29 de jul. de 2016

Bioenergia, Energia Humana


Bioenergia, Energia Humana e Possíveis Utilizações para o Bem-Estar e Saúde das Pessoas
Resumo: Estudos sobre a bioenergia, a energia humana, têm sido realizados desde tempos imemoriáveis, alguns datados há mais de 5 000 anos.
Mencionada na Psicologia através dos primeiros estudos de Freud, posteriormente, seguido de perto por estudiosos como Reich, Lowen, dentre outros não menos importantes.
Carl Jung recomendou aos estudantes de medicina, psiquiatria e psicologia que estudassem o tema energia.
Intuito que sempre depara com a física clássica, a ciência tradicional, sua visão linear e objetiva para estender-se à física quântica de tempos mais modernos e então ampliar holisticamente a visão aos territórios de possibilidade da medicina energética, medicina vibracional.
Longe de o conhecimento sobre as energias humanas estagnar caminha-se para à Conscienciologia, uma ciência voltada ao estudo da consciência e a utilização da Técnica de EV, o Estado Vibracional.
Esse último como possível forma de adquirir e manter o estado de equilíbrio energético do indivíduo e, consequentemente, a saúde e bem-estar.
A intrínseca desse conjunto de informações sobre bioenergia, energia humana, tornou-se alvo e motivação da busca de conhecimento do assunto em que a autora se empreendeu e que resultou na confecção do artigo.
O presente trabalho utilizou da pesquisa bibliográfica a título de aprendizagem e sem a pretensão de esgotar o assunto.

1. Introdução

O fato que motivou a confecção desse  artigo foi a vontade de estudar e conhecer um pouco mais sobre o tema bioenergia, a energia humana, assunto presente na história da humanidade há mais de 5 000 anos, entretanto, desconhecido de muitos.
Utilizou-se da revisão de bibliográfica com realização da leitura de livros, pesquisa em artigos científicos, busca em site da Internet e meios apropriados ao desenvolvimento do trabalho.
A bioenergia, a energia humana, diferentemente rotulada através dos séculos, Cristo chamou-a de “luz”; os russos, em suas pesquisas psíquicas, denominaram de energia “bioplâsmica”; Wilhelm Reich, de” energia orgone”; os iogues da Índia Oriental, de “pran” ou “prana”; manuscritos alquimistas falam de “fluido vital”; Bruner chamou-a de energia “biocósmica”; Hipócrates, de (vis medicatrix naturae) “força vital da natureza”, dentre muitas outras denominações.
É relatada por diversos autores mais atuais como energia cósmica, força vital ou simplesmente “a energia” e, recentemente de energia consciencial pela Conscienciologia, uma ciência que estuda a consciência.
Na justificativa desse empenho encontra-se o inegável fato de que estamos imersos num oceano de energia sendo o próprio homem constituído de energia.
Conforme o apurado nos estudos conclui-se que a estrutura fisiológica dos seres vivos, incluindo os seres humanos, interage o tempo inteiro com esse oceano bioenergético absorvendo, processando e exteriorizando energias.
Dentre vários processos pode formar campos energéticos, impregnar ambientes com suas bioenergias pessoais, efetuar trocas de energias com outras pessoas.
Muitos permanecem desconhecendo esta realidade bioenergética, sendo por ela afetados, tanto para obter como para perder a saúde.
Este trabalho, portanto, justifica-se por estarem as questões das bioenergias, as energias humanas, relacionadas as possibilidades múltiplas de o homem atingir um estado de saúde nos aspectos biopsicossociais, grande objetivo da sociedade contemporânea.
Acrescenta-se ainda o fato de a Psicologia ser a ciência que estuda o comportamento humano, de forma que um estudante desse curso cabe empreender-se constantemente em pesquisas e estudos que levem tanto ao autoconhecimento quanto ao conhecimento interdisciplinar e multidimensional da natureza humana.
Outro ponto é por estarem as questões das bioenergias, as energias humanas, relacionadas as possibilidades múltiplas de o homem atingir um estado de saúde nos aspectos biopsicossociais, grande objetivo da sociedade contemporânea.
A abertura de uma janela, uma porta, uma fresta em direção a novos paradigmas holísticos e menos entrincheirados em visões estreitas foi particularmente o aporte a que se chegou com o artigo.
Norteou o mesmo a seguinte problemática: Muitos cientistas renderam-se as evidencias propostas pela física, inclusive a quântica, de que os seres humanos são construídos na sua materialidade por energia vibrando numa determinada frequência, portanto, um entrave, um bloqueio desse estado vibracional poderia produzir diversos desequilíbrios em sua manifestação material, orgânica, biológica.
O que afeta o corpo afeta a mente e vice versa, o psiquismo por meio dos sentimentos, pensamentos e emoções afeta o corpo.
Dentro do novo paradigma proposto pela física referente às energias humanas, a Psicologia tem utilizado esse aspecto no tratamento dos clientes?

2. Conceituando Bioenergia, Energia Humana

Tem coisas que se parece saber o que é, mas necessitando falar sobre para os outros percebe-se que não se sabe de fato, ou pelo menos não se internalizou ainda o conceito dessa coisa que se quer descrever. Em relação à bioenergia, energia humana, não é diferente, nesse sentido, expor o conceito pode ser o melhor a ser feito.
Rego (1989: 2) relata que o conceito de bioenergia teve origem na teoria psicanalítica.
Freud, em seus primeiros escritos aborda o fato de que algo se distinguia nas funções mentais, uma carga de afeto ou soma de excitação englobando todas as características de uma quantidade (ainda que não tivesse como medi-la), passível de aumento, diminuição, deslocamento e descarga.
Algo que se espalha sobre os traços mnêmicos das representações como uma carga elétrica dispersa pela superfície de um corpo.
Posteriormente, ao escrever “A Interpretação dos Sonhos”, ele refere-se a uma catexia hipotética de energia psíquica.
Freud seria seguido de perto por vários outros autores na abordagem da questão da bioenergia, muitos depois dele passam a estudar a energia e também colaboram com suas descobertas sobre o assunto.
O tema energia deve ser do interesse dos estudantes da medicina, psiquiatria e psicologia como sugere Carl Jung, não sendo estranho, portanto, que vários autores investiguem os diversos conceitos sobre bioenergia, desde aqueles trazidos pelas religiões, milenares como hinduísmo (hatha yoga), taoísmo (tai chi chuan) e budismo (kum-nye) aos das psicoterapias alternativas promovidas por Reich (Orgônio), Lowen (bioenergética), o vitalismo da ciência, dentre outros. Rego, depois de analisá-los conclui que:
“O conceito de bioenergia não é específico das psicoterapias reichianas (principal foco de seus estudos), mas tem conexões com muitas outras técnicas curativas atuais, e também com as medicinas tradicionais de vários povos e épocas. Neste sentido, acredito que a elucidação do enigma das bioenergias passa pelo intercâmbio e pelo diálogo entre as psicoterapias reichianas e as demais abordagens “energéticas” do ser humano e da vida.
O fundamental nessa questão é que somos “curadores”. E como tal, temos não só o direito, mas principalmente o dever de buscar conhecer tudo que possa nos auxiliar nessa difícil tarefa. Encontramos coisas válidas na ciência, na arte, na religião, na filosofia, na política, no esporte e isso sem esgotar as possibilidades da experiência humana.” (REGO, 1989, p. 15)
A bioenergia, energia cósmica, força vital, éter do espaço, dentre outras denominações, refere-se ao que simplificando podemos chamar de “a energia”.
Antes porém de assim concluir, Gordon (1978) chama-a de força vital, um campo de energia circulando e penetrando o corpo.
A corrente que anima a vida e é direcionada naturalmente pela inteligência do corpo, uma realidade fisiológica no corpo. Diferentemente rotulada através dos séculos, Cristo chamou-a de “luz”; os russos, em suas pesquisas psíquicas, denominaram de energia “bioplâsmica”; Wilhelm Reich, de” energia orgone”; os iogues da Índia Oriental, de “pran” ou “prana”; manuscritos alquimistas falam de “fluido vital”; Bruner chamou-a de energia “biocósmica”; Hipócrates, de (vis medicatrix naturae) “força vital da natureza”, dentre muitas outras denominações.
Gordon, preferiu utilizar apenas o termo “energia”. E dizer que ela flui através do corpo como por meio de um sistema circulatório invisível, carregando toda célula no seu percurso. E que tal corrente de energia pode tornar-se enfraquecida e parcialmente bloqueada devido ao cansaço.
Situa que energia é energia.
Não existe energia má, e sim, bem ou mal dirigida.
A polaridade é a responsável por direcionar a força vital ao longo do trajeto natural para diluir os “nós” de energia produzidos pelos excessos físicos e emocionais. a polaridade constitui um relaxamento curador em todos os níveis.
A ciência da Acupuntura, por exemplo, trabalha com a localização desses pontos e a estimulação deles através de agulhas de forma a restaurar a corrente de energia.
O Dr. Randolph Stone (1890), citado por Gordon (1978:26), integrou o conhecimento adquirido sobre polaridade em uma Terapia de Polaridade e trabalhou nessa direção por 60 anos.
O equilíbrio de energia com polaridade recarrega de força vital uma pessoa.
Isso equilibra os campos de aura sutis eletromagnéticos à volta do corpo resultando em relaxamento e equilíbrio, a pessoa sente-se melhor.
“A força vital irá somente onde ela é necessária para causar transformações necessárias.”
Um ponto destacado é o de que a força vital não faz diferenciação entre dor física e dor emocional.
Ambas são simplesmente expressões de energia bloqueada.
Nesse sentido, considera-se oportuna uma fala do autor de que “não é preciso que você acredite que este sistema vá funcionar, a fim de experimentá-lo profundamente. Você não precisa acreditar no oceano para ficar molhado, no entanto, você precisa pular nele.”
Estudar o assunto, buscar o conhecimento antes de simplesmente refutar, convém a todos nós, de forma que abordar o tema energia humana cumpre aqui o papel desse “pulo no oceano” proposto por Gordon.
Dele o convite à reflexão e abertura de mente:
“Um filme exposto, revelado e fixado não mais será sensível à luz. Então, deixe de lado conceitos expostos, revelados e fixos, e receba esta dádiva. No momento, esvazie sua taça a fim de que ela possa ser preenchida.” (GORDON, 1978:18)

3. A Energia Através da História

A história da humanidade evidencia registros a respeito da existência de uma energia sutil perceptível no corpo humano, nos animais e plantas.
Conhecimento com origem em tempos imemoriais e, sempre vinculados à religiosidade e ao misticismo. Relatos de práticas de xamãs manipulando forças invisíveis em rituais podem ser encontrados nas sociedades primitivas.
Sacerdotes do antigo Egito eram mestres da ciência oculta e profundos conhecedores, dominadores da energia sutil. Magos e feiticeiros existiam espalhados por diversos países do mundo antigo e o trabalho deles envolvia lidar com essas forças invisíveis.
Brennan, nesse sentido, reporta-se à História da investigação científica no campo da energia humana e relata que os místicos, embora não tenham falado de campos de energia nem de formas bioplásmicas possuem tradições condizentes com as observações que os cientistas só agora entraram em contato.
Neste ponto, ela descreve as experiências oriundas das práticas religiosas nas quais a oração e a meditação leva ao estado de consciência ampliada e o religioso declara enxergar luz em torno das pessoas.
Ela retoma a tradição espiritual indiana, de mais de 5.000 anos, assentada sobre a existência de uma energia universal constituinte da vida, o prana.
Os chineses que no terceiro milênio a.C. diziam de uma energia vital por eles denominada de Chí e que compõe e impregna toda matéria animada e inanimada. Seu equilíbrio ou desequilíbrio por meio das forças yin e yang resulta na saúde ou moléstia, e norteiam os princípios da antiga arte da acupuntura.
Após cinco séculos a acupuntura foi aperfeiçoada pelo Imperador Hoang-Ti, seu objetivo era o de promover o reequilíbrio do fluxo de energias Chí (qui), através de canais energéticos (nadis, meridianos).
Outros autores defendem ideia similar, Capra (1989) diz que os conceitos da física moderna frequentemente mostram a existência de paralelos com as ideias expressas nas filosofias religiosas do Extremo Oriente.
Paralelos pouco discutidos por enquanto, algumas contribuições oriundas da cultura da Índia, China e Japão podem ser destacadas as que derivam do hinduísmo, budismo e taoísmo.
Segundo Capra, pode se dizer que de modo geral a física moderna conduz a uma visão de mundo similar aquelas sustentadas pelos místicos de todos os tempos e tradições (CAPRA,1989: 15).
Dziemidko (2000:14) discorrendo sobre energia e cura energética, diz que a energia do corpo é aquilo que anima, dá vida ao corpo físico. O que em outras culturas é conhecido como energia vital, ou “força vital”, de reconhecimento na filosofia e nas curas tradicionais.
O chinês lança mão de três palavras para referir-se aos aspectos diferentes dessa energia: Chi, Jing e Shen; os indianos a denominam de prana, palavra usada por eles também para respiração e espírito.  “O uso dessas palavras tem milênios, mas tem sido menosprezada, nos últimos séculos em nossa cultura, em nome do progresso científico.”
Ela salienta o fato de que antigos textos religiosos dos hindus, da filosofia chinesa, estarem cheios de referências que só agora através da luz das modernas teorias da física começam a ser compreendidas.
Há milênios, os místicos descrevem experiências de ver o Universo sob a forma de ondas.
As teorias mais progressistas da física estão se aproximando dessas ideias. Por trás de tudo existe uma força inexplicável – o vácuo quântico —   Sentimos a substância que nos dá a qualidade de vida o tempo todo, é ela que ativa nosso pensamento, emoções e ações, agindo como a eletricidade, visto que ao fluir por nós ela faz as coisas funcionarem. Idêntico ao que faz a eletricidade, quando flui, cria m campo energético.
Campo esse que os terapeutas percebem ao redor e permeando o corpo humano (DZIEMIDKO, 2000: 25-37).

4. Energia, do Misticismo à Física Moderna

Uma boa forma de trazer a abordagem do tema energia do universo religioso e místico para o da física, talvez seja o de buscar um pensamento de Heisenberg, pois, palavra por palavra nele encerra-se a intenção desse escrito. Assim vejamos o que ele disse:
Na história do pensamento humano os desenvolvimentos mais fecundos ocorrem, de um modo geral, quando duas correntes totalmente distintas se encontram. Estas correntes podem radicar em zonas bastante diferentes da cultura humana, em tempos ou meios culturais diferentes, ou até em diferentes tradições religiosas, assim, se de fato se chegar, a encontrar, ou seja, se de fato são pelo menos aparentadas que uma verdadeira relação possa ter lugar, só se pode esperar que novos e estimulantes progressos se sigam (WERNER HEISENBERG apud CAPRA, 1989).
Segundo esse autor a influência da física moderna ultrapassou a influência da tecnologia e atingiu patamares referentes ao domínio do pensamento e cultura, onde deu lugar a uma revisão profunda da existente concepção de universo e da nossa relação com ele.
O século XX através da exploração do mundo atômico e subatômico desvelou uma insuspeitada limitação das ideias clássicas. Uma revisão radical de muitos conceitos básicos levando a outro modo de pensar sobre o tempo, espaço, causa e efeito.
Tais elementos fundamentavam nossa visão do mundo ao nosso redor e, com sua radical transformação, consequentemente, toda nossa visão do mundo começou a mudar (CAPRA, 1989: 14).
Para ele a física moderna tem por base as teorias da relatividade e a quântica, conduzindo a uma nova visão da natureza, essa agora é mais sutil, sagrada e ‘orgânica”.
O ideal de uma descrição objetiva da natureza precisa ser abandonado junto com os principais conceitos da visão newtoniana.
Mas, a nova física traz paradoxos difíceis de ser aceitos de imediato, levou muito tempo para chegar-se a perguntas certas e evitarem contradições.
Houve grande dificuldade em aceitar a não solidez dos átomos, o fato de que não eram indestrutíveis e sim constituídos por vastas regiões de espaço no qual partículas extremamente pequenas se moviam.
Dependendo da perspectiva, as unidades subatômicas apareciam ora como ondas ora como partículas, ou seja, possuíam uma dupla natureza.
Dentro dessa direção diz Heisenberg que o século XIX foi direcionado por uma confiança crescente no método científico, na racionalidade precisa e no ceticismo contra tudo que diferisse desse esquema fechado da época.
Cita como exemplo o caso da religião.
Esclarece que a física moderna em certo ponto reforçou este comportamento cético, mas em conjunto a essa posição, endereçou sua atitude cética contra a superestimação dos conceitos tidos como precisos e, até mesmo contra o ceticismo.
Ao propor que se fosse cético a respeito de qualquer tipo de ceticismo, segundo ele, a física moderna pode ter aberto uma porta de condução a uma visão mais ampla referente a relação entre mente humana e a realidade.
Tal abertura, em certa medida, poderia propiciar a reconciliação entre as tradições passadas e as novas linhas de pensamento.
Com isso, seria mais fácil a adaptação ao conceito quântico da realidade.
A física moderna, embora somente uma parte, é muito marcante para o processo histórico geral que tende a uma ampliação do nosso mundo presente (HEISENBERG, 1987: 151-154).
O desenvolvimento maior acontece com Max Planck e sua descoberta de que a energia irradiada por um corpo quente não era emitida continuamente, mas sob a forma de “pacotes de energia”.
Einstein denomina esses pacotes de energia de “quanta” e reconhece neles o aspecto fundamental da natureza. Postula a respeito da luz e da irradiação eletromagnética – o quanta de luz, origina o nome da teoria quântica (CAPRA, 1989:51).
Físicos das décadas de 1920 e 1930 confirmaram que a matéria é na verdade uma forma de vibração de onda, aquilo que a física quântica chama de “dualidade onda-partícula”.
Tais insights permitem um entendimento totalmente novo do nosso corpo, pois, além da sua forma física material, o corpo é um campo de energia dinâmica e pulsante.
Intrínseco ao nosso ser material existe o que poderia ser denominado de “corpo mecânico quântico”, que é processo, energia e inteligência puros.
Nesse último, teríamos suficiência ou insuficiência de energia e através dele a possibilidade de solucionar a ausência de energia.
Chopra (1998:12-13) relembra que com exceção dos físicos quânticos estamos acostumados a pensarmos o corpo físico como algo sólido e a mente como imaterial, uma forma de pensar que dificulta a compreensão de que mente e corpo pode interagir um com o outro.
Mas que tão logo se compreenda que a estrutura aparentemente material do corpo é simplesmente pura energia, fica claro que o pensamento e a matéria são essencialmente semelhantes.
Para física quântica, por exemplo, não existe muita diferença entre as flutuações de pensamento que surgem dentro do campo unificado e as vibrações de onda originadoras das partículas que constituem o corpo humano.
Em síntese, seus pensamentos são eventos quânticos, vibrações sutis do campo, influenciando profundamente todas as funções do seu corpo.

5. Medicina Energética e Medicina Vibracional

Das ideias newtonianas e cartesianas, de um universo concebido como máquina, funcionando à semelhança de um relógio, conduzindo a uma visão reducionista em que o todo pode ser estudo através de suas partes com objetividade e neutralidade – à noção de quantum de Max Plank, do princípio da relatividade de Albert Einstein, e do princípio de incerteza de Werner Heisenberg, a credibilidade da ciência moderna, realista, materialista, se vê abalada em alguns de seus dogmas (GOSWAMI, [2000: 41-52] apud Rovai, 2011;13-14).
Torna-se possível tecer novas propostas de modelo para os saberes, a medicina, por exemplo, em consonância com as descobertas da Física Quântica propõe a medicina vibracional.
A Medicina Vibracional – uma medicina para o futuro é um conceito lançado pelo médico Richard Gerber com o objetivo de uma nova abordagem para pensar a saúde e a doença. De suas pesquisas ele conclui pelo pressuposto de que o organismo humano não é só matéria – corpo físico — mas também energia. Segundo ele: p.21 de Rovai:
A medicina vibracional ou energética finalmente encontrou validação, na ciência moderna graças à nova visão einsteiniana da matéria como energia, especialmente quando esse conceito é aplicado aos estudos dos sistemas biológicos enquanto campos interativos de energia. Em outras palavras, o ponto de vista einsteiniano considera os seres humanos a partir de uma perspectiva dimensional superior, de acordo com a qual eles são formados por diversos campos de energia contidos um no outro (GERBER, 2007: 407).
A Dra. Dziemidko diz que energia nos remete a um conhecimento milenar das antigas tradições místicas, mas também nos trazem de encontro ao conhecimento científico.
Ambos os conhecimentos permitem que se extaria uma definição para energia, de como ela, ora vida, é sentida pelo corpo e como pode curar.
Tem-se inclusive uma descrição da natureza do campo sutil de energia que parece envolver o corpo físico das pessoas e como esse campo energético pode ativar o processo de cura (2000: 12).
Segundo a autora, pesquisas médicas mostram que um terço dos pacientes reclama de “falta de energia”.
Na linguagem cotidiana não “ter energia” serve para descrever sentimentos de mal-estar, falta de envolvimento emocional ou cansaço.
Porém, mesmo sendo comum esse tipo de queixa de “falta de energia” a medicina ortodoxa pouco compreende dela, visto que a tem ignorado e desconsiderado, pois, a considera irrelevante.
Entretanto, diferente disso a medicina energética que, baseia seus tratamentos na ideia de que a manifestação primária da doença ocorre devido a uma perturbação do estado energético de uma pessoa, existe total relevância na queixa da “falta de energia”.
Definida pelo dicionário como potência, força ou vitalidade, a energia tem exatamente esses significados na cura e na medicina energética.
Chopra fala sobre a ausência da energia e diz que a fadiga é a ausência da energia física, intelectual e emocional, e a fadiga crônica uma ausência prolongada dessa energia, vem de encontro ao propósito dessa escrita sobre energia humana, e, sua possível atuação sobre a saúde do ser humano, vista sob a lente da Psicologia.
Para explanar sobre a energia ilimitada presente no mundo biológico tanto quanto no universo físico, recorre aos especialistas no assunto: os físicos, e a afirmativa deles de que o universo nada mais é do um campo dinâmico e pulsante de uma avassaladora energia (CHOPRA, 1998:7).
Para ele problemas de saúde sem respaldo físico deixam evidente uma forte influência de fatores emocionais e psicológicos.
Em testes psicológicos de depressão ou ansiedade realizados, 80% delas apresentaram resultados acima do normal, evidenciando a conexão mente/corpo.
Sinalizando que a mente e as emoções podem ser fonte importante de energia, podendo inclusive esbanjá-la com graves consequências para a saúde.
O sono parece ser insuficiente para renovar as energias diminuindo a capacidade de concentração e prejuízo da memória de curto prazo.
A solução para o problema, segundo o autor, é sempre a mesma: mais energia.  Seria necessário ter a habilidade de recorrer ao campo natural de energia circundante.
De Einstein aos físicos quânticos da atualidade, comprova-se que tudo no universo adquire vida através de flutuações em um campo unificado de energia e inteligência.
Temos uma única fonte de energia subjacente a tudo e por meio da qual todos os fenômenos ganham vida, inclusive os seres humanos.
Somos verdadeiras concentrações de energia e inteligência no campo universal e temos no nosso corpo a mesma inteligência e energia que governam o universo, num continuum com a natureza.
Einstein revelou o poder dos átomos, e afirmou que a matéria nada mais é do que energia disfarçada de forma diferente.
Da combinação de evidencias objetivas de observações cientificas com experiências subjetivas, a ciência pode deduzir a passagem dessas mudanças no cérebro aos efeitos nos corpos sutis.
Quando os terapeutas descrevem as mudanças sentidas por eles no fluxo de energia e nos corpos sutis, geralmente, têm-se mudanças correlativas e observáveis pelos cientistas no EEG.
Lembrando ainda que por um lado a ciência descarta as experiências subjetivas, entretanto, é ingênuo pensar que os cientistas podem ser totalmente objetivos.
É impossível ao ser humano normal agir sem ser subjetivo.
“O mundo objetivo da ciência é um mundo teórico não-real”, mesmo que tentem convencer aos demais de que somente o analisável e explicável sejam reais e o restante, ilusão (DZIMIDKO, 2000: 21-22)
“O aumento do interesse pelas curas energéticas não se deve apenas à desilusão com a ciência médica (nem sempre justificável), mas também com a percepção intuitiva de que falsas crenças, respostas emocionais negativas crônicas e falta de ligação com algo maior que nós mesmos estão por trás das causas de muitas tensões e doenças.” (DZIEMIDKO, 2000: 23)
As exposições do médico e pesquisador Richard Gerber sobre medicina vibracional conduzem a uma nova maneira de pensarmos a respeito da saúde e doença.
Sua visão é a de um funcionamento do corpo humano levando em consideração uma constituição desse por múltiplos sistemas energéticos que se influenciam reciprocamente.
Sua proposta alavanca nosso modo de pensar para um modelo além do utilizado pela medicina tradicional, numa compreensão de que nossos pensamentos e emoções afetam a nossa fisiologia e que outras possibilidades que não somente das da alopatia podem ser agentes eficazes de cura.
Numa síntese sobre os novos princípios energéticos para uma nova era, Gerber coloca que a medicina vibracional é um campo direcionado para a compreensão da energia, das vibrações e da forma como elas interagem com a estrutura molecular e o equilíbrio orgânico.
Tal campo tem evoluído lentamente, mas a medicina está no limiar da descoberta de um misterioso mundo de energias invisíveis passiveis tanto de ajudar no diagnóstico quanto na cura de doenças.
Além disso, poderá levar os pesquisadores à uma nova compreensão dos potenciais ocultos da consciência.
O primeiro desses universos misteriosos a serem por eles explorados deverá ser o do nível de energia etérica.
Onde poderão descobrir que o corpo etérico é responsável pelo crescimento e desenvolvimento, bem como, pela disfunção e a morte de todos os seres humanos. Portanto, atingirão a compreensão de é nesse nível – nível etérico – que muitas doenças se originam (Idem, p. 54)
Este descortinar do campo etérico tornar-se-á uma possibilidade de os cientistas no papel de pesquisadores esclarecidos começarem a reconhecer a dimensão espiritual dos seres humanos e as leis de expressão da força vital podendo assim culminar numa visão holística.
Nela os médicos poderão reconhecer a necessidade de uma integração entre corpo, mente e espirito como origem de uma boa saúde.
A percepção de que a energia e matéria do nível etérico de vibração possuem efetiva participação no controle da expressão da força vital por meio de diferentes aspectos da natureza poderá conduzir a medicina a desvelar como o corpo etérico afeta o estado de saúde e de doença.
Mais para o futuro o reconhecimento da importância dos estados de consciência ganhará importância.
Avanços tecnológicos permitirão através da eletrografia a detecção dos campos energéticos sutis presentes nas pessoas.
Da aprendizagem e uso mais pleno dos potenciais naturais ocultos da mente humana chegar-se-á mais perto do acesso aos elementos energéticos sutis do universo multidimensional (GERBER, 2007: 55).
Quanto a influência das emoções, se até recentemente a medicina tradicional subestimava seus efeitos, hoje, cada vez mais médicos holísticos e, mesmo os ortodoxos, reconhecem que o estresse emocional contribui expressivamente para a produção de doenças.
Entrelaça essa informação a de que os conflitos emocionais, os sentimentos de impotência e a falta de amor por si mesmo podem agir nocivamente sobre o funcionamento dos chacras.
Em decorrência de os chacras serem fornecedores de energia sutil aos diversos órgãos do corpo, os bloqueios e conflitos emocionais podem levar a um fluxo anormal e com o passar do tempo gerar doenças de maior ou menor gravidade em qualquer dos órgãos fisiológicos.
Gerber diz que “nossas doenças frequentemente são um reflexo simbólico de nossos próprios estados internos de intranquilidade emocional, bloqueio espiritual e desconforto.”
Segundo ele da conscientização de que nossas emoções e nível de sintonia interna favorecem a manutenção da saúde ou a ocorrência de doenças conduzirá a um comportamento mais responsável para consigo e com os outros.
Através da medicina vibracional irão poder aprender métodos para modificar padrões disfuncionais de comportamento, pensamento e sentimento no intuito de atingirem o bem-estar.
Cita a proliferação de cursos ensinando a redução de estresse, mas salienta que o relaxamento é apenas a ponta do iceberg, visto ser a mudança dos componentes psicoespirituais mais profundos que deixaram o indivíduo vulnerável à doença. (Idem, p.386-388).
Portanto, quando uma doença se manifesta foi porque o fluxo natural de energia vital através de nossos corpos multidimensionais foi restringido.
A boa saúde implica no fluxo livre e constante de energia através de cada um dos diversos níveis simultâneos de processamento interno.
Se ocorre qualquer tipo de bloqueio e isso prejudicar o fluxo de energia em algum nível do sistema, advém a doença.
Logo, um adequado output de energia no nível da estrutura energética emocional é fundamental para atingir-se e manter um elevado grau de bem-estar.
Destaca ainda que nos anos vindouros, cerca de vinte anos, testemunharemos a criação de toda uma nova disciplina científica relacionada com as aplicações da energia à consciência e a fisiologia sutil humanas.
Lembra que quando Einstein expos pela primeira vez as suas teorias radicais, foi considerado louco, e que também os defensores da fisiologia energética e vibracional sofrem seus reverses atualmente. Foram necessários mais de sessenta anos para as ideias de Einstein serem validadas e ele ser reconhecido um gênio.
Os pioneiros da medicina vibracional também enfrentam obstáculos e passa por um crescimento penoso.
Sua proposta de evolução para os modelos científicos almeja chegar a novos sistemas de medicina energética sutil cujo alvo além de aliviar os sintomas, também trata as causas emocionais, mentais, bioenergéticas ambientais, sutis e espirituais das enfermidades (GERBER, 2007: 407- 410).

6. Bioenergia, Energia Humana e a Psicologia

Autores como Goswami (2006: 27), citado por Rovai (2011) afirmam que o paradigma de “uma nova ciência dentro da consciência […] integra a física, a psicologia e a espiritualidade”. Ressalta-se que o atual contexto da Psicologia enquanto ciência do estudo do comportamento humano coloca em questionamentos muitos dos seus pressupostos.
O século XX trouxe novas teorias sobre a visão de homem e de mundo, assim como da compreensão do desenvolvimento e da aprendizagem humanos.
Contudo, o campo do saber da Teoria Quântica não tem uma relação explicita e influente no que diz respeito às renovações do saber da Psicologia.
Ainda que o conhecimento, as descobertas da Física Quântica tenham afetado praticamente todas as áreas do conhecimento e contribuído para se repensar o modelo da ciência clássica, aberto caminho para a criação de um novo paradigma científico e, consequentemente, de uma psicologia de natureza quântica – há pouca referência às influencias da física quântica na área da psicologia.
Os estudos de Reich, eram baseados na psicanálise de Freud e tiveram origem no conceito de “libido” para expressar uma “energia real que flui no organismo e é organizada segundo leis que se aplicam à estrutura de caráter do paciente, de acordo com uma economia tal que o sistema permite liberar ou conter montantes dessa energia”.
De suas observações relacionadas à capacidade para fluir física e emocionalmente e a descarga de sentimentos e sensações durante o ato sexual, formulou a teoria do orgasmo e sua ligação com a enfermidade e a saúde.
O trabalho dele sobre a ciência da energia orgônica será desenvolvido e ampliado pela análise bioenergética de Lowen e por Pierrakos, médico e diretor do Instituto de Análise bioenergética (PIERRAKOS, [p. 13-20]).
Já Lowen empreendeu-se no que chamou de “nova busca em psicoterapia”, em novas formas de psicoterapia, devido aos trabalhos desenvolvidos em outros continentes, assim como, na própria demanda dos clientes.
Um número cada vez maior de pessoas interessadas em ampliar suas possibilidades de experiência, suas capacidades de contato com elas mesmas, com os outros e com os acontecimentos.
Sua busca por novas formas de atuar junto ao cliente foi dedicada às novas gerações de psicólogos e psiquiatras em formação, contudo, também extensiva ao interesse crescente do público em geral pelas contribuições que a psicoterapia, um ramo da psicologia, tem a proporcionar à vida do homem atual.
Lowen definiu desse modo sua busca por novas respostas e caminhos que levassem o homem a ampliar suas possibilidades, e, para fazê-lo, na década de 1940, baseou-se no trabalho de Wilhelm Reich.
Através do conhecimento adquirido com Reich, seu professor e analista, do curso ministrado por esse, sobre Análise do Caráter, uma referência sobre à identidade funcional do caráter de uma pessoa versus sua atitude corporal ou couraça muscular, somado a diversos outros conhecimentos que Lowen chegou à bioenergética.
Nesse sentido, a fala de Chopra é complementar ao dizer:
O impulso em direção à totalidade é um direito humano inato e natural, visto que dentro de cada um de nós existe a possibilidade da totalidade e o profundo desejo de alcançá-la. Totalidade significa estar completamente integrado, sem qualquer sensação de estar separado, fragmentado ou limitado. Significa viver uma alegria natural.” (CHOPRA, 1998:128).
Os psicólogos modernos referem-se a Totalidade como um estado de “auto realização”.
Aquilo que o psicólogo Abraham Maslow, segundo Chopra (1998), descreveu como sendo caracterizada pela criatividade, pela sensação de liberdade interior, pela satisfação, energia e espontaneidade.
E que para Maslow era uma meta natural na evolução de cada pessoa atingir esse estado, o de “auto realização”.
Conforme Goswami (2011) a maior parte da biologia e da psicologia, além de, virtualmente, todas as nossas ciências sociais, são praticadas assentadas em base newtoniana.
A qual deu origem a vários preconceitos resistentes, como o determinismo, a objetividade forte e o materialismo – inegavelmente adequados quando investiga-se a ordem do mundo exterior.
Mas com oposta atuação em relação à espiritualidade, cuja base repousa sobre a realidade interior.
Entretanto, a aparente posição irreconciliável entre ciência e espiritualidade pode agora ser repensada, visto que as mudanças ocorridas na ciência através da substituição da física clássica pela nova física denominada mecânica quântica.
Depois de sete décadas criou-se um novo paradigma e, com ele abriu-se uma janela, uma janela visionária, no dizer de Goswami, por meio da qual se pode reconhecer que a consciência (base do Ser e fonte da criação) tem um papel definitivo na configuração da realidade (p. 16 a 20).
Cabe ressaltar que o novo paradigma, ao contrário da física clássica e também da mecânica quântica, ambos fundamentam sobre uma mudança continua e material, a nova física traz o conceito de quantum, que significa uma quantidade discreta e descontinua.
Seus postulados fazem cair por terra diversos dogmas da física newtoniana, maxwelliana e einsteiniana, um conglomerado de dogmas metafísicos a partir da objetividade, do monismo materialista e reducionismo, do determinismo, continuidade e localidade.
Uma ciência para a qual tudo mais era epifenomenalismo, para ela apenas o material era real (p.20- 23).
Contudo, sob a lente de um olhar atento, ao fazer-se uma profunda sondagem, como fez o físico Capra (1975) diz Goswami, percebe-se a existência de paralelos entre os conceitos da ciência moderna e das tradições espirituais.
O fato de a ciência moderna comportar-se desse modo, talvez esteja dizendo que ela seja espiritualizada na medida necessária. Neste sentido, há abertura para uma reconciliação entre espiritualidade e ciência, pois, esta última tem lançado mão do uso de metáforas semelhantes na elucidação de seus conceitos.
A exemplo da proposta de Capra e de outros que enunciaram uma nova e ecológica visão do mundo, na qual Deus está imanente em toda parte, todas as coisas estão interconectadas e vivas em espírito – não comporta pensar em termos divisivos e reducionistas da ciência newtoniana, tampouco a postulação de um ser transcendente (p.29).
A janela visionária aberta sete décadas depois da mecânica quântica, de 1920, traz uma matéria descrita como ondas de possibilidade, na qual calcula-se possíveis eventos para os elétrons e a probabilidade de cada um desses eventos, sem determinar um evento real, único, oriundo da observação sobre o mesmo.
Com isso culminaram na questão: “quem ou que provoca o “colapso” da onda de probabilidade no elétron real, no espaço e tempo reais, num caso de observação?”
Goswami destaca que foram necessárias sete décadas para que se enxergasse aquilo que ele denominou de janela visionária, cuja consequência é reconciliar ciência e espiritualidade – a ideia alteradora do paradigma – a de que o agente que transforma a possibilidade em ato é a consciência.
Visto ser inegável que sempre que observamos um objeto, nós vemos um ato único, e não o espectro inteiro de possibilidades.
Isso faz da observação consciente uma condição para suficiente para o colapso da onda de possibilidade.  Para iniciar o colapso é preciso um agente que esteja fora da jurisdição da mecânica quântica.
Para o matemático John Von Neumann (1955) “só existe um agente nessas condições: a consciência”, lembra Goswami. (p.31-32)
Fortes evidências demonstram que a cura e a saúde são afetadas pelas emoções. Também causam prejuízos à saúde os problemas referentes à autoimagem negativa e de autoestima, pois, bloqueiam o chacra do coração e funcionamento do timo, e assim, diminuem as defesas imunológicas.
Resultando em fragilidade para o organismo que fica vulnerável às doenças provocadas tanto por agentes externos quanto internos e, pode ocasionar, inclusive, sérios problemas de aprendizagem, devido a bloqueios cognitivos (ROVAI, 2011: 21-22).
As tentativas de superar o modelo vigente de ciência mecanicista devido às limitações por ele apresentado descortinou novos horizontes, um exemplo, é a abordagem sistêmica da psicologia.
Sua concepção de doença mental é de total compatibilidade com as noções gerais de saúde como um fenômeno multidimensional — inclui aspectos físicos, psicológicos e sociais interdependentes – engloba vários campos de interação.
Através da abordagem sistêmica uma nova psicologia com perspectiva holística e dinâmica se apresenta, nela as funções da psique não podem ser entendidas e reduzidas a elementos isolados.
O organismo humano passa a ser considerado um todo integrado cujos fenômenos mentais só ganham compreensão se entendidos dentro do contexto total do sistema corpo/mente.
Conforme essa nova orientação, a psique é vista como um sistema dinâmico que envolve funções associadas ao fenômeno da auto-organização – remete, portanto, a um fluxo de energia que reflete uma inteligência intrínseca – comparável ao conceito sistêmico de “mentação”, no qual a psique tanto pode criar como curar a doença.
Nesse sentido, Rovai nos diz que aí está o reconhecimento de que a situação psicológica do indivíduo não pode ser separada do seu ambiente emocional, social e cultural, e que o sofrimento mental decorre do colapso das relações sociais.
Além de esclarecer que segundo os moldes de adaptação da abordagem sistêmica bootstrap (um conceito da teoria quântica) à compreensão da psique humana, pode não existir uma teoria capaz de explicar o espectro total de fenômenos psicológicos, precisando os psicólogos de se contentar, tal como os físicos, com uma rede de modelos interligados (ROVAI, 2011:29).

7. Considerações Finais

Este artigo apresentou questões relevantes para o entendimento da bioenergia, da energia humana, conforme sua trajetória na história da humanidade datada de milênios atrás aos tempos atuais, de forma a propiciar conhecimento referente aos usos que se tem feito dela.
Abordou a refutação da ciência convencional e a possibilidade de uma futura interligação entre aspectos subjetivos e objetivos enquanto elementos complementares e não necessariamente excludentes.
Dedução possível após estudar os novos rumos trazidos pela física quântica, pelo uso da bioenergia, a energia humana, pela medicina energética e vibracional, além da abertura de espaço para as psicoterapias complementares no SUS e, consequente, por profissionais de diversas áreas, principalmente, da psicologia.
O material de confecção do trabalho é totalmente de origem da pesquisa bibliográfica disposto de forma a permitir um possível diálogo entre os diversos autores referenciados.
Posteriormente a aprendizagem oriunda da leitura e reflexão passou pelo crivo da análise compreensiva da autora e devolvida em termos de consideração final.
Quando um assunto interessa e sabe-se pouco, ou nada, sobre ele, uma boa alternativa é a pesquisa, o estudo do tema.
Embora isso de imediato não torne ninguém um perito pelo menos tira um pouco do véu da ignorância.
A bioenergia, a energia humana, diz respeito a um lado bioenergético do ser humano, ao que parece, de suma relevância para entendê-lo em sua totalidade.
O homem que já foi visto como mera máquina de funcionamento bioquímico adquire nesse viés uma complexidade subatômica e passa a ser visto como pura energia sob o domínio da consciência.
Do seu autoconhecimento e autodomínio de suas próprias energias advém sua condição de saúde e bem-estar ou ao contrário, seu estado de adoecimento físico, mental e emocional.
De sua interação energética com ele mesmo, com os outros e com o meio resulta sua posição biopsicossocial, a co-criação da realidade circundante. Ignorar esse aspecto bioenergético de sua existência é permanecer como o homem que desconhece a si mesmo.
Ignorar elimina possibilidades, fecha portas e caminhos ainda não percorridos.
A Psicologia na posição de ciência que estuda o comportamento humano precisaria estar atenta aos aspectos multidimensionais que atuam influenciando o modo de se portar desse mesmo ser humano. Carl Jung (1875 – 1961), médico e pensador suíço, pai da psicologia analítica, deixou aos estudantes de medicina, psiquiatria e psicologia o convite para os estudos da energia humana.
Muitos psicólogos voltaram seu olhar sobre a questão da bioenergia e das energias humanas, porém, esse feito sempre esteve limitado pela não aceitação da ciência convencional e ditames da física em voga.
Aceita-se razoavelmente bem a existência de algumas energias, isso hoje é visível quando a população, ainda que sem entendimento de como se dá o processo da conversão de energia, aceita e colabora doando energia cinética para que conversão em energia elétrica.
Brinquedos foram criados para explorar este aspecto durante o lazer de crianças e adultos e tornou-se uma realidade em diversos cantos do mundo.
Uma criança pula corda ou joga bola por meia hora e pode usufruir depois de aproximadamente três horas de iluminação elétrica resultante de sua brincadeira, ou pode ainda recarregar a bateria de aparelhos celulares, tablete dentre outros eletrônicos.
Entretanto, a abordagem de que é constituído por uma energia sutil, uma energia vital parece causar o impacto da estranheza e da não aceitação numa grande maioria.
Um conhecimento datado de vários milênios, propagado por diversas culturas e civilizações, de utilização de algumas medicinas como a homeopatia, a acupuntura, a medicina energética e a medicina vibracional, por exemplo, continua alvo de descrédito e desmerecimento.
Longe de ser uma ousadia, talvez seja um dever perguntar por que tanta refutação em cima de um conhecimento devido a sua característica subjetiva, quando a própria ciência tradicional já possui sapiência de que a objetividade total é impossível para o ser humano.
A matéria como algo sólido, palpável e de concretude indiscutível perdeu-se nas lagunas da possibilidade subatômica, da não localidade, da dualidade e da incerteza.
Contudo, pelo dizer de vários autores existe atualmente uma caminhada rumo a uma visão holística e ecológica da vida humana e planetária e essa varre para longe a estreita carceragem mental em que se viveu por mais de trezentos anos.
Isso não significa dizer que os conhecimentos da era newtoniana deixam de ter valor, mas sim que sofreram uma reformulação e ampliação.
O século XX permite tecer novas propostas de modelo para os saberes, da medicina e psicologia, por exemplo.
Mas o conhecimento não atingiu patamar estacionário e, portanto, novas janelas descerram a cortina e abrem passagem para os feitos da bioenergia, da energia humana através da consciência no século XXI.
Autor: Geni Aparecida do Carmo Cruz
Fonte: https://psicologado.com/abordagens/bioenergetica/bioenergia-energia-humana-e-possiveis-utilizacoes-para-o-bem-estar-e-saude-das-pessoas © Psicologado.com

28 de jul. de 2016

Saúde - Estômago

http://www.revistasaudequantica.com.br/Artigos/Saude-quantica/79-Hipocloridria-e-suas-consequencias/

27 de jul. de 2016

O abraço de luz interior



Tempo em  que  pode ser firmado uma energia tão íntegra que espalha a luz para todo o interior e emana ainda mais calor e luz do que se poderia imaginar e assim, dando suporte a novas idéias que alimentam a nova forma de respirar a vida. 
Semeado estava e semeando segue por encontrar em si mesmo o mais rico e amplo estudo de uma energia e nela está tudo que é preciso saber sem precisar perguntar, a presença clara e transparente de todo Amor que eleva e transforma a jornada em mais luz para uma plena consciência de Ser.

O calor que abraça e a chama ilumina. 





Amit Goswami


Os Cientistas da Nova Era – Amit Goswami e o Universo Autoconsciente – Como a Consciência cria o mundo material – A física da Alma – 14ª Parte – 22.09.2015


Os Cientistas da Nova Era – Amit Goswami e o Universo Autoconsciente – Como a Consciência cria o mundo material – A física da Alma – 14ª Parte – 22.09.2015
Ph.D em física quântica, Amit Goswami é referência mundial em estudos que buscam conciliar ciência e espiritualidade. Conferencista, pesquisador e professor emérito do departamento de Física da Universidade de Oregon, EUA, leciona regularmente no Ernest Holmes Institute e na Philosophical Research University, em Los Angeles. Autor de inúmeros artigos científicos publicados em revistas de medicina, economia e psicologia, escreveu também várias obras que estabelecem a relação entre física quântica e espiritualidade, dentre as quais se destacam os best-sellers “A Física da Alma”, “Criatividade Quântica” e o revolucionário e seminal “O Universo Autoconsciente”. Tornou-se mundialmente famoso no filme “What the Bleep Do We Know” – “Quem Somos nós” e sua continuação “Down the Rabbit Hole”, além de participar dos documentários “Dalai Lama Renaissance” e o premiado “O Ativista Quântico”. Atualmente dedica-se a ministrar palestras e cursos por todo o mundo. A convite do Instituto Aleph, visita o Brasil anualmente para a realizar o Curso Introdutório em Ativismo Quântico e Curso Avançado em Ativismo Quântico.
–  O que é o Ativismo Quântico
Nos últimos 400 anos, adotamos gradualmente a crença de que a ciência só pode ser construída sobre a ideia de que tudo é feito de matéria. Viemos a aceitar o materialismo como dogma, a despeito de sua incapacidade de explicar as experiências mais simples da nossa vida diária. As tribulações em que vivemos, no entanto, exigem um novo paradigma. As descobertas da física quântica nos permite, pela lógica científica, compreender que a consciência é a base de tudo, e não a matéria. E essa mudança na visão de mundo deve refletir em nosso comportamento, deve refletir em quem somos. O ativismo quântico é uma maneira de ir atrás dessa ideia, desse novo paradigma. É a busca pela transformação pessoal e da nossa sociedade a partir de fundamentos que não o materialismo: a física quântica, o desenvolvimento espiritual e nosso poder criativo.
Cientistas-Post-22.09.2015
– Que sabemos nós? – Amit Goswam – Entrevista e Idéias
Planeta – Qual o foco de suas pesquisas atuais?
Amit – Agora estou concentrado nos estados extremamente elevados de consciência, o que na Índia é chamado de samadhi.
Planeta – Como a comunidade científica encara a sua afirmação de que a consciência cria o mundo físico?
Amit – Existe uma negligência (não má vontade), de certa forma benéfica, por parte da comunidade científica. Talvez essa reserva deva-se ao fato de se achar que não é preciso ir tão longe quanto eu quero ir para chegar a uma conclusão necessária. Por outro lado, existem alguns cientistas, fora da comunidade dos físicos, que já estão chegando tão longe quanto eu. São os psicólogos. A psicologia é uma dessas ciências que acompanham a mesma busca. A maioria das pessoas que realmente se aprofunda na física quântica acaba concluindo que este é um sistema valioso.
Planeta – E onde você quer chegar?
Amit – Não é tão distante. Parece distante para as pessoas que acreditam que a ciência e a religião não devem estar incluídas no mesmo conjunto, que acham que elas não combinam.
Planeta – Principalmente nos Estados Unidos, onde a sociedade é muito materialista…
Amit – Na verdade, eu passei boa parte da minha vida como materialista, mas também era integrante da comunidade científica. Nos Estados Unidos há uma concentração de pessoas, na costa oeste, que vivem, por assim dizer, no limiar (fazendo uma metáfora com a falha geológica da costa californiana). Deepak Chopra, por exemplo, mora em San Diego; Fritjof Capra, no Oregon; Peter Russel e eu moramos em San Francisco. Nos Estados Unidos existe esse materialismo profundo, porém, quanto mais profundo ele se torna, maior é a necessidade da espiritualidade. Eles partem do ponto de vista de uma espiritualidade materialista, ou seja, de uma espiritualidade que tenha uma meta. Chogyam Trungpa criticava muito seus alunos dizendo que eles praticavam uma espiritualidade para chegar a algum lugar. E é exatamente o contrário. A espiritualidade é você aprender que não tem de chegar a lugar algum, pois você já traz em si esse potencial.
Planeta – De que maneira a física quântica interpreta a consciência?
Amit – A maneira comum de analisar a consciência é considerá-la como um resultado secundário (epifenômeno) da atividade cerebral. O problema desse ponto de vista é que se começa com partículas produzindo átomos, átomos produzindo moléculas, moléculas produzindo neurônios, neurônios produzindo o cérebro e o cérebro produzindo consciência. Isso transforma a consciência em um objeto, apesar de que os objetos fazem parte da experiência da nossa consciência, e não só eles mas o todo. O enfoque convencional não consegue incorporar essa duplicidade do sujeito e objeto. Na física quântica existe uma profunda descontinuidade, sendo que algumas partes do movimento quântico são previsíveis. Por exemplo: os objetos da física quântica são considerados ondas de possibilidades. Como essas possibilidades vão se espalhar pode ser previsto pela matemática quântica, mas como as possibilidades se transformam em realidade concreta não pode ser previsto. A consciência faz o colapso (1) dessas possibilidades para ser algo, isso é o que chamamos de salto quântico. Então a consciência é incorporada na física quântica como o escolhedor da realidade, entre as possibilidades existentes.
Planeta – Por isso a consciência não depende do cérebro?
Amit – Não somente a consciência não depende do cérebro como é o cérebro que depende da consciência. Isso vira o ponto de vista materialista (newtoniano) de cabeça para baixo. A vantagem é que você consegue começar a entender a divisão entre sujeito e objeto, e incorporá-los em uma mesma realidade. Percebi, ao longo do tempo, que aprendi mais analisando ocorrências extraordinárias do que ordinárias.
Planeta – Tal interpretação seria uma outra forma de entender a explicação da realidade como maya (ilusão), dada pelo hinduísmo e o budismo?
Amit – A realidade está além de maya. No antigo hinduísmo havia o conceito de descontinuidade, e por falta de uma linguagem quântica eles a chamavam de maya. Mas acaba sendo a mesma coisa em matéria de descontinuidade, que é a maneira pela qual a física quântica mensura essa descontinuidade, esse salto.
Planeta – Durante sua palestra sobre criatividade, você disse que, quando não estamos olhando para os objetos quânticos, eles se espalham em possibilidades. Como esse fenômeno acontece?
Amit – Esse é o ponto mais fundamental e misterioso dos objetos quânticos. A física quântica afirma que os objetos se espalham em ondas de possibilidades, mas quando nós os observamos, os vemos como partículas localizadas. Acontece que eles não são partículas newtonianas, o que em física quântica significa que a sua trajetória não pode ser determinada, definida. Elas têm a possibilidade de seguir várias trajetórias, mas somos nós, com nossa autonomia, que escolhemos qual será a sua possibilidade.
Planeta – Através do ato de ver?
Amit – O ato de observar determina a trajetória que será trilhada pela partícula. Contudo, esse efeito não é uma reação, mas uma coisa descontínua. Não pode ser dado um modelo matemático para isso. É um ato de escolha, de livre-arbítrio. Em todas essas possíveis trajetórias, a observação acaba escolhendo uma delas e a consciência acaba fazendo essa decisão.
Todas as possibilidades existem dentro da consciência neste instante. O colapso pega todas essas possibilidades e faz resultar na partícula.
Planeta – Aqui temos uma definição realmente metafísica…
Amit – Desde o início a física quântica tem sido metafísica. Nos velhos tempos, Niels Bohr e Einstein tiveram um debate interessante sobre a natureza filosófica da física quântica. Posteriormente, suas discussões foram esclarecidas, através da ciência e de estudos, e agora estão a favor do radicalismo quântico. A pergunta é: Quão radical temos de ser em relação à natureza da consciência? Pois radical é afirmar que a consciência é a base de tudo. Esse radicalismo também diz que existe uma consciência cósmica que colapsa as possibilidades. Sem ser tão radical, é o mesmo que dizer que nós temos o poder de provocar esse colapso com a nossa consciência, que, segundo a física quântica, é integrativa.
Planeta – Qual a participação da meditação no seu processo de pesquisa da consciência?
Amit – É impossível fazer um estudo de consciência sem a capacidade de mergulhar em si mesmo, atingindo outros níveis de percepção. A meditação é o mergulho, o caminho. No meu estudo da física, percebi, ao longo do tempo, que aprendi mais analisando ocorrências extraordinárias do que ordinárias. Os estados não-ordinários de consciência, aos quais a meditação nos leva, são muito importantes para se começar a entender o processo quântico, assim como para o estudo da consciência. Entretanto, eu sou um cientista teórico. A maior parte do meu trabalho acontece dentro do reino teórico. Não é puro pensamento, pois também envolve dados. Conheço profundamente os dados resultantes de experimentos de laboratórios e concretos, e incorporo isso ao meu lado teórico.
Planeta – Já que o universo é autoconsciente, o que você sugere para as pessoas começarem a atuar de forma mais evolutiva na sua realidade?
Amit – A humanidade tem de acordar, escutar, ouvir, ver esse universo autoconsciente. Existem duas fortes tendências: uma nos leva a estados de ser cada vez mais condicionados, a outra nos leva para um lado mais criativo. Nesta idade tão materialista, o condicionamento que nós recebemos é muito intenso. Quanto mais condicionados ficamos, mais distantes estaremos da realidade quântica. Daí a criatividade e o amor serem muito importantes, pois são forças unificadoras que nos levam de volta à unidade. Até que a gente sinta a força e o poder da unidade, dizer que o universo autoconsciente é pura falação. Assim, só se consegue usar essa idéia para ganhar dinheiro, sem resultar em nenhuma transformação de ninguém. Ao perceber que a realidade é uma coisa só, aí sim conseguiremos nos transformar. E a nossa vida se tornará feliz, criativa, amorosa. Com a nossa transformação individual começará a haver uma transformação coletiva, mundial. Tenho boas esperanças em nossas possibilidades de alcançar uma transformação planetária neste século que se inicia.
Cientistas-Post-22.09.2015-1
Planeta – Como devemos entender a criatividade para melhor exercê-la?
Amit – Toda criatividade é mental, e assim precisamos entender o que é a mente, pois ela é que processa os significados. Para os cientistas, a mente é um fator secundário do cérebro. Se assim fosse, então a criatividade não existiria, porque o cérebro não pode processar o significado. O que a criatividade pode fazer à nossa volta é nos ajudar a ver um sentido novo naquilo que todos vêem como algo comum. O melhor da nossa criatividade está em achar um contexto novo para potencializá-la. Por isso, é importante perceber como a nossa mente se condiciona a ver os contextos que nos são dados. A física quântica afirma que mesmo o mundo material é criado por nós momento a momento. E o universo inteiro é criado para que a consciência possa se ver na criação. Segundo a física quântica, um elétron pula de um corpo para outro, sem passar pelo espaço intermediário, e este salto é descontínuo. Aqui temos o ponto fundamental da criatividade. Todos os insights são novos, no sentido de que não existe pensamento prévio. Nesse movimento mental, realizamos o salto fora da mente, que é condicionado ao intelecto que não está condicionado, e trazemos o contexto em que podemos pensar novos pensamentos. É nisso que constitui a criatividade: damos um salto sem passar por estágios intermediários de significados. Para ser mais criativo, deve-se estar atento à proposta universal para colaborar mais com ela. É começar a tomar conhecimento de que você tem mais do que a mente, e abri-la para entender que existe o livre- arbítrio, a não-localidade, o amor, a interconexão entre as pessoas.
Uma influência ou comunicação instantânea, sem qualquer troca de sinais através do espaço-tempo, uma totalidade intacta ou não-separabilidade que transcende o espaço- tempo. (Em O Universo Autoconsciente, de Amit Goswami.)
A ciência caminha para uma profunda transformação, que deverá jogar por terra o atual paradigma dualista.
Planeta – O boom da Internet tem provocado muitas expectativas em diversos setores. Existe até empresa de computação mobilizando-se para desenvolver uma rede mundial quântica. Você acredita que isso possa ajudar nessa transformação?
Amit – Pode ser uma força boa, mas ainda é difícil usá-la corretamente. Há muita informação. Deve-se entender que a mudança radical ocorre primeiramente dentro de um grupo fechado. Na Internet há uma quantidade tão grande de informação que a voz de quem realmente tem o que dizer fica perdida. Nós não precisamos tanto de informação, mas sim de transformação. Com muita informação as pessoas se tornam superficiais. E o estudo da física quântica exige que as pessoas vivenciem experiências mais profundas, que deixem o mundo superficial e entrem no mundo interior, que olhem para dentro.
Tais experiências são de consciência não-ordinária, o que resumimos no termo “salto quântico”. Nesses estados de consciência também podem ocorrer os estados não-localizados, como o amor.
Planeta – O que é um grande desafio para os cientistas cartesianos…
Amit – Sim. Os psicólogos transpessoais são os que têm feito mais esse tipo de experiência. Por exemplo: Abraham Maslow, um cientista que realizou muitas pesquisas, acabou sendo transformado pelo seu trabalho. Será que o cientista aceitaria ser transformado pelo seu próprio estudo? À medida que for se aprofundando, ele será obrigado a se transformar. Mas será que ele aceitará essa transformação? Quando se experienciam os estados mais sutis de consciência, desaparecem todas as dúvidas em relação à unidade da existência. E um cientista com tal percepção nunca irá se referir à consciência como um objeto, pois os modelos mais materialistas nunca constituirão apelo a um cientista interessado na profundidade.
Planeta – Caminhamos para a convergência da tradição de sabedoria com a ciência?
Amit – Está acontecendo, bem no centro do materialismo, a transformação da ciência em si. Não tenho dúvida de que, dentro desse contexto, o paradigma científico está se deslocando. Daqui a algumas décadas, o peso dos resultados das pesquisas científicas será tão decisivo que irá deslocar de vez o antigo paradigma dualista. Será algo comparável à época em que se falava que a Terra, e não o Sol, era o centro do universo. Quando isso acontecer, deverá ser atingida a mente mais popular. Daí, então, a felicidade e a consciência irão receber mais a nossa atenção. Porque hoje estamos perdidos, buscando alguma coisa sem saber bem o que é. Mas, quando isso acontecer, começaremos a procurar em nós mesmos a fonte dessa felicidade.
Cientistas-Post-22.09.2015-2
–  Goswami / Frases / Idéias
“O universo é auto-consciente através de nós”. No seu livro “O Universo Auto-Consciente” – demonstra como a consciência cria o mundo material. Científicamente, através da física quântica, ele prova que o universo é um conjunto superior – Deus. Isto torna sólida a sua afirmação de que á a consciência que cria a matéria e não o contrário, como até hoje “crê” o Realismo Materialístico implantado na ciência por Isaac Newton e Rennè Descartes.
– Infinito:
Atualmente, o físico Amit Goswami presta serviços no Instituto de Ciências Noéticas, fundado pelo astronauta e psicólogo Edgard Mitchell. “A FILOSOFIA DO IDEALISMO MONISTA“. “Quanto mais eu observo o universo mais ele se parece a um grande pensamento do que a uma grande máquina”. – Albert Einstein. A base do Idealismo Monista é a CONSCIÊNCIA e não a matéria. Reduzindo-se tudo à sua origem encontramos a CONSCIÊNCIA. Ela é a realidade única e final da matéria, dos pensamentos, a noção do imanente e do transcendente, os arquétipos, idéias, do mundo manifesto, enfim, tudo é a consciência. A filosofia do Idealismo Monista é unitária, as subdivisões são realizadas pela e na consciência.
– A Alegoria da Caverna – Platão
Dentro de uma caverna estão sentados seres humanos, hipnotizados pelo jogo de luzes e sombras projetado na parede da caverna. A hipnose é tão grande, que estes seres não se voltam e não conseguem tirar os seus olhos daquela projeção. Entretanto, é a luz que projeta aquele espetáculo de sombras, do universo que está lá fora. Nós somos idênticos aos seres que estão nesta caverna, como eles, confundimos a realidade com as sombras-ilusões, que contemplamos embevecidos na parede da nossa caverna. Entretanto, a realidade genuína está às nossas costas na luz e nas formas arquetípicas que ela projeta como sombras. Esta alegoria serve para demonstrar que os nossos “espetáculos de sombras” são as manifestações imanentes-irreais da nossa experiência humana de realidades arquetípicas, pertencentes a um mundo transcendente. A LUZ é a única realidade nesta alegoria, pois é tudo o que percebemos. – “No idealismo Monista, a CONSCIÊNCIA é como a luz na Caverna de Platão”. Amit Goswami.
– O idealismo Monista em várias tradições antigas
Vedanta – Índia: NAMA são os arquétipos transcendentes e RUPA a sua forma imanente. A Consciência Universal é Brahman, o ser fundamental e único. Brahman existe para além de Maya (ilusão). ”Todo este universo sobre o qual falamos e pesamos nada mais é do que Brahman. Nada mais existe”.
Budismo: NIRMANAKAYA e SAMBHOGAKAYA são os reinos materiais e das idéias. DHARMAKAYA, acima destes reinos é a consciência única que os ilumina. Na realidade, só existe o Dharmakaya! “Nirmanakaya é a aparência do corpo de Buda e as suas atividades inescrutáveis. O Dharmakaya de Buda está livre de qualquer percepção ou concepção de forma”.
Taoísmo: O Yin-Yang é um símbolo taoísta. O yang é a parte clara, símbolo masculino e o yin a parte escura, símbolo do feminino. O yang é o reino do transcendente e o yin o imanente. “Aquilo que permite ora as trevas, ora a luz, é o TAO”, o Uno que transcende suas manifestações complementares.
A Kabbalah judaica: são duas as ordens de realidade: Sefiroth – transcendente, teogonia e a Alma de peruda imanente “o mundo da separação”. O ZOHAR diz: “Se o homem contempla as coisas em meditação mística, tudo se revela com Uno”.
Cristandade: Céu, transcendente e Terra, imanente. São originadas, estas palavras, do Idealismo Monista. O que está além do céu e da terra? O Rei, a Divindade. “Ela (a consciência fundamento do SER) está em nosso intelecto, alma e corpo, no céu, na terra, enquanto permanece em SI MESMA. Ela está simultaneamente em, à volta e acima do mundo supercelestial, um sol, uma estrela, fogo, água, espírito, orvalho, nuvem, pedra, rocha, tudo o que há”. Dionísio – idealista cristão.
Leia mais – Monismo
Cientistas-Post-22.09.2015-3
Há que se observar que em todas estas descrições a Consciência é tida como ÚNICA, mas chega até nós através das suas manifestações complementares, idéias e formas. Este é um importante e precioso componente da Filosofia Idealista. Misticismo: Você pode pegar uma pedra, pode arrastar e se sentar em uma cadeira, observar as coisas ao seu redor e crer que são realidades materiais separadas de você e das outras pessoas. Você as considera REAIS, porque as experiências da forma como se fossem materiais e perfazendo toda uma realidade. As experiências mentais são diferentes, não se parecem com as ditas reais e materiais, por esta razão, nós resolvemos que “mente” e “corpo” são separados, cada qual no seu domínio, nos tornamos, portanto, dualistas. Com o dualismo as explicações ficam dificultadas: como pode uma coisa imaterial, como a mente, interagir com outra material, como corpo material? Se interagirem uma com o outro, qual seria a troca de energias entre os dois? Pela lei da “conservação de energia” no universo material, a energia permanece constante e nada ainda nos provou que essa energia foi desviada para o domínio mental ou que dele foi retirada. E agora? Como estes dois domínios agem para fazerem as suas interações? Os seguidores do idealismo sustentam a realidade primária da consciência e dão o justo valor às nossas experiências subjetivas, mas …não sugerem e nem afirmam que a consciência é a MENTE. Muita atenção: costumamos confundir  – A CONSCIÊNCIA NÃO É A MENTE. Mantenham esta explicação para sempre.
Então o que é a consciência? Pego, nas minhas mãos uma bola que é um objeto material. E penso neste objeto como sendo uma bola. O objeto material-bola – e o mental – meu pensamento sobre o objeto bola – todos os dois se tornam objetos na consciência e nesta experiência existe um observador, um sujeito que está experimentando – pegar na bola e nela pensar. De acordo com Idealismo Monista, a consciência do sujeito em uma experiência sujeito-objeto é a mesma que constitui o fundamento de todo o ser: só há um “sujeito-consciência” pois a consciência é UNITIVA e SOMOS essa consciência. Os Upanishades, livros sagrados da Índia, afirmam – “Tu és ISSO” – e os hindus chamam à consciência, sujeito/ser de ATMAN. No cristianismo, a consciência é o Cristo Interno, o Eu Superior ou o Espírito Santo. Para o cristão, ela é a LUZ interna. O que importa não são os seus nomes e sim a sua experiência transmutadora inefável, inestimável.
– Postulados de Goswami sobre a Consciência
Goswami aponta os quatro aspectos da consciência:
1. Percepção: campo da mente, trabalho global;
2. Os objetos da consciência: pensamentos e sentimentos passageiros;
3. O sujeito/observador/experienciador e testemunha – o self consciente;
4. Consciência, fundamento de todo o SER.
Não podemos identificar a consciência com as nossas percepções motoras, sensações e impressões sensoriais. Você se identifica com os seus dedos, no ato de escrever ou com os seus pés no ato de andar? Nada disto e nem um dos chamados “concomitantes” externos da nossa experiência consciente podem ser confundidos com os elementos fundamentais da nossa consciência. No âmago da nossa mente, os pensamentos, sentimentos e opções se encarados assim, nos jogariam dentro do conceito errôneo de Descartes – penso logo existo – quando o correto é – “escolho, logo existo” – Escolher é uma função primordial da consciência. “A psicologia não está pronta para enfrentar a consciência” – Amit Goswami retruca – “por sorte, a física está”.
Programa Roda-Viva da TV Cultura de São Paulo, entrevistando o Físico quântico indiano Amit Goswami sobre suas descobertas no campo da espiritualidade feitas pelas próprias pesquisas científicas e acadêmicas dentro da Física, Matemática, Medicina, Psicologia, entre outras áreas do conhecimento humano.
– A urgência da Nova Medicina Integrativa é curar a doença pela Raiz, não só no corpo físico – Por Amit Goswami
“Nós sempre devemos tentar curar a doença pela raiz. Se é um adoecimento no corpo mental que está causando a doença no corpo físico, então temos que tratar o corpo mental. Ou se for no nível vital, então temos que tratar o corpo vital. Essa é a idéia da medicina integrativa. É um fato que 75% ou 80% das nossas doenças são de fato doenças crônicas. E é um fato que nas doenças crônicas o papel do corpo físico é secundário. O que está acontecendo é que o corpo físico sofre de fato do desgaste natural, mas não há correção a ser feita nesse caso. Não há cura física para órgãos que se tornaram envelhecidos e que portanto não conseguem mais cumprir suas funções, exceto pela substituição dos órgãos, que obviamente é um processo difícil (…). Desta forma, voltamos à medicina alternativa, porque o corpo vital pode ser ajustado, criativamente, para se encaixar mesmo no mais deformado, mesmo nos órgãos físicos envelhecidos.” – Amit Goswami, “O Ativismo Quântico e a Saúde”
A integração da medicina alopática, predominante em países como o Brasil e os Estados Unidos, e a medicina integrativa, cujas origens estão no Ayurveda, da Índia, a Medicina Tradicional e a Acupuntura, da China, entre outras, é o tema desse vídeo em que o físico indiano Amit Goswami (autor de “A Física da Alma” e “O Universo Autoconsciente”, entre outros) explica a importância da mudança de paradigma e o reconhecimento da “cura quântica” na prática medicinal contemporânea. Além dos baixos custos, o reconhecimento do paradigma quântico traz uma compreensão ampliada sobre o processo da doença no ser humano, traz o reconhecimento dos papel de seus outros corpos – vital, mental, supramental – na gênese das doenças e muda o entendimento do tratamento do corpo físico na busca da cura. “O problema do materialismo científico é que ele lida apenas com o aspecto material de tudo, e é por isso que temos que nos engajar no ativismo quântico, porque a visão tem que mudar”, diz Amit num dos trechos da entrevista.
Amit Goswami explica como integrar a medicina alternativa e a medicina alopática através do ativismo quântico. A importância desta integração reside não apenas nas questões financeiras que tornaram a medicina convencional extremamente custosa, mas pela própria natureza da saúde e sua relação com aspectos não materiais que influenciam no processo de adoecimento.
– O advento da Física Quântica e o realismo Materialista – Por Amit Goswami
Enfrentamos hoje na física um grande dilema. Na física quântica – a nova física – descobrimos um marco teórico que funciona. Explica um sem-número de experimentos de laboratório, e muito mais. A física quântica deu origem a tecnologias de imensa utilidade, tais como as de transistores, lasers e supercondutores. Ainda assim, não conseguimos extrair sentido da matemática da física quântica sem sugerir uma interpretação dos resultados experimentais que numerosos indivíduos só podem considerar como paradoxal, ou mesmo inaceitável.
Vejamos, como exemplo, as propriedades quânticas seguintes:
1 – Um objeto quântico (como um elétron) pode estar, no mesmo instante, em mais de um lugar (a propriedade da onda).
2 – Não podemos dizer que um objeto quântico se manifeste na realidade comum espaço-tempo até que o observemos como uma partícula (o colapso da onda).
3 – Um objeto quântico deixa de existir aqui e simultâneamente passa a existir ali, e não podemos dizer que ele passou através do espaço interveniente (o salto quântico).
4 – A manifestação de um objeto quântico, ocasionada por nossa observação, influencia simultaneamente seu objeto gêmeo correlato – pouco importando a distância que os separa (ação quântica a distância).
Não podemos ligar a física quântica a dados experimentais sem utilizar alguns esquemas de interpretação, e a interpretação depende da filosofia com que encaramos os dados. A filosofia que há séculos domina a ciência (o materialismo físico, ou material) supõe que só a matéria – que consiste de átomos ou, em última análise, de partículas elementares – é real. Tudo mais são fenômenos secundários da matéria, apenas uma dança dos átomos constituintes. Essa visão do mundo é denominada realismo porque se presume que os objetos sejam reais e independentes dos sujeitos, nós, ou da maneira como os observamos. A idéia, contudo, de que todas as coisas são constituídas de átomos é uma suposição não provada. Não se baseia em prova direta no tocante a todas as coisas. Quando a nova física nos desafia com uma situação que parece paradoxal, quando vista da perspectiva do realismo materialista, tendemos a ignorar a possibilidade de que os paradoxos possam estar surgindo por causa da falsidade de nossa suposição não comprovada. (Tendemos a esquecer que uma suposição mantida por longo tempo não se transforma, por isso, em verdade, e, não raro, não gostamos que nos lembrem disso.)
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Atualmente, numerosos físicos desconfiam que há alguma coisa de errado no realismo materialista, mas têm medo de sacudir o barco que lhes serviu tão bem, por tanto tempo. Não se dão conta de que o bote está à deriva e precisa de novo rumo, sob uma nova visão do mundo. Há por acaso uma alternativa ao realismo materialista? Essa tese esforça-se, sem sucesso, a despeito de seus modelos de computador, para explicar a existência da mente, em especial o fenômeno de uma autoconsciência causalmente potente. “O que é consciência?” O realista materialista tenta ignorar a pergunta com um encolher de ombros e com a resposta arrogante de que ela nenhuma importância tem. Se, contudo, estudamos, por menor que seja a seriedade, todas as teorias de que a mente consciente constrói (incluindo os que a negam), então a consciência tem, de fato, importância. Desde o dia em que René Descartes dividiu a realidade em dois reinos separados – mente e matéria -, numerosas pessoas têm-se esforçado para racionalizar a potência causal da mente consciente dentro do dualismo cartesiano. A ciência, contudo, oferece razões irresistíveis para que se ponha em dúvida que seja sustentável uma filosofia dualista: para que haja interação entre os mundos da mente e da matéria, terá de haver intercâmbio de energia. Ora, sabemos que no mundo material a energia permanece constante. Certamente, portanto, só há uma realidade. Aí é que surge o problema: se a única realidade é a realidade material, a consciência não pode existir, exceto como um epifenômeno anômalo. A pergunta, portanto, consiste no seguinte: há uma alternativa monística ao realismo materialista, caso em que mente e matéria são partes integrais de uma mesma realidade, mas uma realidade que não se baseia na matéria? Estou convencido de que há. A alternativa que proponho é o idealismo monístico. Esta filosofia é monística, em oposição à dualística, e é idealismo porque idéias (não confundir com ideais) e a consciência da existência das mesmas são consideradas como os elementos básicos da realidade, a matéria é julgada secundária. Em outras palavras, em vez de postular que tudo (incluindo a consciência) é constituído de matéria, esta filosofia postula que tudo (incluindo a matéria) existe na consciência e é por ela manipulado.
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Notem que a filosofia não diz que a matéria é não real, mas que a realidade da matéria é secundária à da consciência, que é em si o fundamento de todo ser – incluindo a matéria. Em outras palavras, em resposta à pergunta “O que é a matéria?”, o idealista monístico jamais responderia: “Esqueça!” Estas argumentações mostram que a filosofia do idealismo monístico proporciona uma interpretação, isenta de paradoxo, da física quântica, e que é lógica, coerente e satisfatória. Além disso, fenômenos mentais – tais como autoconsciência, livre-arbítrio, criatividade, até mesmo percepção extra-sensorial – encontram explicações simples e aceitáveis quando o problema mente-corpo é reformulado em um contexto abrangente de idealismo monístico e teoria quântica. Este quadro reformulado do cérebro-mente permite-nos compreender todo nosso self, em total harmonia com aquilo que as grandes tradições espirituais mantiveram durante milênios. A influência negativa do realismo materialista sobre a qualidade da moderna vida humana tem sido assombrosa. O realismo materialista postula um universo sem qualquer significado espiritual: mecânico, vazio e solitário. Para nós – os habitantes do cosmo – este é talvez o aspecto mais inquietante porque, em um grau assustador, a sabedoria convencional sustenta que o realismo materialista predomina sobre teologias que propõem um componente espiritual da realidade, em acréscimo ao componente material. Os fatos provam o contrário. A ciência prova a superioridade de uma filosofia monística sobre o dualismo – sobre o espírito separado da matéria. Esta explanação fornece uma argumentação convincente, fundamentada em dados existentes, de que a filosofia monística necessária agora no mundo não é o materialismo, mas o idealismo. Na filosofia idealista, a consciência é fundamental e, nessa conformidade, nossas experiências espirituais são reconhecidas e validadas como dotadas de pleno sentido. Esta filosofia aceita muitas das interpretações da experiência espiritual humana que deflagraram o nascimento das várias religiões mundiais. Desse ponto de observação, vemos que alguns dos conceitos das várias tradições religiosas tornam-se tão lógicos, elegantes e satisfatórios quanto a interpretação dos experimentos da física quântica.
Leia mais: Monismo
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Conhece-te a ti mesmo. Este foi o conselho dado através das eras por filósofos inteiramente cientes de que nosso self é o que organiza o mundo e lhe dá significado, e compreender o self juntamente com a natureza era o objetivo abrangente a que visavam. A aceitação do realismo materialista pela ciência moderna mudou tudo isso. Em vez de unidade com a natureza, a consciência afastou-se dela, dando origem a uma psicologia separada da física. Conforme observa Morris Berman, esta visão realista materialista do mundo exilou-nos do mundo encantado em que vivíamos no passado e condenou-nos a um mundo alienígena. Atualmente, vivemos como exilados nesta terra estranha. Quem, senão um exilado, arriscar-se-ia a destruir esta bela terra com a guerra nuclear e a poluição ambiental? Sentirmo-nos como exilados solapa nosso incentivo para mudar a perspectiva. Condicionaram-nos a acreditar que somos máquinas – que todas as nossas ações são determinadas pelos estímulos que recebemos e por nosso condicionamento anterior. Como exilados, não temos responsabilidade nem escolha. E o livre-arbítrio é uma miragem. Este é o motivo por que se tornou tão importante para cada um de nós analisarmos em profundidade nossa visão do mundo. Por que estou sendo ameaçado de aniquilação nuclear? Por que a guerra continua a ser um meio bárbaro para resolver litígios mundiais? Por que há fome endêmica na África, quando nós, só nos Estados Unidos, podemos tirar da terra alimento suficiente para saciar o mundo? Como foi que adquiri uma visão do mundo (mais importante ainda, estou engasgado com ela?) que determina tanta separação entre mim e meus semelhantes, quando todos nós compartilhamos de dotes genéticos, mentais e espirituais semelhantes? Se repudiamos a visão de mundo ultrapassada, que se baseia no realismo materialista e investigamos a nova/velha visão que a física quântica parece exigir, poderemos, o mundo e eu, ser integrados mais uma vez? Precisamos nos conhecer, precisamos saber se podemos mudar nossas perspectivas – se nossa constituição mental permite isso. Poderão a nova física e a filosofia idealista da consciência dar-nos novos contextos para a mudança?
Cientistas-Post-22.09.2015-7– A economia espiritual de Amit Goswami
Para o físico e filósofo indiano Amit Goswami, a espiritualidade deve ganhar um papel cada vez mais importante no mundo dos negócios.
– Janela Visionária – O que é a Economia Espiritual? – Uma entrevista com Amit Goswami para PLANETA – 19/09/2015
A teoria clássica do capitalismo só considera a dimensão física da realidade, e prevê um capitalismo sempre em expansão – o que não é sustentável. O problema é que não somos apenas matéria. Somos também o que sentimos, o que pensamos, e ainda os arquétipos de amor, beleza, justiça, existentes no nível sutil do nosso ser. O economista Adam Smith, criador do capitalismo moderno, ignorou essas coisas, pois não eram mensuráveis. É por conta dessa falha que temos esses ciclos de recessão e expansão econômica, que não podemos sustentar. Quando introduzimos na equação econômica o nível sutil da pessoa humana – as energias vitais, o processamento de significados mentais e o nível supramental, no qual estão os valores arquetípicos -, percebemos que ela se fecha. Nos tempos de recessão, podemos investir mais no setor sutil da economia, e quando ela acaba voltamos ao consumo de bens materiais. O desejo de consumir será menor, pois se estamos bem equilibrados na dimensão sutil, se sentimos amor, precisamos menos de bens materiais. A demanda não será tão alta, o que torna possível poupar os recursos ambientais. Amit Goswami propõe, em seu novo livro, que as empresas produzam energias sutis ativamente, de forma orquestrada. Isso trará uma grande transformação no modo como os negócios são feitos.
– Perguntas e Respostas – As Propostas de Amit Goswami para uma Economia Espiritual
As empresas teriam, então, uma produtividade não-material?
Amit Goswami – O conceito de produtividade não-material é a base da economia espiritual. Já produzimos aspectos não-materiais de nós mesmos – por exemplo, uma peça de teatro é um empreendimento que produz significado. Quando assistimos a uma peça de Shakespeare, ganhamos insight sobre nós mesmos. Ela nos dá significado, nos lembra de quem somos. Mas até agora só olhamos para uma companhia de teatro pelo que ela produz em dinheiro, e não como um negócio que produz significado. E apenas por isso consideramos esse tipo de negócio como não muito lucrativo. O que estou sugerindo é: em vez de concentrar-se apenas na produção material, os negócios devem considerar a produção ativa de energias sutis nos domínios vital, mental e até mesmo supramental. E que prestem contas disso, fazendo com que seus balanços reflitam a produção do setor material e a produção no setor sutil. Assim como, hoje, o meio ambiente é considerado um ativo econômico, proponho que amor, gentileza, bem-estar e criatividade sejam também considerados bens de uma nova economia.
Como fazer com que isso valha no ambiente de trabalho do dia-a-dia?
Amit Goswami – Algumas empresas já reconhecem que as pessoas ficam mais criativas quando têm mais tempo de lazer. É importante que elas reconheçam a necessidade desse tempo, um tempo para ser, e proporcionem o ócio criativo a seus empregados. Gosto de usar o conceito de ócio criativo. A criatividade dos seus empregados aumentará, assim como a produção de energias sutis. No ócio criativo, nos tornamos menos separados, menos fragmentados e, nesse estado de consciência una, nosso coração se abre, nossa capacidade de expressão aumenta, geramos energia positiva. O significado mental pode ser medido falando com as pessoas e observando seu comportamento. No início, será preciso que alguém de fora faça isso, pois as pessoas podem fingir, por medo. Mas, uma vez que a cultura mude, esse fingimento acaba.
Economia solidária, consumo consciente, comércio justo são sinais de uma economia espiritual nascente? E o que o senhor acha do Nobel da Paz concedido em 2006 a Mohammad Yunus pelo Banco do Povo, em Bangladesh, que durante 30 anos vem oferecendo microcrédito particularmente às mulheres?
Amit Goswami – Essa microeconomia está fazendo milagres em pequenas vilas de Bangladesh, e se encaixa perfeitamente no que estou tentando dizer. Basta investir um pouquinho de dinheiro para dar segurança e dignidade à pessoa. O que dá dignidade não é o aquecimento central ou o automóvel, mas a possibilidade de ganhar o suficiente para permitir o processamento dos aspectos superiores do ser – significado, sentimento, arquétipos. A falta de segurança básica é o que leva as pessoas ao desespero, assim como nos desesperamos quando o corpo físico fica doente. O corpo físico é importante, e a medicina alopática pode curá-lo. Mas depois precisamos curar os níveis superiores, e isso a medicina alopática não pode fazer. O mesmo vale para a economia e as pessoas que vivem nessa economia.
O senhor acha que o ser humano pode controlar a cobiça por dinheiro e poder? Como essas idéias podem florescer?
Amit Goswami – A escravidão às emoções negativas só pode acabar se adotarmos práticas espirituais, como a meditação, a ioga, a oração. Os mestres espirituais vêm nos dizendo isso há tempos, mas não as praticamos – essa é a armadilha. Sugiro que nos aproximemos de pessoas sábias e cheias de vitalidade. Por causa da não-localidade e da interconectividade das nossas consciências (características que permitem à consciência agir a distância e ligar-se a tudo, respectivamente ), já comprovadas pela física quântica, a proximidade dessas pessoas nos dará energia positiva, automaticamente. Essa é uma forma maravilhosa de equilibrar as energias negativas geradas pelos nossos circuitos cerebrais. Outra coisa é nos mantermos longe de estímulos negativos, como filmes e programas de tevê violentos. A combinação entre manter-se longe de estímulos violentos e aproximar-se de energias positivas – que podemos captar também na natureza – vai nos ajudar.
O que levou o senhor, um físico, a estudar economia?
Amit Goswami – Houve uma progressão no meu trabalho. Primeiro, desenvolvi a solução do paradoxo da medição quântica, o que me levou à psicologia. Então, me interessei pelo estudo da criatividade, que considero física quântica aplicada à mente. Depois, minha atenção se dirigiu à busca de uma explicação sobre a reencarnação e o que acontece depois da morte. Então, me interessei pela cura física, e mostrei que podemos construir uma medicina muito mais integral se incluirmos no modelo terapêutico os corpos sutis e o conceito de causação descendente. Faltava aplicar o novo paradigma a ciências mais “duras”, como a biologia, e me debrucei num livro sobre evolução biológica, que será lançado em um ou dois anos. A evolução biológica começa a ser entendida agora de modo análogo à evolução da consciência – ambas acontecem em saltos quânticos – e isso explica as falhas na evolução dos fósseis que o darwinismo não consegue explicar. Só depois disso decidi aplicar a nova ciência às ciências sociais. Minha atenção se voltou ao capitalismo porque nele a abordagem da economia é mais científica. A ciência está passando por uma mudança radical de paradigma. Em vez de pensar na matéria como base da existência, sabemos atualmente que a base de tudo é a consciência – e é isso que leva à causação descendente. Quando introduzimos essa ciência no ambiente econômico, surge uma nova economia que podemos chamar de economia espiritual. Ela contribui muito mais para o bem-estar espiritual dos empregados, o que afeta inclusive o produto e, portanto, o cliente. Prevejo um papel mais importante para a espiritualidade no mundo dos negócios, no futuro.
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– Conclusão e Nota do Blog
Há cerca de três mil anos, pessoas muito criativas de várias partes do mundo – Índia, Grécia, Oriente Médio e China – descobriram aquela que, segundo imaginaram, seria uma verdade fundamental sobre os seres humanos: por trás de nossa separação imanente, há uma Unidade Transcendental. Esta unidade transcendental foi chamada por vários nomes, como Espírito, e, mais recentemente, Consciência. Surgiram religiões dos ensinamentos desses grandes Mestres – versões popularizadas das grandes tradições. Acima de tudo, seu lema era: simplificar. As pessoas não entendem o que significa “transcendência” em oposição à realidade de tempo-espaço imanente. Não importa. A religião equiparava transcendência e espaço exterior. As pessoas não conseguem visualizar, e muito menos explorar, uma consciência unitária com poder causal chamada Causação Descendente. As religiões criaram a idéia de Deus à imagem de um ser humano, só que todo-poderoso. Com o tempo, o conceito corrompeu-se ainda mais. Primeiro: as tradições espirituais deram-nos o conceito de virtudes divinas, ou arquétipos como Amor e Bondade, que disseram que deveriam ser cultivadas criativamente. Mas onde está o tempo para investigação criativa dos atarefados vendedores das religiões? Em lugar disso, os líderes religiosos criaram versões codificadas das realizações dos Grandes Mestres, chamados de Bons livros, que incluíram códigos espirituais e de comportamento moral. Segundo: com o tempo, cada religião começou a se vender como a fé superior ou como o único caminho a seguir. Adeptos de cada religião declararam-se o povo “eleito”. Deste modo, o conceito de Consciência Unitária deu lugar a um novo tipo de separação: nós contra eles. Obviamente, se nossa religião é superior à sua, por que não posso ter a prerrogativa de ser intolerante com relação a suas equivocadas visões religiosas? Logo, o que culmina é a intolerância, baseada em religião, coisa que não tem mais lugar nesta Nova Era de quebra de antigos dogmas e paradigmas. Com o tempo, o sucesso das descobertas da ciência passou a exercer uma influência importante sobre as religiões. Como foi idealizada originalmente para lidar com a matéria, a ciência pode ser usada para explicar em termos de Logos (ou “Deus” – pelo menos, foi o que pensaram). Quando a ciência estava tentando se livrar do dogma das religiões, os liberais apoiaram naturalmente a ciência. Quando a própria ciência tornou-se dogmática, o hábito continuou. Assim, os liberais, agora têm um dogma, o materialismo científico. A maioria dos conservadores, apóia ainda abertamente o dogma oposto – o religioso. A cura para a polarização, a intolerância e a busca da dominação pode ser encontrada numa visão de mundo integradora. E é disto que trata a visão quântica do mundo, que Amit Goswami prega em toda a sua obra – a integração da ciência e da espiritualidade. Na física quântica, os objetos são potencialidades dentre as quais a consciência faz escolhas, e pertencem ao domínio transcendente da realidade. A escolha (a causação descendente) feita pela Consciência cria o domínio espaço-tempo imanente. As potencialidades da Consciência consistem tanto em matéria quanto em mente, com isso, significado, sentimento e valores voltam para a ciência. Naturalmente, vai ser uma luta até colocar a visão quântica de mundo na mente das pessoas, as forças do status quo são muito fortes ainda, mas já dão sinais de arrefecimento na Nova Era do Homem que se inicia. Precisamos do ativismo quântico – pessoas dispostas a dedicar sua criatividade à consciência e à visão quântica de mundo, que reconhecem a supremacia da consciência. A boa notícia é que, com o reconhecimento da importância do significado e dos valores humanos verdadeiros, com o ativismo quântico guiando nossas vidas, as pessoas estão explorando novamente os reais significados da vida. Os novos líderes da Nova Era do planeta que com certeza surgirão, vão dedicar seu poder ao serviço do movimento da Consciência rumo ao significado e aos valores e vão, sem dúvida, emergir do mesmo movimento do ativismo quântico.
EQUIPE DA LUZ É INVENCÍVEL
Site oficial de Amit Goswami: amitgoswami.org
Alguns livros de Amit Goswami:
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Bibliografia para consulta
O Universo Autoconsciente – Amit Goswami
Criatividade Quântica – Amit Goswami
Evolução Criativa das Espécies – Amit Goswami
Deus não está morto – Amit Goswami
O Ativista Quântico – Amit Goswami
A Física da Alma – Amit Goswami
Janela Visionária – Amit Goswami
O Médico Quântico – Amit Goswami
Divulgação: A Luz é Invencível
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Equipe da “Luz é Invencível”