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Glossário:
Soma: corpo humano; o corpo do indivíduo do reino Animal,
filo Cordata, classe Mamíferos, ordem Primatas, família
Hominídia, gênero Homo, espécie Homo sapiens, o mais elevado
nível de animal sobre este Planeta; apesar do exposto, é o
veículo mais rústico do holossoma da consciência humana.
Holochacra: corpo energético da consciência, conjunto de
todos os chacras e energia consciencial; duplo etéreo.
Psicossoma: corpo emocional da consciência; cópia do corpo
físico em matéria mais sutil, invisível à visão intrafísica
ordinária; perispírito, corpo astral, corpo bioplasmático.
Mentalsoma: corpo mental da consciência; sede da consciência;
não possui forma delimitada, é mais um campo de energia que
abriga a consciência.
Holossoma: conjunto dos veículos de manifestação da conscin:
soma, holochacra, psicossoma e mentalsoma; e da consciex:
psicossoma e mentalsoma.
Para: prefixo que significa além de, ao lado de, como em
paracérebro. Significa, também, extrafísico.
Cosmoética: ética ou reflexão sobre a moral cósmica,
multidimensional, que define a holomaturidade, situada além
da moral social, intrafísica, ou que se apresenta sob
qualquer rótulo humano.
Holomaturidade: condição da maturidade integrada - biológica,
psicológica, holossomática e multidimensional - da
consciência humana.
Conscin: consciência intrafísica, com um corpo biológico;
espírito reencarnado.
Consciex: consciência extrafísica, sem um corpo biológico;
espírito desencarnado.
Intrafísico: dimensão intrafísica, material. Referente ao
plano físico.
Extrafísico: dimensão extrafísica, espiritual. Referente ao
plano espiritual.
Psicosfera: aura, somatório das energias dos quatro veículos
que envolve a consciência.
Projecioterapia: ciência das profilaxias e terapias derivadas
das pesquisas e técnicas da Projeciologia.
Consciencioterapia: tratamento, alívio ou remissão de
distúrbios da consciência, executados através dos recursos e
técnicas derivados da Conscienciologia.
Energia imanente (EI): energia primária, cósmica, ainda
difusa e dispersa por todo o Universo.
Energia consciencial (EC): a energia imanente que a
consciência emprega em suas manifestações em geral; o ene do
pensene. Também é chamada de bioenergia.
Geoenergias: energias telúricas, da terra.
Pensene: pensamentos-sentimentos-energias, o padrão
vibratório de cada consciência.
Assim: assimilação simpática de Ecs, ou energias
conscienciais, pela vontade, não raro com a decodificação de
um conjunto de pensenes de outra (s) consciência (s).
Assédio interconsciencial: intrusão pensênica
interconsciencial, doentia. Expressão equivalente: obsessão
espiritual.
Holopensene: o somatório das energias de lugares ou pessoas.
Também chamado de egrégora e de padrão fluídico de um
ambiente ou de consciências (intrafísicas e ou extrafísicas).
Dupla evolutiva: duas consciências que interagem
positivamente em evolução conjunta; condição existencial de
evolutividade intercooperativa a dois.
Sub-reptício: fraudulento. Feito às ocultas;
ilícito.(Dicionário da língua portuguesa)
Clarividência: visão parapsíquica da consciência.
Paracérebro: cérebro extrafísico do psicossoma da consciência
nos estados extrafísico (consciex), intrafísico (conscin) e
projetado, quando através do psicossoma.
Parapatologia: patologia dos veículos de manifestação da
consciência, excluído o corpo humano ou soma.
Patopensente: o pensene patológico ou da amência
consciencial; o pecadilho mental; a vontade patológica; a
intenção doentia; a ruminação cerebral.
Multidimensionalidade: é a noção e conseqüente vivência da
consciência lúcida, não só na dimensão física, mas também em
outras dimensões conscienciais. A vida multidimensional é
indescartável para qualquer um de nós.
Dessoma: desativação somática, próxima e invevitável para
todas as conscins; projeção final; primeira morte; morte
biológica; monotanatose. A dessoma (simplesmente) ou primeira
dessoma é a desativação do corpo humano ou soma. A segunda
dessoma é a desativação do holochacra. A terceira dessoma é a
desativação do psicossoma.
CHACRAS
Definição. Chacras: núcleos ou campos limitadores de
energia que constituem basicamente o holochacra, veículo de
energia, dentro do corpo humano, fazendo a junção deste com o
psicossoma, atuando como pontos de conexão pelos quais a
força flui de um veículo da consciência para outro (V. Fig.
132, Página 1.128).
Sinonímia: aceleradores extrafísicos de freqüência; canais
energéticos; centros bioenergéticos; centros bioquímicos;
centros de energia; centros de força; centros microcósmicos;
centros sensoriais; centros vitais; círculos de energia;
cones de energia; discos energéticos; fulcros de força;
khorlos; lótus; macrovórtices energéticos; nós energéticos;
núcleos energéticos; órgãos chácricos; padmas; portas vitais;
rodas; transdutores vitais; vórtices de energia.
Relações. Como bases em inferências racionais, pode-se
supor que existem, pelo menos, 3 categorias de relações
peculiares e lógicas entre determinados chacras e os outros
veículos de manifestação da consciência, embora a dinâmica
dessas relações peculiares ainda seja muito obscura em nossas
atuais pesquisas:
1. Mentalsoma. O coronochacra (encefálico) tem relação
peculiar com o mentalsoma (paracorpo do discernimento) no que
diz respeito à transmissão das idéias.
2. Psicossoma. O cardiochacra (torácico) tem relação
peculiar com o psicossoma (paracorpo emocional) no que diz
respeito ao mundo emocional da conscin.
3. Holochacra. O esplenicochacra (vegetativo) tem relação
peculiar com o holochacra (paracorpo energético) na
convivência do ego com as energias, em qualquer ambiente.
Bipolaridade. Na análise dos padrões de bipolaridade, vale
registrar que as comunicações energéticas entre os veículos
de manifestação da consciência, apresentam 3 peculiaridades
objetivas quanto aos chacras e o lado esquerdo do corpo
humano, sugerindo que o lado esquerdo fixa mais a consciex na
dimensão intrafísica:
1. Hemisfério. O cérebro (coronochacra: mentalsoma)
apresenta 2 hemisférios cerebrais, sendo que o esquerdo
parece predominar nas manifestações mais humanas da conscin
(idéias). Deve haver uma relação intrínseca entre o
mentalsoma-alimento das idéias.
2. Coração. O coração (cardiochacra: psicossoma) se situa
no mediastino - entre os 2 pulmões - mais à esquerda dentro
da caixa torácica ou cardiorrespiratória (oxigênio). Deve
haver uma relação intrínseca entre emoção-oxigênio.
3. Baço. O baço (esplenicochacra: holochacra) se situa mais
à esquerda dentro da área abdominal ou vegetativa
(alimentos). Deve haver uma ralação intrínseca entre energia
consciencial-alimento.
Natureza. Partindo do fato de que existem mais pessoas
destras (lado direito), infere-se daí que a orientação
natural fixa a consciex na matéria mais à esquerda, dentre
outras, com duas finalidades:
1. Retaguarda. O hemisfério esquerdo, coração e baço, em
uma retaguarda de defesa.
2. Vanguarda. A consciência se comunica com a dimensão
humana à direita, frente de ataque, inclusive com o braço
direito e a mão direita, através de decussação das pirâmides
ou do cruzamento das funções cerebrais.
? PARANATOMIA DOS CHACRAS
Características. Dentre as características da paranatomia
dos chacras maiores ou magnos destacam-se, pelo menos, 6
variáveis:
1. Os centros de força sexochacra, esplenicochacra e
umbilicochacra do homem-animal.
2. Os centros de força cardiochacra, laringochacra,
frontochacra e coronochacra do homem-consciência.
3. Os formatos dos centros de força.
4. As colorações.
5. As reverberâncias.
6. As intensidades da energia consciencial.
Formatos. Os centros de força se assemelham a 4 objetos:
1. Pratinhos. A depressões semelhantes a pratinhos ou
vórtices.
2. Radar. Às semi-esferas côncavas de radar, ou rosas.
3. Água. Aos vórtices que a água forma quando destampamos
uma pia pela parte do fundo. O redemoinho que aparece - com a
boca na zona superior do líquido (superfície) e o ápice
coincidente com o orifício de descarga (ralo) - produz uma
imagem muito semelhante à dos vórtices ou chacras.
4. Hélices. À figura das hélices do avião, em grande
rotação, com o diâmetro de cerca de 20 centímetros, quando
bem desenvolvidos.
Vórtice. Visto, por exemplo, de frente, o chacra possui uma
forma substancialmente circular, e seu giro espiralado, de
forma circular, produz certas radiações. Já em um corte
lateral, pode-se ver que cada chacra ou vórtice constitui uma
depressão no holochacra. A boca está na parte mais externa, e
o ápice do cone fica praticamente ao nível da pele. Daí
prossegue o talo do vórtice, que é uma prolongação
extrafísica, a qual termina em algum ponto próximo do
organismo humano.
Áreas. Os chacras ainda apresentam espirais ou nervuras
intravorticianas e, conquanto localizados em áreas
específicas ou órgãos do corpo humano, não são idênticos a
essas áreas.
Diâmetro. No homem ou mulher comum cada chacra maior
aparece onde o tecido nervoso é mais concentrado com o
diâmetro de 2 ou 3 centímetros e de fraca luminosidade.
Evolução. As formas e características luminosas dos centros
de energias vão se ampliando com a evolução pessoal ou o
aperfeiçoamento extrafísico da conscin.
Emprego. Quanto mais evoluída a consciência, mais percebe e
emprega com inteligência as funções dos chacras.
Tipos. Segundo o seu tamanho, expressão e funções, os
chacras podem ser classificados em 4 tipos: magnos, grandes,
médios e pequenos.
Vigor. Em cada conscin uns chacras podem ser mais vigorosos
do que outros.
Nós. Os centros sutis de força, além de serem quadros
mentais dos nós chacrais ou fulcros energéticos que se
manifestam na dimensão-corpo-extrafísico (extrafisicalidade)
para a dimensão-corpo-humano (intrafisicalidade), têm sido
vistos por diferentes ângulos conforme diversas tradições
metafísicas, dentre outras, estas 7:
1. Energias do Tantra.
2. Hierarquias dos Neo-Confucianos.
3. Intervalos keni-kou dos taoístas.
4. Kosas da Vedanta.
5. Sefirot da Cabala.
6. Séries de transmutação dos Alquimistas.
7. Vijnanas da Iogacara.
Gradação. Todas estas manifestações, de um modo ou de
outro, obedecem a certa gradação vibratória dos vórtices
energéticos da personalidade humana derivada da sua
consciência.
Total. Calcula-se que existam cerca de 88.000 (cálculo
convencional) chacras em cada individualidade composta ou
conscin, mas apenas 30 são considerados suficientemente
importantes para receber um nome.
Análise. A análise clássica aqui aborda os 7 chacras
maiores ou magnos.
1. Coronochacra.
2. Frontochacra.
3. Laringochacra.
4. Cardiochacra.
5. Umbilicochacra.
6. Esplenicochacra.
7. Sexochacra.
Budismo. O Budismo Tibetano reconhece apenas 5 chacras
principais, combinando o primeiro com o segundo, e o sexto
com o sétimo.
1. Sexochacra. O primeiro chacra - raiz, rádico, radical,
centro fundamental, sexochacra, genésico, muladhara ou âncora
da consciência - está sediado para fora, na área do períneo,
entre o sacro e os órgãos genitais, voltado para baixo,
associado aos 4 ossos do cóccix.
Flor. De formato estelar ou triangular, de cor avermelhada,
comparado com uma flor de 4 pétalas, constitui a sede da
kundalini, fogo serpentino, poder ígneo ou a energia
consciencial bruta, no homem (androchacra ou androssexo) e,
evidentemente, na mulher (ginochacra ou ginossexo).
Geoenergias. O sexochacra inicia a sua atuação recebendo as
geoenergias através das plantas dos pés (pré-kundalini) e das
pernas.
Instintos. O sexochacra tem relação estreita com o corpo
humano, os sistemas celulares, os chamados instintos, a
animalidade, a sexualidade, as geoenergias (energias
telúricas), a kundalini, os órgãos e glândulas genésicas e a
imaturidade orgânica do soma.
Ativação. Por intermédio do chacra básico todos os demais
são ativados, porque ele atua como chave bipolar alimentadora
dos outros chacras.
Paixões. A psicosfera da conscin jovem, na qual predomina o
sexochacra, as energias criam um holopensene emocional de
intenso envolvimento pluridimensional. Isso pode acabar,
freqüentemente, predispondo e acarretando paixões amorosas
violentas. Nessas ocorrências complexas, há uma relação
estreita entre o mentalsoma, o psicossoma, o sexochacra, o
cardiochacra e a plástica (soma, visual) da pessoa.
Conscin. A maioria desses casos de paixões amorosas
violentas, ou em vários tipos de aventuras emocionais
trágicas de jovens, tem o pivô na mulher jovem que acende a
paixão em um homem, ou em diversos homens simultaneamente, e
as inteligências afins, intra e extrafísicas.
Separação. Torna-se muito tênue, então, a distância que
separa, na intimidade dos egos envolvidos, a condição de
higidez e a psicopatologia, o amor romântico puro e o ódio
mórbido, a conscin-consciência e a conscin-animal.
2. Umbilicochacra. O segundo chacra - umbilicochacra,
manipura - está situado ligeiramente acima do umbigo,
associado à quinta vértebra lombar.
Verde. O umbilicochacra apresenta-se em geral com a cor
esverdeada.
Simpático. Tem relação com o plexo solar, por ser a
contrapartida extrafísica do simpático.
Subcérebro. É também chamado archeu-diretor, belly brain,
subcérebro abdominal, coração-moral-das-entranhas ou foco-da-
alma.
3. Esplenicochacra. O terceiro chacra - esplenicochacra,
swadhistana - situa-se sobre a área do baço, seleciona e
distribui as energias vitalizadoras pelos órgãos do corpo
humano.
Projeção. Pela vivificação natural que proporciona, o
esplenicochacra capacita a consciência intrafísica a se
projetar conscientemente (decolagem) do corpo humano por
intermédio do psicossoma.
4. Cardiochacra. O quarto chacra - cardiochacra, torácico,
anahata - de cor amarelada, vitaliza o coração e os pulmões,
sendo agente influente na emotividade da personalidade
humana. O cardiochacra tem relação estreita com o psicossoma,
o emocionalismo, o romantismo, a infantilidade do adulto
(síndrome do infantilismo), o timo, a imaturidade psicológica
e as tendências artísticas.
5. Laringochacra. O quinto chacra - laringochacra,
cervical, vishuda - situa-se perto da área de encontro entre
a coluna espinhal e a medula oblongada.
Comunicação. Sendo o intermediário entre as manifestações
orgânicas da área vegetativa e as manifestações mentais, o
laringochacra atua especialmente na comunicação da
consciência, sendo o controlador das multidões.
6. Frontochacra. O sexto chacra - frontochacra, glabelar,
pineal, ajna, terceiro olho, terceira visão, olho mental,
“olho de Cristo” ou farol da testa - situa-se entre as
sobrancelhas projetando-se do centro da testa para fora.
Clarividência. O frontochacra evidencia relação estreita
com a clarividência em todas as suas formas e manifestações.
Latejamento. Quem sente amiúde, no estado da vigília física
ordinária, o chacra frontal vibrar, pulsar ou latejar, é
porque já despertou plenamente, há muito tempo, a kundalini e
os demais chacras, com exceção do coronário esplendente,
ocorrência comum aos sensitivos desenvolvidos de todos os
gêneros de manifestações ou modalidades fenomênicas do
parapsiquismo.
Poder. Por isso, o frontochacra é um centro de poder
diretivo, por onde surge a revelação, a comunicação
interdimensional ou o derradeiro bastião do raciocínio e da
análise do microcosmo da personalidade humana ou
microuniverso da conscin.
7. Coronário. O sétimo chacra - coronochacra, megachacra ou
sahasrara - o mais importante, expande-se acima do topo do
crânio ou sincipúcio, na área da fontanela anterior ou
bregma.
Coroa. Voltado para cima, ao modo de uma coroa, o
coronochacra permite a expansão da consciência, libera o
mentalsoma do paracérebro do psicossoma, compõe a auréola
luminosa ou a parte superior da aura humana, e a touca cheia
de nódulos das gravuras orientais, sendo também chamado de
lótus das 1.000 pétalas.
Sentimentos. O coronochacra tem relação estreita com o
mentalsoma, a glândula pineal, a racionalidade, os
sentimentos mais elevados, a serenidade, o equilíbrio
consciencial, as maturidades orgânica, psicológica e
consciencial (holomaturidade da conscin).
Transcendência. Na verdade, o coronochacra não é
propriamente um chacra como os demais, porque se encontra
alem da mente, ou seja, transcende a condição da consciência
humana embutida na caixa craniana, no estado da vigília
física ordinária.
Despertamento. O despertamento do coronochacra se dá em
decorrência do trabalho de despertamento energético gradual
feito nos outros chacras menos importantes, especialmente no
frontochacra.
Outros. Os chacras podem ser também sentidos e vistos
extrafisicamente, nas palmas das mãos, nas articulações dos
cúbitos (antigos cotovelos), ombros, joelhos, pelve e nas
plantas dos pés.
Círculos. Os vórtices médios formam círculos ao redor do
principal, atuando como satélites. Os vórtices pequenos,
constituídos em número maior, existem sobre a periferia do
holochacra e são, por sua vez, satélites naturais dos chacras
médios.
Evidência. Até o presente momento, a evidência da
existência dos chacras, à semelhança do que acontece com o
fenômeno da projeção consciencial lúcida, permanece quase que
exclusivamente subjetiva, individual, prática.
Pulsações. Este autor, por mais estudos de Anatomia e de
Fisiologia acadêmicos que tenha chegado a fazer em faculdades
oficiais, não conseguiu explicar através de pesquisas nos
territórios da Ciência Biológica, ou da Medicina, as
pulsações e movimentos bem físicos, em seu corpo humano, por
exemplo, na testa, ou área glabelar, correspondente ao
frontochacra, às vezes involuntários, inesperados e em
condições surpreendentes de intensidade, inclusive no estado
de plena vigília física ordinária.
Veículo. Este fato individual, palpável, sentido e depois
repetido dia após dia, mês após mês, ano após ano, só pode
ser atribuído a outro veículo de manifestação da consciência.
Testa. Nesta área orgânica - a testa - não existem órgãos
nem condições anatomofisiológicas para justificar tais
sensações ou manifestações ostensivas referidas, plenamente
conscientes, no estado da vigília física ordinária, com as
pálpebras descerradas, à luz clara do Sol. Não adiantam
sofismas, argumentos, explicações abstrusas científicas ou
cientificistas, nem perdas de tempo.
Acupuntura. Este fato está aí para ser sentido ou
experimentado por quem o desejar, basta apenas exercitar a
mobilização básica das energias conscienciais ou bioenergias,
ou começar a estudar mais acuradamente a Medicina Chinesa ou
a Acupuntura, os seus meridianos, pontos e canais de energia
(nadis).
? PARAFISIOLOGIA DOS CHACRAS
Transformadores. Os chacras captam, separam e distribuem as
energias imanentes existentes no Universo Físico-Extrafísico,
transformando-as em energias conscienciais, ou seja, mantêm
transferências energéticas entre a totalidade do ser humano
ou os intercâmbios entre a sua presença biopsíquica e as
energias externas.
Aceleradores. Os chacras atuam, de modo geral, como
aceleradores da freqüência vibratória do corpo humano ou
soma, em conjunto com o holochacra que une o corpo humano ao
psicossoma através do cordão de prata.
Características. Dentre as características da
parafisiologia dos chacras destacam-se estas 8 variáveis:
1. Função. A função suposta de cada centro de força.
2. Cores. As variadas cores de cada chacra conforme o seu
desempenho.
3. Repercussões. As repercussões físicas regionais e os
centros de força.
4. Despertamento. As conseqüências do despertamento do
coronochacra.
5. Sexossomática. O sexochacra e a kundalini.
6. Cosmoconsciência. O coronochacra e o samádi.
7. Sensações. As sensações físicas e extrafísicas do
frontochacra.
Inter-relações. Assunto dos mais importantes, neste
particular, é o das obscuras inter-relações entre os centros
de força, especialmente a relação do coronochacra com a
epífise ou glândula pineal, o coronochacra com a medula
oblongada, o coronochacra com os nódulos dos pavilhões
auriculares direito e esquerdo (tragos), o frontochacra com
os tragos, e as relações dos chacras com o corpo humano, o
holochacra e o psicossoma.
Coronochacra. A reativação do coronochacra proporciona à
conscin a autoconsciência extrafísica, ou seja, a projeção
consciente durante o período do sono natural. O frontochacra
predispõe a reativação do coronochacra e das manifestações
energéticas no centro do encéfalo e da pineal.
Relações. O sexochacra tem relação direta com a
excitabilidade sexual ou a libido, os 2 orgasmos do homem, o
peniano e o anal; e os 3 orgasmos da mulher, o vaginal, o
clitoridiano e o anal.
Orgasmos. A intensificação, circulação e canalização das
energias do sexochacra, passando pelos outros centros de
força, promovendo o estado vibracional e a expansão da
consciência, facultam duas categorias de orgasmos:
1. Antropomorfista. O orgasmo antropomorfista, ou pelo
corpo humano todo, através do psicossoma.
2. Holorgasmo. O orgasmo cósmico, holorgasmo, próprio do
samádi maior, além do sexo, ou de toda sensação terra-a-terra
e emoção crosta-a-crosta, através do mentalsoma, desde os
esforços iniciais do homem-animal até à sublimação do homem-
consciência.
Plexos. Os chacras têm relação estreita com a condição de
saúde e de doença do ser social ou conscin, Neste sentido
costuma-se relacionar cada chacra com certas glândulas
anatomicamente próximas de suas sedes, bem como com os plexos
nervosos, por exemplo, estes 6:
1. Carotídeo. O plexo carotídeo (chacra frontal ou
frontochacra).
2. Faríngeo. O plexo faríngeo (chacra laríngeo ou
laringochacra).
3. Cardíaco. Os plexos pulmonar e cardíaco (chacra cardíaco
ou cardiochacra).
4. Esplênico. O plexo esplênico (chacra esplênico ou
esplenicochacra).
5. Solar. O plexo solar (chacra umbilical ou
umbilicochacra).
6. Pélvico. Os plexos pélvico e coccígeo (chacra radical ou
sexochacra).
Sexossoma. Há diferenças marcantes entre o homem
(androssoma) e a mulher (ginossoma) quanto à parafisiologia
dos chacras, em razão dos caracteres sexuais secundários, por
exemplo, estes 2 aspectos:
1. Androssoma. O laringochacra do homem funciona mais
intensamente no indivíduo que tem a barba espessa.
2. Ginossoma. O cardiochacra, por sua vez, atua mais
vigorosamente em particular na mulher amamentadora, e, de
modo geral, na mulher de mamas (seios) normais.
Frontochacra. É interessante observar os diversos empregos
da área do frontochacra como, por exemplo, estas 4 variáveis:
1. Massagens. Através de massagens, por alguns projetores
conscientes, com o objetivo de se projetarem com lucidez do
corpo humano.
2. Pressão. Através da pressão digital, empregada por
outros projetores conscientes a fim de rememorarem a projeção
consciencial recém-finda.
3. Hipnose. Ainda através da pressão de um dedo, utilizada
por hipnólogos, ou magnetizadores (como eram chamados) desde
o Século XIX, no sentido de fazerem a pessoa hipnotizada
reproduzir as informações dadas, em experiências hipnóticas
anteriores, sendo até denominado por eles, neste caso, de
“ponto da memória sonambúlica”.
4. Sinal. Em rituais e práticas místicas como, por exemplo,
o corriqueiro “sinal da cruz” que tenta estimular, ao mesmo
tempo, a abertura de 3 chacras: o cardiochacra, o
frontochacra e o laringochacra, nesta ordem.
Cerebelo. Supõe-se que a kundalini, ou a energia do
sexochacra, seja ativada pelas funções do cerebelo humano.
Sobre esta hipótese nada existe ainda especificamente
comprovado do ponto de vista científico.
? PARAPATOLOGIA DO HOLOCHACRA E O VAMPIRISMO
Definição. Vampiro bioenergético: ser intrafísico, homem ou
mulher, descompensado em suas energias conscienciais, que
vive parasitando os demais, em geral de modo inconsciente.
Sinonímia: buraco negro consciencial; dreno bioenergético;
exauridor holochacral; ladrão (ladra) bioenergético; parasita
de energia consciencial; portador(a) da síndrome do
exaurimento bioenergético.
Parapatologia. O vampiro bioenergético, por exemplo, uma
conscin, homem ou mulher, pode viver sem nenhuma influência
mórbida extrafísica, qual dreno humano solitário, ou ser
auxiliado e piorado em suas descompensações e absorções
energéticas excessivas pelas consciexes enfermas ou
energívoras.
Holochacra. Essa condição de vampirismo humano está
adstrita à parapatologia do holochacra ou paracorpo
energético e é entendida melhor através da Projecioterapia ou
Consciencioterapia.
Característica. A característica fundamental do vampiro
bioenergético é a absorção insaciável ou ininterrupta de
energia consciencial, em uma ânsia sofrida e constante de
refazimento, saciação ou compensação bioenergética
inatingida, procurando preencher um buraco sem fundo em seus
chacras perturbados, descompensados ou bloqueados em
funcionamento caótico.
Causas. A causa mais comum da instalação do vampirismo
bioenergético é a descompensação bioenergética de ordem
afetiva, com fundo egoístico, por exemplo, a pessoa que vive
permanentemente na condição de carência sexual.
Efeitos. Os efeitos básicos da descompensação bioenergética
do vampiro é, de início, a sua dependência aos familiares e,
em um estágio mais avançado, o irrompimento patológico ou
intenso das energias do sexochacra ou da kundalini.
Conscientização. O vampiro(a) pode ser consciente ou
inconsciente quanto às suas condições parapatológicas do
holochacra.
Ignorância. Até se descobrir e procurar compensar-se sem
prejudicar os outros, ele(ela) não sabe porque não agrada aos
demais seres ao seu derredor.
Repulsão. Contudo, cria uma repulsão instintiva nos outros,
incluindo os animais domésticos, em certos casos, em função
da sua atividade sub-reptícia, solapadora, absorvente e
desgastante da energia consciencial alheia.
Mão. Em certa fase, descompensado energeticamente, o
vampiro(a) intrafísico vive com a sua mão mais defensiva -
direita ou esquerda conforme o caso de canhotismo ou
destrismo - sobre o estômago, o coração, o abdome ou a
garganta, engolindo em seco de quando em quando, como se
procurasse segurar com a palma da mão a saída desenfreada e
incontida das suas energias do umbilicochacra, cardiochacra
ou laringochacra, inutilmente. Instala-se, nesse nível,
distúrbios parassimpáticos bem característicos.
Afetividade. Quando ainda na adolescência ou na mocidade,
no início da fase adulta, a conscin, obviamente, não encontra
parceiro (ou parceira) afetivo adequado ou permanente para
compor uma dupla evolutiva, porque as suas companhias se
afastam sem explicação, sem conseguirem identificar para si
mesmas o motivo porque se perturbam em sua presença.
Antipatia. O ser social comum, com robotização
consciencial, em geral não-desenvolvido parapsiquicamente,
não consegue identificar de pronto a causa pela qual a pessoa
do vampiro não lhe é simpática.
Química. Um outro indivíduo, ou vítima do vampiro, pensa em
explicações químicas ou processos alérgicos, no caso,
insuficientes.
Ladrão. Somente os sensitivos(as) mais avançados e lúcidos
quanto ao domínio da bioenergia conseguem detectar o vampiro
na condição de ladrão (ladra) energético, fulcro de
exaurimento vital, dreno energético vivo e ambulante.
Síndrome. A Medicina em geral, circunscrita ao corpo humano
e aos 5 sentidos básicos; a Psiquiatria em particular; a
Psicologia em geral; a Psicanálise em particular; a
Psicoterapia usual; a Psicossomática; a Homeopatia; e até
mesmo a Acupuntura clássica; são meros paliativos nesses
casos de drenagem bioenergética. Não conseguem êxito
duradouro quanto à remissão da síndrome do exaurimento
holochacral.
Terapia. A terapia há de ser desenvolvida no holochacra,
mas a partir do mentalsoma e se encaminhar para uma autocura
e não uma heterocura. Quanto mais consciente torna-se a
conscin do seu distúrbio real, menos difícil será a remissão
do processo parapatológico.
Rebuliço. O exaurimento bioenergético que o vampiro(a)
provoca à sua volta cria um rebuliço constante e, quando
inconsciente, o indivíduo - não raro um rapaz ou uma jovem de
plástica irrepreensível e plena de viço juvenil - não sabe
porque se torna desmancha-rodas e todos se apressam em se
afastar, em uma reação para-instintiva, em silêncio, da sua
presença.
Razões. A conscin vítima do exaurimento bioenergético
procura razões físicas tal qual o mau-hálito, o mau cheiro do
corpo, o mau cheiro dos pés ou outras desse teor; consulta
médicos e toma, não raro, medicamentos pesados; faz dietas
alimentares rigorosas e até culpa o fígado, sem atinar com a
causa real advinda do seu holochacra.
Isolamento. O vampiro(a) bioenergético pode chegar a um
estado lastimável de isolamento social, físico, afetivo e até
mesmo intelectual, imposto por sua característica de absorção
ininterrupta, ou assimilação antipática e patológica, sem
doação compensadora, das energias conscienciais, através do
seu mau-olhado (reação popular) ou da sua condição de seca-
pimenteira.
Fixação. O vampiro(a) bioenergético não consegue fixar a
energia consciencial, impermanente em sua psicosfera, por
muito tempo. Ele se sente satisfeito por alguns momentos,
parece compensado e refeito, contudo daí a minutos, ou
algumas horas depois, retorna às mesmas condições do
exaurimento anterior.
Desperdício. O pior de tudo é que essa dissipação
bioenergética em geral não tem proveito, torna-se um
desperdício, é esbanjada de modo inconsciente, ou mesmo
absorvida por assediadores extrafísicos permanentes ou
eventuais.
Assediadores. No entanto, vale observar que há vampiro(a)
intrafísico que cria repulsões até mesmo em animais
domésticos e - o mais estranho - em consciexes enfermas ou
assediadores mais fracas do que eles(elas), pois não
conseguem evitar ou ultrapassar a atuação do exaurimento ou
tirar vantagens da condição que sofrem na presença do dreno
humano, um buraco negro vivo e poderosíssimo, atraindo e
drenando todas as fontes energéticas à sua volta.
Animal. Ocorrem casos parapatológicos que se iniciam com a
influência assediadora e uma consciex intrusa, e depois da
descompensação bioenergética instalada, esta se afasta
consciente ou inconscientemente do assediado(a), à semelhança
do animal que foge por instinto, da planta venenosa ou do ser
peçonhento, deixando-o entregue à sua sorte, continuando a
levantar a poeira bioenergética entrópica por onde passa.
Relacionamento. O vampiro(a) bioenergético jamais vive
desapercebido. Ele atrai atenção, ainda que muda e
silenciosa, em uma espécie de notoriedade surda por onde
passa, ao modo de algo inexplicável, mas repelente e
estigmatizante. Isso pode criar-lhe uma condição social de
dificuldade de relacionamento com os parentes, colegas de
escola, companheiros de serviço ou emprego, e, evidentemente,
com o povo em geral.
Autoconsciência. O único recurso eficaz para a compensação
bioenergética duradoura do estado vampiresco é a
autoconsciência adquirida e posta em funcionamento quanto aos
fatos pela própria pessoa interessada que, sempre mantendo,
então, a autocompensação bioenergética, dispensa a energia
consciencial dos outros, cessando o lastimável processo de
absorção incontrolável e deixando, assim, de desempenhar o
papel infeliz de dreno bioenergético. A sua presença deixa de
ser nefasta, ou instintivamente repulsiva, e ele - o
vampiro(a) - pode voltar a conviver normalmente com os demais
seres.
Orientação. O ser parapsíquico ou o(a) projecioterapeuta
que descobre e identifica alguém na condição de vampiro(a)
bioenergético, em geral através da assimilação simpática
(assim), sentindo os sintomas e sinais que perturbam a outra
pessoa, deve empregar a máxima orientação conscienciológica
possível no ato de ajudar e assistir.
Abordagem. O ser parapsíquico precisa observar o nível do
andamento do processo de vampirismo, o grau do entendimento
psíquico e parapsíquico da personalidade em questão, a hora,
o local e as circunstâncias para expor o problema, as mínimas
expressões e colocações na abordagem verbal.
Auto-análise. Isso é de importância vital, pois a pessoa
pode-se ver e se sentir retratada de tal maneira, encantoada
com tantos detalhes exatos em uma auto-análise nua e crua,
que acaba se desesperando se não for bem preparada
antecipadamente.
Choque. No caso, o choque ao se inteirar da verdade pode
agravar a doença, ao invés de curá-la. O doente (ou a doente)
pode dessomar com a tentativa de cura.
Remissão. A solução remissiva básica para a condição do
vampiro(a) bioenergético é o mesmo(a) sair de si mesmo(a), do
seu egoísmo, dos seus problemas pessoais, e pensar nos outros
seres altruisticamente, sem segundas intenções, mantendo uma
vida afetiva regular. Há de ajudar aos demais, superando as
suas condições sem pedir nem buscar mais nada primordialmente
para si, dedicando-se à assistência ao próximo, sem meios-
termos, autocorrupções ou patopensenes, exigências ou
restrições.
Altruísmo. O altruísmo assistencial, solidário, puro e
vivido é o único recurso real e definitivo para sustar a
drenagem bioenergética consciente e inconsciente entre os
princípios conscienciais.
? TEORIA DAS RELAÇÕES INTERCHACRAIS
Definição. Relação interchacral: interação parafisiológica
entre um e outro chacra, ou entre vários chacras magnos em
uma só pessoa.
Sinonímia: interação interchacral; interconexão chacral;
interligação chacral.
Interações. Além das interações parapsíquicas entre os
órgãos e sistemas orgânicos e os chacras magnos, ou centros
de força - no caso, do holochacra - ocorrem as relações entre
as energias de um chacra e as energias de outro chacra, ou
mesmo de vários chacras, no mesmo indivíduo, homem ou mulher.
Teoria. Na teoria da relações chacrais se destacam diversos
tipos de interações entre os próprios chacras, e entre os
chacras e a fisiologia do ser humano, por exemplo, estas 12:
01. Sexochacra-sexualidade, ou a concepção (mulheres).
02. Sexochacra-laringochacra.
03. Umbilicochacra-gestação (mulheres).
04. Cardiochacra-mamas ou lactação (mulheres).
05. Cardiochacra-laringochacra.
06. Laringochacra-choro (mais nas crianças).
07. Laringochacra-linguagem (mais nos adultos).
08. Laringochacra-comunicabilidade, e barba (homens).
09. Laringochacra-frontochacra.
10. Frontochacra-coronochacra (Mentalsomática).
11. Frontochacra-multidimensionalidade, ou clarividências.
12. Frontochacra-psicossoma.
Sexochacra. Como exemplo das complexas relações
interchacrais, vejamos o que acontece, agora na prática,
tecnicamente, nos reflexos bioenergéticos entre o sexochacra
- situado na área do homem-animal - e o laringochacra,
situado na área do homem-consciência.
Efeitos. Tendo como causas principais as relações
bioenergéticas entre o sexochacra, radical, kundalínico
(períneo), e o laringochacra (garganta), na mesma pessoa, se
destacam 8 efeitos:
1. A libido, ou a excitabilidade sexual, seja no homem ou
na mulher, pode ter entre os componentes de suas
manifestações, a constrição da garganta.
2. A língua, situada entre a boca e a garganta, na cavidade
bucal, é empregada qual órgão sexual sobressalente, por todo
aquele ou aquela que a utiliza, de modo preponderante, no
intercurso sexual.
3. O orgasmo anal pode gerar, de imediato, a hipofonia -
diminuição do tom ou do timbre da voz - na mulher e no homem.
4. Os orgasmos anais, múltiplos, podem gerar a efeminização
da voz do homem e a feminilidade mais acentuada da voz da
mulher.
5. A lavação anal com água quente, através do esguicho do
bidê, nas práticas de masturbação feminina ou masculina, pode
gerar orgasmos anis, múltiplos e alterações momentâneas, mas
imediatas, do tom ou do timbre da voz, tanto na mulher quanto
no homem.
6. A lavação anal com água fria, através do esguicho do
bidê, pode gerar, de imediato, a hipofonia na mulher ou no
homem.
7. A lavação anal com água, através do esguicho do bidê,
pode afetar temporariamente, mas de imediato, a
comunicabilidade verbal do homem ou da mulher.
8. O ato da felação (garganta) executado pela mulher, ou
pelo homem, pode gerar orgasmos (penianos, anais, vaginais,
clitoridianos, simples ou múltiplos) na executora, ou no
executor do ato.
Predomínios. Merece observar que a consciência intrafísica
sofre o predomínio característico das energias de um chacra
magno específico de acordo com a fase evolutiva da sua vida
humana. Assim podemos destacar notadamente o predomínio
inicial do sexochacra na concepção; logo em seguida, o
umbilicochacra; depois o cardiochacra; mais além o
laringochacra; e, por fim, o frontochacra. Senão vejamos.
Gestação. A vida humana, física ou animal, é consolidada
através do umbilicochacra (homem-animal), durante a gestação,
até a perda do cordão umbilical por ocasião do nascimento.
Logicamente, por esta razão, a gestação é o primeiro período
e o mais animal da vida do ser humano, ou seja: a sua entrada
na vida intrafísica.
Trajeto. O choro do recém-nascido assinala o momento da perda
do predomínio do umbilicochacra (cordão umbilical) e do
início da predominância do laringochacra, na evolução humana,
a caminho do predomínio final dos chacras encefálicos, no
trajeto ascendente animal-consciência, ou no crescendo
sexochacra-coronochacra.
Choro. O choro inicial, animal, mantém a consciex recém-
ressomada conectada ao seu novíssimo corpo humano, já livre,
fora do corpo da mãe. Os sons do choro derivam diretamente
das energias do laringochacra (garganta).
Substituto. O choro é o substituto natural, imediato, do
cordão umbilical.
Encefálicos. Durante a existência, o ser humano gravita ou
evolui (homem-consciência) para o emprego predominante das
energias dos chacras encefálicos (coronochacra e
frontochacra). Daí nascem outras interligações: a medula
oblongada e o cordão de prata (projeção da consciência
através do psicossoma); a pineal e o intercâmbio
interdimensional (parapsiquismo); o paracérebro e o cordão de
ouro (projeção da consciência através do mentalsoma).
Cardiochacra. Existe uma correlação clara entre as emoções e
alto risco em tipos específicos de câncer. As emoções afetam
o mecanismo da regulação hormonal. A interligação
cardiochacra e as mamas da mulher (prolactina) está
evidenciada nos cânceres de mama, quando se observa o mais
alto risco incidente nas mulheres que sofrem de solidão
cronicificada (emoções e cardiochacra), ou de isolamento
social (carência de comunicabilidade e laringochacra). O
mesmo não acontece com o homem socialmente solitário.
Descompensação. A interligação laringochacra-cardiochacra, ou
entre linguagem-sistema cardiovascular, é evidenciada nos
testes com indivíduos hipertensos. A linguagem (discursiva) é
uma função única do corpo humano e do ser humano. A ausência
de contatos sociais prejudica a saúde do ser humano a partir
da descompensação do laringochacra.
Membrana. Existe aquilo que se pode chamar de membrana
social, ou a segunda pele, constituída através da
comunicabilidade social. A carência da comunicabilidade
social representa carência de solidariedade humana, a
principal aplicação da vida humana, ou o ato de servir de
modo assistencial e conscientemente aos outros.
Linguagem. As relações do homem-animal (5 sentidos básicos)
durante a sua vida, são desenvolvidas através da fala
(linguagem), ou seja, pelas energias do laringochacra, na
área do homem-consciência. Na comunicação humana projetamos
literalmente nossas emoções (cardiochacra) naquilo que
falamos (laringochacra).
Evolução. As relações do homem, via laringochacra, derivadas
do acúmulo das experiências físicas, precisam ser
substituídas pelas clarividências (parapsiquismo), via
frontochacra, através do acúmulo das experiências físicas-
extrafísicas. Só essa evolução intraparapsíquica permite ao
homem e à mulher se prevenirem contra a solidão crônica, ou o
isolamento social, uma das causas da morte prematura do ser
humano, dilatando o seu círculo de relações, no caso, já
inter ou multidimensionais.
Solidão. A sensação de solidão ou isolamento afeta o corpo
humano (soma). A pessoa solitária se sente desconectada com o
universo vivo, especialmente em relação aos seres sociais
mais próximos. A solidão sentida - seja a quente, hostil
(problemas cardiovasculares), ou a fria, depressiva
(neoplasias) - rebaixa a resistência às doenças,
enfraquecendo ambos os sistemas, o cardiovascular e o
imunitário.
Multidimensionalmente. A solidão é eliminada pela pessoa que
convive, autoconscientemente, de modo multidimensional, com
consciexes ou conscins dessomadas, mas vivas, além dos seres
humanos ou dos animais subumanos.
Projetabilidade. Conclusão: para quem vive consciente da
dimensão energética não existe solidão. Em outras palavras:
o(a) clarividente desenvolvido jamais será uma pessoa
solitária. Logicamente, por esta razão, a projetabilidade
autoconsciente é o último período e o mais consciencial da
vida do ser social, a saída digna da vida humana.
Executivos. Estas considerações sugerem que 2 chacras magnos
não destacados aqui na análise dos predomínios das energias -
o esplenicochacra e o coronochacra - exercem funções
distintas, executivas perante o soma e os demais chacras. O
esplenicochacra opera a distribuição das energias em todo o
soma a fim de mantê-lo sadio, sem descompensações. O
coronochacra leva a consciência intrafísica a deixar
energeticamente o soma a fim de alcançar vivências mais
evoluídas em outras dimensões conscienciais, através do
psicossoma e do mentalsoma.
BIBLIOGRAFIA
VIEIRA, Waldo. PROJECIOLOGIA: PANORAMA DAS EXPERIÊNCIAS FORA
DO CORPO HUMANO. 4. ed. rev. amp. Rio de
Janeiro: Instituto Internacional de Projeciologia e
Conscienciologia, 1999. 1248 p.
TÉCNICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DOS CHACRAS
O desenvolvimento holochacral fascina muitos interessados
em produzir fenômenos parapsíquicos. Para aqueles que só
almejam esse objetivo, é recomendado que primeiro estudem
melhor a multidimensionalidade, se autoconheçam e compreendam
melhor a cosmoética, para se evitar indesejáveis assédios
interconscienciais. Assunto muito sério é o desbloqueio e
desenvolvimento dos chacras, pois como conseqüência, a
conscin entrará em um contato maior com o plano extrafísico,
percebendo e sentindo a dimensão extrafísica e seus
habitantes.
Se não for feito um preparo psicológico inicial, assim como
uma reforma íntima séria e um autoconhecimento profundo, o
desenvolvimento holochacral poderá causar distúrbios sérios
ao praticante. É de se salientar que os exercícios para se
desenvolver os chacras NÃO DEVEM ser praticados por pessoas
com menos de 15 anos de idade, de ambos os sexos, pois as
bases do sistema nervoso central das mesmas não está
totalmente consolidada. Para os menores de 15 anos de idade,
recomenda-se que estudem muito a teoria de tais fenômenos,
para quando atingirem a idade propícia, possam ter um bom
conhecimento no assunto, o que facilitará em muito a ativação
do parapsiquismo individual, com segurança e potencialidade.
Antes de passarmos para as técnicas energéticas, será
colocado um texto que se refere ao domínio das energias e
reforma íntima, do livro “viagem espiritual I, de Wagner
Borges. Se você não estiver interessado em se reformar
intimamente, em se autoconhecer, não faça as mobilizações
básicas de energia (MBE) e o exercício prático de
desenvolvimento dos chacras, para o seu próprio bem.
TEXTO SOBRE DOMÍNIO DAS ENERGIAS E REFORMA ÍNTIMA
PEQUENO ENSAIO CONSCIENCIAL
O rumo da vida, às vezes, é inesperado. Por isso, é
necessário prestar atenção em todas as situações. Só assim o
espírito em evolução pode absorver as experiências e
estruturar a própria consciência em relação às coisas.
Sem uma devida atenção isso não é possível.
A destreza mental é imprescindível na avaliação dos
fatos. A maleabilidade mental também é de vital importância
na aquisição de novas idéias.
O processo de crescimento implica numa melhor acuidade
mental na análise das situações.
É necessário refinar os sentidos físicos e astrais, para
que o mental possa funcionar em perfeitas condições.
Uma mente em turbulência não consegue avaliar direito as
situações que a vida lhe apresenta a cada instante.
O caminho do equilíbrio do mental passa, forçosamente
antes, pelo equilíbrio emocional, já que o desequilíbrio
emocional é o que mais afeta a serenidade dos pensamentos.
Um dos erros mais crassos do ser humano é achar que pode
dominar o emocional através da repressão das emoções.
Algumas pessoas chegam a afirmar categoricamente que para
dominar o emocional é necessário ter uma postura distante e
fria das situações.
Esse é um erro muito comum, principalmente por parte de
pseudo-intelectuais, que “arrotam” uma postura egoísta e
fútil de aparente frieza, quando, na verdade, como qualquer
ser humano, ardem de paixão no interior da alma.
O caminho do equilíbrio consciencial passa por três
estágios de desenvolvimento:
1. Melhoria da qualidade e da potência do pensamento;
2. Melhoria da qualidade e da potência do sentimento;
3. Melhoria da qualidade e da potência da energia vital.
1. Melhoria da qualidade e da potência do pensamento.
Podemos classificar esse desenvolvimento mental em:
1A. Desenvolvimento da concentração;
1B. Capacidade de emissão de formas mentais
(ideoplastia);
1C. Desenvolvimento dos chacras frontal e coronário;
1D. Ativação da glândula pineal;
1E. Meditação;
1F. Desenvolvimento da memória.
2. Melhoria da qualidade e da potência do sentimento.
Podemos classificar o desenvolvimento sentimental em:
2A. Desenvolvimento dos chacras cardíaco, laríngeo e
umbilical;
2B. Desenvolvimento da capacidade de irradiação de amor
para os outros (fraternidade, ou melhor diria, amor
incondicional);
2C. Desenvolvimento de atitudes pacíficas, mesmo no
turbulento mar de emoções da humanidade. Obviamente que isso
não significa alienação dos problemas e nem fuga das justas
lutas do dia-a-dia. Significa simplesmente procurar ficar
tranqüilo e sereno perante as complicações da vida humana.
Se a vida já é difícil sem briga, imagine os percalços do
caminho acrescidos da irritação que cada ser terrestre
carrega no próprio peito;
2D. Desenvolvimento da compreensão (sem perder a
galhardia e o dinamismo e sem ser piegas);
2E. Desenvolvimento e manutenção do bom-humor sadio;
2F. Desenvolvimento do equilíbrio emocional (através do
controle rígido dos desejos inferiores).
3. Melhoria da qualidade e da potência da energia vital.
Podemos classificar o desenvolvimento energético em:
3A. Desenvolvimento dos principais chacras, através de
exercícios energéticos freqüentes e disciplinados;
3B. Desenvolvimento dos chacras palmares (palmas das
mãos) e anulares (pontas dos dedos), através da freqüente
exteriorização energética pelas mãos;
3C. Desenvolvimento da recepção de energias da natureza
(sol, terra, ar, água, vegetação, etc.);
3D. Desenvolvimento da concha áurica (cúpula de energia
distendida em todos os pontos que circula dinamicamente por
toda a extensão do soma = corpo físico + duplo etérico)
3E. Desenvolvimento harmônico do aparelho respiratório,
através de exercícios respiratórios apropriados à
constituição física de cada um, levando em consideração o
meio ambiente onde serão realizados;
3F. Desenvolvimento do aparelho físico, através de
exercícios físicos apropriados à idade e constituição física
da pessoa (caminhada, corrida, natação, etc.);
3G. Desenvolvimento do equilíbrio alimentar: a melhoria
da alimentação começa pela equalização dos alimentos. O
alimento adequado é sempre aquele que reúne os seguintes
elementos em conjunto:
- riqueza de proteínas;
- densidade apropriada para digestão;
- sabor agradável.
Como indicação prática, podemos dizer que as frutas e as
hortaliças são muito importantes na alimentação, com destaque
para o abacate (energético), o melão (calmante) e o mamão
(uma maravilha da natureza e rico em vitamina C).
Sem dúvida que a alimentação é uma questão de foro
pessoal e cada um é que sabe as quantas anda o próprio
organismo e o limite real daquilo que pode ou não ser
ingerido com segurança.
Porém, sem sombra de dúvida que alguns alimentos são
bastante agressivos a qualquer organismo, devido à densidade
de suas partículas energéticas. São eles:
- carne vermelha de qualquer espécie (inclusive os seus
derivados como frios e laticínios): não custa nada lembrar
que a carne de porco é o pior veneno que existe, pois ela
libera toxinas que irritam o organismo e descarregam no duplo
etérico uma carga de “energia virulenta”, que atrai vários
“vibriões psíquicos” para a aura do infeliz glutão que a
consumiu;
- café: é um estimulante físico dos mais potentes. Seu
consumo excessivo pode embotar as percepções psíquicas e
enredar demasiadamente o psicossoma no seu envoltório de
carne e ossos.
Ao observar a aura de um bebedor contumaz de café,
podemos constatar que, na altura do tórax, plexo solar e
costas, há uma grande concentração de energia marrom, de
aspecto denso e desagradável, que circula de maneira agitada,
irritando todo o psiquismo dessas regiões assinaladas.
Nos próprios meio humanos , costuma-se dizer que os
bebedores de café são “pessoas irritadiças e tensas”.
Por isso, visando um melhor equilíbrio energético, é bom
não consumir mais do que duas xícaras de café por dia;
- chocolate: é uma iguaria apreciadíssima por todos e, ao
mesmo tempo, um perigo, se consumido em excesso, para quem
está desenvolvendo os chacras.
O seu dano principal consiste na liberação de elementos
agressivos ao estômago, fígado e intestinos.
Pelo lado energético, o chocolate cria bloqueios no plexo
solar e no chacra umbilical. Nessas regiões, a energia torna-
se viscosa e a principal conseqüência disso é o embotamento
do sistema de radar psíquico de que é dotado o chacra
umbilical.
Em condições normais, esse chacra é o primeiro a “sentir”
quando o ambiente astral em torno da pessoa está infestado de
vibrações grossas ou espíritos agarradiços.
Além do mais, o consumo excessivo do chocolate faz com
que alguns filamentos energéticos do cordão de prata, que
saem do plexo solar durante as projeções astrais do
psicossoma, tornem-se bastante densos, o que acarreta baixa
lucidez e nível denso de manifestação nessas projeções.
Se acrescentarmos ao consumo excessivo de chocolate ao
consumo excessivo do café, essa influência nefasta no cordão
de prata se estenderá até os seus filamentos principais, que
estão inseridos na cabeça, afetando o chacra frontal e, por
incrível que pareça, até mesmo as energias emanadas pela
glândula pineal, alterando de maneira drástica, com o tempo e
a freqüência do consumo, toda a aura do infeliz consumidor
das “energias escuras” desses elementos.
É importante fazer notar ao leitor, que não é proibido
comer um bombom ou tomar um delicioso cafezinho. Estamos
apenas alertando quanto à ingestão em excesso desses
elementos;
- colas: em relação às colas (Coca e Pepsi), podemos
classificá-las energeticamente, se bem que com dano menor, na
mesma categoria do café e do chocolate.
Resumindo tudo isso, podemos observar que o equilíbrio da
consciência advém do equilíbrio mental. Este, por sua vez,
depende do equilíbrio emocional, energético e físico dos
outros veículos de manifestação.
Logo, a consciência é um somatório de: Pensamento +
sentimento + energia.
Ou melhor, a consciência é um somatório de: Energia (E) +
Sentimento (S) + Pensamento (P) = ESP (Percepção
Extrasensorial integrada de todas as dimensões).
A energia vem antes de tudo, porque qualquer coisa é
energia em graus variados de densidade.
É na energia que tudo brota e cresce. Ela é a matriz que
dá origem a tudo.
Foi da energia cósmica primária (comum a todos os planos)
que os espíritos co-criadores (auxiliares do Criador na
evolução das formas criadas), plasmaram os veículos de
manifestação dos vários planos.
Para sua evolução, é necessário anexá-lo, em primeiro
lugar, a um corpo mental, para que ele possa experienciar o
pensamento. Posteriormente, ele é anexado (através do mental)
a um corpo emocional (astral), para experienciar as emoções.
E, finalmente, a um corpo denso (físico + duplo etérico),
para experienciar as vivências do pensamento e da emoção no
plano físico rudimentar.
Consideramos que a energia é o início de tudo porque o
corpo mental, que é o instrumento evolutivo através do qual o
espírito pensa, é formado na massa energética sutil do plano
mental. Sendo assim, o corpo mental (que é o pensador) só
existe porque antes dele existia a energia, na qual ele foi
plasmado. Sem a energia não haveria um corpo mental e muito
menos o pensamento.
Logo, em qualquer avaliação didática que possamos fazer,
temos que considerar a energia como a matriz do próprio
pensamento.
Em seguida vem o sentimento, pois, como já foi dito
antes, uma mente desequilibrada não pode funcionar
corretamente. Sem uma pacificação emocional, não há como
existir serenidade nos pensamentos.
Logo, o pensamento equilibrado depende do sentimento
equilibrado. Sem esse equilíbrio há distorção mental, o que
acaba gerando pensamentos turbulentos (que nem mesmo podem
ser chamados de pensamentos, pois são somente deformações
mentais).
A prova disso é que a emissão de formas-pensamento (ou
pensamentos-forma, como querem alguns), oriunda do corpo
mental, é determinada pela natureza dos pensamentos. Vários
fatores contam na produção de uma forma mental: forma, cor,
nitidez, potência e qualidade.
Sem dúvida que uma mente turbulenta só produz formas
mentais esmaecidas, sem definição e de péssima qualidade.
E, se a forma mental criada é confusa, obviamente que a
mente que a produziu também é confusa.
Isso evidencia que um pensamento confuso não é um
pensamento real, mas sim um “simulacro de pensamento”. O
pensamento real só pode existir se houver antes o sentimento
na mente.
Sendo assim, podemos concluir que: sem sentimento não há
pensamento, já que não podemos considerar como pensamento as
coisas negativas que brotam de uma mente turvada pela
ignorância ou pelo orgulho.
Resumindo: pensar é uma arte! E o bom “artista
consciencial” é aquele que cria, com energia e sentimento, o
bom pensamento.
Para que a consciência alce vôo para regiões e estágios
evolutivos mais avançados, há que trilhar harmonicamente,
através da experiência vivenciada, esses três caminhos de
manifestação: o Pensamento, o Sentimento e a Energia.
Esses caminhos devem estar equalizados e funcionando como
conjunto perfeito da expressão consciencial sadia.
A trilha consciencial reencarnatória, na qual a Evolução
inseriu os espíritos, é árdua.
A via de escape implica em maturidade. Não aquela
maturidade setorial, na qual a pessoa se sobressai em uma
área específica e é medíocre em outras.
Mas sim a maturidade plena, fruto da sabedoria e do
equilíbrio em todos os contextos.
Já é hora de concluirmos esses texto, mas não podemos
deixar de assinalar ao leitor, ao apagar das luzes desse
pequeno ensaio evolutivo, o resumo do resumo de todas essas
idéias expostas: para viajar no tapete cósmico da Evolução,
com sabedoria, cada consciência deve buscar a síntese do
autoconhecimento exposta nesses três tópicos:
1. Desenvolvimento de capacidades parapsíquicas que
possibilitem à consciência uma melhor inter-relação com o
meio ambiente interdimensional externo e interno.
Todas as capacidades parapsíquicas, se forem cultivadas
com amor e dedicação, são ferramentas evolutivas valiosas no
crescimento da consciência.
Porém, a nosso ver, a expansão da consciência, a viagem
da alma e a intuição são os instrumentos mais eficientes e
diretos de contato com as realidades suprafísicas.
A expansão da consciência (samadhi, satori, consciência
cósmica, etc.), integra a consciência com todas as criaturas
e com todos os planos de manifestação.
A viagem da alma (projeção da consciência, projeção
astral, experiência fora do corpo, viagem astral, etc.),
carrega a consciência para a manifestação “in loco”, seja no
plano astral ou no plano mental, das realidade espirituais.
A intuição é o cabo de ligação da consciência com os
valores mais altos que vêm de outras dimensões. É o fio que
liga a alma a Deus;
2. Melhoria dos conceitos, através da abertura mental
para todas as áreas de conhecimento, sejam elas humanas ou
espirituais;
3. Melhoria dos sentidos espirituais, para capitação dos
sons cósmicos que viajam pelo Cosmos, emanados pelos seres
espirituais avançados, que comunicam suas idéias e vibrações
através da inspiração.
Esta, por sua vez, só aparece nos corações abençoados
pelo amor incondicional e nas mentes iluminadas pelo
discernimento.
Como diziam os antigos hermetistas egípcios:
PENSE (vibração inteligente);
SINTA (vibração de amor);
ENERGIZE (vibração interpenetrante).
“ A luz é sua companheira fiel.
Vibre com ela que o Cosmos vibrará com você”.
“Rama”
“Ramatís”
“Yogananda”
e
“Aïvanhov”
São Paulo, 02 de maio de 1992.
* Este texto pertence ao livro: Viagem espiritual,
psicografado por Wagner D’Eloi Borges. Você Pode adquirir o
livro pela LIVRARIA E EDITORA UNIVERSALISTA LTDA. Rua Carmela
Dutra, 276 - Londrina - Pr. CEP 86.036-290 - Fone: (043) 321-
5251. Visite a homepage do Instituto de Pesquisas
Projeciológicas e Bioenergéticas para ter mais informações:
www.ippb.org.br.
? MOBILIZAÇÃO BÁSICA DE ENERGIAS (MBE):
EV (estado vibracional): Essa é uma técnica passada pelos
amparadores extrafísicos e deve ser feita de 10 a 20 vezes
por dia, em qualquer lugar, podendo ser feita de olhos
abertos. Nesta técnica, através da impulsão da vontade, cria-
se uma condição máxima de dinamização das energias do
holochacra. As moléculas do holochacra vibram intensamente, o
que ocasiona uma soltura do psicossoma em relação ao soma e
um desbloqueio holochacral mais intenso.
Visualize mentalmente toda a energia de seu corpo se
concentrando dentro da sua cabeça. Imagine uma bola de
energia dentro da cabeça e envolvendo a mesma. Concentre-se
nessa bola de energia e através da impulsão da vontade,
visualize ela descendo.
Essa bola de energia vai descendo lentamente pelo pescoço,
ombros, tórax, ao mesmo tempo braços, abdome.
Ela continua descendo e agora ela desce pelos órgãos
sexuais e nádegas, se aproximando das coxas. Agora ela desce
pelas coxas, pernas, e chega nos pés.
Ao chegar nos pés, visualize agora a energia fazendo o
percurso contrário, ou seja, dos pés a cabeça. Quando chegar
novamente a cabeça, visualize essa energia descendo novamente
até os pés pelo mesmo percurso, só que desta vez mais
acelerado.
Continue fazendo esse percurso de ida e volta lentamente,
até completar umas 10 vezes. Tente sentir a energia, e não
apenas imaginá-la, pois o mais importante é perceber as
próprias energias. Imagine-o então acelerando cada vez mais.
O "vai-e-vem" vai se acelerando cada vez mais, até ele ficar
tão veloz que a energia parece vibrar pelo corpo inteiro.
No decorrer dessa técnica, o projetor pode sentir os
seguintes sintomas:
- movimento de ondas vibratórias pulsantes;
- sons fortes;
- formigamento intenso;
- pulsação em tudo;
- pressão intracraniana.
*Obs.: O ideal é fazer a técnica do EV não importando se você
está no trabalho, na rua, na escola, faculdade, sentado,
deitado, em pé ou andando. O EV, além de desbloquear os
chacras e induzir a projeção da consciência, é uma técnica de
autodefesa energética. Assim, quando se sentir em depressão,
em um estado emocional não muito bom, faça a técnica do EV,
ela ajuda no processo de restauração do equilíbrio
holochacral.
Jamais utilize o movimento respiratório para fazer uma
analogia com a técnica do EV, com o objetivo de facilitá-la.
Isso causaria problemas, principalmente quando começa-se a
acelerar o movimento de sobe e desce do EV.
É de se deixar claro que, apesar dessas qualidades do EV,
ele não é um cura-tudo. O EV não muda os pensamentos,
sentimentos e emoções da consciência. Se não nos esforçarmos
em fazer uma reforma íntima e autoconhecimento sérios, o EV
de nada adianta e pode até mesmo piorar a nossa situação,
pois ao desbloquear o holochacra, nós nos tornamos mais
sensíveis à captação dos pensenes das consciências ao nosso
redor (principalmente extrafísicas). Mas se mantivermos um
bom padrão pensênico (pensamento, sentimento e energias. A
consciência deve ter em mente que ela deve desenvolver e
equilibrar ambos e não somente as energias e o intelecto por
exemplo), criamos uma psicosfera (aura, somatório das
energias dos quatro veículos que envolve a consciência)
protetora em volta de nós mesmos, repelindo consciências com
um padrão energético inferior ao nosso (tudo isso vale para a
técnica de interiorização de energias também que vai ser
exposta a seguir).
Técnica da Interiorização de energias: O objetivo dessa
técnica é fazer a energia circular plenamente em todo o corpo
e dissolver bloqueios que possam estar prejudicando o fluxo
de energia, além de dar mais domínio energético ao executor
da técnica. Além do mais, ao "puxar" EI (energia imanente)
para si, você sutiliza e ajuda na purificação da sua própria
energia consciencial, auxiliando bastante a lucidez
extrafísica (no caso da projeção, também chamada de viagem
astral) e fazendo bem à sua própria saúde(somática,
psicossomática e holochacral).
Nesse exercício, a vontade é o poderoso precursor dos fatos
e, assim, a energia irá para onde você mentalmente dirigi-la.
Imagine com muita vontade, uma energia entrando pelo alto
da cabeça, vindo de uma fonte ilimitada acima de você.
Imagine essa energia enchendo toda a cavidade da cabeça,
depois a área do pescoço. Continue respirando normalmente,
visualizando a energia enchendo seu corpo.
Faça a energia preencher toda a caixa torácica, dedicando
especial atenção à área do coração. Veja-a escorrendo por
seus braços, enchendo as mãos e finalmente saindo pelas
palmas e dedos.
Encha todo abdome e o restante do tronco com a energia,
envolvendo cada órgão e glândula; dedique especial atenção ao
plexo solar. Veja a energia enchendo suas nádegas e órgãos
sexuais e depois derramando-se pelas pernas, como se elas
fossem canos vazios - coxas, joelhos, barriga das pernas,
tornozelos e pés.
No decorrer de todo o processo, tente sentir a energia,
pois com o tempo não será mais necessário imaginá-la, pois
ela será sentida fortemente.
Faça esta técnica todos os dias e apenas na sua casa, de
preferência no quarto de dormir. Se esta técnica for feita em
outros ambientes, causará problemas de assédio
interconsciencial para o executor da técnica.
Exteriorização de energias: Esta técnica deve ser feita
logo após uma técnica de EV, precedida por uma de
interiorização de energias, ou apenas depois do EV. Um dos
objetivos desse exercício é criar um cúpula energética dentro
do quarto da conscin (executor da técnica), onde somente
consciexes com o mesmo padrão pensênico da conscin
conseguirão entrar no quarto. Isso se deve ao que os
pesquisadores chamam de choque anímico: uma consciência com
um padrão pensênico inferior, ao entrar em contato com
energias de um padrão superior, entra em choque e, ou
desmaiam e são levados pelos amparadores para sem tratados
(não pelo choque, mas sim pela sua má condição pensênica), ou
fogem rapidamente. A conscin pode também utilizar o choque
anímico como autodefesa energética da seguinte forma: se você
estiver projetado e encontrar alguma consciex (ou conscin
projetada) que quiser assustá-lo ou lhe fazer algum mal,
exteriorize energia na direção dessa consciência (se ela for
de um padrão inferior, ela sofrerá o choque anímico, por isso
é bom que o projetor esteja com um bom padrão pensênico para
que essa técnica dê certo).
A técnica da exteriorização de energias também possibilita
um excelente desbloqueio holochacral e um controle maior das
energias. Esta técnica deve ser feita apenas na sua casa, de
preferência no quarto de dormir.
Autor: Waldo Vieira
24 de fev. de 2011
Sociedade Brasileira de Bugei - Artigos
http://www.bugei.com.br/artigos/index.asp?show=artigo&id=85
As Energias Yin e Yang
Como entender melhor essa questão da polaridade energética? Se tudo está ligado a esse controle de forma a equilibrar as forças, qual é o fundamento para tal?
Em um dos livros que escrevi abordo os princípios dessa polaridade. O corpo comporta dois tipos de energias: yin e yang. São essas energias que proporcionam o equilíbrio ou o desequilíbrio do organismo, caso uma esteja desnivelada com a outra.
Se fôssemos relacionar essas energias com o princípio básico da manutenção da nossa vida – a respiração – verificaríamos que a boca representa o yin (negativo), local por onde ocorre saída de energia; e o nariz seria o yang, local de entrada de energia. Isso tanto é comprovado que a inspiração pela boca é venosa ao nosso corpo. Por isso, pessoas que respiram pela boca tendem a apresentar problemas respiratórios uma vez que existe o desnivelamento dessas energias.
A prática do ki contribui, entre outras coisas, para regular o equilíbrio entre o yin e o yang. Se existe excesso de ki yang no corpo, a pessoa tende a se cansar com facilidade e a se sentir inquieta, mas, se ao contrário, existe excesso de yin, ela torna-se melancólica e deprimida. Pode chegar a um profundo estado de depressão e, até mesmo, ter um impulso suicida. Se o ki, tanto o yin como o yang, estão desproporcionais, a pessoa fica propensa a contrair doenças.
O mesmo ocorre com o fluxo do ki. Não é bom que seja mais intenso em uma determinada direção. Ao praticar ki é preciso manter o equilíbrio entre o yin e o yang fazendo o ki no hara circular em uma determinada direção, mas também em seu sentido contrário, para que não se altere este equilíbrio.
A
lém, dos aspectos já mencionados, é importante também entender a anatomia espiritual sob o aspecto dos pólos energéticos. Todo corpo energético é igual a uma pilha elétrica, onde temos os pólos positivo e negativo coexistindo para manter o equilíbrio neutro.
Distribuição Energética no Corpo:
O lado direito do corpo, a fronte, a linha média do peito e do ventre têm polaridade positiva, assim, a parte frontal do corpo tem o predomínio do pólo positivo.
O lado esquerdo, a nuca e a coluna vertebral têm a polaridade negativa, assim a maior parte das costas, tem a predominância da polaridade negativa.
Os pólos negativos não têm efeito prejudicial no organismo, pois não há relação com as energias negativas, estas sim são prejudiciais ao organismo dos seres. Se notarmos, os chakras têm, pela frente, a polaridade positiva e por trás a negativa.
Se colocarmos a mão esquerda (yin) nas costas (yin) e a direita (yang) na parte frontal (yang), ativamos as energias, pois há excitação, aquecimento, força e sono magnético. Se efetuarmos com as mãos invertidas, ou seja, direita (yang) nas costas (yin) e a esquerda (yin) na frente (yang), criamos um desbloqueio no fluxo energético, acalmando os chakras, causando a calma e o descongestionamento energético. Cada um destes métodos tem a sua eficiência, ora ativando, ora acalmando os centros de forças.
Rotação Magnética dos Corpos
Esse é um outro fator importante que influencia, e muito a circulação do ki corporal. Baseado no mesmo princípio químico, em que átomos têm um dos seus elementos, o elétron, gravitando magneticamente, em volta do núcleo atômico (prótons e nêutrons), produzindo a chamada rotação magnética, temos nos corpos astrais, esta rotação. O sentido da rotação difere num corpo masculino e num corpo feminino.
Temos, assim a rotação em Sentido Horário para os homens (que possui naturalmente a energia yang) e rotação em Sentido Anti-Horário para as mulheres (que possui naturalmente a energia yin).
Esta rotação é importante, pois determina em que sentido magnético vibra um corpo astral. Por esta razão, aliada a outras, é que a troca de energias sexuais entre indivíduos de sexos opostos se complementa naturalmente já que os fluxos energéticos gravitam em sentidos opostos. Já na troca sexual entre casais homossexuais (do mesmo sexo) a harmonia se estabelece através da polarização de uma das partes.
Haragei, portanto, é uma disciplina complexa e cheia de detalhes que se amplia num universo de ações e reações energéticas corporais através de uma prática diária.
Mergulhar nesse mundo de energias e aprender a controlá-las pode ser, inicialmente, tão difícil quanto é para a criança aprender a engatinhar, a se equilibrar,levantar e andar. Mas não é impossível. A busca deve ser persistente, o caminho pode ser cansativo, mas a recompensa é inestimável.
“Keizoku wa daiji” — Persistir é importante.
As Energias Yin e Yang
Como entender melhor essa questão da polaridade energética? Se tudo está ligado a esse controle de forma a equilibrar as forças, qual é o fundamento para tal?
Em um dos livros que escrevi abordo os princípios dessa polaridade. O corpo comporta dois tipos de energias: yin e yang. São essas energias que proporcionam o equilíbrio ou o desequilíbrio do organismo, caso uma esteja desnivelada com a outra.
Se fôssemos relacionar essas energias com o princípio básico da manutenção da nossa vida – a respiração – verificaríamos que a boca representa o yin (negativo), local por onde ocorre saída de energia; e o nariz seria o yang, local de entrada de energia. Isso tanto é comprovado que a inspiração pela boca é venosa ao nosso corpo. Por isso, pessoas que respiram pela boca tendem a apresentar problemas respiratórios uma vez que existe o desnivelamento dessas energias.
A prática do ki contribui, entre outras coisas, para regular o equilíbrio entre o yin e o yang. Se existe excesso de ki yang no corpo, a pessoa tende a se cansar com facilidade e a se sentir inquieta, mas, se ao contrário, existe excesso de yin, ela torna-se melancólica e deprimida. Pode chegar a um profundo estado de depressão e, até mesmo, ter um impulso suicida. Se o ki, tanto o yin como o yang, estão desproporcionais, a pessoa fica propensa a contrair doenças.
O mesmo ocorre com o fluxo do ki. Não é bom que seja mais intenso em uma determinada direção. Ao praticar ki é preciso manter o equilíbrio entre o yin e o yang fazendo o ki no hara circular em uma determinada direção, mas também em seu sentido contrário, para que não se altere este equilíbrio.
A
lém, dos aspectos já mencionados, é importante também entender a anatomia espiritual sob o aspecto dos pólos energéticos. Todo corpo energético é igual a uma pilha elétrica, onde temos os pólos positivo e negativo coexistindo para manter o equilíbrio neutro.
Distribuição Energética no Corpo:
O lado direito do corpo, a fronte, a linha média do peito e do ventre têm polaridade positiva, assim, a parte frontal do corpo tem o predomínio do pólo positivo.
O lado esquerdo, a nuca e a coluna vertebral têm a polaridade negativa, assim a maior parte das costas, tem a predominância da polaridade negativa.
Os pólos negativos não têm efeito prejudicial no organismo, pois não há relação com as energias negativas, estas sim são prejudiciais ao organismo dos seres. Se notarmos, os chakras têm, pela frente, a polaridade positiva e por trás a negativa.
Se colocarmos a mão esquerda (yin) nas costas (yin) e a direita (yang) na parte frontal (yang), ativamos as energias, pois há excitação, aquecimento, força e sono magnético. Se efetuarmos com as mãos invertidas, ou seja, direita (yang) nas costas (yin) e a esquerda (yin) na frente (yang), criamos um desbloqueio no fluxo energético, acalmando os chakras, causando a calma e o descongestionamento energético. Cada um destes métodos tem a sua eficiência, ora ativando, ora acalmando os centros de forças.
Rotação Magnética dos Corpos
Esse é um outro fator importante que influencia, e muito a circulação do ki corporal. Baseado no mesmo princípio químico, em que átomos têm um dos seus elementos, o elétron, gravitando magneticamente, em volta do núcleo atômico (prótons e nêutrons), produzindo a chamada rotação magnética, temos nos corpos astrais, esta rotação. O sentido da rotação difere num corpo masculino e num corpo feminino.
Temos, assim a rotação em Sentido Horário para os homens (que possui naturalmente a energia yang) e rotação em Sentido Anti-Horário para as mulheres (que possui naturalmente a energia yin).
Esta rotação é importante, pois determina em que sentido magnético vibra um corpo astral. Por esta razão, aliada a outras, é que a troca de energias sexuais entre indivíduos de sexos opostos se complementa naturalmente já que os fluxos energéticos gravitam em sentidos opostos. Já na troca sexual entre casais homossexuais (do mesmo sexo) a harmonia se estabelece através da polarização de uma das partes.
Haragei, portanto, é uma disciplina complexa e cheia de detalhes que se amplia num universo de ações e reações energéticas corporais através de uma prática diária.
Mergulhar nesse mundo de energias e aprender a controlá-las pode ser, inicialmente, tão difícil quanto é para a criança aprender a engatinhar, a se equilibrar,levantar e andar. Mas não é impossível. A busca deve ser persistente, o caminho pode ser cansativo, mas a recompensa é inestimável.
“Keizoku wa daiji” — Persistir é importante.
A MENTE E O SIGNIFICADO DA VIDA
http://pedropaulomonteiro.com/mente.htm
Pedro Paulo Monteiro
AO APERTAR SUA MÃO, O QUE VOCÊ SENTE? A sensação está na mão ou no cérebro? Lembro-me de que essa pergunta foi o início de uma discussão na aula de Fisiologia do curso de pós-graduação em Neurologia. De um lado, os defensores da neurofisiologia mecanicista; do outro, os adeptos da neurociência filosófica. Embora todos fossem alunos do mesmo curso, a turma se dividiu. Profissionais costumam discutir para sustentar suas opiniões.
Eu quis acalorar a discussão usando um koan que havia lido em um livro budista. O koan é um enigma zen usado na prática Rinzai para se atingir a iluminação. Ele não pode ser resolvido pelo raciocínio lógico. Para tentar resolvê-lo, o aprendiz deve ir além do raciocínio dedutivo. Existem vários koans; o que usei foi um bastante conhecido: “Qual o som de uma única mão ao bater palmas?” O silêncio de ambos os grupos foi imediato; ninguém conhecia os koans, e, portanto, acreditaram que eu estivesse achincalhando a discussão. Alguns saíram da sala me acusando de irônico. Não quis ser sarcástico; apenas acreditei que pudéssemos pensar o cérebro de outro modo que não fosse pelo pensamento linear. Mesmo porque a própria pergunta se parecia com um koan e não podia ser respondida de modo linear. Se, na Neurologia, pudéssemos usar koans zen, poderíamos fazer essa pergunta da seguinte maneira: “Ao apertar sua mão, onde está a sua mão, no cérebro ou em A mente e o significado da vida 310806.pmd 21 31/8/2006, 11:15 22 você?” Pode parecer brincadeira, mas, se filosofarmos um pouco mais, será que poderíamos responder, com certeza, onde está o nosso corpo? Na Neurologia, nem sempre foi possível obter respostas claras para os grandes enigmas. Desde Descartes (1596-1650), que acreditava que os movimentos da alma lançavam os espíritos em direção aos poros das paredes dos ventrículos cerebrais, para depois viajarem pelos nervos colocando a vontade da alma em prática, Thomas Willis (1621-1675), “viciado em abrir cabeças” como ele próprio se denominava, que insistia em descobrir os lugares secretos da mente, passando por Franz Joseph Gall (1757–1828) com sua incrível frenologia, até semana passada (março de 2006), quando escutei de um renomado neurocirurgião, e professor catedrático de uma conceituada universidade federal brasileira, acerca de uma cirurgia realizada por ele: “Eu retirei grande parte do cérebro, porém as estruturas nobres foram preservadas”. Isso só me faz refletir com tristeza que pouco se mudou. Muda-se o cenário, mas continua o mesmo paradigma. As respostas continuam sendo interpretações lógicas, de cunho dedutivo. Quando fiz o curso de Neurologia, estava na efervescente década das pesquisas do cérebro. Novas descobertas surgiam todos os dias, e, com elas, as refutações brotavam abundantes. Tínhamos novos modos de olhar e compreender o incompreensível. Cada livro tentava ser mais didático do que o outro. Para ser de fácil entendimento, tudo era simplificado. Enveredar pela trilha da mente sempre foi uma viagem fantástica. Na primeira parte deste livro, pretendo caminhar pelas absurdas, porém não menos válidas, tentativas dos diversos pesquisadores do cérebro na busca da sede da alma. Atravessaremos os pensamentos desses grandes homens e veremos que a mente não é o cérebro. Para abordar a mente, proponho trafegar em minha própria história, pois não poderia escrever sobre a mente na terceira pessoa. Assim, em vários momentos trarei fragmentos de minhas lembranças e fatos construídos em minha própria história. A meu ver, as árduas tentativas em compreender a mente sempre foram, e continuarão sendo, a busca do significado da vida. Quando comecei a me interessar pela neurologia, foi no sentido de buscar respostas para as minhas reflexões. Meus pensamentos sempre foram inconstantes acerca do que é o viver, o adoecer, e o morrer. Pelo fato de querer ser terapeuta (muito diferente de ser fisioterapeuta), o meu interesse sempre esteve no sujeito e não no objeto. Infelizmente, não consegui encontrar mestres que me fornecessem A mente e o significado da vida 310806.pmd 22 31/8/2006, 11:15 23 respostas fundamentais, mesmo que apenas fossem aproximações da natureza do real. Atualmente alcancei o entendimento de que ser humano é ser sujeito e, conseqüentemente, é ser enigma, estranho, indeterminado. Estudar neurologia não me possibilitou atingir respostas confortáveis, pois ela sempre esteve direcionada aos problemas, aquilo que não funciona bem, conhecer procedimentos para solucionar patologias. Demorei muito tempo para entender que a doença é uma peça do teatro da mente, com enredo bem escrito e personagens bem trajados. O corpo, nesse caso, é o palco em que todos podem assistir à encenação. Lembro-me de Carlos, meu primeiro paciente neurológico, um rapaz de 22 anos. Nós tínhamos a mesma idade na época. Ele sofrera um acidente de moto. Estava em alta velocidade quando entrou debaixo de um caminhão carregado de tijolos. Ele teve diversas fraturas na coluna cervical, deixando-o com uma lesão medular severa. Carlos não conseguia mexer nenhuma parte do corpo senão o pescoço. Mesmo assim, não tinha muita amplitude de movimento, porque teve de ser submetido à cirurgia de estabilização da coluna cervical. Numa das sessões terapêuticas, ele estava muito nervoso e esbravejava, sendo extremamente grosseiro com as pessoas. Quando cheguei perto dele, achei que deveria confortá-lo e, cheio de mim mesmo, fui logo lançando minha “filosofia de botequim”. É uma pena não poder lembrar meu próprio rosto, mas, com certeza, eu tentava dissimular minha fragilidade. Eu disse, com a minha mão repousando no ombro dele: “Não fique assim, eu sei o quanto é difícil para você”. O olhar dele foi inesquecível. Lembro-me, como se fosse hoje, daqueles olhos verdes de raiva. Eram olhos penetrantes e violentos. Ele parou de esbravejar por um instante e disse calmamente: “Você sabe o que é ter uma lesão medular e ficar paralisado do pescoço para baixo? Sabe o que é depender de outras pessoas para fazer as coisas para você? Sabe o que é perder o próprio corpo para sempre? Se não sabe, pare de falar merda e cale a boca seu babaca!” Aquilo veio com tanta intensidade que o meu corpo ficou anestesiado. Não pude agüentar; todas as minhas couraças profissionais se desarmaram, e fiquei totalmente nu. A minha vulnerabilidade acabava de ser violentada por palavras certeiras. Tive de me despedir e dizer à mãe dele que não podia tratá-lo naquele dia; voltaria dali a dois dias. Quando entrei no meu carro, chorei copiosamente. Não podia entender o que estava acontecendo. Sentia uma mistura de sentimento de humilhação, fragilidade, insignificância, impotência, incompetência. O ego profissional se esfacelou, não sobrando nada. Depois de alguns minutos, olhei-me no espelho retrovisor do carro e disse a mim mesmo: “Se eu não souber tratar de gente como gente, eu desisto aqui e agora”. Dali para frente, eu resolvi buscar outros conhecimentos que pudessem me formar melhor; precisava aprender a calar caso desconhecesse os sentimentos alheios. Não tive a oportunidade de estar com ele novamente; Carlos morreu dois dias após o ocorrido, por overdose de cocaína. Essa imagem mental andará comigo por muitas léguas. Carlos me ensinou, naquele ínfimo momento, o que não aprendi em anos na faculdade. É preciso renovar o aprendido desde sempre. Como dizia o grande poeta português Fernando Pessoa: Procuro despir-me do que aprendi, Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu... Se esquecer é mais difícil do que lembrar, nada melhor do que aprender a ser incapaz num mundo “tão competente”, repleto de fachadas. Quase 20 anos após esse fato, percebo ainda que competência profissional nada mais é do que história de heroísmo criada para satisfazer a egos esburacados. Muitos profissionais da saúde carregam o fardo do mito do herói, acreditam ser o salvador; tudo pode ser solucionado, bastando, para isso, se atirar nas pesquisas de ponta. Somos construídos no modelo do auto-engano para nos sentirmos seguros. Quando tratamos de gente, tudo ocorre de modo tão complexo que é impossível saber a origem e o fim de um processo. O humano é indeterminado, porquanto impossível de se desvelar por completo. O desdobramento de uma história só pode ocorrer no contexto presente. Mesmo assim, tudo não passa de história criada por nossas mentes.
A meu ver, se as histórias não fossem criadas, muitos não suportariam o tranco do dia-a-dia da profissão. Porém, até aonde vai o auto-engano para nos sentirmos satisfeitos? A Neurologia é tão enigmática quanto os koans. Buscar respostas não é o mesmo que ter certeza de possui-las. Ao se aproximar de certezas, cai-se em paradoxos. “A natureza resguarda o ventre escuro donde gera incansavelmente o que vemos, ouvimos, degustamos e dizemos.”A ciência se constitui na procura de respostas, e não em conclusões absolutas. Atualmente os grandes cientistas aceitam que suas teorias são apenas descrições da realidade. Recebemos a herança amarga da certeza. Desde Aristóteles, viver na incerteza e ser transitório se tornou inaceitável. O incompreendido foi fragmentado e analisado a fim de se obter clareza. Quanto mais se corta e isola, mais se afasta do contexto. O que não é contextual não pode ser real. Em nossos dias, os detalhes são enaltecidos, e o que pode ser visto e analisado é considerado verdadeiro, enquanto o invisível se tornou somente crença. O ego cartesiano é exaltado em detrimento da natureza do vir-a-ser heraclitiano. O limite do conhecimento passou a ser inaceitável para as mentes que se alimentam de poder. Isso é tão freqüente que, nos discursos diários, perder o poder de conhecer passou a significar perder o próprio paraíso. Muitos afirmam que a divindade habita egos. Quanto maior a certeza, maior o jogo das sombras. A dança das imagens mentais engana, de modo que não conseguimos perceber que estamos sendo joguetes na mão da mãe natureza. Viver é encenar roteiros escritos por nós mesmos. Assim, pretendo mostrar, na segunda parte deste livro, que somos livres para criar nossas histórias. Nada pode ser trazido para dentro de nós a não ser em forma de imagens. São essas imagens mentais que nos fazem ser quem somos e ver o mundo como vemos. Assistir ao espetáculo da vida é construir mentalmente o próprio espetáculo enquanto ele se desenrola. No processo do vir-a-ser, nada sabemos, só podemos criar histórias para a nossa satisfação. O que nos faz humanos é ser munidos de consciência e, portanto, saber que sabemos. Na terceira parte, quero enveredar pela consciência a fim de trazer à luz o que nos torna conhecedores de nossa própria realidade. Porém, conhecer a realidade de maneira objetiva se tornou um problema profundo, principalmente após as descobertas da nova física. Ser parte daquilo que observamos revelou nossa limitação, e a pretensão de conhecer o mundo de modo impessoal passou a ser um grande equívoco. Nunca estaremos livres de nossas lentes e sempre vamos estar à mercê de nossos filtros. A mente humana é um teatro em que são encenados símbolos, e o resultado final de cada ato é o corpo (fresh symbol), paisagem de nós mesmos. O corpo nos fornece a nitidez de nossa experiência. Só a experiência é real? Dentro de nós, existe uma potência, um modus operandi do vir-a-ser. Isto é, na mente, existe o que queremos que exista. Ter uma mente é ter uma escolha. Na potência, tudo pode ser construído; porém, a construção será sempre inacabada, incerta e imperfeita. A dúvida engendra um movimento à frente, rumo à evolução da espécie humana. O real é apenas um conceito, símbolo criado por nós mesmos. A sensibilidade do corpo permite a ele reagir ao ambiente, aprender e acumular experiências. A estrutura humana evoluiu e aprendeu a decifrar a realidade baseada principalmente na compleição fornecida pelos sentidos. O que não se pode sentir passou a ser visto como irreal. Contudo, a evolução da mente humana propiciou a articulação de códigos simbólicos. Daí surgiram expressões artísticas, escopos religiosos, filosofias existenciais, aventuras reflexivas. Novos jogos da natureza se estabeleceram, e passamos a transcender o corpo para atingir o numinoso. Quanto maior o conhecimento, maior o questionamento, e mais nos chafurdamos no lodo da dúvida de quem somos nós, por que somos como somos, se o que está na mente é real, se podemos acreditar naquilo que sentimos, e se desconfiar do real é duvidar de nossa própria existência. O propósito deste livro não é preencher lacunas, e sim abrir espaços para outras construções criativas. O humano é inacabado; portanto, seria impossível determinar o indeterminado. De qualquer modo, é possível produzir novos conceitos, novas maneiras de ver o invisível. A ciência da física das partículas elementares tem se mostrado um instrumento hábil no auxílio do conhecimento daquilo que nossas sondas sensoriais não podem captar. A teoria da incerteza de Heisenberg já minimizou muitas de nossas pretensões científicas. Porém, muitos ainda não querem acreditar nisso, deixando de lado o micro para se voltar apenas ao macro. Quando retiramos parte do real, ele deixa de ser real. Viver na dúvida é também uma possibilidade. Ficar menos poderoso é também sofrer menos. Quando o poder acaba, termina também o sofrimento de não almejá-lo. Na incerteza e no inacabado, está a história de todos nós humanos. Enquanto vivermos, estaremos em busca de desdobrar conhecimento em significado. Isso nos gera a motilidade, um movimento interno de origem desconhecida que nos propicia coragem em continuar na senda do desvelamento. Não podemos viver sem significado. Fomos dotados de consciência; no entanto, é preciso desvelar, cumprir, criar, decidir. Enfrentamos momentos difíceis, nos quais somos convencidos a comprar alicerces prontos. Sem decisão, não há responsabilidade; sem responsabilidade, não há vida. Sem a oportunidade de escolha, ficamos à deriva, somos cerceados à opinião das massas. Atravessamos uma época difícil cujas condutas destrutivas, em decorrência do paradigma competitivo, nos geraram medo de apostar no novo; a lei da sobrevivência se firmou no modelo equivocado do vencer pela eliminação do adversário; a incerteza, que sempre produziu saídas criativas, se transformou em desesperança e posturas apáticas; a experiência da beleza passou a ser vendida em lojas de departamento, enquanto a televisão e as redes virtuais da internet nos enganam com promessas de um mundo seguro e sólido; as religiões criam modelos de heróis salvadores baseados na cultura cinematográfica de Hollywood; a transcendência ao numinoso se tornou caminho simples a partir do auxílio de substâncias alucinógenas; o cérebro se transformou em uma máquina computacional cujo programa pode ser construído de acordo com as exigências do freguês; as universidades se interessam pelo conhecimento vendido; assim, o importante é obter o certificado, um ticket que permite a livre passagem para o mundo profissional. Enfim, chegamos à era do paradigma pós-humano, referenciado no avanço tecnológico cujos instrumentos modernos fornecem todas as certezas, quantificando e somando medidas precisas, fundamentadas em uma lógica linear que tudo pode. Nessa etapa, acredita-se que o humano em si é insuficiente, e a forma biológica, inadequada às demandas do meio. Por isso, é necessário reprojetar o humano de maneira competente a fim de que ele se torne uma máquina exímia, sem erros ou perturbações. Estamos mais próximos da ficção do que daquilo que podemos denominar de real. Nos dias de hoje, o simulacro se tornou verdade absoluta. Pensar o humano sem refletir acerca da mente e da consciência não faz sentido. Para lograr o conhecimento, será preciso se deparar com o invisível, o intangível. Porém, o que elude a percepção merece atenção? A meu ver, sem descrever o invisível, é impossível atingir o visível, a matéria, o corpóreo. Sem corpo, não há mundo, só sonho sem forma. Como reaver a forma perdida? Pela re-volta e pela responsabilidade. Voltar para dentro em busca de si mesmo a fim de responder às demandas da vida. Esse é o propósito crucial de todo ser vivo. No visível, tudo se mostra simples, porém repleto de buracos. Ao enveredarmos pela senda do autoconhecimento, nos deparamos com algo mais profundo e observamos que o visível é somente a ponta do iceberg. O veladotem muito a nos ensinar. Por isso, não basta conhecer o cérebro para saber quem somos. Repetirei, diversas vezes, que o cérebro não é a mente, pois a proposta deste livro é buscar sentido e elucidar equívocos. Convido o leitor a ir além do neocórtex. Não devemos aquiescer ao velado sem tentar desdobrá-lo. Mesmo que saibamos que a mente constrói histórias para nos satisfazer, é preciso se revoltar e ser responsável. Se a afirmação de alguns cientistas quânticos estiver certa, quem sabe encontraremos aqui respostas apaziguadoras para o nosso caminho. Se tudo sai antes de nós para depois podermos perceber o que está fora, quem sabe descobriremos que o significado da vida está no interlúdio da concretização; no espaço entre o eu e o não-eu, no trânsito da relação humana. Portanto, quero propor, neste livro, uma viagem pelos escombros de minha própria mente. Não quero enunciar caminhos sem que eu possa estar neles. Não posso conceber a mente do outro, pois nela existe algo a mais, inacessível a minha compreensão. Sendo assim, quero propor aqui uma jornada por minha própria história, lembranças da infância de um garoto curioso que buscava atravessar a janela do quarto a fim de descobrir o que existia fora, desafiando o próprio aprendizado, arriscando perder as raízes maternas. Um garoto que buscou esculpir paisagens belas e sensíveis para viver melhor. Creio que somos capazes de romper com todas as forças que nos aprisionaram, mesmo que essas forças sejam familiares. Nascemos sozinhos e viveremos sozinhos, porque ser é um vir-a-ser contínuo. Não há como escapar de nós mesmos senão pelo modelo do auto-engano. As sensações e as manifestações de meu corpo, de toda uma época, estão vivas. Envelhecer me permitiu ter uma perspectiva totalmente diferente do tempo. Por isso, buscar respostas em mim mesmo é convidar o leitor a estar ao meu lado, desvendar a si mesmo. Ninguém constrói caminhos para estar isolado; quero compartilhar com você minha trajetória e meus questionamentos, mesmo sabendo da presença infinita de minha solidão.
http://pedropaulomonteiro.com/curriculo.htm
No Zen-budismo, um Koan é uma narrativa, um
diálogo, uma questão ou uma afirmação que contém
aspectos que são imediatamente inacessíveis à razão.
O Koan tem como objetivo propiciar a Illuminação do
aspirante a zen-budista. O Koan é um problema que o
discípulo do Zen deverá resolver, mas cuja solução não
poderá ser atingida apenas pelo pensamento
intelectual. O Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua
Portuguesa assim define um Koan: no Zen-budismo, o
Koan é uma sentença ou pergunta de caráter
enigmático e paradoxal, usado em práticas monacais
de meditação com o objetivo de dissolver o raciocínio
lógico e conceitual, conduzindo o praticante a uma
súbita Illuminação intuitiva.
Os métodos mais usados no Zen com vista à
Illuminação (Satori, em japonês) são o trabalho sobre
a respiração, a postura e os Koans. O Zen-budismo
japonês divide-se essencialmente em duas escolas:
Soto e Rinzai. A primeira valorizou os dois primeiros
métodos; já a segunda deu ênfase essencialmente ao
método dos Koans.
Enfim, os Koans mais famosos foram compilados por
Mumon Ekai (1183 – 1260), da Escola Rinzai, sob o
título de Wu-men kuan (Mumonkan) – a Porta sem
porta (Mu, a barreira do Supremo Conhecimento). Eles
são as portas para a verdade e para a libertação. Mas,
não são portas já abertas, mas portas a abrir. Daí, que
no próprio Mumonkan se possa ler:
O Grande Caminho não tem porta,
Milhares de estradas lá vão dar.
Aquele que atravessa esta Porta sem porta
Caminha livremente entre o céu e a Terra.
Aquele que tiver se libertado dos pensamentos ilusórios
e realizado a unidade entre o interior e o exterior será
como um mudo que teve um sonho, mas que não o
pode comunicar aos outros. O céu ficará aturdido e a
Terra tremerá.
1º Koan:
Mal comeces a pensar se 'tem' ou 'não tem' és um
homem morto.
2º Koan:
Aquele que passa a Porta sem porta marchará de mão
dadas com toda a linhagem de Patriarcas, olhando com
o mesmo olho e ouvindo com o mesmo ouvido.
3º Koan:
Batendo duas mãos uma na outra temos um som. Qual
é o som de uma única mão?
4º Koan:
Quem pensa que entendeu se questiona.
Quem pensa que não entendeu questiona os outros.
Quem entendeu não diz nada.
E quem não entendeu também não diz nada!
5º Koan:
Antes de os teus pais terem nascido, qual era a tua
natureza original?
6º Koan:
Qual é o som do silêncio?
7º Koan:
A própria mente desencaminha a mente; acautela-te
contra a mente.
8º Koan:
Não use o arco e flecha de outrem.
Não cavalgue o cavalo de outra pessoa.
Não discuta as falhas de outro.
Não se meta nos negócios de uma outra pessoa.
9º Koan:
Um Mestre oferece um melão a um discípulo, e
pergunta: — Que te parece o melão? Tem bom gosto?
— Sim, sim! Muito bom gosto! – responde o discípulo.
O Mestre, então, faz outra pergunta: — O que tem
bom gosto: o melão ou a língua?
10º Koan:
Como se pratica a esgrima sem espada?
11º Koan:
Quem é você?
12º Koan:
Suba uma escada de 99 de graus até o último degrau.
Agora, suba mais um degrau...
13º Koan:
Qual era o seu rosto original – aquele que você possuía
antes de nascer?
14º Koan:
Todos os fenômenos são impermanentes. Tudo que
nasce deve finalmente morrer. O que nasce e o que
morre?
15º Koan:
Não siga o passado; não se perca no futuro. O passado
não existe mais; o futuro ainda não chegou.
Observando profundamente a vida como ela é, aqui e
agora, é que permanecemos equilibrados e livres.
16º Koan:
Um cão tem uma natureza de Buddha? Se você disser
que sim, eu vou bater em você. Se você disser não, eu
vou bater em você. Vá e descubra a resposta. E,
qualquer que seja a sua resposta, eu vou bater em
você!
17º Koan:
Um homem, viajando em um campo, encontrou um
tigre. Ele correu, com o tigre em seu encalço.
Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes
expostas de uma vinha selvagem em suas mãos, e
pendurou-se precipitadamente abaixo, na beira do
abismo. O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem
olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, outro
tigre a esperá-lo. Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao
olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro
branco, roendo aos poucos sua raiz. Neste momento,
seus olhos perceberam um belo morango vicejando
perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o
morango com a outra e o comeu. — Que delícia! — ele
disse.
18º Koan:
Nan-In, um Mestre japonês durante a Era Meiji,1
recebeu um professor universitário, que veio lhe
inquirir sobre Zen. Este iniciou um longo discurso
intelectual sobre suas dúvidas.
Nan-In, enquanto isso, servia o chá. Ele encheu
completamente a xícara de seu visitante, e continuou a
enchê-la, derramando chá pela borda.
O professor, vendo o excesso se derramando, não
pode mais se conter e disse:
— Está muito cheia! Não cabe mais chá!
Então, o Mestre Nan-in disse: — Como esta xícara,
você está cheio de suas próprias opiniões e
especulações. Como eu posso lhe demonstrar o Zen
sem que você primeiro esvazie a sua xícara?
19º Koan:
Um grande shogun japonês, chamado Nobunaga,
decidiu atacar o inimigo, embora ele tivesse apenas um
décimo do número de homens que seu oponente.
Mesmo assim, ele sabia que poderia ganhar, mas seus
soldados tinham dúvidas. No caminho para a batalha,
ele parou em um templo Shintó, e disse aos seus
homens:
— Após eu visitar o relicário eu jogarei uma moeda. Se
a cara sair, iremos vencer; se sair a coroa, iremos com
certeza perder. O destino nos tem em suas mãos.
Nobunaga entrou no templo e ofereceu uma prece
silenciosa. Então, saiu e jogou a moeda. A cara
apareceu. Seus soldados ficaram tão entusiasmados
para lutar, que acabaram ganhando a batalha
facilmente.
Após a batalha, seu segundo em comando comentou
orgulhoso:
— Ninguém pode mudar a mão do destino!
— Realmente não — disse Nobunaga, mostrando-lhe
reservadamente a moeda, que tinha sido duplicada,
possuindo a cara impressa nos dois lados.
20º Koan:
Um orgulhoso guerreiro, chamado Nobushige, foi até o
Mestre Hakuin, e perguntou-lhe: — Se existe um
paraíso e um inferno, onde estão?
— Quem é você? — perguntou Hakuin.
— Eu sou um samurai! — o guerreiro exclamou.
— Você? Um guerreiro? — riu-se Hakuin. — Que
espécie de governante teria tal guarda? Sua aparência
é a de um mendigo!
Nobushige ficou tão raivoso que começou a
desembainhar sua espada, mas Hakuin continuou:
— Então, você tem uma espada! Sua arma
provavelmente está tão cega que não cortará minha
cabeça...
O samurai desembainhou a espada e avançou pronto
para matar, gritando de ódio. Neste momento, Hakuin
anunciou:
— Acaba de se abrir o Portal do Inferno!
Ao ouvir estas palavras, e percebendo a sabedoria do
Mestre, o samurai embainhou sua espada, e fez-lhe
uma profunda reverência.
— Acaba de se abrir o Portal do Paraíso — disse
suavemente o Mestre Hakuin.
21º Koan:
Um homem queria ficar rico e, todos os dias, pedia a
Deus que atendesse às suas súplicas. Em um dia de
inverno, ao voltar da oração, avistou, presa no gelo do
caminho, uma polpuda carteira de dinheiro. No mesmo
instante, julgou-se atendido. Mas, como a carteira
resistisse aos seus esforços para retirá-la, urinou em
cima dela, a fim de derreter o gelo que a retinha. E, foi
então que despertou na cama toda molhada!
22º Koan:
Mestre Tokuan (cujo nome significa pepino) estava
morrendo. Um discípulo se aproximou, e perguntou-lhe
qual era o seu testamento. Takuan respondeu que não
tinha testamento. Mas o discípulo insistiu:
— Não tendes nada? Nada para dizer?
— A vida não passa de um sonho2 — disse o Mestre
Tokuan.
E expirou.
23º Koan:
Um renomado Mestre Zen dizia que seu maior
ensinamento era este: Buddha é a sua Mente. De tão
impressionado com a profundidade implicada neste
axioma, um monge decidiu deixar o monastério e se
retirar em um local afastado para meditar nesta peça
de sabedoria. Ele viveu vinte anos como eremita
refletindo no grande ensinamento.
Um dia, ele encontrou outro monge, que viajava na
floresta próxima à sua ermida. Logo, o monge eremita
soube que o viajante também havia estudado com o
mesmo Mestre Zen.
— Por favor, diga-me: você conhece o grande
ensinamento do Mestre — perguntou ansioso o monge
eremita.
Os olhos do monge viajante brilharam. E disse: — Ah!
O Mestre foi muito claro sobre isto. Ele disse que seu
maior ensinamento era: Buddha não é a sua mente.
24º Koan:
Certa vez, o Mestre taoísta Chuang Tzu sonhou que era
uma borboleta, voando alegremente aqui e ali. No
sonho, ele não tinha mais a mínima consciência de sua
individualidade como pessoa. Ele era realmente uma
borboleta. Repentinamente, ele acordou, e se
descobriu deitado em sua cama, uma pessoa
novamente.
Mas, então, ele pensou para si mesmo:
'Antes, fui um homem que sonhava ser uma borboleta
ou, agora, sou uma borboleta que sonha ser um
homem?'
25º Koan:
O primeiro-ministro da Dinastia Tang era um herói
nacional pelo seu sucesso tanto como homem de
Estado quanto como líder militar. Mas, a despeito de
sua fama, poder e riqueza, ele se considerava um
humilde e devoto buddhista. Freqüentemente ele
visitava seu Mestre Zen favorito para estudar com ele,
e eles pareciam se dar muito bem. O fato de ser era
primeiro-ministro aparentemente não tinha efeito em
sua relação, que parecia ser simplesmente a de um
reverendo Mestre e seu respeitoso estudante.
Um dia, durante sua visita usual, o primeiro-ministro
perguntou ao Mestre: — Mestre, o que é o egoísmo, de
acordo com o Buddhismo?
O rosto do Mestre ficou vermelho, e num tom de voz
extremamente desdenhoso e insultuoso, gritou em
resposta:
— Que tipo de pergunta estúpida é esta?
Tal resposta, tão inesperada, chocou tanto o
primeiro-ministro, que, imediatamente, arrogante e
com raiva, retorquiu:
— Como ousa me tratar assim?
Neste momento, o Mestre Zen sorriu e disse: — Isto,
Excelência, é egoísmo!
26º Koan:
O Certa vez Chuang Tzu e um amigo caminhavam à
margem de um rio.
— Veja os peixes nadando na corrente — disse Chuang
Tzu. — Eles estão realmente felizes...
— Você não é um peixe — replicou arrogantemente seu
amigo. — Então, você não pode saber se eles estão
felizes!
— Você não é Chuang Tzu — disse Chuang Tzu. —
Então, como você pode afirmar que eu não sei que os
peixes estão felizes?
27º Koan:
Após dez anos de aprendizagem, Tenno atingiu o título
de Mestre Zen. Em um dia chuvoso, ele foi visitar o
famoso Mestre Nan-In. Quando ele entrou no mosteiro,
o Mestre, imediatamente, recebeu-o com uma questão:
— Você deixou seus tamancos e seu guarda-chuva no
alpendre?
— Sim, Mestre — respondeu Tenno.
— Então, diga-me — continuou o Mestre: — Você
colocou seu guarda-chuva à esquerda de seu calçado
ou à direita?
Tenno não soube responder, percebendo, afinal, que
ainda não havia alcançado a plena atenção. Ele, então,
se tornou aprendiz do Mestre Nan-In, e estudou sob
sua orientação por mais dez anos.
28º Koan:
Um monge pôs-se a caminho de uma longa
peregrinação para encontrar Buddha. Ele levou muitos
anos em sua busca até alcançar a terra onde se dizia
que vivia o Senhor Buddha. Ao cruzar o sagrado rio que
cortava este país, o monge olhava em torno, enquanto
o barqueiro conduzia o bote. Ele percebeu algo
flutuando que vinha em sua direção. Quando o objeto
chegou mais perto, ele viu que era um cadáver – e que
o morto era ele mesmo! O monge perdeu todo o
controle e deu um grito de dor à visão de si mesmo,
rígido e sem vida, flutuando suavemente na corrente
do grande rio. Neste instante percebeu que ali estava
começando sua busca pela liberação... E, então, ele
soube, definitivamente, que sua busca por Buddha
havia terminado.3
29º Koan:
O amanhã não é real. É uma ilusão. A única realidade é
o agora. O verdadeiro sofrimento é viver ignorando
este 'Dharma'.
30º Koan:
O Santo Dharma – o Primeiro Princípio – é um vasto
vazio, sem nada santo dentro dele.
31º Koan:
Dois peregrinos estavam perdidas no deserto. Estavam
morrendo de inanição e sede. Finalmente, avistaram
um alto muro. Do outro lado, podiam ouvir o som de
quedas d'água e de pássaros cantando. Acima, podiam
ver os galhos de uma árvore frutífera atravessando e
pendendo sobre o muro. Seus frutos pareciam
deliciosos. Um dos homens subiu o muro e
desapareceu no outro lado. O outro, em vez disso,
saciou sua fome com as frutas que sobressaíam da
árvore, ali mesmo, e retornou ao deserto para ajudar
outros perdidos a encontrar o caminho para o oásis.
32º Koan:
Dois monges estavam lavando suas tigelas no rio
quando perceberam um escorpião que estava se
afogando. Um dos monges, imediatamente, pegou-o e
o colocou na margem. No processo, ele foi picado. Ele
voltou para terminar de lavar sua tigela, e, novamente,
o escorpião caiu no rio. O monge salvou o escorpião, e
novamente foi picado. O outro monge, então,
perguntou:
— Amigo, por que você continua a salvar o escorpião
quando você sabe que sua natureza é agir com
agressividade, picando-o?
— Porque — respondeu o monge — agir com
compaixão é a minha natureza.
33º Koan:
O monge perguntou ao Mestre:
— Como posso sair do 'Samsara'?
O Mestre respondeu:
— Quem te colocou nele?4
34º Koan:
O pensamento lógico não pode ser usado para obter a
Compreensão; apenas com a sensibilidade da
não-mente alcança-se a Verdade.5
35º Koan:
Quando estiver com fome, coma. Quando estiver
cansado, durma.
36º Koan:
Buscar o Estado Búddhico apenas fazendo meditação é
matar o Buddha.
37º Koan:
Terminaste a refeição? Então, vai lavar tuas tigelas!
38º Koan:
Não façais nada violento; praticai somente o aquilo que
é justo e equilibrado.
39º Koan:
O 'Samsara' é como um caroço de manga, que
plantamos para comer o fruto. Quando a grande árvore
cresce e dá frutos, as pessoas os comem, para, em
seguida, plantar os caroços. E dos caroços nascem
grandes mangueiras, que, novamente, dão frutos.
Deste modo, a mangueira não tem fim. E assim, da
mesma forma, nascemos aqui, morremos ali...
Nascemos... Morremos... Nascemos... Morremos... Isto
é 'Samsara'.
40º Koan:
Não é o mesmo nome, o mesmo espírito e o mesmo
corpo que nascem depois da morte. Este nome, este
espírito e este corpo criam a ação. Pela ação ou Karma,
nascem outro nome, outro espírito e outro corpo.
Koan Vegetariano
Humildemente, vou dar minha contribuição com um
pequeno diálogo koânico sobre o vegetarianismo.
O Católico: — Você é vegetariano?
O Ateu: — Sim; sou.
O Católico: — Como você sabe, eu sou católico. Na
Bíblia, não há qualquer passagem que recomende o
vegetarianismo. O próprio Jesus comia peixe.
O Ateu: — Comia? Tem certeza? Bem, cada um come o
que quer. Mas, quem sou eu para julgar Jesus! Jesus é
Jesus; eu sou eu. E nós dois somos um.
1. O Período Meiji ou Era Meiji do Japão constitui-se
em um período de quarenta e cinco anos do reinado do
Imperador Mutsuhito (Quioto, 3 de novembro de 1852
– Tóquio, 30 de julho de 1912), o 122º imperador do
Japão na lista tradicional de sucessão, que se estendeu
de 8 de setembro de 1868 a 30 de julho de 1912.
Nesta fase, o Japão conheceu uma acelerada
modernização, vindo a se constituir em uma potência
mundial.
2. Aqui, novamente, me lembrei de Émile Dantinne
(Sâr Hieronymus, Sacerdos in Æternum) ao fazer a sua
Grande Iniciação em Huy, no dia 21 de maio de 1969,
com a idade de 85 anos. Ao seu lado, como descreve
Marco Antonio Coutinho, velando por ele, sua filha
Marie-Louise pôde ouvi-lo sussurrar as últimas
palavras; — A gente não sabe nada. E partiu para
sondar o insondável que nos dá a mão por sobre o
muro.
3. Até aqui, evitei comentar os koans, pois o
entendimento é pessoal e deverá provir do interior.
Mas, este merece uma rápida ponderação. Enquanto
buscarmos a guarida de deuses e de avatares, de
mestres ascensos e de hierofantes, de sapientíssimos e
de eruditos, do lado de fora, aqui, ali, lá e acolá, não
seremos mais do que cadáveres viventes. Isto, talvez,
poderá se afigurar meio duro de ler, mas não posso
escrever de outra maneira, pois, enquanto
dependermos deste ou daquele, disto ou daquilo... A
Santa Sabedoria – a Santa SOPhIa – está disponível
para todos – no Coração de cada um. Precisamos
compreender que a Santa SOPhIa é intransferível e
intransmissível. Ou, por trabalho e mérito, nós A
conquistamos... Ou, dormindo e pedindo, ignorantes
continuaremos. E não adianta fazer como o monge que
perguntou ao Mestre: — Como posso sair do
'Samsara'? Enfim, somos nós quem criamos o
'Samsara'; somos nós que dele deve(re)mos nos
desvencilhar. Ou, de tanto (re)encarnar, acabaremos
criando um calo na alma!
Pedro Paulo Monteiro
AO APERTAR SUA MÃO, O QUE VOCÊ SENTE? A sensação está na mão ou no cérebro? Lembro-me de que essa pergunta foi o início de uma discussão na aula de Fisiologia do curso de pós-graduação em Neurologia. De um lado, os defensores da neurofisiologia mecanicista; do outro, os adeptos da neurociência filosófica. Embora todos fossem alunos do mesmo curso, a turma se dividiu. Profissionais costumam discutir para sustentar suas opiniões.
Eu quis acalorar a discussão usando um koan que havia lido em um livro budista. O koan é um enigma zen usado na prática Rinzai para se atingir a iluminação. Ele não pode ser resolvido pelo raciocínio lógico. Para tentar resolvê-lo, o aprendiz deve ir além do raciocínio dedutivo. Existem vários koans; o que usei foi um bastante conhecido: “Qual o som de uma única mão ao bater palmas?” O silêncio de ambos os grupos foi imediato; ninguém conhecia os koans, e, portanto, acreditaram que eu estivesse achincalhando a discussão. Alguns saíram da sala me acusando de irônico. Não quis ser sarcástico; apenas acreditei que pudéssemos pensar o cérebro de outro modo que não fosse pelo pensamento linear. Mesmo porque a própria pergunta se parecia com um koan e não podia ser respondida de modo linear. Se, na Neurologia, pudéssemos usar koans zen, poderíamos fazer essa pergunta da seguinte maneira: “Ao apertar sua mão, onde está a sua mão, no cérebro ou em A mente e o significado da vida 310806.pmd 21 31/8/2006, 11:15 22 você?” Pode parecer brincadeira, mas, se filosofarmos um pouco mais, será que poderíamos responder, com certeza, onde está o nosso corpo? Na Neurologia, nem sempre foi possível obter respostas claras para os grandes enigmas. Desde Descartes (1596-1650), que acreditava que os movimentos da alma lançavam os espíritos em direção aos poros das paredes dos ventrículos cerebrais, para depois viajarem pelos nervos colocando a vontade da alma em prática, Thomas Willis (1621-1675), “viciado em abrir cabeças” como ele próprio se denominava, que insistia em descobrir os lugares secretos da mente, passando por Franz Joseph Gall (1757–1828) com sua incrível frenologia, até semana passada (março de 2006), quando escutei de um renomado neurocirurgião, e professor catedrático de uma conceituada universidade federal brasileira, acerca de uma cirurgia realizada por ele: “Eu retirei grande parte do cérebro, porém as estruturas nobres foram preservadas”. Isso só me faz refletir com tristeza que pouco se mudou. Muda-se o cenário, mas continua o mesmo paradigma. As respostas continuam sendo interpretações lógicas, de cunho dedutivo. Quando fiz o curso de Neurologia, estava na efervescente década das pesquisas do cérebro. Novas descobertas surgiam todos os dias, e, com elas, as refutações brotavam abundantes. Tínhamos novos modos de olhar e compreender o incompreensível. Cada livro tentava ser mais didático do que o outro. Para ser de fácil entendimento, tudo era simplificado. Enveredar pela trilha da mente sempre foi uma viagem fantástica. Na primeira parte deste livro, pretendo caminhar pelas absurdas, porém não menos válidas, tentativas dos diversos pesquisadores do cérebro na busca da sede da alma. Atravessaremos os pensamentos desses grandes homens e veremos que a mente não é o cérebro. Para abordar a mente, proponho trafegar em minha própria história, pois não poderia escrever sobre a mente na terceira pessoa. Assim, em vários momentos trarei fragmentos de minhas lembranças e fatos construídos em minha própria história. A meu ver, as árduas tentativas em compreender a mente sempre foram, e continuarão sendo, a busca do significado da vida. Quando comecei a me interessar pela neurologia, foi no sentido de buscar respostas para as minhas reflexões. Meus pensamentos sempre foram inconstantes acerca do que é o viver, o adoecer, e o morrer. Pelo fato de querer ser terapeuta (muito diferente de ser fisioterapeuta), o meu interesse sempre esteve no sujeito e não no objeto. Infelizmente, não consegui encontrar mestres que me fornecessem A mente e o significado da vida 310806.pmd 22 31/8/2006, 11:15 23 respostas fundamentais, mesmo que apenas fossem aproximações da natureza do real. Atualmente alcancei o entendimento de que ser humano é ser sujeito e, conseqüentemente, é ser enigma, estranho, indeterminado. Estudar neurologia não me possibilitou atingir respostas confortáveis, pois ela sempre esteve direcionada aos problemas, aquilo que não funciona bem, conhecer procedimentos para solucionar patologias. Demorei muito tempo para entender que a doença é uma peça do teatro da mente, com enredo bem escrito e personagens bem trajados. O corpo, nesse caso, é o palco em que todos podem assistir à encenação. Lembro-me de Carlos, meu primeiro paciente neurológico, um rapaz de 22 anos. Nós tínhamos a mesma idade na época. Ele sofrera um acidente de moto. Estava em alta velocidade quando entrou debaixo de um caminhão carregado de tijolos. Ele teve diversas fraturas na coluna cervical, deixando-o com uma lesão medular severa. Carlos não conseguia mexer nenhuma parte do corpo senão o pescoço. Mesmo assim, não tinha muita amplitude de movimento, porque teve de ser submetido à cirurgia de estabilização da coluna cervical. Numa das sessões terapêuticas, ele estava muito nervoso e esbravejava, sendo extremamente grosseiro com as pessoas. Quando cheguei perto dele, achei que deveria confortá-lo e, cheio de mim mesmo, fui logo lançando minha “filosofia de botequim”. É uma pena não poder lembrar meu próprio rosto, mas, com certeza, eu tentava dissimular minha fragilidade. Eu disse, com a minha mão repousando no ombro dele: “Não fique assim, eu sei o quanto é difícil para você”. O olhar dele foi inesquecível. Lembro-me, como se fosse hoje, daqueles olhos verdes de raiva. Eram olhos penetrantes e violentos. Ele parou de esbravejar por um instante e disse calmamente: “Você sabe o que é ter uma lesão medular e ficar paralisado do pescoço para baixo? Sabe o que é depender de outras pessoas para fazer as coisas para você? Sabe o que é perder o próprio corpo para sempre? Se não sabe, pare de falar merda e cale a boca seu babaca!” Aquilo veio com tanta intensidade que o meu corpo ficou anestesiado. Não pude agüentar; todas as minhas couraças profissionais se desarmaram, e fiquei totalmente nu. A minha vulnerabilidade acabava de ser violentada por palavras certeiras. Tive de me despedir e dizer à mãe dele que não podia tratá-lo naquele dia; voltaria dali a dois dias. Quando entrei no meu carro, chorei copiosamente. Não podia entender o que estava acontecendo. Sentia uma mistura de sentimento de humilhação, fragilidade, insignificância, impotência, incompetência. O ego profissional se esfacelou, não sobrando nada. Depois de alguns minutos, olhei-me no espelho retrovisor do carro e disse a mim mesmo: “Se eu não souber tratar de gente como gente, eu desisto aqui e agora”. Dali para frente, eu resolvi buscar outros conhecimentos que pudessem me formar melhor; precisava aprender a calar caso desconhecesse os sentimentos alheios. Não tive a oportunidade de estar com ele novamente; Carlos morreu dois dias após o ocorrido, por overdose de cocaína. Essa imagem mental andará comigo por muitas léguas. Carlos me ensinou, naquele ínfimo momento, o que não aprendi em anos na faculdade. É preciso renovar o aprendido desde sempre. Como dizia o grande poeta português Fernando Pessoa: Procuro despir-me do que aprendi, Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu... Se esquecer é mais difícil do que lembrar, nada melhor do que aprender a ser incapaz num mundo “tão competente”, repleto de fachadas. Quase 20 anos após esse fato, percebo ainda que competência profissional nada mais é do que história de heroísmo criada para satisfazer a egos esburacados. Muitos profissionais da saúde carregam o fardo do mito do herói, acreditam ser o salvador; tudo pode ser solucionado, bastando, para isso, se atirar nas pesquisas de ponta. Somos construídos no modelo do auto-engano para nos sentirmos seguros. Quando tratamos de gente, tudo ocorre de modo tão complexo que é impossível saber a origem e o fim de um processo. O humano é indeterminado, porquanto impossível de se desvelar por completo. O desdobramento de uma história só pode ocorrer no contexto presente. Mesmo assim, tudo não passa de história criada por nossas mentes.
A meu ver, se as histórias não fossem criadas, muitos não suportariam o tranco do dia-a-dia da profissão. Porém, até aonde vai o auto-engano para nos sentirmos satisfeitos? A Neurologia é tão enigmática quanto os koans. Buscar respostas não é o mesmo que ter certeza de possui-las. Ao se aproximar de certezas, cai-se em paradoxos. “A natureza resguarda o ventre escuro donde gera incansavelmente o que vemos, ouvimos, degustamos e dizemos.”A ciência se constitui na procura de respostas, e não em conclusões absolutas. Atualmente os grandes cientistas aceitam que suas teorias são apenas descrições da realidade. Recebemos a herança amarga da certeza. Desde Aristóteles, viver na incerteza e ser transitório se tornou inaceitável. O incompreendido foi fragmentado e analisado a fim de se obter clareza. Quanto mais se corta e isola, mais se afasta do contexto. O que não é contextual não pode ser real. Em nossos dias, os detalhes são enaltecidos, e o que pode ser visto e analisado é considerado verdadeiro, enquanto o invisível se tornou somente crença. O ego cartesiano é exaltado em detrimento da natureza do vir-a-ser heraclitiano. O limite do conhecimento passou a ser inaceitável para as mentes que se alimentam de poder. Isso é tão freqüente que, nos discursos diários, perder o poder de conhecer passou a significar perder o próprio paraíso. Muitos afirmam que a divindade habita egos. Quanto maior a certeza, maior o jogo das sombras. A dança das imagens mentais engana, de modo que não conseguimos perceber que estamos sendo joguetes na mão da mãe natureza. Viver é encenar roteiros escritos por nós mesmos. Assim, pretendo mostrar, na segunda parte deste livro, que somos livres para criar nossas histórias. Nada pode ser trazido para dentro de nós a não ser em forma de imagens. São essas imagens mentais que nos fazem ser quem somos e ver o mundo como vemos. Assistir ao espetáculo da vida é construir mentalmente o próprio espetáculo enquanto ele se desenrola. No processo do vir-a-ser, nada sabemos, só podemos criar histórias para a nossa satisfação. O que nos faz humanos é ser munidos de consciência e, portanto, saber que sabemos. Na terceira parte, quero enveredar pela consciência a fim de trazer à luz o que nos torna conhecedores de nossa própria realidade. Porém, conhecer a realidade de maneira objetiva se tornou um problema profundo, principalmente após as descobertas da nova física. Ser parte daquilo que observamos revelou nossa limitação, e a pretensão de conhecer o mundo de modo impessoal passou a ser um grande equívoco. Nunca estaremos livres de nossas lentes e sempre vamos estar à mercê de nossos filtros. A mente humana é um teatro em que são encenados símbolos, e o resultado final de cada ato é o corpo (fresh symbol), paisagem de nós mesmos. O corpo nos fornece a nitidez de nossa experiência. Só a experiência é real? Dentro de nós, existe uma potência, um modus operandi do vir-a-ser. Isto é, na mente, existe o que queremos que exista. Ter uma mente é ter uma escolha. Na potência, tudo pode ser construído; porém, a construção será sempre inacabada, incerta e imperfeita. A dúvida engendra um movimento à frente, rumo à evolução da espécie humana. O real é apenas um conceito, símbolo criado por nós mesmos. A sensibilidade do corpo permite a ele reagir ao ambiente, aprender e acumular experiências. A estrutura humana evoluiu e aprendeu a decifrar a realidade baseada principalmente na compleição fornecida pelos sentidos. O que não se pode sentir passou a ser visto como irreal. Contudo, a evolução da mente humana propiciou a articulação de códigos simbólicos. Daí surgiram expressões artísticas, escopos religiosos, filosofias existenciais, aventuras reflexivas. Novos jogos da natureza se estabeleceram, e passamos a transcender o corpo para atingir o numinoso. Quanto maior o conhecimento, maior o questionamento, e mais nos chafurdamos no lodo da dúvida de quem somos nós, por que somos como somos, se o que está na mente é real, se podemos acreditar naquilo que sentimos, e se desconfiar do real é duvidar de nossa própria existência. O propósito deste livro não é preencher lacunas, e sim abrir espaços para outras construções criativas. O humano é inacabado; portanto, seria impossível determinar o indeterminado. De qualquer modo, é possível produzir novos conceitos, novas maneiras de ver o invisível. A ciência da física das partículas elementares tem se mostrado um instrumento hábil no auxílio do conhecimento daquilo que nossas sondas sensoriais não podem captar. A teoria da incerteza de Heisenberg já minimizou muitas de nossas pretensões científicas. Porém, muitos ainda não querem acreditar nisso, deixando de lado o micro para se voltar apenas ao macro. Quando retiramos parte do real, ele deixa de ser real. Viver na dúvida é também uma possibilidade. Ficar menos poderoso é também sofrer menos. Quando o poder acaba, termina também o sofrimento de não almejá-lo. Na incerteza e no inacabado, está a história de todos nós humanos. Enquanto vivermos, estaremos em busca de desdobrar conhecimento em significado. Isso nos gera a motilidade, um movimento interno de origem desconhecida que nos propicia coragem em continuar na senda do desvelamento. Não podemos viver sem significado. Fomos dotados de consciência; no entanto, é preciso desvelar, cumprir, criar, decidir. Enfrentamos momentos difíceis, nos quais somos convencidos a comprar alicerces prontos. Sem decisão, não há responsabilidade; sem responsabilidade, não há vida. Sem a oportunidade de escolha, ficamos à deriva, somos cerceados à opinião das massas. Atravessamos uma época difícil cujas condutas destrutivas, em decorrência do paradigma competitivo, nos geraram medo de apostar no novo; a lei da sobrevivência se firmou no modelo equivocado do vencer pela eliminação do adversário; a incerteza, que sempre produziu saídas criativas, se transformou em desesperança e posturas apáticas; a experiência da beleza passou a ser vendida em lojas de departamento, enquanto a televisão e as redes virtuais da internet nos enganam com promessas de um mundo seguro e sólido; as religiões criam modelos de heróis salvadores baseados na cultura cinematográfica de Hollywood; a transcendência ao numinoso se tornou caminho simples a partir do auxílio de substâncias alucinógenas; o cérebro se transformou em uma máquina computacional cujo programa pode ser construído de acordo com as exigências do freguês; as universidades se interessam pelo conhecimento vendido; assim, o importante é obter o certificado, um ticket que permite a livre passagem para o mundo profissional. Enfim, chegamos à era do paradigma pós-humano, referenciado no avanço tecnológico cujos instrumentos modernos fornecem todas as certezas, quantificando e somando medidas precisas, fundamentadas em uma lógica linear que tudo pode. Nessa etapa, acredita-se que o humano em si é insuficiente, e a forma biológica, inadequada às demandas do meio. Por isso, é necessário reprojetar o humano de maneira competente a fim de que ele se torne uma máquina exímia, sem erros ou perturbações. Estamos mais próximos da ficção do que daquilo que podemos denominar de real. Nos dias de hoje, o simulacro se tornou verdade absoluta. Pensar o humano sem refletir acerca da mente e da consciência não faz sentido. Para lograr o conhecimento, será preciso se deparar com o invisível, o intangível. Porém, o que elude a percepção merece atenção? A meu ver, sem descrever o invisível, é impossível atingir o visível, a matéria, o corpóreo. Sem corpo, não há mundo, só sonho sem forma. Como reaver a forma perdida? Pela re-volta e pela responsabilidade. Voltar para dentro em busca de si mesmo a fim de responder às demandas da vida. Esse é o propósito crucial de todo ser vivo. No visível, tudo se mostra simples, porém repleto de buracos. Ao enveredarmos pela senda do autoconhecimento, nos deparamos com algo mais profundo e observamos que o visível é somente a ponta do iceberg. O veladotem muito a nos ensinar. Por isso, não basta conhecer o cérebro para saber quem somos. Repetirei, diversas vezes, que o cérebro não é a mente, pois a proposta deste livro é buscar sentido e elucidar equívocos. Convido o leitor a ir além do neocórtex. Não devemos aquiescer ao velado sem tentar desdobrá-lo. Mesmo que saibamos que a mente constrói histórias para nos satisfazer, é preciso se revoltar e ser responsável. Se a afirmação de alguns cientistas quânticos estiver certa, quem sabe encontraremos aqui respostas apaziguadoras para o nosso caminho. Se tudo sai antes de nós para depois podermos perceber o que está fora, quem sabe descobriremos que o significado da vida está no interlúdio da concretização; no espaço entre o eu e o não-eu, no trânsito da relação humana. Portanto, quero propor, neste livro, uma viagem pelos escombros de minha própria mente. Não quero enunciar caminhos sem que eu possa estar neles. Não posso conceber a mente do outro, pois nela existe algo a mais, inacessível a minha compreensão. Sendo assim, quero propor aqui uma jornada por minha própria história, lembranças da infância de um garoto curioso que buscava atravessar a janela do quarto a fim de descobrir o que existia fora, desafiando o próprio aprendizado, arriscando perder as raízes maternas. Um garoto que buscou esculpir paisagens belas e sensíveis para viver melhor. Creio que somos capazes de romper com todas as forças que nos aprisionaram, mesmo que essas forças sejam familiares. Nascemos sozinhos e viveremos sozinhos, porque ser é um vir-a-ser contínuo. Não há como escapar de nós mesmos senão pelo modelo do auto-engano. As sensações e as manifestações de meu corpo, de toda uma época, estão vivas. Envelhecer me permitiu ter uma perspectiva totalmente diferente do tempo. Por isso, buscar respostas em mim mesmo é convidar o leitor a estar ao meu lado, desvendar a si mesmo. Ninguém constrói caminhos para estar isolado; quero compartilhar com você minha trajetória e meus questionamentos, mesmo sabendo da presença infinita de minha solidão.
http://pedropaulomonteiro.com/curriculo.htm
No Zen-budismo, um Koan é uma narrativa, um
diálogo, uma questão ou uma afirmação que contém
aspectos que são imediatamente inacessíveis à razão.
O Koan tem como objetivo propiciar a Illuminação do
aspirante a zen-budista. O Koan é um problema que o
discípulo do Zen deverá resolver, mas cuja solução não
poderá ser atingida apenas pelo pensamento
intelectual. O Dicionário Eletrônico Houaiss de Língua
Portuguesa assim define um Koan: no Zen-budismo, o
Koan é uma sentença ou pergunta de caráter
enigmático e paradoxal, usado em práticas monacais
de meditação com o objetivo de dissolver o raciocínio
lógico e conceitual, conduzindo o praticante a uma
súbita Illuminação intuitiva.
Os métodos mais usados no Zen com vista à
Illuminação (Satori, em japonês) são o trabalho sobre
a respiração, a postura e os Koans. O Zen-budismo
japonês divide-se essencialmente em duas escolas:
Soto e Rinzai. A primeira valorizou os dois primeiros
métodos; já a segunda deu ênfase essencialmente ao
método dos Koans.
Enfim, os Koans mais famosos foram compilados por
Mumon Ekai (1183 – 1260), da Escola Rinzai, sob o
título de Wu-men kuan (Mumonkan) – a Porta sem
porta (Mu, a barreira do Supremo Conhecimento). Eles
são as portas para a verdade e para a libertação. Mas,
não são portas já abertas, mas portas a abrir. Daí, que
no próprio Mumonkan se possa ler:
O Grande Caminho não tem porta,
Milhares de estradas lá vão dar.
Aquele que atravessa esta Porta sem porta
Caminha livremente entre o céu e a Terra.
Aquele que tiver se libertado dos pensamentos ilusórios
e realizado a unidade entre o interior e o exterior será
como um mudo que teve um sonho, mas que não o
pode comunicar aos outros. O céu ficará aturdido e a
Terra tremerá.
1º Koan:
Mal comeces a pensar se 'tem' ou 'não tem' és um
homem morto.
2º Koan:
Aquele que passa a Porta sem porta marchará de mão
dadas com toda a linhagem de Patriarcas, olhando com
o mesmo olho e ouvindo com o mesmo ouvido.
3º Koan:
Batendo duas mãos uma na outra temos um som. Qual
é o som de uma única mão?
4º Koan:
Quem pensa que entendeu se questiona.
Quem pensa que não entendeu questiona os outros.
Quem entendeu não diz nada.
E quem não entendeu também não diz nada!
5º Koan:
Antes de os teus pais terem nascido, qual era a tua
natureza original?
6º Koan:
Qual é o som do silêncio?
7º Koan:
A própria mente desencaminha a mente; acautela-te
contra a mente.
8º Koan:
Não use o arco e flecha de outrem.
Não cavalgue o cavalo de outra pessoa.
Não discuta as falhas de outro.
Não se meta nos negócios de uma outra pessoa.
9º Koan:
Um Mestre oferece um melão a um discípulo, e
pergunta: — Que te parece o melão? Tem bom gosto?
— Sim, sim! Muito bom gosto! – responde o discípulo.
O Mestre, então, faz outra pergunta: — O que tem
bom gosto: o melão ou a língua?
10º Koan:
Como se pratica a esgrima sem espada?
11º Koan:
Quem é você?
12º Koan:
Suba uma escada de 99 de graus até o último degrau.
Agora, suba mais um degrau...
13º Koan:
Qual era o seu rosto original – aquele que você possuía
antes de nascer?
14º Koan:
Todos os fenômenos são impermanentes. Tudo que
nasce deve finalmente morrer. O que nasce e o que
morre?
15º Koan:
Não siga o passado; não se perca no futuro. O passado
não existe mais; o futuro ainda não chegou.
Observando profundamente a vida como ela é, aqui e
agora, é que permanecemos equilibrados e livres.
16º Koan:
Um cão tem uma natureza de Buddha? Se você disser
que sim, eu vou bater em você. Se você disser não, eu
vou bater em você. Vá e descubra a resposta. E,
qualquer que seja a sua resposta, eu vou bater em
você!
17º Koan:
Um homem, viajando em um campo, encontrou um
tigre. Ele correu, com o tigre em seu encalço.
Aproximando-se de um precipício, tomou as raízes
expostas de uma vinha selvagem em suas mãos, e
pendurou-se precipitadamente abaixo, na beira do
abismo. O tigre o farejava acima. Tremendo, o homem
olhou para baixo e viu, no fundo do precipício, outro
tigre a esperá-lo. Apenas a vinha o sustinha. Mas, ao
olhar para a planta, viu dois ratos, um negro e outro
branco, roendo aos poucos sua raiz. Neste momento,
seus olhos perceberam um belo morango vicejando
perto. Segurando a vinha com uma mão, ele pegou o
morango com a outra e o comeu. — Que delícia! — ele
disse.
18º Koan:
Nan-In, um Mestre japonês durante a Era Meiji,1
recebeu um professor universitário, que veio lhe
inquirir sobre Zen. Este iniciou um longo discurso
intelectual sobre suas dúvidas.
Nan-In, enquanto isso, servia o chá. Ele encheu
completamente a xícara de seu visitante, e continuou a
enchê-la, derramando chá pela borda.
O professor, vendo o excesso se derramando, não
pode mais se conter e disse:
— Está muito cheia! Não cabe mais chá!
Então, o Mestre Nan-in disse: — Como esta xícara,
você está cheio de suas próprias opiniões e
especulações. Como eu posso lhe demonstrar o Zen
sem que você primeiro esvazie a sua xícara?
19º Koan:
Um grande shogun japonês, chamado Nobunaga,
decidiu atacar o inimigo, embora ele tivesse apenas um
décimo do número de homens que seu oponente.
Mesmo assim, ele sabia que poderia ganhar, mas seus
soldados tinham dúvidas. No caminho para a batalha,
ele parou em um templo Shintó, e disse aos seus
homens:
— Após eu visitar o relicário eu jogarei uma moeda. Se
a cara sair, iremos vencer; se sair a coroa, iremos com
certeza perder. O destino nos tem em suas mãos.
Nobunaga entrou no templo e ofereceu uma prece
silenciosa. Então, saiu e jogou a moeda. A cara
apareceu. Seus soldados ficaram tão entusiasmados
para lutar, que acabaram ganhando a batalha
facilmente.
Após a batalha, seu segundo em comando comentou
orgulhoso:
— Ninguém pode mudar a mão do destino!
— Realmente não — disse Nobunaga, mostrando-lhe
reservadamente a moeda, que tinha sido duplicada,
possuindo a cara impressa nos dois lados.
20º Koan:
Um orgulhoso guerreiro, chamado Nobushige, foi até o
Mestre Hakuin, e perguntou-lhe: — Se existe um
paraíso e um inferno, onde estão?
— Quem é você? — perguntou Hakuin.
— Eu sou um samurai! — o guerreiro exclamou.
— Você? Um guerreiro? — riu-se Hakuin. — Que
espécie de governante teria tal guarda? Sua aparência
é a de um mendigo!
Nobushige ficou tão raivoso que começou a
desembainhar sua espada, mas Hakuin continuou:
— Então, você tem uma espada! Sua arma
provavelmente está tão cega que não cortará minha
cabeça...
O samurai desembainhou a espada e avançou pronto
para matar, gritando de ódio. Neste momento, Hakuin
anunciou:
— Acaba de se abrir o Portal do Inferno!
Ao ouvir estas palavras, e percebendo a sabedoria do
Mestre, o samurai embainhou sua espada, e fez-lhe
uma profunda reverência.
— Acaba de se abrir o Portal do Paraíso — disse
suavemente o Mestre Hakuin.
21º Koan:
Um homem queria ficar rico e, todos os dias, pedia a
Deus que atendesse às suas súplicas. Em um dia de
inverno, ao voltar da oração, avistou, presa no gelo do
caminho, uma polpuda carteira de dinheiro. No mesmo
instante, julgou-se atendido. Mas, como a carteira
resistisse aos seus esforços para retirá-la, urinou em
cima dela, a fim de derreter o gelo que a retinha. E, foi
então que despertou na cama toda molhada!
22º Koan:
Mestre Tokuan (cujo nome significa pepino) estava
morrendo. Um discípulo se aproximou, e perguntou-lhe
qual era o seu testamento. Takuan respondeu que não
tinha testamento. Mas o discípulo insistiu:
— Não tendes nada? Nada para dizer?
— A vida não passa de um sonho2 — disse o Mestre
Tokuan.
E expirou.
23º Koan:
Um renomado Mestre Zen dizia que seu maior
ensinamento era este: Buddha é a sua Mente. De tão
impressionado com a profundidade implicada neste
axioma, um monge decidiu deixar o monastério e se
retirar em um local afastado para meditar nesta peça
de sabedoria. Ele viveu vinte anos como eremita
refletindo no grande ensinamento.
Um dia, ele encontrou outro monge, que viajava na
floresta próxima à sua ermida. Logo, o monge eremita
soube que o viajante também havia estudado com o
mesmo Mestre Zen.
— Por favor, diga-me: você conhece o grande
ensinamento do Mestre — perguntou ansioso o monge
eremita.
Os olhos do monge viajante brilharam. E disse: — Ah!
O Mestre foi muito claro sobre isto. Ele disse que seu
maior ensinamento era: Buddha não é a sua mente.
24º Koan:
Certa vez, o Mestre taoísta Chuang Tzu sonhou que era
uma borboleta, voando alegremente aqui e ali. No
sonho, ele não tinha mais a mínima consciência de sua
individualidade como pessoa. Ele era realmente uma
borboleta. Repentinamente, ele acordou, e se
descobriu deitado em sua cama, uma pessoa
novamente.
Mas, então, ele pensou para si mesmo:
'Antes, fui um homem que sonhava ser uma borboleta
ou, agora, sou uma borboleta que sonha ser um
homem?'
25º Koan:
O primeiro-ministro da Dinastia Tang era um herói
nacional pelo seu sucesso tanto como homem de
Estado quanto como líder militar. Mas, a despeito de
sua fama, poder e riqueza, ele se considerava um
humilde e devoto buddhista. Freqüentemente ele
visitava seu Mestre Zen favorito para estudar com ele,
e eles pareciam se dar muito bem. O fato de ser era
primeiro-ministro aparentemente não tinha efeito em
sua relação, que parecia ser simplesmente a de um
reverendo Mestre e seu respeitoso estudante.
Um dia, durante sua visita usual, o primeiro-ministro
perguntou ao Mestre: — Mestre, o que é o egoísmo, de
acordo com o Buddhismo?
O rosto do Mestre ficou vermelho, e num tom de voz
extremamente desdenhoso e insultuoso, gritou em
resposta:
— Que tipo de pergunta estúpida é esta?
Tal resposta, tão inesperada, chocou tanto o
primeiro-ministro, que, imediatamente, arrogante e
com raiva, retorquiu:
— Como ousa me tratar assim?
Neste momento, o Mestre Zen sorriu e disse: — Isto,
Excelência, é egoísmo!
26º Koan:
O Certa vez Chuang Tzu e um amigo caminhavam à
margem de um rio.
— Veja os peixes nadando na corrente — disse Chuang
Tzu. — Eles estão realmente felizes...
— Você não é um peixe — replicou arrogantemente seu
amigo. — Então, você não pode saber se eles estão
felizes!
— Você não é Chuang Tzu — disse Chuang Tzu. —
Então, como você pode afirmar que eu não sei que os
peixes estão felizes?
27º Koan:
Após dez anos de aprendizagem, Tenno atingiu o título
de Mestre Zen. Em um dia chuvoso, ele foi visitar o
famoso Mestre Nan-In. Quando ele entrou no mosteiro,
o Mestre, imediatamente, recebeu-o com uma questão:
— Você deixou seus tamancos e seu guarda-chuva no
alpendre?
— Sim, Mestre — respondeu Tenno.
— Então, diga-me — continuou o Mestre: — Você
colocou seu guarda-chuva à esquerda de seu calçado
ou à direita?
Tenno não soube responder, percebendo, afinal, que
ainda não havia alcançado a plena atenção. Ele, então,
se tornou aprendiz do Mestre Nan-In, e estudou sob
sua orientação por mais dez anos.
28º Koan:
Um monge pôs-se a caminho de uma longa
peregrinação para encontrar Buddha. Ele levou muitos
anos em sua busca até alcançar a terra onde se dizia
que vivia o Senhor Buddha. Ao cruzar o sagrado rio que
cortava este país, o monge olhava em torno, enquanto
o barqueiro conduzia o bote. Ele percebeu algo
flutuando que vinha em sua direção. Quando o objeto
chegou mais perto, ele viu que era um cadáver – e que
o morto era ele mesmo! O monge perdeu todo o
controle e deu um grito de dor à visão de si mesmo,
rígido e sem vida, flutuando suavemente na corrente
do grande rio. Neste instante percebeu que ali estava
começando sua busca pela liberação... E, então, ele
soube, definitivamente, que sua busca por Buddha
havia terminado.3
29º Koan:
O amanhã não é real. É uma ilusão. A única realidade é
o agora. O verdadeiro sofrimento é viver ignorando
este 'Dharma'.
30º Koan:
O Santo Dharma – o Primeiro Princípio – é um vasto
vazio, sem nada santo dentro dele.
31º Koan:
Dois peregrinos estavam perdidas no deserto. Estavam
morrendo de inanição e sede. Finalmente, avistaram
um alto muro. Do outro lado, podiam ouvir o som de
quedas d'água e de pássaros cantando. Acima, podiam
ver os galhos de uma árvore frutífera atravessando e
pendendo sobre o muro. Seus frutos pareciam
deliciosos. Um dos homens subiu o muro e
desapareceu no outro lado. O outro, em vez disso,
saciou sua fome com as frutas que sobressaíam da
árvore, ali mesmo, e retornou ao deserto para ajudar
outros perdidos a encontrar o caminho para o oásis.
32º Koan:
Dois monges estavam lavando suas tigelas no rio
quando perceberam um escorpião que estava se
afogando. Um dos monges, imediatamente, pegou-o e
o colocou na margem. No processo, ele foi picado. Ele
voltou para terminar de lavar sua tigela, e, novamente,
o escorpião caiu no rio. O monge salvou o escorpião, e
novamente foi picado. O outro monge, então,
perguntou:
— Amigo, por que você continua a salvar o escorpião
quando você sabe que sua natureza é agir com
agressividade, picando-o?
— Porque — respondeu o monge — agir com
compaixão é a minha natureza.
33º Koan:
O monge perguntou ao Mestre:
— Como posso sair do 'Samsara'?
O Mestre respondeu:
— Quem te colocou nele?4
34º Koan:
O pensamento lógico não pode ser usado para obter a
Compreensão; apenas com a sensibilidade da
não-mente alcança-se a Verdade.5
35º Koan:
Quando estiver com fome, coma. Quando estiver
cansado, durma.
36º Koan:
Buscar o Estado Búddhico apenas fazendo meditação é
matar o Buddha.
37º Koan:
Terminaste a refeição? Então, vai lavar tuas tigelas!
38º Koan:
Não façais nada violento; praticai somente o aquilo que
é justo e equilibrado.
39º Koan:
O 'Samsara' é como um caroço de manga, que
plantamos para comer o fruto. Quando a grande árvore
cresce e dá frutos, as pessoas os comem, para, em
seguida, plantar os caroços. E dos caroços nascem
grandes mangueiras, que, novamente, dão frutos.
Deste modo, a mangueira não tem fim. E assim, da
mesma forma, nascemos aqui, morremos ali...
Nascemos... Morremos... Nascemos... Morremos... Isto
é 'Samsara'.
40º Koan:
Não é o mesmo nome, o mesmo espírito e o mesmo
corpo que nascem depois da morte. Este nome, este
espírito e este corpo criam a ação. Pela ação ou Karma,
nascem outro nome, outro espírito e outro corpo.
Koan Vegetariano
Humildemente, vou dar minha contribuição com um
pequeno diálogo koânico sobre o vegetarianismo.
O Católico: — Você é vegetariano?
O Ateu: — Sim; sou.
O Católico: — Como você sabe, eu sou católico. Na
Bíblia, não há qualquer passagem que recomende o
vegetarianismo. O próprio Jesus comia peixe.
O Ateu: — Comia? Tem certeza? Bem, cada um come o
que quer. Mas, quem sou eu para julgar Jesus! Jesus é
Jesus; eu sou eu. E nós dois somos um.
1. O Período Meiji ou Era Meiji do Japão constitui-se
em um período de quarenta e cinco anos do reinado do
Imperador Mutsuhito (Quioto, 3 de novembro de 1852
– Tóquio, 30 de julho de 1912), o 122º imperador do
Japão na lista tradicional de sucessão, que se estendeu
de 8 de setembro de 1868 a 30 de julho de 1912.
Nesta fase, o Japão conheceu uma acelerada
modernização, vindo a se constituir em uma potência
mundial.
2. Aqui, novamente, me lembrei de Émile Dantinne
(Sâr Hieronymus, Sacerdos in Æternum) ao fazer a sua
Grande Iniciação em Huy, no dia 21 de maio de 1969,
com a idade de 85 anos. Ao seu lado, como descreve
Marco Antonio Coutinho, velando por ele, sua filha
Marie-Louise pôde ouvi-lo sussurrar as últimas
palavras; — A gente não sabe nada. E partiu para
sondar o insondável que nos dá a mão por sobre o
muro.
3. Até aqui, evitei comentar os koans, pois o
entendimento é pessoal e deverá provir do interior.
Mas, este merece uma rápida ponderação. Enquanto
buscarmos a guarida de deuses e de avatares, de
mestres ascensos e de hierofantes, de sapientíssimos e
de eruditos, do lado de fora, aqui, ali, lá e acolá, não
seremos mais do que cadáveres viventes. Isto, talvez,
poderá se afigurar meio duro de ler, mas não posso
escrever de outra maneira, pois, enquanto
dependermos deste ou daquele, disto ou daquilo... A
Santa Sabedoria – a Santa SOPhIa – está disponível
para todos – no Coração de cada um. Precisamos
compreender que a Santa SOPhIa é intransferível e
intransmissível. Ou, por trabalho e mérito, nós A
conquistamos... Ou, dormindo e pedindo, ignorantes
continuaremos. E não adianta fazer como o monge que
perguntou ao Mestre: — Como posso sair do
'Samsara'? Enfim, somos nós quem criamos o
'Samsara'; somos nós que dele deve(re)mos nos
desvencilhar. Ou, de tanto (re)encarnar, acabaremos
criando um calo na alma!
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