24 de jun. de 2015

A Origem da Vida


O mais impressionante é que os geneticistas concluíram que todas as pessoas na Terra podem ter uma linhagem com uma única ancestral em comum, que viveu há cerca de 200 mil anos. Como um galho da linhagem humana é de origem africana e o outro também contém linhagem africana, os autores do estudo concluíram que essa mulher viveu na África. Os cientistas chamaram essa ancestral em comum de Eva Mitocondrial.
Os pesquisadores tiveram a idéia de realizar esse projeto com base em uma descoberta que outro geneticista fez em 1980. O Dr. Wesley Brown percebeu que, quando se compara o mtDNA de dois seres humanos, as amostras são muito mais parecidas do que quando o mtDNA de dois outros primatas é comparado (como o de dois chimpanzés, por exemplo). Brown descobriu que o mtDNA de dois seres humanos tem apenas cerca da metade das diferenças que o mtDNA de dois outros primatas apresenta dentro da mesma espécie. [fonte: Cann (em inglês)]. Isso quer dizer que os humanos têm uma ancestral em comum muito mais recente do que os outros primatas, uma idéia tentadora o suficiente para dar início à investigação do Nature.
A autora principal do estudo, Rebecca Cann, definiu o uso do nome Eva, escolhido por ela e por seus colegas, como uma brincadeira com o nome e ressaltou que o estudo não indicava que a Eva Mitocondrial era a primeira, ou talvez a única, mulher na Terra durante o tempo em que viveu [fonte: Cann (em inglês)]. Em vez disso, ela é a pessoa no topo da genealogia (em inglês) de todas as pessoas. Em outras palavras, existiram muitas mulheres antes dela e muitas vieram depois, mas a vida dela foi o ponto de partida para todos os galhos modernos da árvore genealógica da humanidade.
Quando os pesquisadores do estudo de 1987 examinaram as amostras coletadas de 147 pessoas e fetos diferentes, encontraram 133 seqüências distintas de mtDNA. Constatou-se que algumas dessas pessoas tinham uma ligação recente. Depois de comparar o número de diferenças entre as amostras de mtDNA entre raças, eles descobriram que os africanos têm o mtDNA mais diversificado (ou seja, com o maior número de diferenças) se comparado com o de qualquer outro grupo racial. Isso poderia indicar que o mtDNA encontrado em africanos é o mais antigo: como sofreu o maior número de mutações, que são processos demorados, deve ser a linhagem mais antiga entre as que existem hoje.
Os dois galhos distintos que eles descobriram continham o mtDNA encontrado nas cinco principais populações do planeta: da África, da Ásia, da Europa, da Austrália e da Nova Guiné. Os pesquisadores descobriram que no galho que não era exclusivamente africano, as populações raciais geralmente tinham mais de uma linhagem. Por exemplo, o parente mais próximo de uma linhagem de Nova Guiné é encontrado em uma linhagem presente na Ásia, não em Nova Guiné. No entanto, todas as linhagens e os dois galhos podem ter iniciado em um conceito teórico: a Eva Mitocondrial.
Então como a Eva acabou sendo a ancestral em comum mais recente da humanidade? Vamos aprender sobre isso neste artigo, além de ver alguns argumentos contrários à teoria da Eva Mitocondrial. Mas primeiro, o que são mitocôndrias e por que os cientistas usaram o mtDNA para pesquisar o início das linhagens?

Os biólogos sabem da existência da mitocôndria desde o século 19. Mas apenas no fim da década de 70 ficou evidente a importância de usar o DNA encontrado dentro da mitocôndria para examinar a história antiga da humanidade. O DNA mitocondrial difere, de algumas maneiras importantes, do DNA nuclear. A variedade do DNA localizado dentro do núcleo de cada uma de suas células determina a cor dos seus olhos, suas características raciais, sua tendência a desenvolver determinadas doenças, entre outras características, enquanto o mtDNA, por outro lado, contém códigos para a produção de proteínas e a realização de outros processos pelos quais a mitocôndria é responsável.
Os genes que você possui na forma de DNA nuclear são o resultado da união entre o DNA de sua mãe e de seu pai. Essa união é chamada de recombinação. No entanto, o mtDNA é derivado quase que exclusivamente de sua mãe. Isso acontece porque o óvulo de uma fêmea humana contém vários mtDNAs, enquanto os espermatozóides masculinoscontêm apenas um pouco de mitocôndria. Uma das funções de uma única mitocôndria é gerar energia para a célula em que ela se encontra, e os espermatozóides usam algumas mitocôndrias na cauda para estimular a corrida em direção ao óvulo e realizar a fertilização (em inglês). Essas mitocôndrias são destruídas depois que o espermatozóide fertiliza o óvulo e, como conseqüência, qualquer mtDNA que poderia ser transmitido pelo lado do pai é perdido.

sso significa que o mtDNA é matrilinear, ou seja, apenas o lado da mãe sobrevive de uma geração para a outra. Uma mãe que tem apenas filhos homens terá a sua linhagem de mtDNA perdida. Até agora, a análise de mtDNA apresentou apenas casos raros e incomuns em que o mtDNA paterno sobrevive e é transmitido para a criança.
A mitocôndria também é importante para os evolucionistas porque cópias exatas do seu mtDNA podem ser encontradas em células por todo o seu corpo. E dentro de cada célula também podem existir milhares de cópias do mtDNA. Por outro lado, o DNA nuclear em uma célula geralmente contém apenas duas cópias. Também é mais fácil extrair o mtDNA do que o DNA nuclear, já que ele é encontrado fora do núcleo celular, que é frágil e se decompõe mais rápido.
O resultado de tudo isso é que o seu mtDNA é o mesmo que o de sua mãe, já que não existe recombinação para formar uma terceira versão, diferente do DNA de sua mãe e de seu pai, mas sim uma combinação dos dois. Isso torna o mtDNA muito mais fácil de rastrear a partir de um ponto de vista antropológico.
Os seres humanos existem há muito tempo. Durante as centenas de milhares de anos em que estamos vivendo no planeta, os nossos números cresceram. Então como apenas há cerca de 200 mil anos uma única mulher se tornou a bisavó de todos nós? A história humana não deveria ser mais antiga do que isso?
Leia a próxima seção para descobrir sobre como a humanidade pode ter chegado perto da extinção, preparando o terreno para a Eva Mitocondrial deixar sua herança duradoura.

Cann e os outros pesquisadores estimaram que a Eva Mitocondrial tenha vivido há cerca de 200 mil anos. Contando com a margem de erro deles, ela teria vivido entre 500 mil e 50 mil anos atrás. Supondo que a Eva tenha vivido em uma época em que existiam outras mulheres vivas, como todas as pessoas que vivem hoje são descendentes apenas dela?
Existem algumas explicações para o fato de que apenas o mtDNA de Eva tenha conseguido sobreviver e, provavelmente, uma combinação de fatores convergentes seja responsável.
A possibilidade mais provável é que um efeito gargalo aconteceu na humanidade enquanto Eva estava viva. Essa é uma situação em que a grande maioria dos membros de uma espécie morre de maneira repentina, deixando a espécie à beira da extinção. Essa diminuição repentina do número de pessoas não acontece devido a alguma falha de adaptação. É mais provável que seja o resultado de algum tipo de catástrofe, como por exemplo, o resultado de um cometa colidindo com aTerra. Depois de um acontecimento assim, restam apenas alguns membros para repovoar o grupo e continuar a evoluir. Suspeita-se que o efeito gargalo tenha acontecido em momentos distintos da história da humanidade, então não é uma idéia irreal que um acontecimento como esse possa ter ocorrido durante a vida de Eva.
Um relatório lançado em 1998 concluiu que há cerca de 70 mil anos, a humanidade foi reduzida para apenas 15 mil pessoas em todo o planeta. [fonte: Whitehouse (em inglês)]. Com poucas pessoas espalhadas pelo planeta, a humanidade realmente estava à beira da extinção. O acontecimento que quase causou a extinção de nossa espécie foi a erupção do Monte Toba, em Sumatra. Essa erupção vulcânica foi tão imensa que diminuiu as temperaturas globais, aniquilou os animais e as plantas que alimentavam os humanos e estimulou a era do gelo mais fria que o planeta já viu, que durou mil anos.
A teoria da Eva Mitocondrial apresenta situações parecidas. Se a população humana foi reduzida de maneira drástica e não existiam muitas mulheres para ter filhos, o terreno estava pronto para que uma “Mãe Sortuda”, de acordo com Cann, surgisse como a ancestral em comum mais recente. É possível que depois de algumas gerações, o mtDNA de outras mulheres tenha desaparecido. Se uma mulher tem apenas filhos homens, o mtDNA dela não será transmitido, já que as crianças não recebem o mtDNA dos pais. Isso significa que embora os filhos da mulher tenham o mtDNA dela, seus netos não terão, e a sua linhagem será perdida.
É possível que essa tenha sido a causa para a Eva surgir como a única “Mãe Sortuda” que em essência deu à luz todos nós.
Está um pouco difícil de entender? Não se preocupe. Leia a próxima seção para ver o que o mtDNA teoricamente é capaz de fazer. Isso irá esclarecer um pouco as coisas.
Embora falar sobre mutações genéticas e seqüências de DNA faça isso parecer complexo, em essência, a análise de mtDNA é feita com base em uma idéia aparentemente simples: as pessoas cujos ancestrais já foram parentes próximos devem ter um mtDNA quase idêntico. O mtDNA pode sofrer mutações, mas elas demoram para acontecer. De maneira lógica, quanto menos mutações, menos tempo passou desde que dois ancestrais das famílias se afastaram. As pessoas que têm apenas algumas diferenças em suas seqüências de mtDNA seriam parentes mais próximos do que aquelas cujas seqüências apresentam muitas diferenças.
Tente imaginar as coisas dessa maneira: digamos que a sua tataravó Mildred por parte de mãe tivesse uma irmã, chamada Tillie. As duas têm o mesmo mtDNA, que receberam da mãe delas. Mas imagine que Tillie e Mildred tiveram uma discussão séria e que Tillie se mudou para o outro lado do país, enquanto os descendentes de Mildred, inclusive você, tenham permanecido no mesmo lugar.
Tillie e Mildred nunca mais se falaram. As duas mulheres tiveram filhas, por isso o mtDNA matrilinear delas foi transmitido. Mas, à medida que as gerações continuavam, as famílias das duas sabiam cada vez menos da existência uma da outra, até que uma linhagem não tivesse mais conhecimento da outra. Mas as duas linhagens estão prestes a ser reunidas de uma forma não intencional. Os pesquisadores colocaram anúncios nacionais em busca de voluntários para um estudo sobre as tendências atuais da população humana, usando o mtDNA para fazer o mapeamento. Por acaso, você e um primo distante do lado da família de Tillie decidiram ser voluntários.
Depois de coletarem sua amostra de DNA, os pesquisadores comparam o seu mtDNA com as seqüências dos outros voluntários. E acredite se quiser, eles descobrem que dois dos voluntários são primos. Através da comparação do seu mtDNA com o de seu primo, os geneticistas podem dizer há quanto tempo Tillie e Mildred se afastaram. Se eles examinassem a população local da área de seu primo e da sua, eles também poderiam dizer se foi a Tillie ou a Mildred que migrou, vendo qual população tem mais pessoas com o mesmo mtDNA presente na linhagem de sua família. Se mais pessoas apresentam o mesmo mtDNA, significa que a seqüência existe por mais tempo. Além disso, eles também poderiam concluir que como você e seu primo têm o mtDNA parecido, vocês têm uma ancestral em comum mais recente, a mulher que é a mãe de Tillie e de Mildred.
Como as mutações de mtDNA demoram para acontecer, seria muito difícil para esses geneticistas imaginários reconhecerem você e seu primo com precisão, mas quando essa técnica é usada depois de um período de dezenas ou centenas de milhares de anos, ela se torna muito mais viável.
Mas nem todo mundo acredita na teoria da Eva Mitocondrial. Leia a próxima seção para aprender sobre as críticas feitas ao estudo. ­­
O mapeamento evolutivo por meio do uso do mtDNA é impreciso. Quando o estudo do mtDNA continuou depois do fim de 1970, os cientistas descobriram uma característica conhecida como heteroplasmia, que é a presença de mais de uma seqüência de mtDNA encontrada na mesma pessoa. Mesmo dentro de uma única pessoa, existem diferenças entre o mtDNA que tornam complicada a comparação entre uma pessoa ou um grupo.
O estudo de 1987, que apresentou o conceito da Eva Mitocondrial para o mundo, foi atacado depois da evidência de que apopulação "africana" da qual os pesquisadores coletaram as amostras era, na verdade, quase inteiramente formada por afro-americanos. Mas será que durante algumas centenas de anos, desde que os africanos foram levados à força para as Américas, o mtDNA dos afro-americanos sofreu mutações o bastante a ponto de inutilizar as amostras? Diante das críticas, Cann e seus colegas colheram amostras adicionais de africanos que viviam na África, mas encontraram praticamente os mesmos resultados.

Outro problema com o estudo sobre o mtDNA é a diferença nos níveis de mutação. Tente imaginar as coisas dessa maneira: se você observasse quanto tempo uma seqüência específica de mtDNA demora para desenvolver uma mudança, ou mutação, e concluísse que leva mil anos, então duas classes de mtDNA da mesma linhagem com duas mutações teriam se separado há cerca de 2 mil anos, certo? Foi dessa maneira que Cann e seus colegas concluíram que a Eva Mitocondrial viveu há cerca de 200 mil anos.
Os pesquisadores disseram que no estudo, eles presumiram que o mtDNA sofre mutação em níveis constantes. O problema é que a ciência não sabe ao certo o nível de mutação do mtDNA, isso se existir um nível que possa ser medido. Se você observar o nível de mutação de um grupo de organismos, como por exemplo de todas as pessoas vivas hoje, chamado de nível filogenético, você pode chegar à conclusão de que o mtDNA sofre mutações em um nível constante. Mas se você observar uma única linhagem familiar dentro desse grupo grande, chamado de nível genealógico, é mais provável que você encontre um nível de mutação completamente diferente.
Como o "relógio de mutação" usado por Cann e pelos outros autores foi questionado, eles aumentaram a época de existência da Eva para algo entre 500 e 50 mil anos atrás.
Mesmo depois de décadas da publicação do estudo sobre a Eva Mitocondrial, os resultados ainda são muito debatidos. Será que todos nós descendemos de uma ancestral em comum que viveu há 200 mil anos? Será que podemos conseguir essa informação precisamente por meio do mtDNA? Essas perguntas permanecem sem respostas e fazem parte do trabalho futuro dos geneticistas evolutivos. Mas o estudo de 1987 foi tão inovador que mudou a maneira de nos vermos como humanos. Ele mostrou que em algum lugar na história, todos nós somos parentes.


Para obter mais informações sobre a evolução e assuntos relacionados, confira a próxima seção.
Artigos relacionados

Mais links interessantes (em inglês)
  • Exploração da mitocôndria
  • Pesquisando ancestrais no PBS.org
  • Entendendo a evolução de Berkeley

Fontes (em inglês)
  • Cann, Rebecca - "Mitochondrial DNA and human evolution" - From "Origins of the Human Brain" - Changeaux, Jean-Pierre and Chavaillon, Jean, eds - Oxford University Press - 1995
  • Cann, Rebecca L., et al - "Mitochondrial DNA and human evolution" - Nature - January 1987
  • Childs, Gwen V. PhD - "Mitochondria: Architecture dictates function" - University of Texas Medical Branch - December 5, 2003
  • Groleau, Rick - "Tracing ancestry through mtDNA" - PBS - January 2002
  • Pakendorf, Brigitte and Stoneking, Mark - "Mitochondrial DNA and human evolution" - Annual Review of Genomics and Human Genetics - 2005
  • Whitehouse, Dr. David - "Humans came 'close to extinction'" - BBC - September 8, 1998
  • "Mitochondria" - Florida State University - December 13, 2004
  • "Mitochondrial Eve: Notes" - University of North Carolina
  • "What is mitochondrial DNA?" - National Library of Medicine - January 7, 2008
http://ciencia.hsw.uol.com.br/ancestral-feminino5.htm
As modernas análises por DNA já confirmaram: todos nós descendemos de alguns milhares de africanos – entre 2 mil e 6 mil, provavelmente – que viveram há 80 mil anos e partiram de seu lar na África Oriental numa única onda migratória, terminando por povoar todos os outros continentes. Segundo esses estudos, a migração foi rápida – nossos antepassados chegaram à Ásia 60 mil anos atrás, e a Europa foi ocupada há 40 mil anos. Mas, para diversos especialistas, esses dados ainda não eram convincentes. Eles alegavam falhas na datação e nas premissas que originaram os estudos. Sua exigência era simples: evidências arqueológicas que endossassem as descobertas feitas via DNA.




A Origem da Vida (Parte1de9).


https://youtu.be/PGyarFWOetw

https://youtu.be/DvFRe5-prnQ

https://youtu.be/n48ihD2fH34

https://youtu.be/oa04Lc0nIjY

https://youtu.be/Q-NLeQQjQDo

https://youtu.be/H7PmmtmKsZc

https://youtu.be/HQWGUt98UXY

https://youtu.be/GEQoFxpD5V4

https://youtu.be/n48ihD2fH34

https://youtu.be/mZBYl4n2ZJA

De alguns milhares a 6 bilhões
Recentes descobertas arqueológicas confirmam estudos genéticos segundo os quais toda a nossa raça se origina de um pequeno grupo de humanos que viviam há 80 mil anos no leste da África. Com idade entre 33 mil e 39 mil anos, o crânio Hofmeyr , da África do Sul, é muito parecido com o de seus contemporâneos europeus.

Com o tempo, essas evidências estão surgindo – algumas novas, outras antes esquecidas e agora revisitadas. E o painel que estão compondo revela uma extraordinária aventura: a de uma raça – o Homo sapiens – que, de repente, saiu de sua terra-mãe para conquistar um planeta.
O primeiro indício arqueológico a confirmar a tese dos estudos de DNA foi a pesquisa realizada em 1992 por Paul Mellars, professor da Universidade de Cambridge e uma das maiores autoridades do mundo em rotas de migração utilizadas pelo homem primitivo, a partir de um ovo de avestruz de cerca de 35 mil anos encontrado na Índia. As gravações inscritas na casca do ovo eram muito semelhantes às de uma peça ocre de aproximadamente 75 mil anos de idade descoberta na África do Sul, a dez mil quilômetros de distância. A semelhança de outros objetos da mesma época encontrados na Índia e no Sri Lanka – pontas de flechas, pás de pedra primitivas e pequenas contas feitas de carapaça de avestruz – com os produzidos por africanos 40 mil anos antes reforçaram a idéia de Mellars de que havia ligação entre as duas populações.
DURANTE UM BOM tempo essa linha de pesquisa não foi aprofundada, talvez porque a tese de Mellars tenha sido divulgada apenas em publicações arqueológicas indianas, cuja importância era desconsiderada no Ocidente. Quinze anos depois, porém, surgiram novidades a partir da pesquisa feita por uma equipe internacional liderada pelo paleontólogo Alan Morris, da Universidade da Cidade do Cabo, a respeito do crânio Hofmeyr.
Considerado antes uma relíquia sem grande valor, esse crânio humano havia sido encontrado em 1952 perto da cidade sul-africana de Hofmeyr, durante as obras para a construção de uma represa. Como nenhuma matéria orgânica restara na peça, ela não havia sido submetida a uma datação por carbono-14 – e, assim, tornara- se uma simples curiosidade no escritório de Morris, onde ser via como peso para papéis.
Um antigo colega de Morris, Frederick Grine, da Universidade Estadual de Nova York, mudou esse estado de coisas. Grine sugeriu a Morris que se fizesse a datação dos grãos de areia alojados na cavidade que havia abrigado o cérebro, e a idéia deu certo: especialistas atribuíram à relíquia uma idade entre 33 mil e 39 mil anos. Isso colocava o crânio dentro de um período – entre 75 mil e 20 mil anos atrás – que originou o menor número de descobertas de restos humanos na África, enquanto homens anatomicamente modernos despontavam na Ásia e na Europa.
Expansão rápida
A disseminação do Homo sapiens pela Terra se deu a partir de uma única onda migratória, que em apenas 10 mil anos levou a raça até a Austrália. Depois, a migração avançou para o norte.
Entre 60 mil e 80 mil anos atrás
Um grupo entre 2 mil e 6 mil humanos que habitavam a África Oriental desenvolveu habilidades mentais que o capacitaram a sobreviver melhor do que seus predecessores em condições difíceis. Essa população cresceu rapidamente e se espalhou pela África.
Entre 50 mil e 60 mil anos atrás
Usando a Península Arábica, esses humanos começaram a migrar para a Ásia. A ocupação foi feita seguindo a linha do litoral, chegando ao sudeste do continente. Alguns desses migrantes chegaram à Austrália.
Entre 40 mil e 50 mil anos atrás
A partir do litoral, esses povos foram para o norte, pelo Oriente Médio. Um grupo seguiu pelo sul da atual Rússia e dividiu-se – parte foi para a Europa, parte para a Ásia. Alguns entraram na Europa via Turquia; outros povoaram a costa mediterrânea da África.
O passo seguinte foi dado pela paleoantropóloga Katerina Harvati, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária em Leipzig, na Alemanha. Ela submeteu o crânio a medições tridimensionais a fim de compará- lo com amostras de ossos modernos europeus, asiáticos e bosquímanos sul-africanos, além de crânios de humanos da Idade da Pedra e do homem de Neandertal. Resultado: o crânio de Hofmeyr era muito parecido com os dos primeiros humanos modernos europeus, os mais distantes em termos geográficos.
Essa semelhança indica que, há uns 35 mil anos, os humanos modernos sul-africanos e europeus partilhavam um ancestral comum muito recente, provavelmente membro de um povo da África Oriental que migrara entre 50 mil e 60 mil anos atrás.
As semelhanças nas gravações da pedra sul-africana (esquerda), feitas há 75 mil anos, e as da casca de ovo indiana (direita), de 35 mil anos atrás, indicam que os responsáveis por elas tinham as mesmas origens.
Uma das rotas desses viajantes levou ao sul, mas outra seguiu na direção nordeste, envolvendo inclusive uma travessia de mar – no Estreito de Bab-al-Mandeb, que separa o Iêmen, no sul da Península Arábica, de Djibuti, no nordeste da África. Depois da travessia, os migrantes seguiram a linha do litoral, chegando à Índia e rumando depois para a Indonésia e a Austrália, onde chegaram há cerca de 50 mil anos. Essa teoria é reforçada por esqueletos com idade entre 45 mil e 50 mil anos encontrados no sul da Austrália e na ilha de Bornéu.
O estímulo para a criatividade
Iniciada há cerca de 70 mil anos, a glaciação Wisconsin, última etapa da mais recente Era do Gelo, pode ter criado as condições climáticas que impulsionaram o Homo sapiens a empreender sua migração. Embora não tenha reduzido muito as temperaturas na África, ela diminuiu a evaporação dos oceanos, o que levou a uma queda nas precipitações pluviométricas e, no caso africano, a secas drásticas. Outro fato veio piorar a situação: a explosão do vulcão Toba, na Indonésia, há 74 mil anos. As nuvens de cinzas liberadas pelo vulcão tomaram a atmosfera terrestre, reduzindo a passagem da luz solar por vários anos e resfriando ainda mais a superfície do planeta.
Quem tinha mais chances de sobreviver nessas condições diferenciadas? Aqueles com maior capacidade cerebral, que podiam criar novas idéias, ferramentas, armas, invenções e artes. Esse estímulo forçado à criatividade dado pela natureza foi um fatorchave na ascensão do Homo sapiens a rei da Terra.
Durante a última Era do Gelo, os antigos europeus tiveram tempo e recursos para desenvolver suas habilidades artísticas, como demonstram as pinturas rupestres encontradas em cavernas do continente.
CURIOSAMENTE, NOSSOS antepassados não aproveitaram o vale do rio Nilo para chegar à costa do Mediterrâneo. Em vez disso, conforme estudos de DNA publicados em 2007 na revista Science, eles a atingiram entre 40 mil e 50 mil anos atrás, após passar pela Península Arábica, pelo Oriente Médio (onde parte deles seguiu rumo norte, dividindo-se entre a Europa Oriental e a China) e a partir daí na direção oeste, chegando à Europa pela atual Turquia e ao litoral norte da África através da Península do Sinai.
Todas essas rotas migratórias colocaram nossos antepassados em contato com as mais diversas condições ambientais – diferenças geográficas, climáticas, de fauna e de flora, por exemplo – e, em particular, com outras espécies humanas, estabelecidas naquelas regiões havia milhares de anos. Eles superaram todos os obstáculos e adaptaram-se a esses ecossistemas variados.
Descobertas recentes na Rússia e na Ucrânia, por exemplo, mostram que o Homo sapiens foi mais capaz de enfrentar climas rigorosos do que o homem de Neandertal. Os pesquisadores encontraram ali o mais antigo sinal de arte decorativa – um rosto semi-acabado gravado na presa de marfim de um mamute, datado em 45 mil anos. Os vestígios do homem de Neandertal na área vão até 115 mil anos atrás, com o início da Era do Gelo; depois disso, esse povo partiu para o sul e nunca mais voltou. Resistindo ao clima severo daquelas terras, o Homo sapiens já mostrava que vinha para ficar.
A pergunta que surge daí é inevitável: o que tornou nossos ancestrais aptos a – de repente, em termos arqueológicos – espalhar-se pelos continentes e conquistar o planeta? Só para relembrar, o crânio mais antigo de um Homo sapiens, encontrado em Omo (Etiópia), tem cerca de 195 mil anos de idade. O que, depois de uns 115 mil anos, lhes permitiu tomar a África e, em seguida, o mundo?
É bem provável que uma grande mudança tenha ocorrido então. Diversos pesquisadores falam de uma “explosão de criatividade”, um aumento na capacidade de processamento cerebral suficiente para permitir ao Homo sapiens a criação da primeira linguagem complexa, de novas estruturas sociais, de maneiras mais eficientes de produzir ferramentas, de padrões diferentes de arte – enfim, dos elementos que compõem uma cultura mais avançada. Arqueólogos também falam de indícios de que objetos eram transportados por longas distâncias, o que leva à suspeita de que já havia alguma forma rudimentar de economia, na qual itens como adornos, alimentos e ferramentas eram trocados.
Outro fator indicativo de que alguma coisa extraordinária aconteceu no cérebro do Homo sapiens foi a descoberta de esqueletos de homens anatomicamente modernos nas cavernas de Skhul e Qafzeh, em Israel, datados entre 90 mil e 100 mil anos. Nos dois locais foram encontrados itens com ocre e adornos, uma evidência de que ali se faziam ritos funerários com oferendas para os mortos. Tais características de uma consciência mais elevada, porém, não foram suficientes para fazer esses ancestrais se fixarem ali de vez: os restos de homens de Neandertal encontrados em camadas do solo mais antigas e mais recentes mostram que aquela passagem do Homo sapiens pelo Oriente Próximo foi efêmera.
A migração seguinte, entretanto, já não abriu mais espaços para os rivais. Em alguns milhares de anos, os homens de Neandertal – que ocuparam a Europa por pelo menos 300 mil anos – foram totalmente substituídos por nossos ancestrais. Em todos os outros lugares onde houve competição, a superioridade cerebral do Homo sapiens prevaleceu. O passo seguinte, e inevitável, veio na medida da ambição da raça: o próprio planeta.
A história segundo o DNA
A genética ofereceu um novo caminho para se estudar a história humana: o DNA, ou, mais precisamente, o cromossomo masculino (o “Y”), e a mitocôndria, a parte da célula que responde pela produção de energia. Como ambos não sofrem a mistura de genes do pai e da mãe durante a fecundação, as mutações que apresentam servem como verdadeiros “códigos de identificação” dos diversos povos.
Ao migrar para outro ambiente, um povo passa a acumular em seu código genético mutações diferentes daquelas pessoas que permaneceram no mesmo local. Depois de alguns milhares de anos, os migrantes dão origem a novas populações. Os geneticistas concluíram que a humanidade nasceu na África porque em nenhum outro continente há tanta diversidade genética. Já os europeus são os caçulas: têm “apenas” 40 mil anos de idade, ante 80 mil dos africanos e 50 mil dos asiáticos.
Documentário em português está em 9 partes.
A origem do homem (a verdadeira Eva) 1
http://www.youtube.com/watch?v=8lPhCRKQaTY

A origem do homem (a verdadeira Eva) 2
http://www.youtube.com/watch?v=AtFFtq-1_AI&feature=relmfu
A origem do homem (a verdadeira Eva) 3
http://www.youtube.com/watch?v=ezGUaOhsnVk
A origem do homem (a verdadeira Eva) 4
http://www.youtube.com/watch?v=AtFFtq-1_AI&feature=relmfu

A origem do homem (a verdadeira Eva) 5
http://www.youtube.com/watch?v=7-lK2naAYqY&feature=relmfu

A origem do homem (a verdadeira Eva) 6
http://www.youtube.com/watch?v=U9B1fWDxVJE&feature=relmfu

A origem do homem (a verdadeira Eva) 7
http://www.youtube.com/watch?v=XFQC_8L3qOs&feature=relmfu

A origem do homem (a verdadeira Eva) 8
http://www.youtube.com/watch?v=_04uiw9Q6A8&feature=relmfu

A origem do homem (a verdadeira Eva) 9
http://www.youtube.com/watch?v=Hhp-7mHAut4&feature=relmfu
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Todos nós viemos da África
Evidências arqueológicas reforçam a teoria, baseada em estudos de DNA, de que o Homo sapiens surgiu no leste da África há quase 200 mil anos e migrou para os outros continentes

28 de mai. de 2015

DNA em múltiplas funções



Nosso DNA é um biocomputador”, dizem cientistas russos.


Pesquisas científicas estão explicando os fenômenos como a clarividência, a intuição, atos espontâneos de cura e autocura e outros.


Quando os cientistas começaram a desvendar o mundo da genética, compreenderam a utilidade de apenas 10% do nosso DNA.


O restante (90%) foi considerado “DNA LIXO”, ou seja: sem função alguma para o corpo humano.


Porém, este fato foi motivo de questionamentos, pois alguns cientistas não acreditaram que o corpo físico traria algum elemento que não tivesse alguma utilidade.




E foi assim que o biofísico russo e biólogo molecular Pjotr Garjajev e seus colegas iniciaram pesquisas com equipamentos “de ponta”, com a finalidade de investigar os 90% do DNA não compreendido.


E os resultados apresentados são fantásticos, atingindo aspectos antes considerados “esotéricos” do nosso DNA.


O QUE AS PESQUISAS ESTÃO CONCLUINDO?
O DNA tem capacidade telepática


A partir das últimas pesquisas, cientistas concluíram que o nosso DNA é receptor e transmissor de informações além do tempo-espaço.


Segundo essas pesquisas, o nosso DNA gera padrões que atuam no vácuo, produzindo os chamados “buracos de minhoca” magnetizados! São “buracos de minhocas” microscópicos, semelhantes aos “buracos de minhocas” percebidos no Universo.


Sabe-se que “buracos de minhocas” são como pontes ou túneis de conexões entre áreas totalmente diferentes no universo, através das quais a informação é transmitida fora do espaço e do tempo.


Isto significa que o DNA atrai informação e as passa para as células e para a consciência, uma função que os cientistas estão considerando como a internet do corpo físico, porém muito mais avançada que a internet que entra em nossos computadores.


Esta descoberta leva a crer que o DNA possui algo que se pode chamar de telepatia interespacial e interdimensional. Em outras palavras, O DNA está aberto á comunicações e mostra-se suscetível a elas.


Pesquisas relacionadas à recepção e transmissão de informações através do DNA estão explicando os fenômenos como a clarividência, a intuição, atos espontâneos de cura e autocura e outros.
Reprogramação do DNA através da mente e das palavras


O grupo de Garjajev descobriu também que o DNA possui uma linguagem própria, contendo uma espécie de sintaxe gramatical, semelhante á gramática da linguagem humana, levando-os a concluir que o DNA é influenciável por palavras emitidas pela mente e pela voz, confirmando a eficácia das técnicas de afirmação, de hipnose (ou auto hipnose) e de visualizações positivas.


Esta foi uma descoberta impressionante, pois diz que se nós adequarmos as frequências da nossa linguagem verbal e das imagens geradas por nosso pensamento, o DNA se reprogramará, aceitando uma nova ordem e uma nova regra, a partir da ideia que está sendo transmitida.


O DNA, neste caso, recebe a informação das palavras e das imagens do pensamento e as transmite para todas as células e moléculas do corpo, que passam a ser comandadas segundo o novo padrão emitido pelo DNA.


Os cientistas russos estão sendo capazes de reprogramar o DNA em organismos vivos, usando as frequências de ressonância de DNA corretas e estão obtendo resultados bastante positivos, especialmente na regeneração do DNA danificado!


Utilizam para isso a Luz Laser codificada como a linguagem humana para transmitir informações saudáveis ao DNA e essa técnica já está sendo aplicada em alguns hospitais universitários europeus, com sucesso em vários tipos de câncer de pele. O câncer é curado, sem cicatrizes remanescentes.
O DNA responde á interferências da Luz Laser


Continuando nessa linha de pesquisas, o pesquisador russo Dr. Vladimir Poponin, colocou o DNA em um tubo e enviou feixes de Luz Laser através dele. Quando o DNA foi removido do tubo, a Luz Laser continuou a espiralar no DNA, formando como que pequenos chacras e um novo campo magnético ao redor do mesmo, maior e mais iluminado que o anterior.


O DNA mostrou-se agir como um cristal quando faz a refração da Luz, concluindo que o DNA irradia a Luz que recebe.


Esta descoberta levou os cientistas a uma maior compreensão sobre os campos eletromagnéticos ao redor das pessoas, assim como também compreenderam que as irradiações emitidas por curadores e sensitivos acontecem segundo esse mesmo padrão: receber e irradiar, aumentando e preenchendo com Luz o campo eletromagnético ao redor.


Assuma o Comando do seu Ser!


As pesquisas estão ainda em fases iniciais, e os cientistas acreditam que ainda vão descobrir muitas outras coisas interessantes!


Por enquanto, as conclusões nos estimulam a continuarmos com as técnicas de afirmações positivas, cuidando dos nossos pensamentos e das imagens por ele geradas, a fim de que as transmissões sejam correspondentes a saúde, ao bem estar e a harmonia, enviadas não apenas ao DNA como também para todo o corpo!


Tenho certeza de que o nosso DNA agradece por suas informações positivas transmitidas a ele!


Que tal melhorar as suas transmissões verbais e mentais?


Comunique-se positivamente com seu corpo e reprograme seu DNA!


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Todas as informações do texto acima estão contidas no livro “Vernetzte Intelligenz” von Grazyna Fosar und Franz Bludorf, ISBN 3930243237, resumidos e comentados por Baerbel.

Meditação

Você medita? Não? Deveria. Os efeitos dessa prática no organismo e no comportamento humano têm sido muito estudados, na atualidade, apesar de a meditação ser praticada há milênios, nas filosofias espirituais do Oriente. Para alguns autores, a meditação é uma espécie de “treino da atenção plena à consciência do momento presente”, conforme artigo recente da área. Estudos também consideram que, na meditação, “a interpretação dos fatos é mais importante do que os fatos em si”. Fato é que essa prática tem contribuído de forma significativa para a evolução e desenvolvimento em diversos âmbitos da vida dos praticantes.
Trata-se de um exercício interior, um momento de concentração profunda, que “coloca em contato com o equilíbrio geral”, como explica a psicóloga que trabalha com meditação há 5 anos Paula Baccelli. A técnica constitui uma grande variedade de práticas que visam a um treinamento mental, cujo intuito é “educar” a mente; isto é, desenvolver e aprimorar habilidades em lidar melhor com as emoções e conviver melhor consigo mesmo.
Dentre os diversos benefícios já observados em quem pratica a meditação, é importante destacar a influência em mudanças comportamentais. Estudos mostram que a meditação também pode auxiliar na diminuição de pensamentos distrativos e ruminantes, na melhora do desempenho atencional, na saúde física e na qualidade das relações familiares e profissionais. Outras pesquisas também apontam: pessoas que praticam meditação há mais tempo e com regularidade se mostraram mais alegres, estáveis emocionalmente, confiantes e tranquilas. Para Baccelli, os benefícios são diversos e imediatos: “redução do estresse, aumento da capacidade de concentração, memorização, raciocínio lógico-matemático e criatividade, redução significativa da violência, equilíbrio do campo emocional, redução de processos de dor crônica e ansiedade generalizada, aumento da imunidade e um mergulho profundo em si mesmo, bem como uma percepção mais holística da vida”.
Os benefícios da meditação

“A meditação interfere profundamente no cérebro e no comportamento.”

Qualquer prática pode ser considerada meditação?

Não. Foram definidos elementos (atualmente aceitos no âmbito científico) para caracterizá-la; são eles: uso de técnica claramente definida, com foco em atenção e produção de relaxamento muscular e psíquico com redução do pensamento lógico. A psicóloga também explica que “há um movimento básico indispensável para qualquer prática meditativa, que envolve respiração, concentração e postura”. Assim, a meditação trabalha a mente e o corpo; e é uma ginástica que não requer muito tempo: bastam 15 minutos e um pouco de persistência e regularidade para ver, cada vez mais, mudanças em sua vida.

Os tipos de meditação

Várias são as modalidades: Zazen, uma meditação zen-budista que estuda o self; Kinhin, praticada quando se está fazendo caminhada, concentrando a atenção nos pés ao pisar; meditação transcendental, que provém das tradições hindus e consiste em repetir um som para si, para que o foco de sua mente vá para ele. Além disso, tem-se a meditação guiada, caracterizada pela formação de imagens consideradas relaxantes; o Qi Gong, prática que combina meditação, relaxamento, exercícios físicos e de restauração para manter o equilíbrio; Tai Chi, uma forma de artes marciais chinesas; a Ioga, na qual são utilizados exercícios de respiração e postura para acalmar a mente e desenvolver um corpo mais flexível, dentre várias outras.
Artigo recente de Menezes e DellAglio ilustra os tipos de meditação, conforme a literatura científica, em dois tipos: concentrativa e mindfulness. A primeira é caracterizada pela atenção em um determinado foco, como a respiração. Já a meditação mindfulness é caracterizada pela “consciência da experiência do momento presente, com uma atitude de aceitação, em que nenhum tipo de elaboração ou julgamento é utilizado. À medida que estímulos internos ou externos atingem a consciência do praticante, este simplesmente os observa e, assim como surgiram, deixa-os sumir, sem qualquer reflexão ou ruminação” (Shapiro et al., 2005).

Como o cérebro reage quando estamos meditando?

O nosso cérebro reage – e por sinal, muito bem – às práticas meditativas. Diversos pesquisadores têm se dedicado ao estudo de como a meditação interfere não somente no comportamento humano, mas na saúde física e no funcionamento do cérebro. Estudos mostraram que ela pode ativar certas áreas cerebrais, como aquelas relacionadas ao bem-estar. Isso se deve à plasticidade do cérebro; ele possui a capacidade de desenvolver novas conexões, na medida em que é estimulado. A meditação é um desses estímulos e, de acordo com o tempo e regularidade da prática, os efeitos cerebrais/físicos/comportamentais podem ser ampliados.
Alguns estudos demonstram alterações neurofisiológicas específicas quando a pessoa está meditando, como a redução do consumo do oxigênio, o que indica, por consequência, uma diminuição do metabolismo. A conclusão é de que a prática propicia um padrão de hipometabolismo basal, apesar do estado de alerta em que a mente se encontra. Mas, a conclusão de um estudo da Universidade Nacional da Singapura (NUS) mostra algo interessante: nem todas as práticas meditativas produzem os mesmos efeitos na mente e no corpo. A pesquisa revelou que alguns tipos de meditação budista suscitam efeitos diversos; um deles, por exemplo, produz atividade parassimpática (relaxamento) aumentada, enquanto outro faz o contrário, ativa o sistema simpático. Outra descoberta consiste na verificação de que a prática meditativa associou-se à ativação do córtex pré-frontal esquerdo, o qual está relacionado a afetos positivos e a maior resiliência.
Os estudos ainda vão além. Pesquisas compararam a espessura do córtex cerebral de meditadores mais experientes com o de pessoas de um grupo controle. Conclusão? A espessura da área relacionada à atenção era maior nos praticantes de longa data. Segundo o artigo de Menezes e DellAglio, “por meio do exame de tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT, sigla em inglês) (Newberg et al., 2001) e por medição de ondas gama (Lutz et al., 2004), verificou-se que meditadores budistas experientes tinham respostas cerebrais que indicavam um poder significativamente maior de concentração, em comparação com o grupo-controle”. As pesquisas também mostraram que certas características que se manifestam por meio da meditação podem ser explicadas através da atividade neuroelétrica. Assim, ilustraram, por meio da eletroencefalografia (EEG), um aumento da produção de ondas teta em meditadores mais experientes.
Em tempos nos quais vivemos “correndo”, meditar é mais que um bom caminho, é essencial para aprendermos a “correr” com qualidade e sabedoria. Mas, será que, no caso da meditação, a frase popular “tudo que é demais passa” vale? “Duvido!”, afirma Bacceli. “As pesquisas provam a sua eficácia e como prática milenar não faz parte de modismos passageiros. Não há contra indicação”. Portanto, não hesite! Medite.
Fontes: (1) goo.gl/6Hms0v,
http://www.correiodeuberlandia.com.br/blogs/meucerebro/como-a-meditacao-interfere-positivamente-em-nossas-vidas/



Os Doze Princípios  de Liberação do Ser Humano
01. – EVOLUÇÃO: “IR CONTRA A EVOLUÇÃO DAS COISAS É IR CONTRA SI MESMO”
02. – EQUILÍBRIO: “QUANDO FORÇAS ALGO PARA UM FIM, PRODUZES O OPOSTO”
03. – FORÇA: “ RETROCEDE DIANTE DE UMA FORÇA MAIOR, ESPERA QUE SE DEBILITE, LOGO, AVANÇA COM RESOLUÇÃO”
04. – HARMONIA: “AS COSAS VÃO BEM QUANDO MARCHAM EM CONJUNTO, HARMONIOSAMENTE”
05. – RECEPTIVIDADE: “SE PARA VOCÊ TANTO FAZ DIA OU NOITE, VERÃO OU INVERNO, É PORQUE JÁ SUPEROU TODAS AS CONTRADIÇÕES”
06. – RENUNCIA: “PERSEGUINDO O PRAZER, VOCÊ SE ENCADEIA AO SOFRIMENTO E, AO CONTRÁRIO, NÃO PREJUDICANDO A SUA SAÚDE MENTAL, EMOCIONAL, FÍSICA, SEXUAL E ESPIRITUAL, E NÃO PREJUDICANDO O SEU PRÓXIMO, VOCÊ GOZARÁ QUANTO QUEIRA COM LIBERDADE.”
07. – VONTADE: “SE PERSEGUES UM FIM, TE ACORRENTAS; MAS SE FORES FAZER TUDO COMO SE FOSSE UM FIM EM SI MESMO, TE LIBERTAS.”
08. – COMPREENSÃO: “VOCÊ FARÁ SEUS CONFLITOS DESAPARECEREM QUANDO ENTENDÊ-LOS NA SUA RAÍZ E NÃO QUANDO QUISER RESOLVÊ-LOS”
09.- RESPONSABILIDADE: “SE VOCÊ PREJUDICAR O SEU PRÓXIMO, VAI FICAR ACOORRENTADO.”
10.- UNIÃO: “TRATA OS OUTROS COMO QUERES QUE TE TRATEM.”
11.- DESAPEGO: “NÃO IMPORTA A SUA SITUAÇÃO NA VIDA, O IMPORTANTE É COMPREENDER QUE VOCÊ NÃO A ESCOLHEU.”
12.- TRANSFORMAÇÃO: “OS ATOS UNITIVOS OU CONTRADITÓRIOS SE ACUMULAM EM TI: SE REPETES TEUS ATOS DEUNIDADE INTERNA, NADA PODERÁ TE DETER”

19 de mai. de 2015

AVIVA






Aprenda com acompanhamento de Terapeutas 
em áreas Integrativas a trabalhar seu Ser de Luz, 
seus projetos em sintonia com a energia qualificada. 


Estamos em  Era de muita transformação e para sintonização

de energias especiais e  ritmos próprios é preciso atenção a 

sua energia em fluxo,  tanto a nível educacional quanto a níveis

de auto estima,  como também  capacitar seu desenvolvimento


junto a  corpo, mente e energias sutis. Equilíbrio dia após dia.


Experimente uma nova forma de concentração e aprenda a dissolver seus próprios campos densos, empreendendo em sua transformação.  Ampliando  a qualidade de vida e bem estar, sempre direcionado em avaliação particular quanto a equilíbrio das energias, através de uma especial abordagem em terapias e complementos criativos sob perfil de sua personalidade possibilitando alargar  interações com a própria alma.  São espaços e movimentos interiorizados para nova aprendizagem com mais sustentabilidade para que assuma sua própria Fonte e encontre alegria e Gratidão por meio de sua Essência Divina. Se move rápido, devagar, para dentro, para fora, para baixo e para cima. o Ch’i flui em retas e curvas. Ele monta no vento (feng) e descansa na água ( shui). 
 
Praticando boa  respiração e movimentos específicos encontrará a suavidade dos elementos que vibram em disposição do equilíbrio dos vórtices energéticos. 

Suas notas pessoais estão vibrando em pura frequência de sons universais, quanto mais compreende sua jornada maior o aprimoramento de seus conhecimentos e das buscas que o levaram a escolher técnicas Integrativas. A prática diária é feita a cada momento específico e alarga-se entre as melhores propostas de viver em harmonia. Amplia concentração, a capacidade de aprendizagem criando sintonia com os princípios iluminados.

A linguagem quântica está a pronto serviço da luz especial qual encontra-se  em cada Ser em trilhas da consciência,  buscando o que AVIVA  a energia em transparências com seus objetivos de vida.  Este Projeto está aberto a todas as idades e é livre para qualquer tempo de dedicação ao dia, podendo ser feito à distância.  “Tal como o campo quantico, o ch’i é concebido como uma forma de matéria imperceptível que está presente em todo o espaço e pode se condensar em objetos materiais sólidos. Este campo, o ch’i não é somente a essência subjacente a todos os objetos como também carrega suas interações mútuas em forma de ondas.” (O Tao da Física )

Interatividade em busca de qualidade de vida e  bem estar, aprimoramentos em estudos holísticos e relacionados a técnicas de orientação  com  direcionamento para vibrações que estimulam os níveis receptores de energia qualificada. Mais consciência de Si, clareza para resolver suas metas.  Utiliza princípios de Terapias e Feng Shui que regem a natureza pra organizar sua vida. A
traia energias positivas, cores em equilíbrio e ative sua vida em relação de equilíbrio com sua própria energia.


Agenda e empreendimento

1 dia por semana, 30 minutos (dia), em seu melhor tempo.

Escreva indicando seus dados,  algo  sobre questionamentos de sua busca e receberá informações auxiliando os resultados.

Interatividade virtual e direcionamentos.


integrativas@gmail.com



17 de mai. de 2015

Arte para Criança * Aula Mirin * Recrear




Direcionamento a educadores à distância


Acompanhamento direcionado para aos adultos em várias profissões ligadas à educação infantil, pais e educadores responsáveis  entre pesquisas  e aprimoramentos complementares à educação artística e vibracional.
Conceitos teóricos e práticos em diferentes artes em papel e
telas, introduzindo a educação ambiental por reciclagens e geometria,

Fase  1 * Especiais criatividades para  a própria decoração infantil em ambientes da casa,  escolares e  do dia de aniversário. Entre mais outros especiais momentos e datas comemorativas, gerando bem estar com a criatividade e o especial desempenho  das crianças e adolescentes de nova era.


Fase  2 * Pesquisas digitais e criação de  mídia digital com os trabalhos desenvolvidos manualmente,  interatividade  direcionada a introdução e desenvolvimento em tecnologias atuais.  ( conforme idade e busca pessoal)


Fase 3 *   Re_ CREAR  
Assessoria Integrativa  a profissionais  educadores e pesquisadores dos movimentos  especializados em crianças  com sensibilidade voltada a  energias  e bem estar,  new age,  seres cristalinos, diamantes e em todas as idades.


Fase 4 *  Terapias Integradas com Arte  e  autoconhecimento.
Principais conceitos direcionados a qualidade de  vida e arte na juventude a fim de despertar a consciência Cósmica.


Outros espaços e grupos solicitar por e-mail mais informações


Integrativas@gmail.com






Feliz por acaso

Em 1996, os geneticistas do comportamento David Lykken e Auke Tellegen publicaram um estudo sobre gêmeos que passou a fazer parte do estudo de qualquer pesquisador interessado em entender a felicidade.


Eles compararam o comportamento e o humor no longo prazo de cerca de 3 mil gêmeos idênticos e fraternos. Em gêmeos idênticos, aqueles que possuem exatamente a mesma dotação genética – inclusive entre aqueles que foram criados separados –, alguns resultados foram bizarros.
Uma dupla de gêmeos sempre puxava a descarga antes e depois de usar o vaso sanitário. Outros dois gêmeos sempre liam revistas de trás para frente e dois tinham ataques de riso ao espirrar no elevador. Todos eles foram criados separadamente, às vezes até em países diferentes. O que explica esse comportamento semelhante? Coincidência? É possível. Esses casos foram estatisticamente irrelevantes, embora sejam um indicativo sobre o resultado mais importante da pesquisa.
Likken e Tellegen descobriram que, entre os gêmeos idênticos, o bem-estar subjetivo e o nível de felicidade declarado se manteve bastante semelhante ao longo dos anos. Em outras palavras: quando não estavam sob a influência de um fator externo importante – a morte de um familiar, a perda de um emprego –, os gêmeos idênticos tinham visão semelhante do mundo. Quando um era otimista, o outro também era. Se um era pessimista, seu irmão idêntico, também. O mesmo não foi verificado entre os gêmeos fraternos – de constituição genética diferente.


No estudo, Likken chegou a afirmar que o fator hereditário é responsável por 80% do estado de espírito de cada um. Ele inclusive causou polêmica ao dizer que “tentar ser feliz é como tentar ser mais alto”. Os geneticistas depois voltaram atrás dizendo que há margem para influenciar a felicidade. Outros estudos semelhantes foram realizados depois desse e, embora alguns afirmem que os genes são responsáveis por 50% do nível de felicidade, o fator hereditário sempre está presente.
Se for verdadeira a descoberta de que o nível médio de felicidade das pessoas é, em larga medida, herdado, ela leva a uma conclusão surpreendente. “No longo prazo, não importa muito o que acontece com você. Com sorte ou não, você retorna ao ponto inicial de felicidade – o nível padrão de felicidade do cérebro – determinado, em grande parte, pelos genes”, explica o psicológo Jonathan Haidt, autor do livro The Happiness Hypothesis (“A hipótese da felicidade”), traduzido para o português com o título de Uma Vida Que Vale a Pena (Alegro). Se essa ideia está correta, diz Haidt, então estamos todos presos na “esteira hedonista”. Como numa esteira de exercícios, podemos aumentar a velocidade o quanto quisermos, mas nunca saímos do lugar. Na vida, podemos nos esforçar em busca da riqueza ou das mulheres ou homens que desejamos, mas em vão, porque não há como mudar o “estado natural e habitual de tranquilidade”. É uma loteria.
Essa visão fatalista é semelhante aos primeiros registros sobre a felicidade na história da humanidade. Remetendo a uma visão pré-histórica de que o universo era comandado por mitos e por deuses, Homero dizia que só os deuses eram bem-aventurados. Das “criaturas que respiram e se arrastam pela Terra”, os homens são “as mais tristes, as mais agonizantes”.
Numa época em que os homens estavam sujeitos a todo tipo de infortúnio – pobreza, escravidão, doenças –, essa percepção foi uma maneira de fazer sentido sobre a própria existência. Afora reis e a casta comandante nas sociedades antigas, ninguém sequer cogitava a ideia de que pudesse fazer algo para ser feliz.
Embora os prazeres carnais não devam ser demonizados, o problema deles, segundo o psicólogo Martin Seligman, é que raramente trazem benefícios duradouros. É bom no momento, mas desaparecem rapidamente, e não “melhora” a pessoa, no sentido que não a torna mais sábia ou forte depois. As gratificações, porém, nos desafiam e nos fazem melhorar.

Obrigação

Sabemos que hoje a maneira como encaramos a felicidade é completamente outra. Ao longo dos séculos, a felicidade se transformou no desejo-último dos homens. Ainda que estejamos confortáveis com a noção de que, às vezes, coisas ruins acontecem, quando se trata da trajetória de nossas vidas, relutamos em deixar a felicidade entregue ao acaso. O sucesso inesgotável dos livros de autoajuda e as insaciáveis palavras de otimismo perante o infortúnio são provas que a busca da felicidade se tornou uma espécie de “obrigação moral”. Cabe a nós procurar a felicidade.
Essa percepção criou um problema sério para a sociedade moderna, defende o filósofo francês Pascal Bruckner no livro A Euforia Perpétua: Ensaios Sobre o Dever de Felicidade (Difel). “Este privilégio [de ser feliz] bem depressa parece um fardo para nossos jovens: descobrindo-se únicos responsáveis por seus reveses ou por seus sucessos, constatam que a felicidade tão esperada lhes foge à medida que correm atrás dela. Eles sonham como todo mundo com a síntese admirável, que reúna sucesso profissional, amoroso, moral, familiar e acima de todos eles, tal como uma recompensa, a satisfação perfeita. [...] As mil maravilhas anunciadas só chegam a conta-gotas e desordenadamente, tornando a busca mais penosa e mais pesada a opressão. Mortificam-se por não corresponder ao padrão estabelecido, por infringir a regra”, escreve Bruckner.
Na modernidade, a felicidade passou a ser associada a uma ideia de “sentir-se bem”, diz Bruckner, em fugir da dor a qualquer custo e perseguir, constantemente, o prazer. Para entender como chegamos a essa concepção e por que ela é perigosa, convém entender o que significa a palavra felicidade e olhar para o passado.

Sorte

Em diferentes línguas, felicidade tem as mesmas origens na Idade Média e raiz nas palavras sorte, fortuna ou destino. A raiz de happiness, por exemplo, é happ, do inglês médio e do norueguês antigo, significando acaso, fortuna, o que acontece (happens) no mundo. O francês bonheur deriva de bom e do francês antigo heur (fortuna ou sorte). Em italiano, espanhol e português – felicitá, felicidad e felicidade – a palavra vêm do latim felix (sorte e, às vezes, destino).
Embora a formação da palavra felicidade tenha se dado na Idade Média, a filosofia pós-socrática e a religião judaico-cristã foram os primeiros pensamentos a questionar a ideia fatalista da felicidade dos povos antigos. Aristóteles via a felicidade como um subproduto de uma vida de virtudes. Depois, a religião trouxe com Deus a possibilidade de felicidade para todos os mortais – mas apenas após a morte. As penitências desse mundo finalmente fizeram sentido. Aturá-las aqui significava pagar o pedágio para o paraíso na eternidade. Em alguns casos, o sofrimento era até necessário. Essa noção nunca foi completamente perdida. O papa João Paulo II pregava a doença e a pobreza como um caminho para encontrar Deus. Madre Tereza, se podemos acreditar no jornalista inglês Christopher Hitchens, que escreveu um livro devastador contra ela, também teria sido grande defensora da pobreza e do sofrimento como uma necessidade da vida na Terra.
A passagem da felicidade do céu para a terra foi só uma questão de tempo. Alguns pensadores dentro da própria Igreja começaram, pela primeira vez, a afirmar que felicidade terrena poderia coexistir com a felicidade eterna. Voltaire foi importante nesse processo: “O paraíso é onde estou”, disse . O movimento iluminista do qual fez parte plantou as raízes para uma ideia mais hedonista da felicidade. Com a expressiva melhora das condições materiais dos europeus no século 18, o fim da fome generalizada e o aumento da expectativa de vida, que quase dobrou, a felicidade deixou de ser vista apenas como um direito, mas um objetivo a ser alcançado. Com as revoluções americana e francesa no fim do século 18, a felicidade conquistou status de “ideal motivador”. A Declaração da Independência Americana listou a felicidade como uma “verdade evidente” e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada pelos franceses em 1789, defende o direito da “felicidade a todos”.
Com a transformação da felicidade em algo que pode ser buscado, criaram-se também as condições para transformar a felicidade em um fardo que, uma vez que não a temos, oprime e até nos torna mais infelizes. “Quando os seres humanos eram infelizes, argumentavam os pensadores do Iluminismo, alguma coisa devia estar errada: ou com suas crenças, ou com sua forma de governo, ou com suas condições de vida, ou com seus costumes. Mudássemos essas coisas – mudássemos a nós mesmos – e poderíamos, na prática, nos tornar o que éramos feitos para ser. A felicidade, na visão iluminista, era menos um ideal de perfeição divina e mais uma verdade a ser perseguida e obtida aqui e agora”, escreve o historiador americano Darrin M. McMahon, autor de uma longa biografia da felicidade chamada Felicidade: Uma História (Globo).


Fórmula

Ainda que o tamanho de seu impacto seja discutível, vários estudos recentes concordam que a felicidade não é apenas um jogo de dados e há espaço para que ela seja influenciada pelas escolhas de cada um, ainda que essas escolhas sejam bem mais restritas do que gostaríamos.
Dinheiro, pelo menos abaixo de um certo patamar, costuma influenciar o nível de felicidade. Pessoas que precisam se preocupar com o que comer no dia seguinte relatam maior infelicidade. Uma vez que elas ingressam na classe média e suprem as necessidades básicas, porém, a correlação entre dinheiro e felicidade despenca.
A psicologia positiva veio com uma das ideias mais importantes sobre a felicidade. Eles conseguiram juntar os diversos fatores que parecem influenciar a felicidade e, ironia, criaram uma fórmula. Um estudo feito por Lyubomirsky, Sheld, Schkade e Seligman diz que a fórmula da felicidade é F = P + C + V. O nível de felicidade que você atualmente experimenta (F) é determinado por seu ponto biológico predeterminado (P), mais suas condições de vida (C), mais as atividades voluntárias (V) que você pratica.
O desafio, para a psicologia positiva, é utilizar o método científico para descobrir exatamente que tipos de C (condições de vida) e V (atividades voluntárias) podem levar F (felicidade) ao topo da faixa potencial.
A versão biológica extrema da hipótese da felicidade diz que F = P e que C e V não importam. “Mas temos que dar crédito a Buda e a Epíteto por V. Buda prescreveu o ‘nobre caminho óctuplos’ e Epíteto estimulava métodos de pensamento para cultivar a indiferença (apatheia) aos fatores externos”, afirma Haidt.
O budismo e os estoicos são duas correntes que, em suas filosofias, estimulam as pessoas a desistir da corrida em busca de ser feliz. Em ambos os casos, eles pregam que a felicidade “vem de dentro”, que é preciso trabalhar o “mundo interior” e desistir de moldar o mundo às nossas vontades.
Para testar adequadamente a sabedoria dos sábios os estudiosos examinaram a hipótese: F = P + V, em que V se refere a “atividades voluntárias ou intencionais que cultivam a aceitação e enfraquecem as ligações emocionais”. Se existem muitas condições (C) importantes, e se existem várias atividades voluntárias além dessas que levam ao desapego, então a hipótese da felicidade de Buda e Epíteto está errada (ou, na melhor das hipóteses, incompleta) e de nada adiantaria aconselhar as pessoas a simplesmente se voltar para dentro de si e praticar a resignação.
“Acontece que existem realmente algumas condições externas (C) que importam”, afirma o psicólogo. “Podemos fazer algumas mudanças em nossa vida que não estão totalmente sujeitas ao princípio da adaptação e que poderiam nos deixar mais felizes. Talvez valha a pena nos esforçarmos para alcançá-las”. Para Haidt, o que está ao nosso alcance são cinco elementos principais.
Não procurem o sucesso. Quanto mais procurarem e o transformarem em alvo, mais vocês vão errar. Porque o sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser
Viktor Frankl, psicólogo alemão.

1. Ruído

Pesquisas mostram que pessoas que têm de se adaptar a fontes novas de barulho (como no caso da construção de uma nova estrada), nunca se adaptam completamente, e mesmo os estudos que revelam certa adaptação encontram indícios de danos em tarefas cognitivas. O barulho, sobretudo ruídos variáveis ou intermitentes, atrapalham a concentração e aumentam o estresse. Vale a pena eliminar as fontes de ruído da sua vida.

2. Distância do trabalho

Muitas pessoas optam por mudar para locais distantes do trabalho para morar melhor. Porém, embora pessoas se adaptem rapidamente a um espaço maior, não se adaptam completamente a uma maior distância de trabalho, especialmente quando envolve engarrafamento. Até mesmo depois de anos trabalhando longe de casa, as pessoas que enfrentam engarrafamentos no caminho ainda chegam ao trabalho com níveis mais altos de hormônio do estresse. Vale a pena diminuir a distância do trabalho.

3. Falta de controle

O aspecto que nos deixa irritados em relação ao barulho e ao trânsito é o fato de não conseguir controlá-los. Em um estudo clássico, foram dados benefícios aos moradores de andares diferentes de uma clínica de repouso – por exemplo, uma planta no quarto e a exibição de um filme uma vez por semana. Num dos andares, esses benefícios vinham acompanhados de um certo controle: os residentes podiam escolher as plantas e eram responsáveis por regá-las. O grupo também poderia escolher em que dia o filme seria exibido. No outro andar, os benefícios eram simplesmente distribuídos: as enfermeiras escolhiam e regavam as plantas e decidiam em qual dia o filme seria exibido. Essa pequena manipulação teve efeitos gigantescos entre as duas populações do estudo. O grupo com controle era mais feliz, mais ativo, mais saudável e apresentou a metade dos óbitos do grupo que não tinha controle. Os benefícios eram visíveis até 18 meses depois do fim do experimento. “Aumentar o sentido de controle dos trabalhadores, estudantes e pacientes é um caminho eficaz de aumentar sua noção de participação, energia e felicidade”, diz Haidt.

4. Vergonha

Em geral, pessoas bonitas não são mais felizes do que as menos atraentes. Mas pequenas mudanças visuais podem ter um impacto importante na percepção de felicidade. Pessoas que passam por cirurgia plástica relatam altos níveis de satisfação e menos sintomas psiquiátricos nos anos após a cirurgia. Quanto maior a vergonha que a pessoa tinha de seu “problema” estético, maior foi o aumento no nível de felicidade depois da operação. Livrar-se de uma vergonha que carregamos todos os dias pode ter um impacto duradouro na autoconfiança e no bem-estar.

5. Relacionamentos

Um bom casamento é um dos fatores da vida mais fortes e consistentemente associados à felicidade. Segundo Haidt, parte desse benefício aparente vem da “correlação reversa”: a felicidade causa o casamento. Pessoas felizes se casam mais cedo e ficam casadas por mais tempo do que as pessoas com um nível inicial de felicidade mais baixo, tanto por serem mais interessantes (as que são felizes) e, assim, atraírem mais o sexo oposto, quanto por serem pessoas com as quais é mais fácil conviver. Um dos caminhos mais certos para a infelicidade é ter um relacionamento de conflito – um colega de trabalho insuportável, constantes brigas com o cônjuge, etc.


Colateral

Mas, para Haidt, nem toda ação funciona na busca pela felicidade. Pessoas que moldam suas vidas para ganhar mais dinheiro, fama e beleza, por exemplo, costumam ser mais infelizes do que aquelas que buscam objetivos menos materiais. Um instrumento que ajudou a entender quais são as atividades que de fato influenciam a felicidade foi criado pelo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi, um dos fundadores da psicologia positiva.
No estudo de Csikszentmihalyi, milhares de pessoas carregaram consigo um pager que apitava várias vezes ao dia. Sempre que apitava, a pessoa devia pegar um bloco de anotações e registrar o que ela estava fazendo naquele momento e qual era seu nível de satisfação. O resultado jogou luz sobre o que as pessoas realmente gostam de fazer, e não apenas aquilo que elas “lembram” ter gostado. Pelo resultado da pesquisa, o prazer pôde ser dividido em duas categorias: o prazer físico ou corporal e o prazer intelectual desafiador. No primeiro caso, o prazer advém principalmente da comida e do sexo. Mas esse é um prazer que sacia, porque ninguém pode continuar comendo ou ter relações sexuais após atingir um determinado nível de satisfação, ou esse prazer se transforma em repulsa. 


“A grande descoberta de Csikszentmihalyi é que existe um estado que muitas pessoas valorizam mais do que chocolate após o sexo”, diz Haidt. “É o estado de total imersão em uma tarefa que é desafiadora, porém próxima às habilidades da pessoa. É o que algumas pessoas às vezes chamam de ‘estar na zona’.” Csikszentmihalyi chamou esse estado de “fluxo”, porque é como se fosse um movimento que acontece sem ser sentido – praticar um esporte coletivo, dançar, conversar longamente com um amigo, dirigir rápido numa estrada cheia de curvas ou mesmo praticar uma atividade criativa, como a pintura, a redação ou a fotografia.

“Fluxo”

O segredo do fluxo, segundo o húngaro, é haver um desafio evidente que tome toda a sua atenção e que forneça retorno imediato sobre como está se saindo. O prazer advém de cada ação realizada nessa atividade – o chute que resulta no gol, a pincelada no lugar certo, a frase bem escrita.
Baseado nesse estudo, um outro estudioso da psicologia positiva, Martin Seligman, criou uma distinção entre prazeres e gratificações. O primeiro tem relação forte com componentes emocionais e sensoriais – a comida, o sexo, a brisa no dia de calor e uma massagem nas costas. As gratificações, por sua vez, são as atividades que envolvem o indivíduo completamente, que podem o levar ao “fluxo” e que permitem que ele tenha um nível de satisfação maior com a própria história.
Embora os prazeres carnais não devam ser demonizados, o problema deles, segundo Seligman, é que raramente trazem benefícios duradouros. É bom no momento, mas desaparecem rapidamente, e não “melhora” a pessoa, no sentido que não a torna mais sábia ou forte depois. As gratificações, porém, nos desafiam e nos fazem melhorar. “As gratificações são obtidas depois de se concluir, aprender ou aprimorar algo. Quando entramos em um estado de fluxo, o trabalho duro não exige esforço algum. Queremos continuar a nos esforçar, a afiar nossas habilidades, a usar nossas forças”, explica Haidt sobre o estudo de Seligman.
As ideias da psicologia positiva de se dedicar a uma atividade que o faça melhor ressoam as palavras do psicólogo alemão Victor Frankl. Em seu famoso livro Em Busca de Sentido, escrito logo após passar anos de terror nos campos de concentração nazistas (onde perdeu todos que amava), Frankl prega que a felicidade, assim como o sucesso, jamais pode ser um fim em si mesmo. “Não procurem o sucesso. Quanto mais procurarem e o transformarem em alvo, mais vocês vão errar. Porque o sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser.”


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