigiar seus pacientes até no sono".

Em outra ocasião, outro médico disse:
- "Os sábios antigos conheciam mais acerca das leis fundamentais da Natureza e do ser humano, do que se admite na atualidade".
"Há sabedoria e há ciência: Esta rodeia o templo da sabedoria e aquela penetra no templo. Uma é superficial, e faz muito barulho; a outra é profunda, silenciosa, e foge do bulício popular".
"As estantes da medicina atual estão cheias de livros, os quais estão repletos de teorias, nomes, sistemas, patentes de drogas e remédios. Por isto, o médico atual assemelha-se ao comerciante de tecidos da moda: gaba os fabricados hoje, até conseguir vendê-los e, amanhã, colocará no artigo velho uma etiqueta com nome novo, e anunciará como a última moda".

"Recordai-vos do que foi dito há séculos: Há duas espécies de conhecimentos; há uma ciência médica e uma sabedoria médica. A compreensão animal pertence ao homem medíocre, porém, a compreensão dos mistérios divinos pertence ao espírito divino nele".

"A chave para curar a enfermidade acha-se na compreensão da lei fundamental, que dirige a Natureza do homem e, para isto, é preciso uma medicina que conheça o homem em seus três aspectos ou mundos. Os sábios antigos sabiam acerca de sua verdadeira natureza mais do que tem sonhado as escolas de medicina".

"O sentimos pelos materialistas, porém, o homem é mais do o corpo físico que estamos vendo. Vossos corpos estão adormecidos, e estais aqui presentes. Deveis seguir assistindo as aulas, até chegar à compreensão de que todo o saber está dentro de vós próprios. Nós, que estamos ensinando, somos simples guias para a Fonte Divina e Universal, que está dentro de cada ser".


(Texto retirado da obra O Batismo da Dor, do dr. Jorge Adoum)

Palavras de Osho

http://www.palavrasdeosho.com/

"Não estou aqui para dar respostas. Estou aqui para provocar em vocês um ponto de interrogação, o ponto de interrogação final."
(em www.osho.org.br)

Depressão

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Antigamente se chamava melancolia; hoje se chama depressão e é considerada um dos maiores problemas psicológicos dos países desenvolvidos. Ela é descrita como uma sensação de desespero ou um estado sem esperança, uma perda de auto-estima sem nenhum entusiasmo ou interesse pelo ambiente. Em adição, existem sintomas físicos de falta de apetite, falta de sono e uma perda da energia sexual. Os tratamentos com eletrochoque foram largamente abandonados hoje em dia e as drogas e a terapia verbal parecem ser igualmente efetivas - ou não efetivas. Explicações para a depressão têm variado do químico para o psicológico.

O que é a depressão? É uma reação a um mundo depressivo, um tipo de hibernação durante `o inverno de nosso descontentamento'? É a depressão somente uma reação à repressão - ou opressão - ou é apenas uma forma de auto-repressão?

O homem sempre viveu com esperança, um futuro, um paraíso em algum lugar distante. Ele nunca viveu no presente - sua era de ouro ainda está por vir. Isto o manteve entusiasmado porque grandes coisas iam acontecer; todos os seus desejos iam ser preenchidos. Havia grande prazer na antecipação. Ele sofria no presente; ele era miserável no presente. Mas tudo isto era completamente esquecido nos sonhos que iam ser preenchidos no amanhã. O amanhã sempre foi doador de vida.

Mas a situação mudou. A velha situação não era boa porque o amanhã - que preencheria os sonhos dele - nunca se tornou verdade. Ele morreu esperando. Mesmo em sua morte ele estava esperando por uma vida futura - mas ele verdadeiramente nunca experimentou nenhuma alegria, nenhum significado. Mas isto era tolerável. Era somente uma questão de hoje; ela irá passar e o amanhã é certo que vai chegar. Os profetas religiosos, messias, salvadores estavam lhe prometendo todos os prazeres - que são condenados aqui - no paraíso. Os líderes políticos, os ideólogos sociais, os utopistas estavam lhe prometendo a mesma coisa - não no paraíso mas aqui na terra - em alguma momento distante no futuro, quando a sociedade passar por uma revolução total e não houver mais pobreza, nem classes, nem governo e o homem for absolutamente livre e tiver tudo o que ele precisa.

Ambos estão basicamente preenchendo a mesma necessidade psicológica. Para aqueles que eram materialistas, as utopias ideológicas, políticas, sociológicas eram atraentes; para aqueles que não eram tão materialistas, os líderes religiosos atraíam. Mas o objeto de atração era exatamente o mesmo: tudo o que você pode imaginar, pode sonhar, pode desejar, será totalmente preenchido. Com estes sonhos, as misérias do presente parecem ser muito pequenas.

Havia entusiasmo no mundo; as pessoas não estavam deprimidas. A depressão é um fenômeno contemporâneo e ela aconteceu porque agora não existe amanhã. Todas as ideologias políticas falharam. Não existe nenhuma possibilidade de que o homem seja mesmo igual, nenhuma possibilidade de que haja um tempo onde não exista governo, nenhuma possibilidade de que todos os sonhos sejam preenchidos.

Isto veio como um grande choque. Simultaneamente o homem se tomou mais maduro. Ele pode ir a uma igreja, a uma mesquita, a uma sinagoga, a um templo - mas estas são somente conformidades sociais, porque ele não quer, em tal estado depressivo e negro, ser deixado sozinho; ele quer estar com a massa. Mas basicamente ele sabe que não existe paraíso; ele sabe que nenhum salvador virá.

Os hindus esperaram cinco mil anos por Krishna. Ele prometeu não somente que voltaria mais uma vez, ele prometeu que sempre que houvesse miséria, sofrimento, sempre que o vício estivesse acima da virtude, sempre que pessoas bondosas e simples e inocentes fossem exploradas pelos astutos e pelos hipócritas, ele viria. Mas por cinco mil anos nenhum sinal foi visto dele.

Jesus prometeu que ele voltaria e quando perguntado quando, ele disse: "Em breve". Eu posso esticar "Em breve", mas não por dois mil anos; isto é demais. .

A idéia de que nossa miséria, nosso sofrimento, nossa angústia será levada embora não é mais atraente. A idéia de que existe um Deus que cuida de nós parece ser simplesmente uma piada. Olhando para o mundo, não parece como se alguém estivesse cuidando.

De fato, na Inglaterra existem quase trinta mil pessoas que são adoradoras do diabo - somente na Inglaterra, uma pequena parte do mundo. E vale a pena examinar a ideologia deles com relação à sua pergunta. Eles dizem que o diabo não está contra Deus, o diabo é filho de Deus. Deus abandonou o mundo e agora a única esperança é persuadir o diabo para tomar conta pois Deus não está tomando conta. E trinta mil pessoas estão adorando o diabo como um filho de Deus... e a razão é que eles sentem que Deus abandonou o mundo - ele não mais se preocupa com ele. Naturalmente, o único jeito é apelar para o seu filho; se de algum modo ele pode ser persuadido por meio de rituais, preces, adoração, talvez a miséria, a escuridão, a doença possam ser removidas. Este é um esforço desesperado.



A realidade é que o homem sempre viveu na pobreza. Tem uma coisa bela na pobreza: ela nunca destrói a sua esperança, ela nunca vai contra os seus sonhos, ela sempre traz entusiasmo para o amanhã. Pode-se ser cheio de esperança, acreditando que as coisas serão melhores: este período negro já está passando, logo haverá luz. Mas esta situação mudou. Nos países desenvolvidos... e lembre-se o problema da depressão não está nos países não desenvolvidos - nos países, pobres as pessoas ainda são esperançosas - ela está apenas nos países desenvolvidos, onde eles podem ter tudo o que sempre desejaram. Agora o paraíso não irá mais funcionar; nem uma sociedade sem classes pode ajudar. Nenhuma a utopia será melhor. Eles atingiram a meta - e este atingir a meta é a causa da depressão. Agora não existe mais esperança: o amanhã será negro e o dia depois de amanhã será ainda mais negro.

Todas estas coisas que eles sonharam eram muito belas. Eles nunca olhara para as implicações. Agora que eles as têm, eles as receberam com a implicações. Um homem é pobre, mas ele tem um apetite. E é melhor ser pobre ter um apetite do que ser rico e não ter um apetite. O que você irá fazer co todo o seu ouro, com toda a sua prata, com todos os seus dólares? Você não pode comê-los. Você tem tudo, mas o apetite para o qual você esteve se esforçando todo o tempo desapareceu. Você teve sucesso - e eu disse repetidas vezes que nada fracassa como o sucesso. Você atingiu um lugar que você gostaria de atingir, mas você não estava consciente dos subprodutos. Você tem milhões de dólares, mas você não pode dormir...

Quando um homem atinge os objetivos que ele acalentou, então ele se torna consciente de que existem muitas coisas em volta deles. Por exemplo, por toda a sua vida você tenta ganhar dinheiro, pensando que um dia, quando você o tiver, você viverá uma vida relaxada. Mas você esteve tenso por toda a sua vida – a tensão se tornou a sua disciplina - e no fim de sua vida, quando você conquistou todo o dinheiro que você quis, você não pode relaxar. Toda uma vida disciplinada com tensão e angústia e preocupação não irá relaxá-lo. Assim você não é um ganhador, você é um perdedor. Você perde o seu apetite, você destrói a sua saúde, você destrói a sua sensibilidade, sua delicadeza. Você destrói o seu senso estético - porque não existe tempo para todas estas coisas que não produzem dólares.

Você está correndo atrás de dólares - quem tem tempo para olhar as rosas e quem tem tempo para olhar os pássaros voando, e quem tem tempo de olhar a beleza dos seres humanos? Você adia todas estas coisas de maneira que um dia, quando você tiver tudo, você irá relaxar e desfrutar. Mas com o tempo você teve tudo, você se tornou um certo tipo de pessoa disciplinada - que está cego para as rosas, que está cego para a beleza, que não pode desfrutar a música, que não pode entender a dança, que não pode entender a poesia, que só pode entender os dólares. Mas tais dólares não dão satisfação.

Esta é a causa da depressão. É por isto que ela ocorre somente nos países desenvolvidos e somente nas classes mais ricas dos países desenvolvidos - nos países desenvolvidos existem pessoas pobres também, mas elas não sofrem de depressão - e agora você não pode dar ao homem nenhuma esperança para remover a sua depressão porque ele tem tudo, mais do que você pode prometer. Sua condição é realmente lastimável. Ele nunca pensou nas implicações, ele nunca pensou nos subprodutos, ele nunca pensou no que estava perdendo ganhando dinheiro. Ele nunca pensou que perderia tudo aquilo que o poderia fazer feliz simplesmente porque ele sempre empurrou todas estas coisas para o lado. Ele não tinha tempo e a competição era dura e ele tinha que ser duro. No final ele descobre que o seu coração está morto, sua vida é sem sentido. Ele não vê nenhuma possibilidade no futuro de qualquer mudança, porque: "O que mais existe...?"

Eu costumava ficar em Sagar na casa de um homem muito rico. O velho homem era muito bonito. Ele era o maior fabricante de bidi (cigarro indiano) em toda a índia. Ele tinha tudo o que você pode imaginar, mas ele era absolutamente incapaz de desfrutar qualquer coisa. Desfrute é algo que tem que ser nutrido. É uma certa disciplina, uma certa arte - a maneira de desfrutar - e leva tempo para se entrar em contato com as grandes coisas da vida. Mas o homem que está correndo atrás do dinheiro passa ao lado de tudo que é uma porta para o divino, e ele chega no fim da estrada e não há nada na sua frente exceto a morte.

Toda a sua vida ele foi miserável. Ele tolerou e ignorou isto na esperança de que as coisas iriam mudar. Agora ele não pode ignorar e não pode tolerar porque amanhã existe somente a morte e nada mais. E o acúmulo de miséria de toda a vida que ele ignorou, o sofrimento que ele ignorou, explode em seu ser.

O homem mais rico, de um modo, é o homem mais pobre no mundo. Ser rico e não ser pobre é uma grande arte. Ser pobre e ser rico é o outro lado da arte. Existem pessoas que são pobres as quais você achará imensamente ricas. Elas não têm nada, mas elas são ricas. Suas riquezas não estão em coisas mas em seus tudo mas são absolutamente pobres e vazias e ocas. Bem dentro existe somente um cemitério.



Não é uma depressão da sociedade, porque então ela afetaria os pobres também; é simplesmente uma lei natural e o homem agora tem que aprender isto. Até agora não havia necessidade, porque ninguém tinha atingido um ponto onde ele tinha tudo, enquanto dentro havia completa escuridão e ignorância.

A primeira coisa na vida é encontrar sentido no momento presente.

O sabor básico do seu ser deveria ser de amor, de alegria, de celebração. Então você pode fazer tudo; os dólares não irão destruir isto. Mas você coloca tudo de lado e simplesmente corre atrás de dólares achando que os dólares podem comprar tudo. E então um dia você descobre que eles não podem comprar nada - e você devotou toda a sua vida aos dólares.

Esta é a causa da depressão. E particularmente no ocidente a depressão está sendo muito profunda. No oriente existiram pessoas ricas, mas havia uma certa dimensão disponível. Quando a estrada da riqueza chegava a um fim, eles não permaneciam parados lá; eles se moviam para novas direções. Esta nova direção estava no ar, disponível por séculos. No oriente o pobre estava em uma condição muito boa e o rico estava em uma condição tremendamente boa. O pobre aprendeu o contentamento assim eles não se preocupavam em correr atrás da ambição. E o rico entendeu que um dia você tem que renunciar tudo isto e ir em busca da verdade, em busca do significado.

No ocidente, no final, a estrada simplesmente acaba. Você pode voltar, mas voltando não irá ajudar sua depressão. Você precisa uma nova direção. Gautama Buda, Mahavira, ou Parshvanath - essas pessoas estavam no pico da riqueza e então elas viram que ela é quase uma carga. Alguma coisa a mais tem que ser encontrada antes que a morte tome posse de você - e elas foram corajosas o suficiente para renunciar tudo. Suas renúncias foram mal entendidas. Elas renunciaram a tudo isto porque elas não queriam se preocupar um simples segundo mais com o dinheiro, com o poder - porque elas viram o topo e não há nada lá. Elas foram ao mais alto degrau da escada e descobriram que ela não leva a nenhum lugar; é somente uma escada levando a nenhum lugar. Enquanto você está em algum lugar no meio ou mais baixo que o meio, você tem uma esperança porque existem outros degraus mais alto que você. Chega um momento quando você está no degrau mais alto e só existe o suicídio ou a loucura - ou hipocrisia; você continua sorrindo até que a morte acaba com você, mas bem no fundo você sabe que está desperdiçando a sua vida.

No oriente, a depressão nunca foi um problema. O pobre aprendeu a desfrutar o pouco que ele tinha e o rico aprendeu que ter todo o mundo aos seus pés não significa nada - você tem que ir em busca do significado, não do dinheiro. E eles tinham precedentes; por milhares de anos as pessoas foram em busca da verdade e a encontraram. Não há necessidade de ficar desesperado, em depressão, você apenas tem que se mover para uma dimensão desconhecida. Eles nunca a exploraram, mas quando eles começam a explorar a nova dimensão - ela significa uma jornada interior, uma jornada para eles próprios - tudo o que eles haviam perdido começa a retomar.

O ocidente precisa de um grande movimento de meditação muito urgente -talentosas - porque elas conquistaram poder, elas conquistaram dinheiro, elas conquistaram o que elas queriam... os mais altos graus de educação. Estas são as pessoas de talento e elas estão se sentindo desesperadas.

Isto será perigoso porque as pessoas mais talentosas não estão mais entusiasmadas com a vida e as sem talento estão entusiasmadas com a vida mas elas nem mesmo têm talento para ter poder, dinheiro, educação, respeitabilidade. Elas não têm os talentos, assim elas estão sofrendo, se sentindo em desvantagem. Elas estão se tomando terroristas, elas estão se voltando em direção da violência desnecessária somente por vingança - porque elas não podem fazer mais nada. Mas elas podem destruir. E os ricos estão quase prontos para enforcarem-se em alguma árvore porque não existe razão para viver. Seus corações pararam de bater há muito tempo. Eles são apenas cadáveres - bem decorados, bem reverenciados, mas verdadeiramente vazios e fúteis.

O ocidente está realmente em uma condição muito pior do que o oriente, apesar de que para aqueles que não entendem parece que o ocidente está em uma melhor condição do que o oriente porque o oriente é pobre. Mas pobreza não é um problema tão grande quanto é o fracasso da riqueza; assim um homem é realmente pobre. Um pobre comum pelo menos tem os seus sonhos, esperanças, mas o homem rico não tem nada.

O que é preciso é um grande movimento de meditação atingindo cada pessoa.

E no ocidente estas pessoas que estão deprimidas estão indo aos psicanalistas, terapeutas e todos tipos de charlatões que estão eles mesmos deprimidos, mais deprimidos que seus pacientes - naturalmente, porque todo o dia eles estão escutando a respeito de depressão, desespero, ausência de significado. E vendo tantas pessoas talentosas em tal estado, elas próprias começam a perder os seus espíritos. Elas não podem ajudar; elas mesmas precisam de ajuda.

A função da minha escola será a de preparar pessoas com energia meditativa e enviá-las para o mundo apenas como exemplo para aqueles que estão deprimidos. Se eles podem ver que existem pessoas que não estão deprimidas - mas pelo contrário, que estão imensamente alegres - talvez uma esperança possa nascer dentro deles. Agora eles podem ter tudo e não há necessidade de se preocuparem. Eles podem meditar.

Eu não ensino a renúncia da sua riqueza ou de qualquer outra coisa. Deixe que tudo seja do jeito que é. Somente adicione uma coisa a mais na sua vida. Até agora você apenas tem adicionado coisas na sua vida. Agora adicione algo para o seu ser - e isto criará a música, isto criará o milagre, isto criará a mágica, isto criará uma nova vibração, uma nova juventude, um novo frescor.

Não é insolúvel. O problema é grande, mas a solução é muito simples.

Desafio de um Relacionamento Amoroso Flexível


Se qualquer relacionamento quiser permanecer sempre fresco, sempre jovem, sempre novo, então o homem tem que aprender o segredo de flexibilidade. O marido e esposa que vivem juntos durante anos estão fadados a ficarem entediados - a mesma face, a mesma geografia, a mesma topografia. Por quanto tempo você pode continuar perscrutando a mesma mulher ou o mesmo homem? - a menos que você seja tão idiota que continua esquecendo o que aconteceu diariamente, a menos que você não tenha nenhum mecanismo de memória. E, às vezes, até mesmo uma pessoa muito inteligente pode não ter seu mecanismo de memória funcionando bem.

(...)

Uma relação flexível onde você vem, fica próximo, e depois se afasta, ainda não foi desenvolvida. Esse é um dos infortúnios de humanidade. Eu gostaria de contribuir para o futuro com um conceito de relação flexível - não fixa e morta.
Rabindranath Tagore, em um dos seus romances, Aakhari Kavita, que quer dizer "O Último Poema"... – não é um livro de poesia, é um romance; só o nome é "O Último Poema" – , o herói no romance quer se casar com uma mulher altamente culta e educada, muito rica e muito bonita. A mulher está disposta, mas com uma condição.

A condição - ela tem um grande lago, exatamente ao lado do seu palácio - é essa: "Eu lhe farei outro palácio no outro lado do lago, milhas distante; você não pode enxergar um palácio a partir do outro palácio. Eu lhe darei um barco, mas nós moraremos em casas separadas e nunca convidaremos um ao outro - sempre deixaremos isto ser acidental. Você está andando de barco, eu estou andando de barco e, de repente, nos encontramos no lago. Você faz um passeio matutino, eu faço um passeio matutino e, de repente, nos encontramos debaixo das árvores - mas nenhum convite. Deste modo nossa relação sempre permanecerá jovem, sempre fresca, sempre uma lua de mel - uma lua de mel contínua.”.

O homem não pôde entender. Ele disse, "Que tipo de casamento é esse? A menos que vivamos juntos, isso não é nenhum casamento!" A mulher disse, "Então, você decide. Mas eu não posso viver com você, porque sei que o fato de vivermos juntos irá matar o que é muito importante entre nós. E eu não quero matar isso. Mesmo que você se case com outra pessoa, não importa. Eu me lembrarei de você em meus sonhos, em minhas recordações, e destes momentos dourados que se passaram entre nós, mas não permitirei uma relação fixa."

Rabindranath está lhe dando a idéia de um relacionamento flexível. De fato, uma não-relacionamento, só um caso de amor que continua sem parar - e você nunca vai ao cartório para se casar.

A menos que esteja distante, você não pode estar próximo. Se você permanecer sempre distante, o amor morrerá. Se você permanecer sempre próximo, o amor morrerá. O amor só pode sobreviver em um relacionamento continuamente fluido - nenhuma escravidão, nenhuma prisão, nenhum encarceramento.

Eu amei muito aquele romance. Não é um romance mas talvez um sonho para a humanidade futura.

OSHO. The Messiah, vol. 2 #22

Osho

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Sinta Mais. Pense Menos

Pense menos, sinta mais. Intelectualize menos, intua mais.

Pensar é um processo decepcionante, ele faz você sentir que está fazendo grandes coisas. Mas você está apenas construindo castelos no ar. Pensamento nada mais são do que castelos no ar.

Sentimentos são mais materiais, mais substanciais. Eles o transformam. Pensar sobre amor não vai ajudar, mas sentir amor está fadado a mudá-lo. Pensar é muito apreciado pelo ego, porque o ego se nutre de ficções. O ego não pode digerir qualquer realidade, e o pensar é um processo fictício...

Mude da mente para o coração, do pensar para o sentir, da lógica para o amor. E a segunda mudança é do coração ao ser - porque ainda há uma camada mais profunda em você, onde os sentimentos não podem alcançar. Lembre-se destas três palavras: mente, coração, ser. O ser é a sua natureza pura. Em volta do ser está o sentimento e em volta do sentimento está o pensamento. O pensar está muito longe do ser, mas o sentir está um pouco mais perto; ele reflete alguma glória do ser. É como num por do sol, o sol sendo refletido pelas nuvens e as nuvens enchendo-se de belas cores.

Elas mesmas não são o sol, mas elas estão refletindo a luz do sol. Os sentimentos estão mais próximos do ser, assim eles refletem alguma coisa do ser. Mas tem que ir-se além dos sentimentos também. E entào o que é ser?

Não é nem pensar, nem sentir, é puro não-ser. Você apenas é.

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Osho, o que é angustia?
É apenas um outro nome para a ansiedade?

 A angústia tem algo da ansiedade, mas ela não é apenas ansiedade. É muito mais, muito mais profunda.

 Ansiedade quer dizer que você está preocupado com um determinado assunto, num estado de indecisão. Você não sabe se deve ou não fazer certa coisa, qual será a forma certa de fazê-la, o que escolher... - há tantas formas. Você está sempre numa encruzilhada. Todos as formas parecem similares; certamente, levando a algum lugar. Mas será que levam à meta que você está aspirando?

 A ansiedade é essa condição de fazer ou não fazer, de escolher isto ou escolher aquilo. Mas o objeto da ansiedade é claro: você está indeciso sobre as formas de fazer, indeciso sobre duas pessoas, indeciso sobre dois empregos.

 A angústia não tem nenhum objeto determinado.

 A angústia é sentida por pessoas muito raras. A ansiedade é sentida por todos: tratase de uma experiência comum. A angústia é sentida somente pelos gênios, pelos mais altos picos de inteligência. Ela não tem nenhum objeto determinado: não há nada para você escolher entre duas alternativas, nenhum "isto ou aquilo". Não existe nenhuma questão de escolha. Então, qual é o problema com a angústia?

 Vou tentar explicar. É um pouco difícil de compreender, mas não impossível. Nasce uma rocha, nasce uma árvore, nasce um leão, nasce uma águia... - mas estes diferem do homem. A diferença é esta: neles, o ser precede a existência.

 Por exemplo, uma pedra. Ela é viva, ela cresce. Os Himalaias ainda estão crescendo - trinta e poucos centímetros a cada ano. Alguém pode dizer a ele: "Ora, isso não tem sentido, você já é o mais alto. Não se dê tanto trabalho!". Deve ser algo perturbador: milhares de quilômetros, milhares de picos, o trabalho deve ser enorme. Até mesmo crescer trinta e poucos centímetros a cada ano, não é nenhuma coisinha para os Himalaias. "E agora não há mais necessidade. Por maior que você se torne, você somente permanecerá a montanha mais alta do mundo. Você já ultrapassou todas as montanhas, deixou-as muito lá atrás.".

 Mas os Himalaias continuam crescendo, ele é um ser vivo. As montanhas não compreendem. O homem não compreende... - o que dizer das montanhas?!

 Uma rocha, uma árvore, um leão, uma águia... - a essência deles precede a existência. O que eles vão ser, eles já estão programados para ser. Aquela é a essência deles. Uma rosa vai ser uma rosa. Mesmo antes das flores surgirem, você sabe que aquelas flores não vão ser cravos-de-defunto. A árvore é de rosas; a essência da rosa já está ali - simplesmente a existência tem que acontecer. O programa básico já é provido pela natureza, tem apenas de ser manifesto.

 Será bom lembrarmos aqui de uma certa descoberta em décadas passadas, que aconteceu na União Soviética. Um simples fotógrafo amador, mas um verdadeiro gênio criativo - usando suas câmeras, seus estúdios, a química e a fotografia - estava tentando descobrir diferentes modos de trazer algo novo para a fotografia. E, por acaso, ele fez uma das maiores descobertas da história humana: a fotografia Kirlian.

 Ele pode tirar uma foto de um botão de rosa. Ele refinou seus instrumentos de tal modo, que a pessoa põe o botão de rosa em frente de sua câmera, e ele tira a foto da flor que o botão vai se tornar. Ele capta a essência que ainda não está manifesta, mas que, de algum modo, está manifesta, porque a câmera a capta. Nossos olhos não são capazes de captá-la. E quando a rosa floresce é estranho, mas ela é exatamente igual a que a foto mostrou.

 De algum modo, a energia da rosa que mais tarde se torna visível para nossos olhos, estava se movendo no mesmo padrão em que flor iria se tornar. Era uma flor de energia, apenas puros raios de luz e cor, mas exatamente na mesma forma, preparando a base para a manifestação. A câmara capta esses raios e lhe dá uma cópia da futura rosa. Talvez, amanhã ou depois de amanhã, ela se torne disponível a seus olhos. Isso quer dizer que a rosa, antes de se tornar existente, já existe em essência. Desse modo, a afirmação: a essência precede a existência.

 No homem, a existência precede a essência.

 Primeiramente, ele nasce e depois, ele começa a descobrir o que ele pode ser. Essa é a angustia.

 Ele não tem nenhum programa, nenhuma diretriz determinada, dada pela natureza, nenhum mapa a seguir. Ele é deixado apenas como pura existência. Ele tem de descobrir tudo sobre si mesmo. A vida é um desafio a cada momento; assim, a todo momento ele tem de escolher. Sempre que ele tem de escolher, há ansiedade - mas a ansiedade é particular.

 A angústia é uma estado geral do ser humano. Ele está em angústia desde o nascimento até a morte, porque ele não tem meio de saber qual é o seu destino, onde ele irá parar.

É claro, muito poucas pessoas sentem angústia, porque muito poucas pessoas são assim tão cônscias de si mesmas, de suas existências, de para onde estão indo, do que estão se tornando, do que vai acontecer. Elas vivem muito interessadas no trivial.

 O trivial cria ansiedade.

 E sempre que há escolha, há ansiedade.

 Assim, todo mundo, a cada passo, a cada momento de sua vida, encara a ansiedade. A ansiedade é comum, um acontecimento diário.

 A angústia é muito profunda.

 As duas palavras vêm da mesma raiz; daí, a questão. Na angústia, há alguma ansiedade, porque você está preocupado, interessado. Mas o interesse não é relativo a qualquer trabalho, a qualquer coisa, a qualquer coisa em particular - não, é uma vaga sensação geral de: "O que sou eu?".

 Um dos maiores visionários indianos desta era, Raman Mahrishi, tinha somente uma mensagem para todo mundo. Ele era um homem simples, não era um erudito. Ele saiu de casa quando tinha dezessete anos de idade - não tinha muita instrução. Era uma mensagem simples. A quem quer que chegasse até ele - e as pessoas vinham de todas as partes do mundo - tudo o que ele dizia era: "Sente-se num canto, em qualquer lugar...".

 Ele morava numa colina, Arunachal, e ele tinha determinado a seus discípulos que fizessem cavernas na colina. Havia muitas cavernas. "Vá e sente-se numa caverna, e apenas medite nisto: ‘Quem sou eu?'. Tudo o mais são apenas explicações, experiências, esforços para traduzir essas experiências em linguagem. A única coisa verdadeira é esta questão: Quem sou eu?".

 Eu entrei em contato com muitas pessoas, mas jamais entrei em contato com Raman Maharishi - ele morreu quando eu era muito novo.

 Eu não pude ver Raman, mas encontrei muitas pessoas que tinham sido discípulos dele, mais tarde, quando eu estava viajando. Quando fui até Arunachal, eu me encontrei com seus discípulos mais íntimos, que já estavam muito velhos então. E não encontrei nem um único que tivesse compreendido a mensagem daquele homem.

 Não era uma questão da língua, porque eles todos sabiam o Tamil: era uma questão de uma perspectiva e de uma compreensão totalmente diferentes. Raman tinha dito: "Olhe para dentro e descubra quem é você.". E o que faziam aquelas pessoas quando eu fui lá? Elas transformaram aquilo numa cantilena! Elas se sentavam e entoavam: "Quem sou eu? Quem sou eu? Quem sou eu?" - exatamente como qualquer outro mantra.

 Há pessoas que estão fazendo seus Japas : "Rama, Rama, Rama", ou "Hari Krishna, Hari Krishna, Hari Krishna"... Em Arunachal, eles estavam usando essa mesma tecnologia para uma coisa totalmente diferente, que Raman jamais teria pensado. E eu disse aos discípulos dele: "O que vocês estão fazendo não é o que ele pretendia. Repetindo 'Quem sou eu?', vocês acham que alguém vai responder? Vocês continuarão a repetir isso por toda a vida e nenhuma resposta virá.".

 Eles disseram: "Por um lado estamos fazendo o que compreendemos que ele pretendia. Por outro lado, não podemos dizer que você está errado, porque passamos a nossa vida toda cantando quem sou eu, quem sou eu, quem sou eu?..." - claro que em Tamil, na língua deles - "mas nada aconteceu.".

 Eu disse: "Vocês podem continuar cantando isso durante muitas vidas mais - nada vai acontecer. Não é uma questão de cantar 'quem sou eu?'. Vocês não têm de pronunciar nem uma única palavra, têm simplesmente de ficar silenciosos e ouvir. No começo, vocês descobrirão, como moscas voando ao seu redor, milhares de pensamentos, desejos, sonhos - sem nenhuma relação, irrelevantes, insignificantes. Vocês estão no meio da multidão, num zumbido. Simplesmente fiquem quietos e sentem-se nesse bazar que é a sua mente.".

'Bazar' é uma linda palavra. O inglês tomou-a emprestado do Oriente, mas talvez eles não saibam que ela vem de 'zumbir': um bazar é um lugar que está continuamente fazendo barulho. E sua mente é o maior bazar que existe. Na mente de cada um, num crânio tão pequeno, cada um de vocês está carregando um enorme bazar. E vocês ficarão surpresos de saber que muitas pessoas residem dentro de você - tantas idéias, tantos pensamentos, tantos desejos, tantos sonhos! Vá observando e sente-se silenciosamente no meio do bazar.

 Se você começar a dizer "quem sou eu?", você se torna parte do bazar - você começou a zumbir. Não seja um zumbidor: simplesmente fique em silêncio. Deixe continuar aquele bazar todo: você permanece o centro do ciclone.

 Sim, é preciso ter um pouco de paciência. Não é previsível a que horas vai parar o burburinho dentro de você. Mas uma coisa pode ser dita com certeza: ele vai parar numa hora ou noutra. Depende de você, quanto de bazar você tem, por quantos anos você o tem carregado, por quantas vidas você o carregou, quanto nutrimento você lhe deu, e quanto de paciência você tem para se sentar silenciosamente no meio dessa multidão louca ao seu redor - enlouquecendo-o, puxando-o de todos os lados.

 Você está ciente da ansiedade. Mas você não está ciente da angústia ainda.

 Em primeiro lugar, quando você sentir angústia, você sentirá em tremendo tormento, uma profunda depressão... - um abismo insondável se abrindo diante de você, e você caindo nele. É terrível no começo, mas somente no começo.

 Se você puder ser paciente, só um pouquinho paciente, e permitir o que quer que aconteça, logo, logo, você ficará ciente de uma nova qualidade em seu ser: tudo o que está acontecendo está ao seu redor, não está acontecendo em você. É algo externo, não interno. Até mesmo sua própria mente é algo do exterior.

 No centro mais recôndito, há somente uma coisa. Esta coisa é: o testemunhar, a observação, a atenção, a consciência.

 E é a isso que eu chamo de meditação.

 Sem a angústia você não pode meditar.

 Você tem de passar através do fogo da angústia. Ele queimará o lixo e o deixará mais limpo e rejuvenescido.

 E o seu ser não está muito distante. Ele está aí, muito perto, mas simplesmente o zumbido de todos os pensamentos não lhe permite ouvi-lo, vê-lo, senti-lo.

 A angústia é a indagação dentro da própria pessoa, pondo a interrogação nela mesma.

 Vocês têm perguntado coisas como "quem é Deus?" e "quem criou o mundo?". Todas essas perguntas são apenas para mentes retardadas. Uma mente madura tem somente uma questão. Nem mesmo duas, apenas uma única questão: "Quem sou eu?".

 E isso também você não tem de perguntar verbalmente, você tem apenas de estar no estado de questionamento. Você não tem de repetir "quem sou eu?", você tem apenas de estar presente, atento, olhando... não perguntando verbalmente, mas perguntando existencialmente.

 E essa questão existencial é terrível no começo, dolorosa no começo, mas traz todas as bênçãos no final.

 Gautama, O Buda, disse: "Meu caminho no começo é amargo, mas no fim é muito doce.".

 Que caminho? Ele não está falando sobre a religião budista - embora seja dessa forma que os monges budistas irão interpretar. Ele está falando sobre o caminho do qual eu estou falando - o caminho que o leva para dentro.

& Sim, ele é amargo no começo, mas doce no fim. Ele é como a morte no começo e é a vida eterna no fim.

& E todas as bênçãos da existência são suas.

& Você fica tão abençoado que pode abençoar toda a existência.

& Esse é o significado da palavra ‘Bhagwan’; O Abençoado.

&O Abençoado nasce da angustia.

Osho, From Personality to Individuality, #6