O que é o sono e que são os sonhos? Pergunta a mim senhor sábio? Pois eu não posso lhe dar nenhuma resposta. O senhor tem Freud e seus discípulos, que dizem haver decifrado todos os mistérios do sono! Bom proveito!
Estas minhas palavras são dirigidas às mentes simples: O sono é o estado durante o qual a Alma perde, por algum tempo, sua vida individual, para submergir-se no mar da luz Universal, a qual está animada por duas correntes contrárias: Luz Branca e Luz Negra, ou, como dizem outros: Magnetismo ativo e Magnetismo passivo. Por este motivo, todos os sábios espiritualistas aconselham que é preciso empregar, com grande vigilância, a hora que precede o sono. O sono é um banho na Luz da Vida ou nas trevas da morte. "Quem adormece com pensamentos de Santidade, banha-se nos méritos dos santos; mas, aquele que se entrega ao sono com pensamentos de luxúria, banha-se no mar lodoso do erotismo". (Levy).
A noite é o melhor terreno para semear. Quem nela semeia ânsias de saber, despertará na Sabedoria Divina.
"A almofada é boa conselheira", quer também dizer: "à noite..."
Os maus pensamentos agitam o sono, e uma consciência limpa é a melhor almofada, se tem dito. O que o homem irradia durante a vigília, não cessa durante o sono. Santo Agostinho disse: "Só conquista a virtude da castidade, quem impõe a modéstia a seus sonhos". Nossos sonos são, muitas vezes, o reflexo de nossos desejos mais secretos.
Adonai dormiu e sonhou... Sonhou? - uma voz dizia:
- Vamo-nos!
- É hora?
- Que fazes aqui, Georgette?
- Quero estar contigo.
- Agora não posso. Tenho que ir-me...
- Leva-me contigo!
Adonai consultou sua companheira com um olhar, e disse a Georgette:
- Tu não podes vir. Depois te verei.
- Olha! São meus enfermos!
- Não temos tempo a perder. Vamos! Acelera tuas vibrações.
E, de repente, apesar de não haverem movido de seus lugares, achavam-se em uma florescente e populosa cidade.
Adonai deteve-se um momento para contemplar aqueles luminosos monumentos, e perguntou à sua companheira:
- Já chegamos?
- Sim, é a cidade etérea dos grandes sábios de todos os ramos da ciência! Aqui estão as Universidades submergidas, onde ensina-se tudo aos homens. Aqui aprende-se como a mente opera, e de que maneira a forma do pensamento age no cérebro. Na vida corporal, raríssimos são os seres que compreendem que, quando o pensamento chega a certo grau de irradiação mental, este comunica sua energia vibratória à vida celular do cérebro. É por este meio que nos pomos em contato até com outros sistemas planetários, para descobrir seus mistérios. Nossa cura mental é como um mapa de nosso sistema solar.
O cérebro é sua miniatura dentro do crânio.
- Isto quer dizer - disse Adonai - que cada pensamento é captado pela aura mental e enviado à vida celular do cérebro e, daqui, a todo o organismo.
- Esta é a verdade, e por isto aqui viemos, para estudar a Medicina Universal, e aprender as causas das enfermidades, assim como a maneira de evitá-las e curá-las.
- E como faremos para recordar tudo, ao voltarmos ao corpo?
É muito difícil nas primeiras lições; mas algo nos ficará de cada uma. Com o tempo e a prática, chegaremos a reunir um caudal apreciável de conhecimentos.
- Que idioma usam aqui para ensinar? - disse Adonai.
A companheira sorriu e respondeu:
- É o idioma da compreensão e do sentir. Quando lançamos um beijo, no ar, ao ser querido, que idioma usamos?
Detiveram-se a contemplar, e "sentiam" ver os globos de luz, que afluíam de horizontes longínquos, e se detinham na cidade etérea.
- Não estamos na Europa? Perguntou Adonai.
- Não, estamos sobre uma república da América do Sul. E, antes de terminar a frase, um "sol" iluminou e eclipsou todas as demais luzes presentes.
- Chegou o Mestre ascendido.
A Universidade não era um lugar ou um edifício determinado, era como um espaço cercado e rodeado de cores e matizes. Assemelhava-se a um aposento de cristal transparente, que dava a sensação de que, os que estavam dentro podiam ver os que estavam fora, porém, a visão de fora para dentro era impossível. Adonai contemplou com atenção, os presentes, e sentiu, como se fora no corpo físico, um abalo de surpresa e de alegria: a seu lado estava Aristóteles. A alegria era como um mar, no qual ambos se banhavam.
- Olha - pensava - dizendo Aristóteles a Adonai - Já te disse antes que teu elo estava conectado com o meu e eu com outro.
Adonai sentiu - vendo o ser que estava com Aristóteles, e que era S...
O gozo do jovem era indefinível e, sobretudo quando percebeu de longe à As...
- Pai - pensou - dizendo Adonai - Eu conheço muitos aqui presentes. Sinto como irradiam sua satisfação para mim...
- Sim, meu filho, e sempre o faziam... Agora o Mestre desta classe está fazendo ascender o Mestre Individual de cada ser aqui presente à sua aura mental, para que funcionem todas as suas energias latentes e esquecidas. Todos os novos, como tu, que chegam à classe, têm que submeter-se a isto, e assim abrir-se-ão os arquivos esquecidos e se recobrará a sabedoria perdida. O futuro do homem depende de sua aura Mental.
Os rituais são para por o homem em contato com seu mundo interior, onde se acha o instinto, que é a memória da natureza.
- Olha, o Mestre dá início à aula: Aí, está um enfermo materializado no mundo da alma, ou melhor, dito, a Alma de um homem enfermo. Sinta o que o Mestre ensina.
O Mestre falava com pensamentos:
- "A primeira condição que o Anjo exige do médico, para ensinar-lhe as causas das enfermidades, como diagnósticá-las com exatidão e como curá-las, é a pureza do pensamento e o amor ao enfermo. Porém, se o enfermo não obedece à Lei do Íntimo, o Anjo o abandona aos átomos da morte, que destroem o corpo". Ao pensar isto, o Mestre materializou um enfermo, da mesma forma que havia feito com o anterior; mas, neste caso, o corpo anímico e os pensamentos do paciente desobedeciam às Leis da Natureza. O Mestre o aconselhava amor, perdão e domínio pessoal; mas aquele pobre homem não escutava conselho algum e dava rédea aos pensamentos de vingança, ódio e gratificação de suas paixões.
O Mestre continuou:
- Assim, a enfermidade começou neste corpo, atraída pelas ânsias exageradas, pelas emoções desarmônicas e desejos desenfreados, para mais tarde, refletir-se no corpo físico. O curador, com seu Anjo, cura primeiro as almas enfermas, impessoalmente, para dedicar, em seguida, sua atenção ao físico. Há certos sons vocais e notas, cuja entonação produzem as vibrações necessárias para reestabelecer a harmonia da Natureza, no corpo enfermo. Cada centro magnético rege uma região determinada do corpo e manifesta, nela, uma cor e um som próprio. Estes ao serem bem entoados, ajustam o Centro correspondente a seu verdadeiro ritmo.
"Olhai isto": O Mestre alçou sua mão direita, traçou um sinal sobre um novo enfermo e, logo, entoou certas vogais. Imediatamente manifestaram-se cores cambiantes, as quais penetravam no corpo fluídico do paciente, que se reestabelecia, à medida que se produziam certas sacudidas internas que lhe devolviam os átomos da saúde. Em seguida, o Mestre continuou:
- "O Médico-curador deve ser positivo, para triunfar sobre os átomos da enfermidade. O verdadeiro médico-curador é amor e sacrifício; todas as noites viaja com o corpo mental à nossas universidades, para aprender mais e dar mais saúde a seus enfermos. A Mãe Natureza põe em mãos deste seu filho a espada flamígera que consome, com seu fogo, o que é indesejável e desarmônico".
Ao dizer isto, o Mestre estendeu a mão direita e um raio flamígero, em forma de espada, se deixou ver, com sua língua de fogo, consumia todas as luzes e emanações perturbadoras que saíam e envolviam o paciente. Depois, continuou:
- "O curador, antes de tudo, deve utilizar as duas energias: solar e lunar. Estas energias fluem, para vitalizar e conservar são a cada ser. O Mago as absorve a vontade e as dirige a seus enfermos, para reestabelecê-los".
Aqui temos um ser pessimista, desanimado, medroso e com todas as derivações destes defeitos. Este deixou, há um bom tempo, de utilizar a energia solar e, por tal motivo, tem o estômago, o fígado, os intestinos e o coração doentes. O sangue está desvitalizado e todo o corpo necessita de energia e vida.
Tende em conta que todos estes transtornos são produtos dos defeitos que dominam o paciente. O remédio é, pois, curar primeiro seu corpo psíquico, com o poder mental e o pensamento e, administrar-lhe, em seguida, a energia solar, para alimentar seus sistemas nervoso simpático e central. Como médico, pode administrar certos tônicos, mas, como curador, deve injetar no paciente a energia solar positiva, como o remédio mais eficaz, trabalhando sempre impessoalmente, incognitamente.
O médico espiritual descobre, localiza o órgão enfermo dentro do corpo, mediante uma análise sensitiva, porém, ele não crê em enfermidades locais, sintomáticas, embora dirija sua energia ao órgão, e o utilize como canal, para curar o conjunto.
Para diagnosticar e localizar a enfermidade, é necessário identificar-se com o paciente desta maneira: "Com ansiedade, atrai ao corpo um átomo psíquico, parasitário, disse": "Aqui está o câncer, motivado por emoções e tensões contínuas e permanentes. Este estado tensional de ansiedade, atrai ao corpo um átomo psíquico, parasitário, que se introduz na região ou órgão mais débil do homem. O domínio desta praga, que em tempos futuros tomará mais auge, se fará por meio de outros átomos parasitários, mais fortes, que se encontram na própria Natureza, e que anulam os efeitos do parasita canceroso".
- "O médico deve saber que a enfermidade começa em um corpo mais sutil que o físico, para refletir-se, depois, neste. Na Alma ou corpo dos desejos aninham-se todas as enfermidades por motivo de ódio, luxúria, inveja, glutonice, etc... Estes vícios perturbam, primeiramente, os centros de nosso sistema nervoso, e obstruem as correntes vitais diminuindo a energia física. Eles abrem uma brecha na aura defensora da harmonia e da saúde".
"O pensamento tem seu tipo de onda, com a qual imprime no ser, seu caráter, e pode provocar transtornos na vida atômica e celular".
"O pensamento cura e enferma. A aspiração, a inspiração e os pensamentos puros, são os únicos meios que mantêm o homem equilibrado e são; ativam a secreção glandular e depuram as impurezas do organismo".
"Certas vogais e sons fazem vibrar as glândulas e, lhes dão assim, o poder de eliminar certas impurezas do organismo, aumentando sua capacidade funcional. As letras têm seu poder, e o Verbo-Som tem sua magia".
"Deveis fazer esforços para recordar e gravar em vossas mentes o que aprendeis durante o sono, sobretudo as causas de certas enfermidades e a maneira de curá-las".
"O enxerto de glândulas animais, animaliza, um tanto, a Alma e, desta maneira, o órgão enxertado deixa de obedecer ao mandato do EU SOU e seguirá como uma brecha no corpo de desejos, para ligar o homem à animalidade".
"Já vos foi dito: o pecado é enfermidade e a enfermidade é pecado. O pecado é a desobediência, consciente ou inconsciente, às leis naturais".
"O homem é trino, por ter três centros de vida: a cabeça é o centro da vida pensante; no peito está a vida pela respiração; no abdome, pela alimentação. Por isto pode-se dizer que o homem adoece pelo pensamento, pela respiração e pelo alimento. O corpo é o Templo do Espírito, é o Templo de Deus".
"Aprendei e ensinai a comer".
"Aprendei e ensinai a respirar".
"Aprendei e ensinar a pensar".
"E assim podereis ser Curadores e verdadeiros médicos".
"Deveis saber que a avareza, a mesquinhez e seus derivados debilitam o sistema vital e criador".
"Olhai".
Materializou um avaro com seus corpos vital e astral feito pedaços, e esses sofrimentos internos se refletiam no corpo físico. O coração e o sangue não funcionavam em uníssono com a Lei vibratória da Natureza!...
Depois continuou:
"A inveja debilita o estômago, os intestinos e o sangue. A luxúria ataca o cérebro, a memória, os olhos e debilita a vontade, etc..."
O ódio enferma o fígado e o coração. A gula enferma a garganta, o estômago, o fígado, o pâncreas (diabetes).
"O medo e o egoísmo transtornam o cérebro, a mente, o coração, o estômago, o fígado e os sistemas circulatório e respiratório".
"A tuberculose é o fruto do abuso nos vícios, e na violação das leis divinas e naturais".
"A cólera produz a paralisia parcial do sistema capilar. Diz-se: "está vermelho de ira, "branco" de raiva. Tudo é sinônimo da supressão temporal da ação de grande motor da circulação e, tais perturbações, influem, seriamente, no coração e no espírito".p> "O corpo é o instrumento da mente. Ele não depende de nenhum credo, culto ou escola; assim como os vícios podem enferma-los, também, as virtudes, as emoções positivas do ânimo, o júbilo, a fé, a esperança, etc., aumentam a vitalidade e fortalecem o sistema físico, pondo-lhe em condições de rechaçar o ataque das enfermidades".
"O curador trata, primeiramente, de expulsar de seu enfermo as emoções negativas, com seu poder mental e divino, para curar, depois, seu corpo físico".
"Icterícia, queda dos dentes, desordens uterinas, erisipelas, eczemas, impetigos, etc., etc., têm por canal o medo, o qual causa a obsessão em certas idéias ou pensamentos destrutivos".
O Mestre sempre ensinava apresentando os enfermos modelos, para que os discípulos pudessem relacionar a enfermidade e seus efeitos no corpo físico.
O Mestre tratou de desvelar o homem e seu corpo. Explicou, com seus modelos viventes, as causas e os efeitos. Descobriu a mente em suas três fases. Suas lições, depois do preâmbulo anterior, tornaram-se sistemáticas.
As lições em curso tratavam dos seguintes temas:
As células do corpo e como funcionam. (Sempre com visão clara das demonstrações vivas, para que os discípulos pudessem contemplar o trabalho e desenvolvimento de cada célula, da mente celular e como funciona).
O Sistema Nervoso e seu admirável funcionamento.
Anatomia e Fisiologia no ser vivo. Patologia explicada de igual forma, etc...
Depois o Mestre repetia sempre:
- "O médico que não dá seu corpo como alimento e seu sangue como bebida para seus enfermos, será sempre um curandeiro e um traficante da saúde" o Curador deve vigiar seus pacientes até no sono".
Em outra ocasião, outro médico disse:
- "Os sábios antigos conheciam mais acerca das leis fundamentais da Natureza e do ser humano, do que se admite na atualidade".
"Há sabedoria e há ciência: Esta rodeia o templo da sabedoria e aquela penetra no templo. Uma é superficial, e faz muito barulho; a outra é profunda, silenciosa, e foge do bulício popular".
"As estantes da medicina atual estão cheias de livros, os quais estão repletos de teorias, nomes, sistemas, patentes de drogas e remédios. Por isto, o médico atual assemelha-se ao comerciante de tecidos da moda: gaba os fabricados hoje, até conseguir vendê-los e, amanhã, colocará no artigo velho uma etiqueta com nome novo, e anunciará como a última moda".
"Recordai-vos do que foi dito há séculos: Há duas espécies de conhecimentos; há uma ciência médica e uma sabedoria médica. A compreensão animal pertence ao homem medíocre, porém, a compreensão dos mistérios divinos pertence ao espírito divino nele".
"A chave para curar a enfermidade acha-se na compreensão da lei fundamental, que dirige a Natureza do homem e, para isto, é preciso uma medicina que conheça o homem em seus três aspectos ou mundos. Os sábios antigos sabiam acerca de sua verdadeira natureza mais do que tem sonhado as escolas de medicina".
"O sentimos pelos materialistas, porém, o homem é mais do o corpo físico que estamos vendo. Vossos corpos estão adormecidos, e estais aqui presentes. Deveis seguir assistindo as aulas, até chegar à compreensão de que todo o saber está dentro de vós próprios. Nós, que estamos ensinando, somos simples guias para a Fonte Divina e Universal, que está dentro de cada ser".
(Texto retirado da obra O Batismo da Dor, do dr. Jorge Adoum)