12 de ago. de 2012

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sábado, 14 de julho de 2012
BIDI 1 - 13-07-2012 - AUTRES DIMENSIONS
BIDI 1 - 13-07-2012 - AUTRES DIMENSIONS



Bem, BIDI está com vocês.

E eu os saúdo.

Antes de começar, eu tenho a precisar que essa forma de conversa será, doravante, concluída.

De fato, tudo o que concerne aos dados gerais sobre o Absoluto foi-lhes dado.
Contudo, não creiam ter terminado comigo, mas nossas próximas trocas mostrarão a vocês, eu espero, o próprio princípio da refutação e da conduta que lhes será a mais proveitosa (se tal é sua escolha).

Eu os convido, portanto (se isso é, para vocês, importante), a ler e reler – ou escutar – o que eu já disse. Eu os lembro de que o impacto de nossas conversas faz-se de dois modos distintos. O primeiro é a resposta às suas questões: estas – orais – criam, em vocês, o que eu chamaria um movimento.

O movimento das palavras nada é.
O que é importante, nesse primeiro tempo, não é qualquer compreensão intelectual, mas, efetivamente, a ação direta do que é emitido entre nós. A compreensão – no sentido intelectual – faz o objeto da leitura da questão e da resposta.

Há, portanto, efetivamente, dois tempos: um primeiro tempo que vocês nomeariam – em suas palavras – Supramental, e um segundo tempo que se dirige à personalidade.

O objetivo, eu os lembro, não é apreender a personalidade, mas, efetivamente, desapreender-se dela, a fim de dar-se a ver – para além do que é visto – o que vocês São, em Verdade, bem além do jogo da encarnação, bem além desse saco de alimento, desse saco de pensamentos ou de suas emoções.

A Vibração emitida é o que é – neste período que vocês vivem – o elemento o mais adequado, que permite criar essa ruptura, essa solução de descontinuidade, que os leva a reposicionar o que eu nomeei o ponto de vista.

O apoio de meus escritos vem, em um segundo tempo, como um elemento de lógica racional e cartesiana, que permite ao ego, aí também, enfraquecer as próprias zonas de resistência dele.

Entenda-se que, qualquer que seja o impacto Vibratório, qualquer que seja a lógica cartesiana (que lhes é dada a ouvir, a perceber, a sentir), o elemento que continuará essencial e importante é a qualidade – para além da Vibração – de sua recepção no Amor e no Coração (mesmo se, voluntariamente, minha voz tenha um impacto que é situado acima do Coração), que permite liberá-los, com isso, dos condicionamentos (das crenças, das suposições, de tudo o que é efêmero, de tudo o que é ilusório), a fim de pôr a nu o Coração de quem vocês São, para além, mesmo, do «Eu sou», para além, mesmo, da Consciência.

Isso dito, podemos começar.
Eu esclareço que o nascimento, em sua consciência, no «Eu sou» (e na Existência, para muitos de vocês), de estruturas nomeadas Antakarana (ou Canal Mariano), permite reduzir a potência Vibratória destinada à sua garganta.

Podemos começar.

Questão: eu não consegui liberar uma pergunta?
Se não há questão, então, isso requer uma única resposta: esqueça-se.
Buscar uma questão é, já, uma projeção (necessária, porque solicitada por meus cuidados).

Se nada pode aparecer em uma projeção, se o espaço de seu mental permanece – e continua – vazio, então, inevitavelmente, esse vazio desembocará na própria resposta.

A questão faz apenas traduzir o sentido de uma interrogação.
A resposta – além mesmo do que eu possa dizer, além mesmo do que vocês possam ler – resume-se em uma única questão: «quem eu sou, além do «Eu sou»?

E, enquanto há um «quem», há um sentido de uma identificação e, portanto, de uma projeção e, portanto, uma negação do Absoluto, porque o Absoluto não é mais uma pessoa, mesmo se o saco esteja aí, mesmo se a vida aja por si mesma, mesmo se vocês deixem desenrolar-se o que se diz, apenas a partir do momento em que seu olhar e toda observação deixam lugar ao Absoluto.

Eu o convido, portanto – uma vez que você não tem questão – a responder à minha questão, quando eu voltar: «quem é você?», ou, então, se prefere: «você tem o sentido de ser uma pessoa?».

Questão: vários intervenientes falam-nos de efetuar uma escolha: ou aquela de deixar o Absoluto desvendar-se, ou voltar, entre aspas, a uma Dimensão (como aquela de nossa origem estelar, por exemplo). Nós temos, realmente, ainda, a escolha, ou essa escolha já está estabelecida (e isso, talvez, mesmo antes do início dessa vida)?

Por outro lado, se escolha há, como estar, verdadeiramente, certo de que, no fundo de nós mesmos, está-se pronto para ser, entre aspas, Absoluto ou que se tem, ainda, sede de experiências?
O Absoluto não conhece essa vida, nem vida alguma: ele saiu desse saco, ele deixa esse saco viver. A partir do instante em que há o sentido de uma questão, em relação ao desenrolar temporal e linear, há, obviamente, não Absoluto. A partir do instante em que a consciência existe em um «Eu» ou um «Eu sou» (na crença em uma encarnação qualquer), há persistência da experiência.

Assim, portanto, no modo pelo qual você formula sua própria questão, você continua sob a influência da lei de causalidade e, portanto, sua consciência é projetada. Ainda uma vez, não há qualquer julgamento, mas, simplesmente, o fato de atrair sua consciência para o que ela acaba de emitir.

O Absoluto sempre esteve aí.
É a projeção da consciência que o distancia dele.
Crer nessa vida – crer que você vive o que você vive – coloca-o, de maneira irremediável, no «Eu» ou no «Eu sou». Então, o «Eu sou», como nas camadas de cebola, é, por vezes, necessário, mas é preciso estar, efetivamente, consciente de que o «Eu», mesmo da consciência, é apenas repetição, projeção e olhar exterior.

É preciso soltar, também, isso.
O Absoluto não é uma evolução.
A evolução pertence ao «Eu» e ao «Eu sou».
O Absoluto não é concernido por qualquer evolução, qualquer melhoria, qualquer transformação, qualquer Vibração: é o estado que é além da consciência e além de todo estado.

Se, um instante, o corpo não é mais percebido; se, um instante, o mental não está mais ativo; se, um instante, as Vibrações cessam, você se junta ao estado chamado Maha Samadhi ou Turiya, que lhe dá a viver a experiência da Infinita Presença.

Os contatos – sejam os nossos, entre nós, sejam aqueles de entidades bem além desse plano – levam-nos, progressivamente, a realizar a Dissolução. Em caso algum isso pode ser uma escolha efetuada pelo consciente, seja no «Eu» ou no «Eu sou». Apenas quando você solta o «Eu», apenas quando você solta o «Eu sou», quando aceita desaparecer, inteiramente, é que a Liberação ocorre.

Sem isso, não há Liberação.
Enquanto você crê ser, você não pode Ser no Não ser.
Você não pode estabelecer-se Absoluto.

E, portanto, sendo parte de uma evolução, de uma transformação, de uma Vibração, você permanece nesse espelhamento (nessa projeção nomeada consciência), enquanto há consciência moral, enquanto há consciência do «Eu sou», enquanto há um «Eu sou Um» (que foram, no entanto, certamente, para muitos de vocês, etapas importantes, com um sentido importante e uma missão importante).

Mas compreendam, e apreendam que não há missão alguma.
Enquanto vocês procuram um sentido na encarnação, enquanto procuram um sentido em qualquer espiritualidade, continua o «Eu sou» e continua a Ilusão e o efêmero.

Ser Absoluto não pode ser, em caso algum, uma crença nem um estado.
Mas só aquele que o realiza, para além de toda Realização, sabe disso.
Como dizia o Comandante (ndr: Omraam Mickaël AÏVANHOV), fechado em um saco – que ele chamou frasco – como você quer conhecer o que está fora de seu frasco, qualquer que seja esse frasco?

Só a consciência crê poder encontrar-se.
Ela não se encontra, jamais, porque nada há a procurar.
O trabalho que vocês realizaram, no «Eu sou», permitiu instalar o que vocês nomeiam Canal Mariano (acesso à Multidimensionalidade), mas não é, e em caso algum, o objetivo.

Esse objetivo é temporário, transitório e efêmero e não os faz, de modo algum, sair do efêmero. O medo é o elemento motor: o medo da perda da individualidade, o medo da perda da personalidade, o medo do neant. Porque, de seu ponto de vista, o que vocês nomeiam neant é vazio, é absurdo, enquanto, de nosso ponto de vista, é esse saco que é absurdo. Os pontos de vista não são os mesmos.
Cada um tem sua Verdade.

Mas existe apenas uma Verdade Absoluta.
É claro, todos os princípios existentes nesse mundo, nesse saco de alimento, nesse saco de pensamentos têm uma lógica que lhes é própria, baseada na Dualidade. Outro olhar os faz mergulhar na Unidade – para além da Dualidade – e penetrar os espaços da não Dualidade, realizando a Passagem do «Eu» ao Si. Resta, agora, a Passagem ao não Si que é, eu os lembro, a única coisa que é Absoluta, Eterna.
A única Realidade.

Mas, enquanto estão – o que nomeiam, vocês mesmos – no caminho, vocês não podem revelar o que vocês São, para além do ser.

Vocês apenas podem, perpetuamente, continuar.
E esse perpetuamento não é infinito: ele se repete como um círculo que gira em si mesmo (ou uma espiral, se preferem), a partir do instante em que vocês saem do confinamento dito inicial.

Se eu tanto insisti no fato de que vocês não são esse saco, de que vocês não são qualquer regra que adotam, é, efetivamente, aí que está o problema: vocês aplicam, pela consciência – a sua, onde quer que vocês estejam – regras.

Essas regras permitiram construir algo.
Se posso tomar o exemplo, é como quando vocês colocam o concreto: é preciso uma cofragem [ndt: forma de concreto armado]. Vocês olham a cofragem e continuam a cofragem. Vocês observaram a construção do que estava na cofragem, com um sentimento de solidez, chamado o Samadhi, o Si.

Mas, em definitivo, não há cofragem, nem concreto, nem nada do que vocês creem, percebem, sentem, imaginam.

Questão: a consciência do «Eu» está apagando-se, claramente, e o vazio apresenta-se, furtivamente (e a perda da Presença, mesmo). O mental agita-se, também, de modo agudo, assim como meus olhos (em estado meditativo). Como permanecer nesse vazio, sem mover-se?
A resposta está no próprio enunciado de sua questão.
Quando se produz esse estado – que é nomeado a Infinita Presença ou Última Presença – aceite cessar de olhar e de observar.

A aniquilação total da consciência deve fazê-la lembrar-se do que acontece quando você dorme: o mundo desaparece, o observador desaparece.
Mas, é claro, logo ao acordar, você se esqueceu disso.

Exceto, talvez, nos primeiros momentos do acordar, quando você não sabe mais quem você é, nem em qual mundo você está. Se você se rememora desse estado, se você é capaz de ver, em você, esse momento do acordar (que é, de fato, um adormecer), então, haverá continuidade. A Infinita Presença do observador, que vive a Presença no «Eu sou», desaparecerá por si mesma.

Isso não é uma Passagem, mas uma constatação.
Porque, naquele momento, não há mais corpo, não há mais mental: resta-lhe o observador, o testemunho.

Mesmo este, deve aniquilar-se.
É claro, o mental – como eu disse – tem tendência a manifestar nesses momentos.
Se vocês são Absoluto com uma forma, então, naquele momento, há Passagens (do «Eu» ao Si e do Si ao Absoluto).

Mas a primeira vez, não é uma Passagem.
Portanto, não há marcador a procurar no que você vive, mas faça desaparecer o que se vive, pela própria refutação. A parada da projeção, a parada da iluminação faz desaparecer o mundo. E eu entendo por «mundo», tanto o mundo exterior como o mundo Interior.

Aí está o Absoluto.
E você compreenderá, naquele momento, a partir do instante em que isso É, que isso sempre foi, e que só a perspectiva de sua posição – de seu ponto de vista – impediu-a de revelá-lo. Essa espécie de aniquilação (esse grande vazio), tal como pode experimentá-lo a personalidade (o desaparecimento e a Dissolução total) é Absoluto, qualquer que seja a evolução ou o futuro desse saco de alimento, como de pensamentos.

Mas é preciso não mais observar, não mais olhar.
Nesse desaparecimento encontra-se a Verdade, e há apenas uma: ela é Absoluto.
Todo o resto são apenas projeções que lhes dão a crer e a viver experiências.
Essas experiências são fonte de prazer, são fonte de enriquecimento. Mas como é que o que é perfeito, de todos os tempos, pode ser enriquecido do que quer que seja, uma vez que você é Absoluto?

O observador deve apagar-se, como a luz apaga-se.
Quando a luz apaga-se, não há mais projeção.
Só há o Amor. Mas não o amor, tal como vocês o projetam, esperam ou recebem: vocês passam do amor projeção/recepção, como Amor, vocês mesmos.
O Absoluto, então, está aí.

A Onda de Vida (sua propagação, sua Liberação) conduziu-os, de maneira coletiva, a viver o que, em meu tempo, não era realizável, coletivamente.
Aí está a grande diferença. Quando os Anciões falam-lhes de Liberação, é a liberação das ilusões, que lhes dá a ver a Luz, a viver a Luz, a fazer desaparecer o efêmero.

Tudo o que é efêmero e conhecido não pode ser a Verdade.
É muito difícil, para o «Eu», como para o «Eu sou», representar-se o que quer que seja. Como alguns disseram, seu Reino não é desse mundo e, no entanto, vocês aí estão. Então, é preciso fazer cessar a própria experiência. Não é questão de pôr fim à vida, mas, efetivamente, de viver a Vida, coisa que não podem realizar e Ser, enquanto vocês a projetam, em relação ao que quer que seja.

Porque vocês não são Livres.
Então, é claro, a personalidade vai dizer-lhes que ser livre é renunciar à encarnação: é um erro. Sejam Livres, e esse saco ficará muito bem.

Ele não parará.
Ele viverá a Liberdade, porque vocês não estarão mais condicionados nem por sua história, nem por esse mundo, nem por qualquer crença que seja, nem por qualquer Véu que seja.

Naquele momento (e unicamente naquele momento), vocês serão Livres e Autônomos, inteiramente. Enquanto o mundo existe, vocês não são Livres.
O próprio princípio da Liberdade foi, sobre esse mundo, totalmente alterado, por uma frase que, no entanto, vocês pronunciam sem parar: «amem-se uns aos outros».

Mas, o que é que ama um e o outro, se não são os apegos?
Porque, enquanto há outro, vocês estão separados, mesmo se defendam a Unidade. É preciso, primeiro, não mais estar separado.
O outro não existe mais do que vocês.
E, no entanto, vocês estão presentes.

Mas é o olhar que deve mudar.
Vocês não têm que matar nem um, nem o outro.
Simplesmente, deslocar-se, colocar-se onde vocês devem estar: no que não é efêmero, nem condicionado, nem condicionante.

Então, quando vocês são Absoluto, tudo isso é claro.
Não são as palavras que são balbuciadas, mas a Verdade Absoluta do que vocês São. As palavras que eu empreguei – como mudar de olhar ou de ponto de vista – são, não se pode mais exatamente, no que acontece. Mas, enquanto vocês estão fechados no saco vocês não podem, mesmo, nem apreendê-lo, nem concebê-lo, nem mesmo vivê-lo. Eu repito que a refutação não é a negação ou a oposição e, ainda menos, uma reação.

Não é um jogo mental.
Enquanto vocês aderem a qualquer frase que seja, a qualquer crença que seja, a qualquer efêmero que seja, vocês não são Absoluto. O problema é que o «Eu» e o Si são persuadidos de que o Absoluto é a negação do «Eu» e do Si (a aniquilação deles).

Mas isso não é verdade.
A refutação deles não conduz ao neant, mesmo se o sugira, mesmo se ele vá encontrar todos os pretextos para afastar-se do Absoluto: é o papel dele e é o papel deles. Não foi por acaso se vocês foram nomeados, alguns de vocês, os Liberadores. Mas os Liberadores não são salvadores, nem socorristas.
Eles são, ainda menos, Testemunhos.
Eles são Transparentes.

Transparentes para o quê?
Para esse mundo. Nada interfere neles, mesmo se possam manifestar uma personalidade. Mas a personalidade deles não é a personalidade daquele que está no «Eu sou», porque um sabe que joga e o outro não o sabe. O que explica, certamente, do mesmo modo, que houve uma comparação – uma confrontação, tanto em vocês como em seu exterior, sobre esse mundo – entre o «Eu» e o «Eu sou» (ou o «Eu» e o Si). Do mesmo modo, hoje, alguns de vocês vivem a ruptura dos últimos apegos.

E isso, como vocês o chamam?
Se vocês são Absoluto, vocês não o chamam.
Vocês não o veem. Se vocês estão no «Eu sou», podem ali colar todos os nomes que lhes passem pela cabeça.

Mas isso nada mudará.
Se vocês estão no «Eu sou», hoje, há, em vocês, a necessidade da experiência.
Não concebam, jamais, o Absoluto como um objetivo, porque ele afasta-se de vocês. O Absoluto É, independentemente de vocês, quer vocês estejam no «Eu» ou no «Eu sou».

Superem isso.
Saiam dessa história de que há algo a procurar, de que há algo a encontrar.
Vocês têm, muitos de vocês, ancorado a Luz. Vocês têm sido felicitados, porque mudaram a natureza do «Eu» para o «Eu sou».

O «Eu sou» é Liberdade, mas não é Liberação.
É o ponto de vista: há consciência ou não consciência?
O Absoluto não pode ser afetado nem pelas emoções, nem pelas feridas, nem pela morte, porque ele sabe, muito bem, que nem a emoção, nem a ferida, nem a morte, jamais, existiu.

Isso os chama, ainda mais, a saber: de onde vocês olham?
Vocês se olham desse saco, desse mundo ou não?
Crer que, olhando desse mundo, vai permitir-lhes dele extrair-se, é uma ilusão.
A prova: é, efetivamente, um evento qualificado de exterior (que vocês nomeiam a Onda Galáctica, Cósmica, Solar, pouco importa), que vem ajudá-los, mesmo se vocês tenham feito o trabalho.

Se não houvesse isso, vocês deveriam esperar o fim desse saco pessoal para serem Liberados, ao mesmo tempo sendo Liberados Vivos. Mas, enquanto vocês concebem que exista um apego a esse saco, aos seus pensamentos, às suas ações, a um próximo (qualquer que seja), vocês não podem ser Liberados.

Isso foi chamado de diferentes modos: Abandono do Si, Renúncia, Sacrifício, Ressurreição. Vocês podem ali colar todas as palavras, todos os conceitos, mas vocês não são um conceito.

Questão: em mim, não há mais questão. Eu me deixo viver, mas os pensamentos continuam aí. Refutá-los será suficiente para afastá-los?
Os pensamentos são o que eles são.
A partir do instante em que você interage nesse mundo, nesse saco, o pensamento está presente.

É diferente viver Absoluto, com uma forma, do que manifestar a personalidade e seus pensamentos, na vida comum. Aquele que é Absoluto constatará que há pensamentos. Esses pensamentos não terão qualquer tomada, nem na personalidade, nem no Eu sou e, ainda menos, no Absoluto.

O pensamento passa, nada há, portanto, a superar: apenas olhá-los passar, porque o Absoluto mostra que os pensamentos não vêm de você.
Eles nascem e desaparecem, como as questões e as respostas.
São apenas jogos de interações e de reações.

O importante é saber se você está submisso aos seus pensamentos ou se seus pensamentos fazem apenas passar, sem submetê-lo.
Não dê importância a eles: refute-os.

Mas isso não os fará desaparecer porque, como você quer comer se esse saco não lhe diz para comer? Há, efetivamente, o pensamento de um apetite, ou de um comportamento, que estará aí. A clarificação dos pensamentos faz com que, a partir do Absoluto com uma forma, os pensamentos não o condicionem mais. Os pensamentos servem para nutrir esse saco e essa vida, mas eles não são você.

Eles subsistirão, o que quer que você faça, exceto no Samadhi e exceto no momento em que você se recoloca no Absoluto com um saco. Não atribua, ali, importância, mas não os renegue: deixe-os passar e fique tranquilo. O pensamento daquele que é Absoluto não tem qualquer ação, a não ser permitir a esse saco viver o tempo que ele deve viver, e é tudo. Aquele que está submisso aos pensamentos vai crer que deverá agir de acordo com esses pensamentos.

Ele vai chamar a isso intuição.
Nada tem a ver com a correção ou a falsidade do pensamento, mas, simplesmente: qual peso você atribui ali? Qual lugar você dá aos seus pensamentos?

Enquanto há «eu», enquanto há «Eu sou», você está submisso aos seus pensamentos, exceto no estado de Samadhi. É o mesmo princípio do que aquele que é Absoluto e que vê onde está o confinamento, onde está o «eu», onde está o «Eu sou», para ele, como para o que ele nomeia o outro.
Mas ele não é parte, ele não é mesmo mais o observador disso.

Ele os deixa passar.
Ele se serve deles, se eles são úteis para esse saco.
Mas, em momento algum, ele está submisso aos seus pensamentos, nem mesmo é afetado por eles. O Absoluto em uma forma pode gritar.

Será que isso muda algo no que ele É?
Para aquele que escuta, sim.
Mas não para aquele que emite.

Porque ele emite de outro ponto de vista, para além de todo quadro, de toda referência e, sobretudo, de todo condicionamento e, sobretudo, de toda crença.
É toda a diferença entre a verdade relativa e a Verdade Absoluta.

Aquele que é Absoluto exprime a Verdade Absoluta.
Como vocês dizem, no Ocidente: «eu e meu Pai somos Um», «o que vocês fazem ao menor de vocês, é a mim que vocês o fazem». Essa Verdade é Absoluta, o que quer que vocês pensem, o que quer que emitam.

Porque aquele que exprime isso não está na reação.
Ele atua na interação, mas não é afetado, contrariamente àquele que vive o «eu» ou o «Eu sou».

Questão: enquanto não mais muita coisa desse mundo interressa-nos, é correto esforçar-se para implicar-se, ainda, nesse mundo ou, efetivamente, deixar-se levar pelo fluxo desse desinteresse?
Cada Absoluto, na forma, cada Último Presente, em uma forma, é diferente,
A consciência, espontaneamente, apaga-se. É claro, aquele que está estabelecido na personalidade, vai viver isso com horror.
Ele vai viver o fato de desaparecer.

Aquele que é Absoluto sabe, já, que nada desaparece, exceto esse corpo, exceto esse mental. O desinteresse deve ser uma alegria extrema. Porque aquele que é Absoluto não está no desinteresse, mas seu ponto de vista, Absoluto, dá-lhe a ver que é uma ocupação, ligada à presença, ao aparecimento desse saco, dessa vida.

Mas ele não é essa vida, uma vez que ele é a Vida.
Toda a nuance – e ela é grande – está aí.
Mas alguns podem viver essa aniquilação.

Como você quer resistir?
Você é capaz de opor-se à sua morte?
Você é capaz de opor-se ao Absoluto?

Tudo está aí.
Enquanto você se opõe, há resistência.
Enquanto há resistência, há dualidade.
Mas, por vezes, o «eu» e o «Eu sou» são astutos, porque eles vão fazê-los crer que você é Absoluto para ter a paz.

Aquele que é Absoluto sabe-o, sem qualquer dúvida possível, sem questão e sem resposta, porque ele percebe, simplesmente, que ele sempre esteve aí.
Ele não faz diferença entre um antes e um depois.
Ele toma consciência, tomando consciência.

É claro, aquele que está no «Eu sou» não pode aproximar-se, mesmo, da compreensão dessas palavras.
E ele gira em círculos.

O Absoluto não se põe mais a questão do interesse ou do desinteresse.
Ele vai deixar Ser, deixar fazer a Vida. O que não quer dizer estar no desinteresse ou na não ação. Mas a ação é conduzida pelo «eu» ou pelo «Eu sou», mas ele sabe que não é ele. Aí também, vocês reencontram a noção de ponto de vista.

Onde vocês estão?
Quem faz o quê?
Quem reage e que age?
É isso que é preciso resolver.

Mas, quando isso é resolvido, vocês constatam, com estupefação, que ele sempre esteve aí. Isso não apareceu um belo dia. Vocês é que estavam afastados disso, por medo, por apego, por resistência, por adesão a crenças.

A única coisa que vocês não podem ver é vocês mesmos.
O que vocês veem são apenas projeções, histórias, memórias, ilusões.
No entanto, revelar isso não põe fim ao saco, mas muda-os, radicalmente, de ponto de vista, coloca-os além de toda lei desse mundo.

O Absoluto não conhece qualquer lei.
Ele é Amor, mas não o amor que vocês imaginam.

Questão: a Onda de Vida tem por papel suprimir o observador?
A partir do instante em que não há mais resistência, a partir do instante em que o medo desaparece, a partir do instante em que o sentido de um papel, de uma missão ou de uma função desaparece, a Onda de Vida não é mais vista, nem vivida: ela é sua própria natureza.

Assim, portanto, superando e transcendendo a percepção da Onda de Vida, que se traduz pelo Êxtase (que nada tem a ver com um desejo ou um prazer), naquele momento, a Onda de Vida conduz à Infinita Presença. A revelação e a superação dela fazem-no perceber, no «Eu sou», que você é o não Si.
Não antes.

É, portanto, de algum modo, o que vocês podem nomear uma forma de preparação, uma antecipação do que vocês São, em Verdade.
Sem Onda de Vida, vocês não são Liberados, vocês são Realizados.

Vocês serão Liberados, em um momento coletivo, que põe fim à ilusão coletiva.
Mas as circunstâncias não são as mesmas, conforme o Absoluto é o que você É ou conforme você crê perseverar e permanecer até esse momento. É preciso, efetivamente, esquecer-se de si mesmos, desaparecer, totalmente.

Isso não quer dizer nada mais fazer, mas deixar fazer.
É a não implicação, no sentido o mais nobre, não como uma negação, não como o fato de recusar, mas, efetivamente, de não mais estar no mesmo lugar, de mudar de ponto de vista. Porque seu ponto de vista Absoluto não será mais ligado a esse saco, a essa pessoa, aos seus condicionamentos, às suas feridas, à sua história, mas, efetivamente, a outra coisa.

Mas, enquanto vocês creem procurá-lo, vocês não o encontrarão.
É todo o resto, que é chamado efêmero, que deve desaparecer.
Não é uma ação, eu diria que é uma não ação, mas essa não ação não os impede de agir na vida.

Ela lhes desvenda, simplesmente, quem vocês São, para além do ser, para além dessa vida.

Questão: a Onda de Vida é a trama do Absoluto, do manifestado e do não manifestado?
Ela é a trama, o suporte, a manifestação, como a não manifestação.
Efetivamente.

E isso tem por nome Amor.
Mas não o Amor vivido na coroa radiante do Coração, mas o Amor que não tem mais qualquer noção de pessoa, de ser, de indivíduo, de história.
É o Absoluto.

A Onda de Vida concorre para o desaparecimento da pessoa.
Porque essa pessoa não é mais identificada a qualquer medo, a qualquer limite, a qualquer papel, a qualquer missão, porque tudo isso é superado e transcendido. Não há mais qualquer sentido do «eu», o que não quer dizer que o «eu» desaparece.

A Onda de Vida, como vocês sabem, é ligada à Liberação da Terra e do Sol.
A própria Terra é uma projeção, ou uma emanação, como lhes foi dito, ligada, em ressonância e em espelho, a Sírius.

Mas o que é Sírius, para o Absoluto?
Ainda uma história, ainda uma lenda, ainda uma memória, mesmo livre.
Mudem de ponto de vista, aí também. Tornar-se a Onda de Vida não é olhá-la viver-se; é, aí também, superá-la para transcendê-la. Porque, naquele momento, vocês vivem a Essência de quem vocês São, nesse saco, para além desse saco, ou seja, o Êxtase, que nada tem a ver com a Alegria.

O Êxtase é sua natureza.
A Alegria é uma projeção.
Não vejam, aí, qualquer noção negativa, é, simplesmente, um ponto de vista diferente.

Questão: eu vivi um início de dissolução com um amigo, A surpresa e o incômodo fizeram-me retrair-me, Você pode iluminar-me?
No próprio enunciado de sua experiência, o que aconteceu?
O medo esteve presente.

O que você nomeia, pudicamente, um incômodo, é um medo do próprio desaparecimento do «eu» e do «Eu sou». Isso assinala um apego à forma, um apego a uma identidade. Enquanto há apego a uma identidade, vocês não podem ser o outro.

Não pode, portanto, haver dissolução.
Vocês podem comungar, mas não podem dissolver-se, porque mantêm o sentido de uma presença, o sentido de um observador, vocês não aceitam tornar-se o outro, que vocês São, em Verdade.

Vocês mantêm uma separação.
Isso faz parte, efetivamente, da experiência.
O Canal Mariano, e Maria, ou outros Arcanjos não são vocês.
Vocês vivem Comunhões que os aproximam do Êxtase, mas, enquanto vocês não são o outro, enquanto o sentido de uma identidade não desapareceu, vocês estão, ainda, observando, vocês são o Testemunho.

Tornar-se o outro não é um jogo de palavras, nem uma crença.
É o que vocês São, em Verdade, desde sempre. Para isso, é preciso deixar o lugar, o sentido do Acolhimento. Mas esse Acolhimento não é a persistência daquele que acolhe, mas o desaparecimento daquele que acolhe, que aceita tornar-se o outro, que não é mais, portanto, o outro, mas que é o mesmo.

Enquanto há medo há resistência.
Porque isso quer dizer que vocês estão apegados à sua história, à sua pessoa, ao seu corpo e, portanto, que há ego e resistência. Mesmo isso não tem que ser julgado, mas, simplesmente, ser olhado.

Todo sentido do «eu» deve desaparecer.
A Onda de Vida, a Comunhão, a Fusão, a Dissolução, o Fogo do Coração: todos esses efêmeros são destinados a facilitar, como eu o disse, a tarefa.
Até o momento em que vocês percebam que não há qualquer tarefa.

A única tarefa é vocês mesmos.
São apenas jogos de projeção.
E vocês aderem, permanentemente, a isso.
Mas as experiências efetuadas, por sua intensidade e por sua novidade, podem conduzi-los a soltar isso, ou seja, a não mais ser o Testemunho, o observador, a não mais ser vocês, a tornar-se o outro e, finalmente, aperceber-se de que não há nem um, nem o outro.

E, aí, o Absoluto É.
Vocês veem, enfim, claramente, para além de qualquer visão.
Porque vocês são Transparentes. Sendo Transparentes, vocês não podem mais interagir com o que quer que seja. Vocês não são mais afetados. Então, para alguns, isso vai traduzir-se como um sentimento de desaparecimento, de anestesia ou de hiperestesia.

Mas não parem aí, tampouco: vão além.
Vão até o extremo, até que vocês vivam que não há qualquer extremo, nem mesmo um início e, ainda menos, fim. Porque vocês são o que estava aí, antes do nascimento, após a morte, que sempre esteve aí, antes da existência dos planetas, das estrelas, das Dimensões.

Vocês são isso.
Mas ser isso é pôr fim às ilusões, a todo efêmero, a toda crença de que vocês evoluem, de que vocês devem melhorar, de que vocês têm algo a conduzir.
Mas ser Absoluto não os impede de conduzir o que quer que seja. Simplesmente, aí também, olhem: é o ponto de vista que não é o mesmo.

Ou vocês estão confinados, ou estão Liberados.
À primeira vista limitada, isso nada muda.
Mas, é claro que isso nada muda, porque o Absoluto nada tem a mudar, uma vez que, como eu disse, ele sempre esteve aí, antes mesmo que vocês existissem em um saco.

Viver isso é superar e transcender, sem ocupar-se disso, toda história, toda memória, todo medo, todo sofrimento, toda morte.
É restabelecer-se no que vocês São, de toda a Eternidade.

Questão: não tendo questão, eu posso receber o que você tem a comunicar-me?
O que eu tenho a dizer-lhe não é uma comunicação.
É, como eu disse no preâmbulo, uma Vibração, bem além de todo sentido inteligível, bem além de todo sentir e de toda percepção que lhe é própria.

Se você não se coloca mais na posição daquele que escuta, na posição daquele que ouve, mas, unicamente, além de todo observador, há uma ressonância que se cria nesse mundo, entre você e eu, até o momento em que seu ponto de vista o faz viver que não há você e não há eu, que o leva a ir além do olhar, além da história, além, mesmo, do instante presente.

A partir do instante em que todo sinal cessa, então, o Absoluto está aí.
Não é, portanto, uma comunicação, porque a comunicação parte de um ponto a outro. É isso, na aparência e, unicamente, na aparência, porque há um sinal que é emitido, de lá, onde estou, para aí, onde você está.

E esse sinal que é emitido de um ponto a outro, há ressonância, mas há, também, interpretação. O próprio sentido da ressonância, a própria interpretação deve deixar lugar para a vacuidade, primícias ao Absoluto. Em um primeiro tempo, você observa, escutando ou ouvindo, como eu disse. Mas se você aceita ir além disso, você se aperceberá de que não há um ponto e outro, de que não há distância, de que não há comunicação, nem mesmo relação.

Há Absoluto, a partir do instante em que cessam o Testemunho, o observador e a própria observação, a partir do instante em que você considera que não há mais sujeito e objeto e, ainda menos, dois sujeitos.

Naquele momento, nada mais há a comunicar.
O Absoluto não se comunica, mas, para aquele que está no limitado, isso pode chamar-se uma comunicação, com palavras, com Vibrações, com questões e respostas.

Mas, após isso, em definitivo, há o Absoluto, que não é nem função da questão, nem da resposta, nem de um, nem do outro, nem do sujeito, nem do objeto, nem do que é veiculado pela Vibração.

Questão: na expressão «o corpo, a alma, o Espírito», o que é o Espírito e qual é sua relação com o Absoluto, se há uma?
O corpo é o saco de alimento.
A alma e o Espírito são sacos que permitem a experiência e a projeção.

O Espírito seria o «Eu sou».
O Espírito não pode conduzir ao Absoluto, uma vez que, mesmo esse Espírito, deve ser entregue ao Absoluto: «Pai, eu entrego meu Espírito entre suas mãos». É o abandono de toda vontade própria, de todo sentido de identidade, de todo sentido de identificação, de toda veleidade de confinamento, de delimitação.

O corpo, a alma e o Espírito representam uma Unidade.
A Unidade não é Absoluta, porque o Absoluto contém tanto a Unidade como a Fonte, como todo o resto. Assim, portanto, o que você É não pode ser condicionado pelo corpo, a alma e o Espírito, porque corpo, alma e Espírito necessitam de um observador, um Testemunho. Se isso desaparece, o Absoluto é.
Não antes.

Não pode existir qualquer relação, qualquer ressonância, mas pode-se dizer, contudo, que o corpo, a alma e o Espírito são inclusos, de algum modo, no Absoluto. Tudo depende, aí também, do lugar – que não é um lugar – onde você se coloca.

Ou você se localiza, ou você não está mais localizado.
É o desaparecimento do observador: o momento em que é chegado para viver a não consciência ou a-consciência.
A consciência concerne à alma e ao Espírito.

A não consciência ou a-consciência não é mais concernida pelo corpo, a alma e o Espírito, em qualquer de suas experiências (confinada ou não).

Questão: eu experimento uma espécie de dormência e, quando pergunto ao meu mental: «quem sou eu?» há cada vez mais dificuldade a responder-me. Ao oposto, se eu o faço repetir: «eu sou Absoluto» eu não o vejo reagir, mas, contudo, eu não vejo subir a Onda de Vida?
Mas, como você pode imaginar dirigir-se ao seu mental?
Você crê que é ele que vai fazê-lo viver o Absoluto?
Ele vai tudo fazer para afastá-lo dele.
Ele vai fazê-lo repetir: «eu sou Absoluto».

E isso pode durar uma eternidade, porque você considera que é seu mental que vai conduzi-lo ao que você É. Como você pode crer, ou mesmo imaginar, algo assim?
A refutação não é uma afirmação. Não é porque você vai repetir: «eu sou Absoluto», que você vai sê-lo, porque, quem repete, se não é o mental?

A refutação nada tem a ver com isso.
Refutar o efêmero é a solução.
Mas dirigir-se, você mesmo, ao seu próprio mental, é uma inversão total, ou seja, seu «eu sou» dirige-se ao seu «eu».

Como é que, nesse sentido, poderia existir qualquer Absoluto?
Enquanto há essa busca, enquanto há essa crença, nenhuma Onda de Vida pode aparecer.

O único modo é Abandonar-se, a si mesmo.
O único modo de Abandonar-se a si mesmo é a refutação, e não a afirmação.
Afirmar: «eu sou Absoluto», tal como você diz, é a demonstração perfeita de que você não é Absoluto, enquanto é o que você É.

A afirmação mental – como se dirigir ao seu próprio mental – nada quer dizer, e não implicará qualquer modificação do que quer que seja, porque o lugar no qual você se coloca é, deliberadamente, o «eu» ou o «Si»: esse «eu» ou esse «Si» que se dirige a ele mesmo. O pensamento positivo continua um pensamento. Esse pensamento positivo age no âmbito do «eu», mas nenhum «eu» o fará descobrir o que você É.

A prova, é que você não o vive.
A Onda de Vida necessita de soltar o pensamento positivo, ou seja, a vontade.
Enquanto você quer e crê em algo, ela não acontecerá, jamais, porque você está, ainda, em uma perspectiva linear de crer que há uma evolução, que há algo a melhorar, e você se põe, a si mesmo, na distância, criando um objetivo ilusório, um caminho ilusório.

É claro que a Onda de Vida não pode nascer nessas circunstâncias.
Ela apenas pode nascer se você está Abandonado, primeiro, à Luz e, em seguida, a si mesmo. Você procura colocar-se no observador, mas não é, mesmo, o observador ou o Testemunho do Si, mas do «eu»: você se espelha, a si mesmo, em si mesmo.

Há, nesse nível, o que vocês nomeiam uma ferida narcisista.
Essa ferida narcisista o faz considerar que é o «eu» que deve viver a Luz e que há algo a incorporar, mantendo o «eu».

Eu posso apenas dizer o que eu já disse: esqueça-se.
Enquanto você crê ser uma pessoa, você continua ela e, sendo uma pessoa, há uma separação, uma divisão, um afastamento que apenas existe em seu mental.

Então, como você pode dirigir-se ao seu próprio mental?
Vá, antes, ao sentido da confusão. Se seu mental está confuso, isso quer dizer que ele rende as armas. Você o observa, por momentos, render as armas, e você volta a nutri-lo, no instante seguinte, repetindo a ele: «eu sou Absoluto».

Você pode repetir isso muito tempo.
O Abandono do Si é não mais exercer o mínimo pensamento positivo, não mais querer o que quer que seja. Você quer fazer coexistir, do mesmo ponto de vista, o «eu», o Si e o Absoluto, mas o Absoluto não pode estar, enquanto o «eu» e o Si não desapareceram.

Você não desapareceu.
Você mantém uma forma de presença, não tanto como observador que ainda não desapareceu, mas no que eu nomeei essa ferida narcisista. Tente, simplesmente, lembrar-se do que você era antes de ter o sentido de uma pessoa, antes de três anos (ndr: a idade de três anos). Você deve chegar ao estado do sono, ou seja, aquele em que você não existe mais.

Ora, repetir: «eu sou Absoluto» mantém a ilusão.
É seu mental que lhe ditou essa conduta, fazendo-o crer que você ia ali chegar.
Mas isso é impossível.

Eu posso apenas repetir-lhe: esqueça-se e refute.
Refutar não é afirmar. Eu repito.

Questão: Ser o receptáculo de minhas Irmãs Estrelas, e Irmãos Anciões, e dos Arcanjos, e de você, BIDI, e irradiar seu Amor Absoluto, sem qualquer participação de minha vontade e a nenhuma direção. Estar em minha Presença sonora do Universo, sem ali prender-me. Estar na Onda de Vida que me percorre, sem ali atribuir importância. Sentir o Amor de meu Coração queimar ao Infinito. Seguramente, resta-me a paciência para tornar-me Absoluto?
Quando você diz tudo isso, e quando demonstra o que vive, isso é a Última Presença.

Eu poderia dizer, simplesmente que, tendo observado e vivido tudo isso, com toda a Alegria manifestável e manifestada, quando você acolheu, em si, Anciões, Arcanjos ou eu mesmo, resta-lhe fazer desaparecer – sem o querer – o Observador que viveu e constatou tudo isso.

Nada mais há a empreender.
Eu repito (como disseram outros Anciões): fique tranqulio, nada mais queira, nada decida, deixe instalar-se o que você É. Isso necessita, de você, nada mais do que desaparecer, ou seja, fundir-se em um Ancião, em uma Estrela, em um Arcanjo, em mim, em quem você quiser, em seu duplo, em KI-RIS-TI, isso não tem qualquer importância.

Nesse momento em que se manifesta o que você nomeia uma Presença (em seu Canal Mariano ou em seu Coração, ou nos dois), esqueça-se. Nós não estamos mais, unicamente, na refutação, mas no desaparecimento do Si. Aí, você é o que você É, Amor Absoluto, sem qualquer dúvida possível.

A partir do instante em que você para de fazer, a partir do instante em que você para de ser, o mundo desaparece (como você desaparece) e, quando tudo desapareceu do efêmero, resta o Absoluto.

Você se tem na Infinita ou Última Presença.
Resta apenas finalizar – se posso exprimir isso assim – sua própria Presença, fazer desaparecer o Testemunho, aquele que viveu todas essas Graças.
Porque você não tem que vivê-las, unicamente.
Porque ela é sua Natureza: graça Absoluta.

Ela, portanto, o fez sentir – por suas experiências, pelo que você me pergunta – que lhe resta render o último efêmero – o Testemunho, a própria consciência – justamente, fazendo cessar toda projeção, toda ideia, toda sensação, toda experiência.

Naquele instante, e a partir desse instante, você será o que você É, de toda a Eternidade: Absoluto. Lembre-se de que há passagens do «eu» ao Si, do «eu» ao «eu sou», mas que não há passagem entre o «eu sou» e o Absoluto.

É a refutação do «eu» e do «eu sou» que deixa aparecer o que é, de toda a Eternidade, o que você É, para além do Ser, para além da consciência, para além de toda experiência. Se você para, se você desaparece, então, Absoluto você aparece, porque ele jamais desapareceu.

Coloque-se a questão de quem observou, quem viveu tudo isso?
Efetivamente, aquele que esteve imóvel, para além do Testemunho e do Observador. Eu diria: translade o ponto de vista.
Suprima todo olhar.

Nada mais há a fazer, nada mais a empreender.
Isso se chama: «ficar tranquilo», além, mesmo, do Observador.
A Infinita Presença.

Pela dormência do corpo, pelos Sons, pelo Canal, pela Onda de Vida, pelo Fogo do Coração, pelo Kundalini (como eu disse) devem ser transcendidos, superados, o que lhe dá a Ser, além de toda percepção e de toda consciência, ou seja, estar no não Ser, o que você É.

Você é, de algum modo, o apoio e a Essência de todas as experiências do mundo, como as suas. Se você se apreende disso, você se desapreende de todo o resto. E aí, você verá que tudo está aí, já, assim como o que foi desenvolvido, que tudo o que foi sintetizado, que o conduziu a viver suas experiências, a descobrir alguns estados.

Hoje, é-lhe pedido para ir além de todo estado, sem mover-se.
Então, permanecendo assim, sem esforço, sem sentido do «eu» ou do «eu sou», você será apreendido pelo que você É.
Mas você, você nada mais apreenderá.

Questão: o Aïn Soph [(*) do hebraico: Sem Limites - é o Todo Supremo da cabala] é o Absoluto?
Trata-se do Aïn Soph Aur, além do Aïn, além do Aïn Soph.
O Absoluto é o Parabrahman.
O Aïn Soph é o Brahman.

Pode-se dizer que o Parabrahman (ou o Aïn Soph Aur) contém o Aïn Soph ou contém o Brahman. Mas são apenas conceitos, apenas palavras. Não seja tributário das palavras, porque toda palavra é um conceito, toda palavra é uma projeção na ilusão.

O perigo do conhecimento está aqui: é tomar o conhecimento pela vivência.
Nenhum conhecimento pode ser uma vivência, mas a reapropriação de uma vivência, através de uma terminologia, uma língua, uma linguagem, uma crença.
Enquanto você tem necessidade de identificar – e, do mesmo modo, enquanto você tem necessidade de nomear uma pessoa, um conceito, uma ideia – o Absoluto não pode estar.

O silêncio do que é nomeado, o silêncio dos conceitos, como o desaparecimento da pessoa são elementos essenciais, que permitem ao Absoluto – que sempre esteve aí, eu o lembro – revelar-se, desvendar-se, porque é o que você É.

Nenhum conceito, nenhum conhecimento leva-o ao Amor e, aliás, nas Escrituras do Ocidente, isso foi dito por numerosos místicos. O conhecimento é uma projeção, ele está na antítese e ao oposto da simplicidade, porque todo conhecimento é uma projeção e, portanto, pertence à ilusão.

Você não pode conhecer o que você É.
Você não pode encontrar o que você procura.
Apenas a partir do instante em que você cessa a busca, a procura – ou imagina que tem algo a encontrar – a partir do instante em que você para os conceitos, é que o Absoluto está aí.

É preciso esquecer-se de tudo isso.
Enquanto há necessidade de nomear, enquanto há necessidade de referir-se ao que quer que seja, você não pode ser Absoluto, porque a consciência está em ação e a ação da consciência é a de ter-se fora do Absoluto, de apoiar-se no Absoluto, mas, em caso algum, permitir o Absoluto.

Assim, portanto, é essencial fazer desaparecer todos os conceitos, todas as crenças, todas as trapaças da espiritualidade, que são apenas desvarios, apenas passatempos, apenas divertimentos.

Isso não é para renegar porque, frequentemente, foi o que lhes permitiu chegar aí.
Mas aí, agora, para ser Absoluto, não há qualquer lugar aonde chegar, qualquer parte na qual procurar, qualquer parte na qual encontrar.

É apenas o movimento que deve parar, não como a expressão de uma vontade, nem de um mental, mas no fato de que tudo para, a partir do instante em que você não procura mais os conceitos, nem as palavras, nem o que quer que seja.
Então, o Absoluto está aí.

Questão: você me disse: «há etapas para a observação lúcida». Eu aceito e refuto esse comando de aderir à necessidade do outro, seja de servir de vítima, algoz ou salvador. No testemunho, eu me desengajo, por vezes na paz, por vezes, ainda, na inquietação da vítima de mim mesmo, pouco importam os papéis interpelados.

O desafio é o de desapreender-me, de passar outro do que sempre fez parte da falsificação das relações. Você tem uma opinião para fortalecer-me em minha posição, porque os testes são, é claro, a cada instante?
Qual é a questão?
Onde está a questão?
Eu vejo apenas afirmações.
Eu vejo apenas «eu».

Eu vejo apenas o sentido de uma identidade: eu e o outro, eu e minha vida.
Há, indiscutivelmente, a vontade de colocar-se ao centro. Mas não o centro imóvel: o centro que leva a si e, portanto, à instalação do Si. Há, de qualquer forma, um progresso. Há, de qualquer forma, uma progressão, mas o Absoluto não pode ser, de modo algum, uma progressão, nem uma aceitação, nem mesmo uma superação.

Esqueça-se de tudo isso, esqueça-se de toda história, de todo sentido de uma pessoa, de todo sentido de uma identidade. Você não tem qualquer meio – através disso – de ser Absoluto, porque dizer: «aceitar renunciar aos próprios sofrimentos» faz desaparecer os sofrimentos?

Não, porque você se coloca no mesmo nível.
Essa lucidez tem etapas, mas nenhuma etapa é Absoluto.
Tudo traduz, sem exceção, uma mudança de olhar, mas que o mantém ao centro de si, ao centro de uma identidade.

O Absoluto está ao centro de tudo, mas não ao centro de uma identidade, nem de uma pessoa. Há – por isso, por essas palavras – o sentido de uma afetação a si mesmo, a necessidade de uma apropriação e não de uma restituição: o medo de desaparecer. Há, portanto, algo que é mantido, algo que não é solto, algo que mantém, artificialmente, o sentido de uma presença, o sentido de um «eu sou», uma consciência.

Todas essas etapas lúcidas devem ser refutadas.
A refutação acompanha-se da Onda de Vida.
Ou, então, o Abandono do Si é tal que o Canal Mariano, as Presenças estão aí, tanto em vocês como ao seu lado.

Mas, para isso, o «eu», o Si devem desaparecer.
Há, portanto, novamente, para além dos estados lúcidos, uma forma de reposicionamento em um centro que não é mais você, nem o «eu sou», em um centro que está além daquele que olha, daquele que viu etapas, daquele que compreendeu, daquele que apreendeu.

Vá além de tudo isso e você encontrará a Paz: não aquela ligada a uma satisfação ou a uma lucidez, mas, efetivamente, ao Absoluto. De qualquer forma, você se coloca à distância do que você É, ao centro, não de si mesmo, mas ao centro de tudo. Assim, você mantém, sem o querer, a distância entre o Tudo e Você.

É isso que há a ver.
Tornar-se Transparente é não mais ser, é não mais interferir, é deixar estabelecer-se o que você É.

Questão: a noite passada, eu vivi, pela primeira vez, a Eternidade. Era a Paz verdadeira, a plenitude do silêncio. É isso a Morada de Paz Suprema, Shantinilaya?
É isso o Absoluto?
Ou é, ainda, o Si?
Shantinilaya é a tradução do Absoluto.
É, de algum modo, se posso exprimi-lo assim, a barreira ilusória entre a Infinita Presença e o Final ou o Absoluto.
É a coloração do Absoluto.

A partir do instante em que Shantinilaya é tocado, o Absoluto está aí, realmente, para você. Se ele está, você vai constatar que deixa esse corpo viver, esses pensamentos passar, que você não sabe mais ser afetada pelo que vivem esses diferentes sacos, porque você É Eternidade, porque você é Shantinilaya.

E aí, efetivamente, o olhar mudou.
As consequências disso serão múltiplas.
Observando as consequências, a partir do «eu» ou do «eu sou», aparecer-lhe-á que você não é mais afetada e, também, que você poderá passar, com uma facilidade cada vez mais evidente, da ação do jogo da vida desse mundo para a contemplação do Si, para Shantinilaya, sem qualquer dificuldade.

Aí está a verdade Absoluta.

Questão: Basculamento. Isso me parece diluir.
Você pode pôr-nos em uma forma de Luz clarificada?
O melhor dos Basculamentos que você conhece é a cada dia: é o momento em que você dorme e o momento em que acorda. Você Bascula, de uma consciência para outra coisa.

Isso é um Basculamento.
O Basculamento não concerne ao Absoluto.
Contudo, você pode ali encontrar elementos apreciáveis, que lhe permitem conceituar – mas não vivê-lo – o Basculamento.

É, por vezes, a Reversão – passagem de um estado a outro – porque, tanto no Basculamento como na Reversão, há um ponto de apoio: o «eu» ou o Si. No Final ou no Absoluto não há mais qualquer ponto de apoio, é toda a diferença. Não se Bascula no Absoluto: o Absoluto já está aí.

Reverte-se ou Bascula-se do «eu» ao Si, transpondo uma porta, revertendo um triângulo elementar, revertendo a alma do ponto de vista do corpo ao ponto de vista do Espírito.

Mas o Absoluto contém, absolutamente, tudo isso.
Ele não pode ser, em caso algum, um Basculamento, mas, efetivamente, a parada do movimento, a parada de toda dinâmica, a parada de toda percepção e de toda sensação.

O Basculamento é o mecanismo que conduz a consciência a viver os diferentes Samadhi: passar da consciência comum a Turiya, mas Turiya não é Shantinilaya, não é um Basculamento. É, justamente, o momento em que tudo está imóvel, no qual nada mais pode Reverter-se, no qual nada mais pode Bascular.

É quando a Presença desaparece.
Você pode assimilar isso a um Basculamento, mas o Basculamento tem um ponto de apoio.

Mesmo se é passível de sobreposição.
A passagem do estado de vigília ao sono pode ser chamada Basculamento, mas, quando você está no sono e acorda, o que é que Bascula?
É o movimento – se posso dizer – inverso.

Fazer desaparecer o Basculamento, ficando tranquilo, permite ser Absoluto.
Isso não é nem um Basculamento, nem uma Reversão, mas, bem mais, a evidência que se manifesta diante de você e em você, que não o faz mais depender de uma oscilação, de uma alternância, mas, efetivamente, do que foram nomeadas passagens de um ao outro.

Essas passagens de um ao outro se manifestam, claramente, como uma percepção ou uma não percepção. Mas algo se moveu, enquanto você não se movia. São as passagens do «eu» ao Si, do Si ao Absoluto, do Absoluto ao «eu», uma vez que ele está aí, revelado, uma vez que seu ponto de vista está dentro, e não mais fora.

O Basculamento não concerne ao Absoluto.
Quando você passa da vigília ao sono, há Basculamento.
Quando você passa do sono ao despertar ou à vigília, mesmo se isso possa ser percebido como um Basculamento, não é mais um Basculamento.

É uma mudança de posição da consciência, o cruzamento de uma Porta.


Mensagem do Venerável BIDI, primeira parte, do dia 13 de julho de 2012,
publicada pelo site francês AUTRES DIMENSIONS
http://www.autresdimensions.com/article.php?produit=1515
Tradução para o português: Célia G.
http://leiturasdaluz.blogspot.com.br

M.A - http://www.mestresascensos.com/
C.R.A - http://a-casa-real-de-avyon.blogspot.com/