20 de jun. de 2010

Fibromioterapia.

http://www.medicinacomplementar.com.br/temaago052.asp

Uma Nova Abordagem para a Fibromialgia: A Fibromioterapia.


Prof. Dr. Paulo Luiz Farber
Presidente, ABMC



Há alguns meses fui procurado por um casal de terapeutas de Bragança Paulista, Lélio Leme e Hélen Leme que afirmavam que tinham um tratamento eficaz para fibromialgia. Como todos sabem a fibromialgia é uma afecção não inflamatória que produz um sofrimento contínuo que poucas doenças provocam, levando o paciente a sentir dores "dos pés à cabeça" e gerando uma série de para-efeitos, como insônia, depressão, nervosismo, só para citar alguns. Alguns pacientes melhoram bem com a medicina complementar, melhorando a qualidade de saúde, mas são poucos os que ficam 100% sem dor. Mas como sempre quando apresentado para um tratamento novo, não acreditei, e perguntei: - Há algum trabalho científico a respeito?

A resposta foi um desafio: Porquê você não orienta um trabalho?

A principio achei que somente mostrando as dificuldades de um trabalho científico eles desistiriam, mas estava enganado. Foi feito um protocolo para um trabalho de observação clínica, e foi levantada a literatura quanto às técnicas realizadas. Nenhuma técnica invasiva ou possível de efeitos nocivos, incluía calor local, analgesia por vibração e massagem. Mas ainda duvidei que fosse possível.Foram convocados em Bragança Paulista 20 voluntários, a maioria mulheres, e todos foram submetidos à avaliação dos pontos dolorosos através de um aparelho que mede quanta pressão é possível suportar. A maioria não suportava nem ser tocada, tamanha era a dor. Algumas mulheres não conseguiam nem andar direito de tanta dor. Essas avaliações foram feitas em São Paulo e os pacientes vinham de perua para a sede da ABMC.

3 pacientes não cumpriram o critério para fibromialgia, e 2 pacientes desistiram durante o tratamento. Os 15 pacientes foram avaliados quanto à capacidade de suportar a dor, qualidade de vida e quanto à medicação, pois a maioria tomava analgésicos e antidepressivos. Os resultados foram impressionantes, mesmo sendo um estudo aberto (onde todos os pacientes receberam tratamento). Os pacientes voltavam contentes e todos sem exceção sentindo-se muito melhor. Muitos dos que andavam mancando já estavam caminhando normalmente, e até iniciando atividades físicas. A melhora da dor comprovada com o dolorímetro foi significativa, mesmo quando colocada nos testes estatísticos. A melhora na qualidade de vida, em todos os aspectos, foi ainda maior. Mas o mais impressionante foi que, após o tratamento, apenas uma paciente ainda tomava medicação - todos os outros deixaram, por conta própria, todos os remédios!

Só essa última informação já era suficiente para justificar o trabalho (agora em fase de confecção, para publicação), pois os medicamentos pouco fazem pelo paciente, gerando ainda efeitos não desejáveis. Então fiz o último desafio: Agora teremos que reproduzir o trabalho! Não adianta nada você deter uma técnica boa se outros não podem reproduzir. Minha esposa (Luciane Farber) coordena um centro de estética e massagem junto a minha clínica, e propus às terapeutas (a terapeuta Mônica Louvison e a naturóloga Patrícia Correa) reproduzir o trabalho em duas pacientes escolhidas por mim. Todos toparam e o terapeuta Lélio acompanhou o treinamento das terapeutas.

Convoquei duas pacientes "complicadas", embora ambas já melhoradas com tratamento conjugado de acupuntura, fitoterapia, alopatia e homeopatia. Mas ambas ainda sentiam dores. Após a primeira sessão já foi possível ver a alegria em ambas as pacientes livrando-se de dores qual há anos incomodavam-nas. Finalmente vi que havia uma luz no final do túnel da fibromialgia: A Fibromioterapia! Só faltava uma coisa: Experimentar o tratamento. Queria ver o que o tratamento poderia fazer por mim.

Não tenho fibromialgia, mas estava com algumas dores em região de ombro e coluna lombar. Embora de grau leve, estavam me incomodando um pouco. A sessão de fibromioterapia começa com um calor local, depois dois tipos de analgesia vibratória e depois de uma hora mais ou menos começa a massagem, que vai delineando os músculos a procura dos pontos gatilho, agora com a sensibilidade bem diminuída. Os pontos vão dissolvendo no dedo do terapeuta e a sensação é muito boa. Em um paciente fibromiálgico, a sessão pode demorar de 2 a 3 horas, mas no meu caso demorou cerca de 1 hora e meia. Saí da sessão completamente relaxado e sem mais nenhum ponto doloroso, que não retornaram no outro dia. Fiquei fã!

Acredito que a fibromioterapia não é um tratamento único para a fibromialgia, mas dá uma ajuda muito boa nos músculos e fáscias, complementando outros tratamentos. E que na minha opinião vai ser obrigatório dentro de pouco tempo para todos os que sofrem desta patologia e vai beneficiar também todos os que apresentam dores musculares.

F. Lélio Leme Jr., Helen Lima Leme, Paulo L. Farber, Avaliação do Efeito da Fibromioterapia no tratamento da Síndrome de Fibromialgia. Em fase de publicação.