27 de dez. de 2010

Ortomolecular e fibromialgia



Fibromialgia

Durante muito tempo mulheres que apresentavam dores musculares difusas, depressão, dores de cabeça, insônia e cansaço tinham grande chance de serem rotuladas de sofrerem de doença emocional. Hoje sabe-se que existe uma doença chamada fibromialgia, cuja origem ainda se discute, mas que sem sombra de dúvida não é coisa "da cabeça", e muito menos emocional.

SINTOMAS DA FIBROMIALGIA
 
A doença acomete preferencialmente mulheres entre 25 e 50 anos, e a maioria absoluta apresente dores musculares. Essas dores costumam ser generalizadas, embora possa começar numa região específica, como ombros ou nas costas, e daí espalhar-se ou migrar para outras regiões.
  
A dor pode ter várias características, podendo ser do tipo em peso, em espasmo ou mesmo arder, e é característico nessas pessoas possuir áreas de sensibilidade aumentada em certas regiões, na verdade são 18 áreas sendo que pelo menos 10 dessas são muito sensíveis em quem sofre de fibromialgia.
  
SINTOMAS DA FIBROMIALGIA

É muito comum em quem sofre de fibromialgia que o sono não seja reparadador, que ao se acordar permaneça uma sensação de cansaço. Na verdade, pela manhã, além do cansaço, há tendência a sentir os músculos mais "duros" e muitas vezes com dores no corpo inteiro.

Exercícios físicos costumam melhorar um pouco, assim como calor no local, e dependendo do clima (frio, calor, chuva, umidade, etc) pode haver alteração para melhor ou pior.

O estado emocional também afeta, especialmente o sentimento de tristeza e o estresse, e eventualmente o excesso de barulho só fazem piorar o quadro.

cansaço parece vir com mais facilidade, em geral o suficiente para dificultar as atividades do dia-a-dia. Dor de cabeça, especialmente a do tipo tensional (em aperto ou em peso, como se fosse uma faixa ou uma "morça" ao redor da cabeça) também são comuns, asssim como dores no abdome, inchaço ( distensão abdominal), além de prisão de ventre e diarréia alternadamente.
 
Em resumo, os sintomas principais da fibromialgia são:
  
1. Dor generalizada, pelo corpo todo, que já dura no mínimo três meses.
 
2. Sono inquieto, superficial e não-reparador. Mesmo com muitas horas de sono o cansaço aparece logo pela manhã.
 
3. Fadiga prolongada, um cansaço com falta de energia que aparece mesmo com pequenas atividades físicas.
 
4. Transtornos intestinais, especialmente prisão de ventre intercalada com algumas diarréias, além de excesso de gazes intestinais.
 
5. Dormência e formigamento nas mãos e pés, e também nos braços, pernas e rosto.
 
6. Sentimentos de tristeza e desesperança por longos períodos de tempo. Irritabilidade por pequenos motivos.
 
7. Dores de cabeça, em especial enxaqueca (dor pulsante, que piora com a luz e com ruídos)
 
8. Sensação de inchaço no corpo todo, inclusive nas articulações.
 
9. Musculatura endurecida.
 
10. Mal estar, irritação ou piora das dores com mudanças no ambiente, como variações na temperatura, barulhos e ruídos, estresses emocionais.
  
NOSSA ABORDAGEM ORTOMOLECULAR NA FIBROMIALGIA
  
A abordagem se faz tanto com a correção dos fatores que levam ao desequilíbrio da química do organismo, quanto o fornecimento das substâncias necessárias ao funcionamento do corpo. Alguns exemplos mais marcantes:
 
1. Facilitação do Funcionamento do Cérebro:

Não temos como modificar diretamente a estrutura do nosso cérebro. Mas temos como modificar indiretamente seu funcionamento.
 
Seu cérebro, para dar origem ou gerenciar tudo aquilo que você pensa, sente ou faz, possui algo em torno de cem bilhões de neurônios, sendo que cada neurônio pode se comunicar com até mil outros neurônios.
 
Toda essa comunicação, algo em torno de mil trilhões de possibilidades combinadas, é realizada por substâncias químicas, os neurotransmissores.
 
O funcionamento requer energia, e seu cérebro, embora com apenas dois por cento do seu peso corporal, consome entre vinte a trinta por cento dos recursos energéticos disponíveis.
 
O detalhe é que ele não possui nenhum reserva, depende o tempo todo de um aporte periódico de energia e nutrientes.

 
Vários aminoácidos e vitaminas participam na formação das substâncias químicas que estão envolvidas no funcionamento das áreas do cérebro responsáveis pelas emoções, pelos pensamentos e pela memória. A administração correta dessas substâncias naturais pode permitir ao cérebro corrigir seu funcionamento. Esse aporte de substâncias benéficas é feito pela administração da própria substância isolada (sob a forma de cápsulas ou injetaveis), e também pelo aumento do consumo de alimentos chamados de "funcionais", por conterem quantidade considerável da substância que se deseja aumentar. 
 
Um exemplo dessa abordagem: tanto a ansiedade quanto a depressão tem um mediador químico cerebral envolvido no processo chamado serotonina. Vários antidepressivos são capazes de aumentar a quantidade de serotonina do cérebro ao dificultar sua volta na célula que a liberou, inibindo sua absorção (recaptação), mas ao custo de muitos efeitos colaterais. Já certos aminoácidos podem aumentar a quantidade da mesma serotonina ao aumentar sua produção, fornecendo em quantidades extras a matéria prima para sua fabricação. O processo tem bem menos efeitos colaterais e, ao contrário dos antidepressivos, não dá origem a sintomas de abstinência (eufemisticamente chamado de "síndrome da descontinuidade") quando é interrompido.
 
Outros precursores de transmissores químicos cerebrais têm o mesmo princípio de favorecer funções cerebrais, modulando, por exemplo, a irritabilidade, a agressividade, a tristeza, a iniciativa e o prazer.
 
Todo esse sistema também depende do “líquido” que permeia as células, a matriz extracelular. Se essa matriz estiver “limpa”, o terreno facilita o funcionamento das células. Se essa matriz estiver “suja”, com dejetos tóxicos, o funcionamento fica prejudicado. Por isso, um dos grandes objetivos em nossa clínica é, além de nutrir adequadamente o cérebro com as substâncias apropriadas, promover a retirada de conteúdos tóxicos.
 
  
2. Correção das funções gastro-intestinais. 
  
Nosso sistema digestivo está envolvido em algo em torno de 80 % da nossa capacidade imunológica, além de ter influência no nosso estado emocional. A conexão entre nosso sistema digestivo e nossos pensamentos e emoções pode ser resumida assim. O intestino tem, entre outras funções, a capacidade de selecionar o que deve e o que não deve ser absorvido. Essa seleção, na prática, ocorre nas vilosidades intestinais, que com freqüência são lesadas por várias medicações (como anticoncepcionais, antiinflamatórios, corticóides e antibióticos administrados por longos períodos de tempo), além do tipo de alimento modificado que ingerimos comumente.

Como resultado, ocorre um aumento da permeabilidade das vilosidades intestinais que acaba permitindo a passagem de toxinas fabricadas por parte das bactérias que habitam nosso intestino. Esse aumento de permeabilidade também permite a passagem de metais pesados e de partículas alimentares em tamanho irregular, sendo que muitas delas têm o potencial de se fixar no cérebro e alterar seu funcionamento.
 
Além disso, ocorre uma alteração no equilíbrio entre as bactérias "boas" (que entre outras qualidades fabricam vitaminas do complexo B e a vitamina K), que passam a perder terreno para bactérias nocivas. As conseqüências dessa mudança na flora intestinal são muitas, mas para dar um exemplo interessante, considere que algumas bactérias nocivas se alimentam de açúcar, e têm como estratégia de sobrevivência inibir a serotonina do cérebro. Assim, ela consegue mudar nossas emoções no sentido de que passamos a ingerir mais açúcar, o alimento que ela tanto deseja.
O diagnóstico é realizado com exames laboratoriais, e a correção com mudança dos hábitos alimentares, além de antioxidantes que agem nas paredes do intestino e ingestão de bactérias "boas" para competir com as nocivas.
 
3. Correção do estado inflamatório.

Não importa se um acontecimento estressante tiver origem psicológica, vir de um traumatismo físico ou de uma infecção. Qualquer que seja a origem, as mesmas reações químicas acontecem no organismo. Essas reações têm em comum um estado inflamatório inespecífico, que na verdade é uma tentativa bastante primitiva do organismo restringir os danos. Como o maior risco dos nossos ancestrais era o do contágio por micróbios, nosso organismo ainda reage da mesma maneira que foi tão útil aos nossos antepassados: ele promove uma reação inflamatória, o que inclui um conjunto de alterações que tem por objetivo reduzir a quantidade de nutrientes que os microorganismos necessitam.
O diagnóstico é feito por exame de laboratório simples, que a maioria dos laboratórios faz sem dificuldades e tem cobertura pelos convênios, Já para a correção, utilizamos substâncias naturais que têm a capacidade de reduzir o estado inflamatório sem os efeitos colaterais dos antiinflamatórios químicos.
 
4. Mudança nos hábitos de vida
  
O que inclui incentivo e orientação para atividade física, hábitos regulares de sono, alimentação balanceada, meditação, técnicas de relaxamento, entre outras medidas.