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16 de set. de 2011

Desenvolvimento Psicológico

http://www.portalgeobrasil.org/psico/mat/desenvolvimentopsicologico.htm
“ O Homem deseja ser confirmado em seu Ser pelo Homem, e anseia por ter uma presença no Ser do outro... – secreta e timidamente, ele espera por um sim que lhe permita ser, e que só pode vir de uma pessoa humana a outra”. Martim Buber

“ O desenvolvimento não se faz em linha reta e sim por crises. Não há desenvolvimento fora dos sofrimentos e alegrias, sucessos e fracassos, satisfações e frustrações, progressões e regressões do processo existencial”. Carlos Byington

Bibliografia





Bee, Helen, O Ciclo Vital, Ed. Artes Médicas, 1997



Booth, Tony, Psicologia do Crescimento em Sociedade, Ed. Zahar, 1976



Briggs, Doroty Corkille A Auto Estima do Seu Filho, Ed. Martins Fontes, 1996



D'Andrea, Flávio Fortes, Desenvolvimento da Personalidade, Ed. Bertrand Brasil, 2001



Donaldson, Margaret A Mente Humana, Ed. Martins Fontes, 1996



Erikson, Erik H. Infância e Sociedade,, Ed. Zahar, 1974



Griffa & Moreno, Maria Cristina e Maria Cristina, Chaves Para A Psicologia Do Desenvolvimento, Ed. Paulinas, 2001



Jung, Carl G., O Desenvolvimento da Personalidade, Ed. Vozes, 1988



Lievegoed, Bernard Fases da Vida – Crise e Desenvolvimento da individualidade,

Ed. Antroposófica



Viorst, Judith, Perdas Necessárias, Ed. Melhoramentos, 1990

24 de ago. de 2011

Doenças da emoção

A medicina psicossomática deixou de ser um ramo de segunda classe. A influência dos sentimentos sobre a saúde física nunca foi tão pesquisada e o controle das perturbações psíquicas entrou para os receituários clínicos.

Revista Veja - por Anna Paula Buchalla

  • Perfil dos Somatizadores

    - 20% da população mundial é afetada pelos transtornos de somatização;
    - o distúrbio é mais comum em mulheres e entre elas os sintomas constumam ser mais severos;
    - 42,6 anos é a idade média dos somatizadores;
    - 40% deles têm depressão;
    - 20% apresentam transtorno do pânico ou ansiedade;
    - os somatizadores estão entre os principais usuários do sistema de saúde: 60% das consultas médicas referem-se a pacientes com queixas sem nenhuma causa orgânica.

    As principais reclamações são: dor no peito, fadiga, tontura, dor de cabeça, dor nas costas, falta de ar, insônia e dor abdominal.

    É quase certo que, ao demonstrar um desconforto físico, você já tenha ouvido que está "somatizando". Mas o que é exatamente somatização? Trata-se de um processo pelo qual distúrbios de origem psíquica, emocional. traduzem-se em mal-estar, com ou sem causa orgânica definida. Os dez problemas mais relatados pelos somatizadores são dor no peito, fadiga. tontura, dor de cabeça, inchaço, dor nas costas, falta de ar, insônia, dor abdominal e torpor. Não faz tanto tempo assim, a esmagadora maioria dos médicos ocidentais relegava tais pacientes ao limbo de um ramo até então pouco prestigiado da psiquiatria - o da medicina psicossomática. Mas esse quadro coomeça a mudar.

    Muitos clínicos estão dando mais atenção aos quadros de somatização. Eles, agora, procuram escutar os somatizadores da forma preconizada por Maimônides, um médico mouro do século XII: "Uma consulta deve durar uma hora. Durante dez minutos. ausculte os órgãos do paciente. Nos cinnqüenta minutos restantes, sonde-lhe a alma". Com isso, passaram a oferecer meios de tratar o seu padecimento atual e evitar os futuros, em vez de se apresssarem em livrar-se dos "neuróticos". Além disso, equipes de pesquisadores dedicam-se a tentar desvendar os mecanismos pelos quais as emoções podem resultar em afecções. Vários deles, inclusive, já foram descobertos (veja o texto abaixo - O preço da pressão... e a sua repercussão no organismo). Pode-se dizer que a medicina ocidental está revendo o dogma de que sintomas só são passíveis de tratamento se originados em problemas físicos descritos cientificamente. Nesse caminho, segue a trilha da antiga medicina oriental, segundo a qual um sintoma, mesmo sem causa orgânica suficientemente identificada, é, em si, um desequilíbrio a ser curado.

    Embora desde o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina ocidental, haja registros de processos de somatização, o fenômeno só ganhou um nome no início do século XX. O médico austríaco Wilhelm Stekel, um dos pioneiros da psicanálise, lançou a expressão alemã organsprache("fala dos órgãos") para denominar sintomas físicos associados precipuamente ao lado psíquico. Na versão para o inglês, o termo foi traduzido como somatizatíon, palavra criada a partir do radical grego "soma", corpo. Atualmente, os médicos fazem uma distinção entre transtorno somatoforme e somatização. O primeiro caracteriza-se por queixas físicas recorrentes, mas sem causas detectáveis por exames clínicos ou de imagem. É o caso, por exemplo, de um paciente que reclama de dores de estômago, mas, submetido a uma endoscopia, não apresenta nenhuma lesão nesse órgão. Para que a doença seja diagnosticada como um transtorno somatoforme, é preciso que a pessoa exiba um ou mais sintomas por um período mínimo de seis meses. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 20% da população do planeta manifesta quadros da doença. "Os sintomas são reais. O sofrimento desses pacienntes não é menor do que o daqueles que apresentam problemas com causas orgânicas bem definidas", disse a VEJA a psiquiatra americana Lesley Allen, especialista no assunto.

    A palavra somatização, por sua vez, hoje é usada especificamente para as doenças identíficáveis por meio de exames, desencadeadas por sobrecarga emocional. Certas doenças têm um componente fortemente somático. E o caso de asma, úlceras, fibromialgia, gastrite, alergias e herpes, principalmente. As situações que mais deflagram respostas somáticas são as de stress decorrente de um luto ou de uma separação conjugal. Para não falar da onipresente depresssão, é claro. "Na verdade, não existe um só sentimento que não tenha uma repercussão física. O que varia é a intensidade da emoção e a vulnerabilidade do corpo", afirma o psiquiatra Geraldo Banone, de Campinas.

    É freqüente confundir somatização com hipocondria. São coisas completamente diferentes, O hipocondríaco é alguém preocupado em excesso com a própria morte. Seu medo é tanto que ele freqüentemente interpreta um mal-estar passageiro como um sinal de doença grave. O exemplo perfeito é o do persoonagem de Woody AIlen no filme Hannnah e Suas Irmãs, que tinha certeza de que suas dores de cabeça eram um sintoma de um tumor no cérebro e, por issso, submetia-se a tomografias da cabeça como quem tira pressão arterial. O que somatizadores e hipocondríacos têm em comum são as idas freqüentes ao médico. "As somatizações são responsáveis por um número muito alto de consultas", diz o psiquiatra José Atilio Bombana, da Universidade Federal de São Paulo. Calcula-se que até a metade de todos os gastos do sistema público de saúde deva-se a somatizações.

    Do ponto de vista fisiológico, já se sabe que o processo de somatização ocorre no eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal . Com o auxílio da medicina molecular e exames de imagem de altíssima precisão, está-se conseguindo mapear em detalhes os canais de comunicação entre o cérebro e os sistemas imunológico e endócrino. A interação entre corpo e mente se dá por meio de uma intrincada rede de horrmônios, proteínas e neurotransmissores que não cessam de interagir. Os cientistas querem definir o que ocorrre ao certo quando há um descompassso entre o cérebro e esses sistemas. especialmente nos momentos emocionais mais críticos. Apesar de haver uma longa estrada a ser percorrida, ao entender em parte como os sentimentos afetam o organismo, a medicina deu um passo adiante rumo à prevenção e à cura de doenças típicas da somatização.

    No plano estatístico, as evidências da relação entre o psicológico e o físico sempre foram elusivas. Não são mais. Dois estudos publicados neste ano, um no Jornal da Associação Médica Americana(Jama) e outro no Archives of Internal Medicine, atestam a conexão. No primeiro deles, realizado com quase 1 000 pacientes, entre 35 e 59 anos. vítimas de infarto que exerciam funções com grande demanda emocional mostraram-se duas vezes mais predispostas a sofrer um novo evento cardíaco. No segundo estudo, o professor de psicologia Sheldon Cohen, da Universidade Carnegie Mellon, analisou 319 artigos médicos que relacionavam emoções intensas com falhas do sistema imunológico.

    Ele concluiu que tais emoções podem acelerar a progressão até mesmo de males associados à aids. Há também uma pesquisa notável, levada a cabo por médicos ingleses do London College. Depois de acompanharem 9 000 pessoas durante doze anos, eles descobriram que os que tinham relacionamentos íntimos marcados por brigas e conflitos sofriam 34% mais risco de apresentar um distúrbio cardiovascular.

    Não se pode incorrer no simplismo de afirmar, como fazem alguns psicólogos, que toda e qualquer doença tem origem nos sentimentos. "Mas é provável que, por determinação genética, haja pessoas mais propensas a ficar doentes por causa de emoções excessivas", diz o psiquiatra Mario Alfredo De Marco, da Universidade Federal de São Paulo. A mesma situação pode ser mais desgastante para uma pessoa e menos para outra, não apenas pelo perfil psicológico de cada uma, mas por efeito de uma tendência genética para reações hormonais mais ou menos fortes. Fatores culturais também são relevantes. Um levantamento aponta que os brasileiros estão entre os campeões de somatização (Leia no texto abaixo - Mapa da Somatização). "Comportamentos histriônicos ou contidos demais podem resultar no aparecimento de afecções", diz o psiquiatra Bombana.

    Estudos mostram que um bom suuporte afetivo e determinados tipos de terapia psicológica são capazes de melhorar a resposta imunológica até mesmo em pacientes de câncer. Uma das linhas de pesquisa mais avançadas nessa área é a da professora americana Les1ey Allen. Ela defende a terapia cognitivo-comportamental, associada a técnicas de relaxamento, exercícios moderados e uso de antídepressivos, para diminuir a severidade dos sintomas entre os somatizadores. Os antidepressivos, aliás, têm fornecido resultados surpreendentes. Pacientes tratados com esses remédios apresentaram uma redução considerável nas idas ao médico, especialmente aqueles que sofriam da síndrome da fadiga crônica, distúrbio recorrente entre os somatízadores. Outra linha de pesquisa também começa a esboçar-se. No início de novembro passado, a equipe do pesquisador Hiitoshi Sakano, da Universidade de Tóquio, criou em laboratório ratos que não têm medo de gatos.


     Por meio de alterações genéticas, os cientistas conseguiram remover determinadas células do sistema olfativo dos roedores, responsáveis por detectar a presença de ameaças. Ao terem esse grupo de células desligado, as cobaias aproximaram-se de um gato sem manifessar pavor. Essa xperiêncía representa um avanço na direção de remédios próprios para o controle de emoções que podem causar problemas físicos.

    Não se trata, é claro, de demonizar o lado sentimental. De sugerir que todos sejamos robôs gélidos. Tanto os sentimentos bons quanto os ruins foram - e são - fundamentais para a preservação da espécie, como demonstrou o naturalista inglês Charles Darwin. o primeiro a estudar de forma abrangente a influência das emoções instintivas no proceso evolutivo. Se elas nos trouxeram até aqui, compreendê-las pode nos levar ainda mais longe do ponto de vista da saúde física. Na falta da pílula mágica que tudo amenize ou controle(e com a qual sonhava até mesmo Sigmund Freud, o pai da psicanálise), cabe a todos nós tentar evitar que sejamos possuídos por sentimentos que redundem em sofrimento físico. Expressá-los sem medo é uma boa medida. Dito assim, parece simples. Não é. Até mesmo os pacientes mais articulados encontram dificuldades ao traduzir seus sentimentos em palavras. O escritor americano William Styron, um dos que melhor expressaram a tristeza e a melancolia, descreveu sua dor psíquica constante como "algo tão misteriosamente doloroso que não é possível nem por meio da mediação intelectual chegar perto de uma descrição". Sim, as palavras nem sempre alcança a alma.

  • O preço da pressão ... e a sua repercussão no organismo

    As emoções podem traduzir-se em respostas somáticas no eixo hipotálano-hipófise-supra-renal. Quando isso acontece, altera-se a sintonia entre o cérebro e os sistemas encdócrino e imunológico, o que leva ao desencadeamento de uma série de problemas.

    Hipotálamo: estrutura do sistema líbico, a sede cerebral das emoções, o hipotálamo deflagra as reações físicas aos desgastes emocionais.
    Hipófise: controlada pelo hipotálamo, a hipófise é uma glândula localizada na base do cérebro. Ela comanda o trabalho da maioria das outras glândulas endócrinas.
    Supra-renais: situadas acima dos rins, essas glândulas são encarregadas de fabricar os hormônios relacionados aos stress - adrenalina, noradrenalina e cortisol.

    . distúrbios cardiovasculares: infarto, derrame, hipertensão, arritmias. Explicação: situações de pressão emocional estimulam a liberação dos hormônios adrenalina, noradrenalina e cortisol, entre outros. Com isso, o coração bate mais rápido, a pressão arterial sobe e as taxas de colesterol aumentam. Um estudo com pacientes de hipertensão mostrou que 80% deles associaram a crise de pressão alta a um evento de desgaste emocional.

    . dores crônicas: dor nas costas, cefaléias, dor pré-mestrual, fibromialgia, síndrome da fadiga crônica. Explicação: a descarga de adrenalina e cortisol na corente sanguínea reduz a produção de endorfina e serotonina, substâncias associadas ao alívio da dor e à sensação de bem-estar, respectivamente. Vários estudos já mostraram que um evento emocionalmente desgastante pode aumentar a sensação dolorosa em até 20%.

    . afecções dermatológicas: hiperidrose, prurido, dermatite, queda de cabelo, psoríase, herpes, vitiligo. Explicação: é bastante comum sentir na pele as aflições psíquicas. Isso porque a pele é um órgão repleto de terminações nervosas, o que a torna muito sensível às alterações da química cerebral. Pessoas ansiosas, depressivas e estressadas tendem a desenvolver ou piorar problemas como dermatite, acne, psoríase e queda de cabelo.

    . doenças endócrinas: diabetes tipo 2, hiper ou hipotireoidismo e hipoglicemia. Explicação: como o hipotálamo modula também as defesas do organismo, um problema de ordem emocional pode desencadear um ataque do sistema imunológico à tireóide e ao pâncreas, o órgão produtor de insulina. A descarga hormonal desregula a liberação de glicose na corrente sanguínea, o que leva ao diabetes ou à hipoglicemia.

    . problemas gastrointestinais: distúrbios esofágicos, dispepsia, diverticulite, diarréia, constipação, gastrite, úlcera gástrica, síndrome do intestino irritável, retocolite ulcertativa. Explicação: Em resposta à pressão emocional, o organismo aumenta a produção de substâncias tóxicas ao estômago e aos intestinos. Em 75% dos casos, a colite ulcerativa é psicossomática. O desequilíbrio na produção de noradrenalina e cortisol aumenta ou reduz, ainda, os movimentos intestinais, agravando alguns distúrbios, como a diverticulose.

    . asma, hiperventilação, rinite alérgica: Explicação: problemas de ordem emocional podem desequilibrar a produçâo das substâncias envolvidas na dilatação dos bronquios, agravando os sintomas da asma. Pode ocorrer ainda uma resposta desmedida do sistema imunológico a determinados alérgenos, como a poeira, deflagrando uma crise alérgica.

    . distúrbios imunológicos: lúpus, artrite reumatóide, depressão imune inespecífica. Explicação: a atividade integrada entre o hipotálamo, a hipófise e a glândula supra-renal repercute diretamente no sistema imunológico. Com a falta de sintonia entre esses sistemas, as células de defesa passam a atacar outras células do organismo. (fonte: Geraldo Ballone, psiquiatra).

  • O mapa da somatização

    Um estudo da Oranização Mundial de Saúde(OMS) com quase 26.000 pessoas identificou a prealência do mal em direrentes sociedades. Eis o ranking dos povos que mais somatizam seus problemas: Chile 37%, Brasil 32%, Alemanhã 26%, França 23%, Inglaterra 21%, Holanda 18%, China 18%, EUA 10%, Japão 10%.

    Os latinos costumam manifestar suas aflições emocionais sob a forma de sintomas gastrointestinais - náusea, vômitos, diarréia, intolerância alimentar, gastríte e úlcera.

    Os anglo-saxões resistem a procurar ajuda para suas aflições emocionais. Os americanos, por exemplo, só costumam dar atenção aos sintomas psicossomáticos quando há comprometimento de alguma função orgânica.

    As culturas orientais incentivam o equilíbrio entre o corpo e o meio ambiente. Japoneses e chineses são estimulados, desde crianças, a reconhecer as respostas do orgianísmo a um desequilíbrio de origem externa.

  • Avalie se você tem um perfil psicossomático

    O questionário abaixo foi elaborado a pedido de VEJA pela psicóloga Marilda Lipp, do Centro Psicológico de Controle do Stress. Responda às perguntas e verifique se o seu modo de sentir e agir é o de uma pessoa suscetível à somatização. Lembre-se de que o diagnóstico preciso só pode ser feito por um especialista.

    Responda Sim ou Não.
    1 . Às vezes choro sem conseguir entender exatamente o porquê
    2 . Consigo disfarçar muito bem quando estou com raiva
    3 . É fácíl para os outros perceberem estou feliz
    4 . Ás vezes me pego sonhando acordado(a)
    5 . Não tenho dificuldade para nomear aquilo que sinto
    6 . É bom "fantasiar" um pouco sobre as coisas
    7 . Gosto de conversas objetivas e diretas
    8 . Freqüentemente, fico confuso(a) sobre qual emoção estou sentindo
    9 . As pessoas mais próximas de mim têm dificuldade de entender como me sinto
    10 . A raiva é o sentimento mais freqüente em minha vida
    11 . Acho que é uma perda de tempo ficar me perguntando sobre o porquê das coisas
    12 . Quase não sonho quando durmo

    A) Se você respondeu "sim" às perguntas 1,2,7,8,9, 10,11 e 12, some 1 ponto para cada questão.
    B) Se você respondeu "sim" às perguntas 3, 4,5 e 6, some 1 ponto para cada questão.
    Em seguida, faça a subtração A - B

    Se o resultado dessa subtração for:
    Até 3: seu perfil não se parece com o de pessoas que sofrem de doenças psicossomáticas. Você provavelmente é o tipo de pessoa que está em sintonia com suas emoções.
    De 4 a 5: você tem alguma dificuldade de identificar ou nomear as suas emoções. Isso pode resultar em algumas manifestações físicas. Aprender a identificar e dar vazão ao que sente o ajudará a não sofrer desconforto físico diante de problemas que são, na verdade, mais de origem psicológica do que biológica.
    6 ou mais: ao que tudo indica, você tem muita dificuldade para entender o que se passa em seu íntimo, de nomear suas emoções e de admitir o que sente. Seu corpo provavelmente mostra sinais de desgaste diante de tanta emoção reprimida. Recomenda-se procurar ajuda especializada.

  • Por uma vida mais serena

    As alternativas que comprovadamente ajudam a amenizar os sintomas da somatização, ao aliviar o sofrimento emocional.

    Meditação: acredita-se que a meditação modula a resposta do sistema nervoso ao stress. Consegue-se isso por meio do controle da ansiedade. O estudo mais recente nesse campo submeteu pacientes cardíacos à meditação e comprovou que eles tiveram uma redução da pressão arterial.

    Terapias Cognitivo-Comportamentais: o objetivo do método é fazer o paciente aprender a controlar os sintomas. Ou seja, ensiná-lo a evitar a cadeia de reações emocionais que leva o corpo a responder com sinais físicos. Também chamado de terapia breve, é especialmente eficaz para aplacar sintomas clássicos, como taquicardia, tontura e falta de ar.

    Psicanálise: ainda que nunca tenha criado uma teoria psicossomática, Sigund Freud, o pai da psicanálise, foi um dos seus mais importantes precursores. Ao iniciar a prática clínica, Freud percebeu que as manifestações da histeria correspondiam a uma anatomia imaginária. Ao contrário das outras duas técnicas, a psicanálise age na raiz do problema. Nesse caso, faz toda a diferença saber se os sintomas de uma somatização são fruto da história pessoal do paciente. É uma abordagem profunda e complexa, que demanda tempo e disposição para que o paciente se aventure no autoconhecimento. Os resultados desse tipo de terapia para a melhora da saúde, embora mais demorados, já foram provados cientificamente.

    www.veja.com.br

  • 26 de mai. de 2011

    Medo * Conduta observável - Watson

    Rating:★★★★★
    Category:Other


    John Broadus Watson (1878 - 1958) foi um psicólogo norte-americano, considerado o fundador do comportamentalismo ou comportamentalismo (ou simplesmente behaviorismo).

    Watson demonstrou a sua teoria das respostas condicionadas nos estudos experimentais realizados com o bebé Albert de 11 meses condicionando-o a ter medo de um rato branco, que ele não temia antes de ser submetido ao condicionamento.

    Para estabelecer a relação de medo, provocou um enorme barulho atrás da cabeça de Albert sempre que o rato lhe era mostrado. Em pouco tempo a mera visualização do rato produzia sinais de medo na criança.

    Esse medo condicionado generalizou-se a outros estímulos similares como um coelho, uma pele branca ou a barba do pai natal.

    Condicionamento clássico:

    Barulho (Estimulo Incondicionado) ----------> Medo (Resposta incondicionada)
    Rato Branco (estimulo neutro) --------------------------> Ausência de medo
    Barulho (e. incondicionado) + Rato branco (e. neutro) ----> Medo (R. incondicionada)



    Rato Branco (E. Condicionado) -----------------> Medo (R. Condicionada);
    Generalização de Resposta
    Coelho Branco (E. Condicionado) --------------> Medo (R. Condicionada);
    Barba do pai natal (E. Condicionado) ----------> Medo (R. Condicionada);


    Behaviorismo é um termo genérico para agrupar diversas e contraditórias correntes de pensamento na Psicologia que tem como unidade conceitual o comportamento, mesmo que com diferentes concepções sobre o que seja o comportamento. A palavra inglesa behaviour (RU) ou behavior (EUA) significa comportamento, conduta. Os behavioristas de orientação positivista trabalham com o princípio de que a conduta dos indivíduos é observável, mensurável e controlável similarmente aos fatos e eventos nas ciências naturais e nas exatas.


    John Broadus Watson (1878-1958) foi considerado o pai do behaviorismo metodológico , ao publicar, em 1913, o artigo "Psicologia vista por um Behaviorista", que declarava a psicologia como um ramo puramente objetivo e experimental das ciências naturais, e que tinha como finalidade prever e controlar o comportamento de todo e qualquer indivíduo. Watson era um defensor da importância do meio na construção e desenvolvimento do indivíduo. Os seus estudos basearam-se no condicionamento clássico, conceito desenvolvido pelo fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936), que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina pelo seu trabalho sobre a atividade digestiva dos cães. Pavlov descobriu que os cães não salivavam apenas ao ver comida, mas também quando associavam algum som ou gesto à "chegada de comida" - ver a clássica experiência do cachorro de Pavlov. A este fenômeno de associação ele denominou de condicionamento clássico. A partir das descobertas de Pavlov, houve um fortalecimento da investigação empírica da relação entre o organismo e o meio.

    O behaviorismo metodológico e o Behaviorismo metafísico tem as suas raízes nos trabalhos pioneiros de Watson e Pavlov. O behaviorismo radical foi desenvolvido não como um campo de pesquisa experimental, mas sim uma proposta de filosofia sobre o comportamento humano que utiliza como referência outros filósofos da ciência do século XX, contextualizado por todas das crises de paradigmas vivenciadas pelo pensamento científico até hoje, seu principal autor foi o psicólogo americano Burruhs Skinner (1953), que além de ser o representante mais importante do behaviorismo radical, desenvolveu os princípios do condicionamento operante e a sistematização do modelo de seleção por consequências para explicar o comportamento. O condicionamento operante explica que quando após um comportamento ou atitude é seguida a apresentação de um reforço, aquela resposta (ação) tem maior probabilidade de se repetir com a mesma função.

    Veja no vídeo abaixo uma das experiências realizadas com o pequeno Albert pelo professor John Watson. Watson inicialmente estabeleceu como o bebê não parecia ter praticamente nenhum medo inato. Foi na sala controlada de Watson que o pequeno Albert conheceu pela primeira vez na vida coelhos, macacos, cachorros e mesmo um pequeno rato branco, com que tentou brincar. Nenhum deles o assustava, e Albert não temia nem mesmo o fogo. Uma das poucas coisas que desagradava Albert era um desconforto natural com barulhos altos repentinos, como bater em uma barra metálica.


    15 de mar. de 2011

    A Expansão da Consciência e as Emergências Espirituais

    Rating:★★★★
    Category:Other


    “O místico dança ao sol, ouvindo a música que os outros não ouvem. Insanidade? Dizem esses outros.
    Se for, é uma forma muito gentil e que nos nutre”.

    Rumi



    Síntese baseada em duas conferências do Dr. David Lukoff, realizadas no IV (09 a 12 de outubro de 2003 em Cascais – Portugal) e no V (06 de setembro de 2005 em Campinas – SP – Brasil) Congresso Internacional da Associação Luso Brasileira de Transpessoal (ALUBRAT) e em material didático da Dinâmica Energética do Psiquismo (DEP), de autoria de Conceição Aparecida Ferraz Malta.

    A real busca de todo ser humano é a obtenção de uma felicidade e paz duradouras (reais), que só serão obtidas através de um consciente re-direcionamento de seus desejos, desfazendo hábitos e crenças cristalizados nas profundezas de seu ser e encarando seus próprios apegos e repulsas, sua auto-identificação egóica e o seu profundo medo da morte.

    À medida que avança nesse processo, surge um entendimento e uma re-significação de aspectos de sua personalidade, transmutando-os e levando a sua consciência a um novo patamar, uma nova dimensão interior. A cada vez que isso ocorre, podemos dizer que houve um processo de expansão da consciência, um mais abrangente estado de percepção de si mesmo e do mundo à sua volta, através da aquisição de um discernimento proveniente de suas próprias experiências.

    Emergem, de si mesmo, conteúdos antes inconscientes proveniente de diversos níveis transpessoais. Essas conexões da consciência individual com o próprio inconsciente emergente podem se dar tanto de uma forma gradual, enfrentando progressivamente seus medos e sombras por um período de meses ou até anos, tempo necessário para que a pessoa se perceba modificada quanto a seus padrões, valores e visão de mundo, ou através de um influxo expansivo (emocional e energético) e geralmente abrupto da consciência, de tal intensidade que a rotina do dia-a-dia passa a ser por demais opressiva: as Emergências Espirituais.

    “As emergências espirituais podem ser definidas como estágios críticos, experimentalmente difíceis e de uma transformação psicológica profunda, que envolve todo o ser da pessoa. Tomam a forma de estados incomuns de consciência e envolvem emoções intensas, visões e outras alterações sensoriais, pensamentos incomuns, assim como várias manifestações físicas”.

    Stanislav Grof 1

    Aqui, o termo emergência é usado tanto no sentido de crise (urgência) quanto no sentido de ascensão a novos níveis de consciência (surgimento). Na psiquiatria convencional, esses estados geralmente são diagnosticados como distúrbios mentais, mas, se convenientemente entendidos e acompanhados, podem levar a efeitos curativos e altamente benéficos para a pessoa. Na realidade, esses momentos são crises, durante as quais, o processo de crescimento e mudança se torna caótico e muito intenso, ocasionando uma reação do ego a essa experiência.

    Essa imersão nas profundezas do inconsciente, se defrontando com sentimentos difíceis e penosos, pode causar opressão, sentimentos de medo, solidão, a impressão de se estar ficando louco ou até fazer surgir preocupação com o tema ‘morte’. Esses sintomas provêm da própria experiência egóica de profunda autopercepção consciente: as ‘noites escuras’ mencionadas por São João da Cruz.

    Quando essa experiência, conscientemente, tem um nível de intensidade e profundidade que fica claro para si mesmo, freqüentemente leva, de uma forma dramática, a novos reinos de experiências místicas ou ao despertar de potencialidades adormecidas. Aflora então uma dimensão sagrada com sentimentos de eternidade e amor, êxtase ou paz, ou uma suprema sensação de unidade com toda a criação que pode, por si mesma, gerar grande pânico caso exista uma grande auto-identificação egóica.

    “O místico dança ao sol, ouvindo a música que os outros não ouvem. Insanidade? Dizem esses outros. Se for, é uma forma muito gentil e que nos nutre”.

    Rumi

    Esses estados mentais, conhecidos e vivenciados pelos místicos, freqüentemente são confundidos com desordens psiquiátricas, mas enquanto o místico sabe o que fazer acerca do que está vivenciando o doente psiquiátrico se desintegra mentalmente na experiência. Essas mesmas experiências podem ser vividas por usuários de drogas alucinógenas, sendo experiências muito difíceis de descrever por quem as vive, pois toda e qualquer palavra não consegue fazer sentido nem descrevê-la corretamente. Fazem parte dessa dimensão sagrada as seguintes experiências:

    Sensação intensa de êxtase, alegria e celebração ou sofrimento, medo e perdição;

    Sensação noética, entendida como uma nova percepção da mesma realidade ou o acesso a novos conhecimentos: insights com relação à natureza da realidade ou do cosmos;

    Capacidade perceptiva visual, auditiva e etc. aumentadas;

    ‘Alucinações’ visuais, auditivas, olfativas, etc., ou ilusões com temas relacionados à mitologia ou à dimensão arquetípica;

    Perda do Self-object que é a sensação de não estar limitado ao seu corpo, perdendo-se a sensação de um ‘eu’ separado;

    Sensação distorcida do tempo (como experimentar a eternidade em um instante);

    Sensação de ser transportado de uma realidade normal para uma nova realidade;

    Sensação de comunicação e comunhão com o Divino (Deus, anjos, santos, seres de luz, etc.).

    Apesar de serem sensações totalmente individuais e únicas, Grof & Grof categorizam e descrevem alguns tipos:

    Experiências de dissolução do ego (de pico): sensação de bem-estar associada com uma percepção de unidade com a humanidade, com a natureza (uma árvore, por exemplo), com o cosmos, com Deus;

    Despertar da kuṇḍalinī: sensação espiral de calor (ou frio) subindo pela coluna a partir de sua base coccígea, trazendo inúmeras repercussões psíquicas à medida que ascende e energiza centros psico-energéticos específicos (cakras), descritos na literatura vêdica hindu;

    Experiências de Quase-morte: acontecem quando há morte clínica do corpo físico (parada cárdio-respiratória e cerebral), mas a consciência permanece ativa. Estudos mostram que essas pessoas passam por, no mínimo, três estados psicológicos. Inicialmente ocorre uma resistência e luta devido ao temor de perder o controle, perder a vida. Aceito o inevitável, surgem lembranças na forma de revisão de toda a vida passada, nos mínimos detalhes: fora do espaço-tempo, cada pessoa vê toda a sua vida lhe passar como num filme, mostrando-lhe todas as causas e efeitos que estiveram em ação na sua vida, vendo-se de fato sem as Máscaras. Ela sente e conhece toda a justiça de todo o sofrimento que o afligiu. É um insight retrospectivo da vida que se levou. Em seguida, para alguns, vem uma experiência mística de êxtase e transcendência.

    Emergência de Memórias de Vidas Passadas: surgem pensamentos que podem ser categorizados como lembranças, devido à sensação de se ter participado deles. A filosofia Yoga (Yoga darśana) afirma que todos os nossos pensamentos, desejos, sentimentos e ações ficam registrados na memória inconsciente profunda (karmāśayaḥ), a qual não se extingue após a morte do corpo físico. Para quem não aceita a possibilidade de reencarnação, essa experiência pode ser encarada como um acesso à dimensão transpessoal do Inconsciente Coletivo.

    Integração Bem x Mal: percepção ampliada de unidade, em que se transcendem as noções de certo ou errado, ou bem e mal, pois se percebe o ‘bem’ dentro de cada ‘mal’ e o ‘mal’ dentro de cada ‘bem’. Então se passa a perceber que todas as experiências são internas, que tudo somente consiste de percepções mentais com seus sentimentos associados. Quando se é consciente de que todas as dores e alegrias são apenas os próprios processos mentais, e se consegue inibi-los, é plantada a semente da equanimidade.

    Crises Xamânicas: geralmente estão associadas com o surgimento de doenças desconhecidas (geralmente de cunho neurológico ou psiquiátrico) que levam a uma total inconsciência (ou estado de coma) ou a sofrimentos físicos (ou psicológicos) intensos. Nesse estado surgem sonhos repletos de mensagens (o tema subjacente geralmente é o da morte e renascimento), premonições, visões de morte ou aniquilação pessoal, geralmente envolvendo um encontro de forças de decadência e destruição seguidas de reconstituição física. Então, de forma inexplicável, se desperta curado. A doença torna-se, assim, um veículo para um plano mais elevado de consciência, em que o xamã percebe que a energia dele é muito maior do que ele percebia e, aliando sua experiência ao conhecimento sagrado recém-adquirido, ele passa a curar realizando mudanças no mundo dos homens. Em culturas nativas é compreendido que a crise xamânica reflete o mais alto chamado e nela está sua natureza curadora e benevolente. O mesmo é verdadeiro sobre o despertar da kuṇḍalinī, como é descrito na literatura do Yoga, sendo enfatizado, em ambas as literaturas, que resistir ao processo pode ser muito perigoso.

    Percepções Extra-sensoriais: surge a capacidade de poder acessar às três dimensões temporais (gerando retrocognição, clarividência e pré-cognição) e ter visão à distância, tópicos estudados pela parapsicologia, podendo fazer também, à semelhança do xamã, ‘viagens’ por outras dimensões do espaço (mundos paralelos) e até interferir diretamente sobre a matéria (fenômenos de telecinese). Essas capacidades tanto podem ser conseqüência de práticas espirituais como serem espontâneas e precursoras do processo de abertura espiritual. A literatura do Yoga é repleta de descrições acerca dessas capacidades obtidas (siddhis).

    Mediunidades e Canalizações: a capacidade de se comunicar, através do pensamento, psicografia ou audição superfísica, com seres de outras dimensões transpessoais de consciência.

    Experiências com OVNIS: David Lukoff relatou, em sua palestra no IV Congresso Internacional da Associação Luso Brasileira de Transpessoal (ALUBRAT), que cerca de 1% da população norte-americana relata ter sido vítima de abdução e 15% relata ter visto OVNIs. A pesquisa ufológica no Brasil é particularmente séria e os fenômenos de comunicação, em geral, são os mesmos envolvidos na mediunidade e canalização, embora os relatos de encontros físicos e seqüestros por espaçonaves também sejam freqüentes e motivo de fortes alterações psicológicas e espirituais.

    Estados de Possessão: David Lukoff ressalta que 80% das religiões do planeta crêem em possessões, havendo sérios estudos a esse respeito na comunidade espírita brasileira. Em geral a pessoa sente-se invadida por um tipo de energia estranha e hostil, acarretando os mais diversos transtornos psicológicos e espirituais.

    As experiências de emergências espirituais podem ser desencadeadas por:

    Fatores físicos: doenças, acidentes, esforço físico extremo, insônia, experiência sexual intensa;

    Fatores Emocionais: perdas de pessoas, fracassos, experiências com alucinógenos, psicoterapias experienciais, pânico;

    Fatores Espirituais: meditações ou outras práticas espirituais ativadoras.

    Há semelhança, em vários níveis da fenomenologia, com diversas psicoses, mas, ao contrário dessas últimas, as emergências espirituais (ou crises de transformação), em geral, apresentam um bom prognóstico. Os critérios para isso são:

    Bom funcionamento prévio (bom relacionamento pessoal, escolar, etc.) e ser desencadeado por estresse;

    Os sintomas aparecem agudamente (3 meses ou menos);

    Atitude exploratória positiva: atitude curiosa sobre a própria experiência, se outros passaram pelo mesmo, e não uma atitude de medo, paranóia ou desorganização conceitual a respeito;

    Não ser um significativo risco para si e para os outros.


    Diferenciação dos quadros


    (1) Psicoses
    (2) Emergências Espirituais

    (1) Deterioração da consciência e da memória.
    (2)Mudanças na memória e consciência, mas sem deterioração.

    (1)Confusão e desorientação.
    (2)Capacidade de se comunicar preservada.

    (1)Antecedentes de dificuldades interpessoais.
    (2)Antecedentes normais.

    (1)Desorganização, descontrole, incoerência.
    (2)Distinção entre o interno e o externo; coerência nos insights, sincronicidades.

    (1)Confusão e abandono de si.
    (2)Aceita ajuda e preserva cuidados com a própria alimentação e higiene.

    (1)Desconfiança e hostilidade.
    (2)Confiança e ausência de auto e hetero-agressividade


    Vejamos então cinco orientações que podem nortear a conduta, perante um cliente com uma crise de emergência espiritual:

    Acolher e criar um continente terapêutico. Mostrar que sua experiência está inserida no contexto de experiências espirituais, como forma de dar a ela um mapa cognitivo do que está acontecendo e ajudá-la a encarar, sem medo, a própria crise. Aqui, é essencial o preparo do profissional, de forma que ele possa acolher o cliente de uma forma compassiva e compreensiva, aceitando o quer que venha do seu inconsciente. A atitude, em geral, é considerar que as pessoas estão ‘malucas’ demais para falarem. É o oposto, falar ajuda a sair do mental e trazer a pessoa para a realidade física:

    Contar a história – a maior parte desses clientes, ao ser internado num hospital psiquiátrico, não consegue a atenção dos demais, aliás, nem podem contar suas histórias;

    Investigar heranças simbólicas, espirituais e culturais que a pessoa tenha; e

    Criar uma nova mitologia pessoal através dos símbolos pesquisados.

    Reduzir a estimulação ambiental e inter-relacional, bem como parar com todas as práticas espirituais que porventura possam ser associadas com a crise. Deve-se encorajar atividades artísticas, como desenho, fotografia, pintura (mandalas), argila, dança ou poesia, inclusive nas sessões terapêuticas, como forma de fazer ‘ground’, mantê-lo no aqui-e-agora presente. Encorajar o paciente a expressar suas vivências de alguma forma, particularmente pela arte. auxilia a expressar o que se pensa e se sente, permitindo ao cliente certa distância da experiência. Ajuda muito manter o contato visual com o paciente (ground de olho), para ele não fugir para seu mundo interno;

    Atividades físicas leves, como caminhadas na natureza, jardinagem, etc., também são muito bem vindas, como forma de acalmar o cliente, gastar a energia excedente que aflora e manter o contato da mente com a dimensão física da realidade, ‘enraizando-o’;

    Recomenda-se instituir uma mudança alimentar para uma forma mais ‘pesada’ (que inclua integrais, lácteos, leguminosas e carnes), pois o jejum leva algumas pessoas a esses estados. Frutas, sucos e saladas não são alimentos que enraízam. Deve-se também evitar o açúcar, o café e o álcool;

    A medicação pode ser útil em casos específicos (embora seja controverso o seu uso), para reduzir a intensidade da experiência a níveis aceitáveis.


    BIBLIOGRAFIA

    As referências bibliográficas acham-se assim indicadas: xx:yy, onde ‘xx’ é o número da referência contido na BIBLIOGRAFIA (no final do livro) e ‘yy’ é a página onde se encontra.

    Azevedo, Cláudio; A Caminho no Ser: Uma Visão Transpessoal

    Quando precedendo ‘xx’ estiver escrito YS, a obra referenciada é o Yoga Sūtra de Patāñjalī, BG quando for Bhagavad Gītā, VC quando for o Viveka Chūdāmani, TB quando for o Tattvabodhaḥ e SS quando a obra referenciada for o Śiva Sūtra (obra de referência no Śivaísmo de Cachemira). Nesses casos ‘xx’ é o capítulo e ‘yy’ é o sūtra.

    1. Grof, Stanislav & Bennet, Hal Zina; Mente Holotrópica: Novos conhecimentos sobre a psicologia e pesquisa da consciência; Rio de Janeiro, Editora Rocco, 1.992.