Mostrando postagens com marcador intestino. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador intestino. Mostrar todas as postagens

29 de fev. de 2012

O açucar e a fadiga crônica * tratar com minerais

Fadiga crônica, perda de energia, alergias, mal-estar geral e menor libido podem ter origem na candidíase intestinal

O supercrescimento de cândida é mais frequentemente associado ao uso crônico de antibióticos. Os antibióticos matam as bactérias amigáveis, que ajudam a manter a cândida sob controle. Além do uso de antibióticos, a candidíase é resultado do uso de corticoides, drogas antiúlcera, contraceptivos orais, muito açúcar na dieta e ausência de secreções digestivas.

As secreções digestivas, como o ácido clorídrico e as enzimas, normalmente impedem o crescimento demasiado da cândida e sua penetração nas superfícies absorventes do intestino.

O zinco e a vitamina B6 liberam a ação do ácido clorídrico no processo de digestão (sem ele não se absorvem os minerais). Disso decorre a chamada hipocloridria. Sem zinco e B6 o ácido clorídrico fica com ação irregular, sendo liberado em pequenas quantidades durante as refeições e de forma excessiva nos intervalos delas, formando um quadro de gastrite por deficiência do ácido.

Dieta

A dieta deve ser livre de açúcar refinado, inclusive sucrose e frutose. Também devem ser eliminados bebidas alcoólicas, queijos, frutas secas e amendoins. O leite e seus derivados devem ser evitados devido a seu alto conteúdo de lactose (açúcar do leite) e dos níveis de traços de antibióticos. Da mesma forma que a assimilação adequada dos nutrientes necessita de um "ambiente" ácido, a melhor absorção dos aminoácidos depende de um "ambiente" alcalino. Dessa forma, deve-se evitar o consumo de água mineral com gás durante as refeições, deixando-a para os intervalos entre elas.

Imunidade prejudicada

Quando o sistema imune está prejudicado, a cândida cresce demasiadamente rápido. Várias coisas podem enfraquecer o sistema imune, inclusive o uso frequente de antibióticos, quimioterapia, esteroides, radiação, vários produtos químicos ambientais, deficiência de nutrientes, doenças como câncer, diabetes e hipotireoidismo, álcool e estresse.

Quinze por cento da flora intestinal é cândida, que pode aumentar em até 100%, alterando a permeabilidade do intestino, impedindo a absorção adequada dos nutrientes dos alimentos. Oitenta por cento do intestino são os lactobacilos, antídotos da cândida. Quando essa proporção inverte-se, surgem as doenças, que na maioria das vezes não têm a origem devidamente identificada.


Deficiência de nutrientes

Quase todas as deficiências nutricionais podem resultar em supercrescimento de cândida, já que todos os nutrientes conhecidos são críticos para a função imune ideal. Os nutrientes particularmente significantes no tratamento da candidíase crônica incluem vitamina A, vitamina B6, zinco, selênio, magnésio, ácidos graxos essenciais (ômegas), ácido fólico, ferro, suplementos de lactobacilos e ácido clorídrico.

Lactofos

O lactofos é um suplemento de fruto oligossacarídeo e lactobacillus que fornece de maneira simbiótica as bactérias benéficas ao organismo humano. Os frutos oligossacarídeos (alimentos probióticos) promovem o crescimento das bactérias benéficas, suprimindo o crescimento de bactérias putrefativas, balanceando a flora intestinal (alimento prebiótico) e reduzindo, desta forma, o acúmulo de metabolitos tóxicos decorrentes de processos fermentativos e a incidência de câncer colônico. Ele favorece o reequilíbrio e a recolonização da microflora intestinal, além de prevenir as infecções ocorrentes após o uso de antibióticos. O lactofos também melhora o processo digestivo e auxilia na absorção de nutrientes.

Magnésio plus

O Magnésio plus é um suplemento que apresenta composição balanceada de minerais quelatos de alta absorção (magnésio, zinco, manganês), cálcio, vitaminas B3 e B6, lecitina de soja e óleo de fígado de bacalhau, cujas dosagens foram cuidadosamente estudadas para suprir certas necessidades essenciais do organismo humano sem provocar excessos.

Fonte: Aloe Vita (texto adaptado)

http://curapelanatureza.blogspot.com/2012/02/fadiga-cronica-tratamento-com-minerais.html

Hortelã para a saúde


Com grande capacidade de adaptar-se a climas diferentes, a hortelã é conhecida no mundo inteiro, não só pelo seu sabor, mas também pelo gostoso aroma e valor terapêutico. Ela é estimulante, carminativa, antiespasmódica e um tônico poderoso para organismos depauperados. Elimina cálculos biliares, icterícia, palpitações, tremedeiras, vômitos, cólicas uterinas, dismenorréia, prostatite e tosse, favorecendo a expectoração e eliminando das toxinas.
A planta ainda é ideal para insônia, flatulência, vermes e problemas digestivos, sejam gases, prisão de ventre, dores de barriga ou de estômago. Isso porque excita, estimulando estes órgãos com a contração do estômago e movimentos peristálticos do intestino. É muito usada para cólicas e timpanite, principalmente se forem de origem nervosa. Seu sumo, embebido em algodão, melhora as dores de dentes. Na amamentação, aumenta a produção do leite. Antiséptico bucal, elimina aftas, infecções da boca em geral (bochechos) e garganta (gargarejos). A hortelã é também analgésica, indicada para dores de cabeça, cólicas intestinais, hepáticas e nefríticas. É ótima para problemas circulatórios, depurando o sangue. Além disso, ela acalma…

RECEITAS PRÁTICAS DE HORTELÃ

Para vermes (Giardia e Ameba)
- 2 colheres (de sopa) de sumo de hortelã;

- 2 colheres (de sopa) de mel de abelhas.

Misturar os dois e tomar em jejum, durante 15 dias. Descansar dez dias e repetir por mais 15.

Tintura de hortelã
Deixar em maceração no álcool absoluto que é mais puro, durante 30 dias. Pode-se usar direto no local, sem diluir na água, por ser de uso externo. Fazer fricções no local. A tintura da hortelã é indicada para reumatismo, artrite, artrose ou qualquer dor muscular. Se precisar ingerir, colocar 21 gotas em meio copo d’água (para crianças, metade da dose), tomando de três a quatro vezes ao dia. Nos casos não indicados, usar chás, de preferência com folhas verdes e frescas. Caso não seja possível, usar folhas secas ou tinturas.

Receita de hortelã para coceira e picadas de insetos
Pilar (moer no pilão) bem as folhas e aplicar sobre a pele. Se forem misturadas com argila, o efeito pode ser mais rápido.

COMO FAZER O SUMO

Pilando bastante as folhas e depois coando num pano fino, tipo gaze, apertando bem para aproveitar ao máximo. Nunca se deve liquidificar.

Suzete é Naturopata, Iridóloga e Instrutora dos Exercícios Visuais. Autora do livro: Cuide de Seus Olhos


Sites: www.saudeintegral.com, www.iridologiasp.com.br e www.metodobates.com.br



.........................................................................................................


. Os estudos realizados pela UNB com apoio da Embrapa descobriram, ou confirmaram as descobertas dos povos mais antigos, a hortelã deve ser usada para combater “vermes”.
A substância óxido de piperitenona é eficaz contra protozoários – amebas (Entamoeba histolytica) e giardia, muito comuns no nosso país, principalmente em regiões onde não existe uma rede de esgoto eficiente. No laboratório é frequente encontrarmos amebas e giardias nas fezes de muitos pacientes quando é feito o exame EPF, parasitológico de fezes.
Da maneira como alguns meios de comunicação divulgaram a notícia sobre o resultado da pesquisa, fica a impressão de que a hortelã elimina todos os “vermes” parasitas intestinais, mas não é bem assim, o óxido de piperitenona age sobre amebas e giardia, além deste, ainda temos vários parasitas intestinais que podem ser encontrados nas fezes, os helmintos, Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura, ancilostomideos, e outros que também causam doenças parasitárias importantes mas que não sofrem ação efetiva da substância presente na hortelã, não eliminando estes “vermes”, por isso, gostaria de alertar para que pessoas que fazem uso da planta como forma de tratamento para parasitoses intestinais devem estar atentas a este fato, podem estar pensando que eliminaram os parasitas, e na verdade apenas alguns deles sofreram o ataque do óxido de piperitenona, enquanto para as outras espécies, os medicamentos usados para eliminá-los são outros.
A hortelã ganha um espaço no canteiro de plantas medicinais que cultivo. Para aqueles que desejam saber mais sobre as características e diferenças da planta:
A olho nu não é possível para o leigo diferenciar Mentha spicata e Mentha x villosa de outras hortelãs, que são extremamente parecidas. Mesmo assim, há algumas características próprias da planta. As folhas são rugosas e têm poucos pelos. Podendo ser usada como condimento no prepara de alimentos ou como chá. Para melhor identificar a planta veja outras dicas e também para preparo do chá.
A pesquisa no Brasil deve ser tratada com mais atenção por parte dos governantes, nossas plantas guardam muitas riquezas, soluções para muitos problemas de saúde, a preços baixos, como a equipe de UNB, muitos outros pesquisadores aguardam recursos financeiros para desenvolverem importantes projetos.

Helicobacter pylori: novos recursos

http://www.drbayma.com/helicobacter-pylori-conheca-mais-sobre-essa-bacteria/
* Dr. Bayma*


INTESTINO
CÂNDIDA E OUTROS PROBLEMAS
DEPRESSÃO E DOENÇAS AUTOIMUNES

 https://www.youtube.com/watch?v=yp5-LQWCOlU



SÍNDROMES E O INTESTINO
https://www.youtube.com/playlist?list=PLAF99DAA939974298

28 de fev. de 2012

Parasitas e o intestino


Imagem de Giardia lamblia, capturada em microscópio eletrônico

A giardíase, também conhecida por lambliose, é uma infecção intestinalcausada pelo protozoário flagelado Giardia lamblia. Ele pode se apresentar em forma de cisto ou trofozoíto, sendo que a primeira é a responsável por causardiarreia crônica com cheiro forte, fraqueza e cólicas abdominais no hospedeiro (cão, gato, gado, roedores, ser humano, dentre outros), graças às toxinas que libera. Essas manifestações podem gerar um quadro de deficiência vitamínica e mineral e, em crianças, pode causar a morte, caso não sejam tratadas.

Ocorre em todo o mundo, mas é mais frequente em regiões onde as condições sanitárias e de higiene são precárias.

Os protozoários são transmitidos pela ingestão dos cistos oriundos das fezes de indivíduo contaminado, podendo estar presentes na água, alimento, nas mãos, e até mesmo durante sexo oral-anal. Moscas e baratas também podem transportá-los. No estômago, dão origem aos trofozoítos. Esses colonizam o intestino delgado, se reproduzem e seus descendentes, após sofrerem processo de encistamento, são liberados para o exterior do hospedeiro, quando este defecar. O período de incubação é entre uma e quatro semanas e a infecção pode ser assintomática.

diagnóstico é feito via exame de fezes ou, em casos raros, biópsia de material duodenal. A prevenção é feita adotando-se hábitos de higiene, como lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas, brincar com animais e antes de comer ou preparar alimentos; ingerir unicamente água tratada; higienizar os alimentos antes do consumo e cura dos doentes. Vale lembrar que o cloro não mata os cistos e que, portanto, alimentos ou água tratados unicamente com cloro não impedem a infecção por este protozoário.

tratamento pode ser feito com uso de fármacos receitados pelo médico. Adultos que têm contato mais próximo com crianças e pessoas que trabalham no setor alimentício devem se afastar de suas funções até a cura total.

http://www.brasilescola.com/doencas/giardiase.htm



........................................................................................................................................

 A maioria das epidemias comunitárias se dá por contaminação do suprimento de água. A contaminação direta se faz por transferência dos cistos através de mãos sujas de fezes para a boca e indiretamente pela ingestão de alimentos ou água contaminados. Animais contaminados como cães, gatos e gado. Os cistos contaminantes podem permanecer viáveis no meio ambiente por meses.

O que se sente?

O período desde a ingestão dos cistos até o surgimento da doença varia de 1 a 4 semanas. A maioria das infecções tanto em adultos como em crianças é assintomática caracterizando-se apenas pela eliminaçao do microrganismo. A infecção sintomática pode grassar com amplo espectro de manifestações clínicas desde diarréia aguda com fezes aquosas e dor abdominal até diarréia crônica conseqüente à má absorção o que acarreta esteatorréia (fezes com excesso de gordura com mau odor e que aderem às paredes da louça sanitária) propiciando o surgimento de deficiência das vitaminas lipossolúveis e até mesmo déficit de crescimento. Os sintomas diarreicos são devidos a toxinas produzidas pela Giardia e a reação é atribuída à multiplicação dos parasitas

Como se faz o diagnóstico?

As maneiras de confirmação diagnóstica vão desde a identificação de cistos ou trofozoítos na microscopia das fezes até a pesquisa de antígenos de Giardia nas fezes ou no aspirado do conteúdo duodenal. Em casos muito especiais recorre-se até à biópsia duodenal. Na pesquisa de parasitas nas fezes o aumento de uma amostra de fezes para três amostras colhidas em dias alternados aumenta a chance diagnóstica de 50% para 90%. Pacientes com deficiência imunitária como ausência de imunoglobulina A secretora ou em condição de fibrose cística torna o quadro mais grave.

Como se previne?

As medidas de higiene do lavar as mãos às precauções com a higienização dos alimentos principalmente daqueles consumidos crus, a filtração da água, a cloração da água distribuída, a fervura da água não tratada, e o tratamento de pessoas e animais doentes são pontos importantes na prevenção da doença. 



,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,


Amebíase

A causa da amebíase se dá pela infecção de protozoário (Entamoeba histolytica), que pode se beneficiar de seu hospedeiro sem causar benefício ou prejuízo, ou ainda, agir de forma invasora. Neste caso, a doença pode se manifestar dentro do intestino ou fora dele.

Seus principais sintomas são desconforto abdominal, que pode variar de leve a moderado, sangue nas fezes, forte diarréia acompanhada de sangue ou mucóide, além de febre e calafrios.

Nos casos mais graves, a forma trofozoítica do protozoário pode se espalhar pelo sistema circulatório e, com isso, afetar o fígado, pulmões ou cérebro. O diagnóstico breve nestes casos é muitíssimo importante, uma vez que, este quadro clínico, pode levar o paciente a morte.

A amebíase é transmitida ao homem através do consumo de alimentos ou água contaminados por fezes com cistos amebianos, falta de higiene domiciliar e, também, através da manipulação de alimentos por portadores desse protozoário.

Uma vez dentro do organismo de seu hospedeiro, neste caso, o homem, seu período de incubação pode variar de dias a anos, contudo, de forma geral, pode-se atribuir um período comum de duas a quatro semanas.

Seu diagnóstico mais comum se dá pela presença de trozoítos ou cistos do parasita nas fezes, mas também pode ocorrer através de endoscopia ou proctoscopia, através da análise de abcessos ou cortes de tecido, etc. Quando não tratada, esta doença pode durar anos.

Como na maioria das doenças, a melhor medida ainda é a prevenção, neste caso, a prevenção se dá através de medidas higiênicas mais rigorosas junto às pessoas que manipulam alimentos, saneamento básico, não consumir água de fonte duvidosa, higienizar bem verduras, frutas e legumes antes de consumi-los, lavar bem as mãos antes de manipular qualquer tipo de alimento, e, principalmente após utilizar o banheiro.

,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,


~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Candidíase

Candidíase é uma doença causada por fungos que pode afetar tanto a pele quanto as membranas mucosas. Dependendo da região afetada ela poderá ser classificada como candidíase oral, intertrigo, vaginal, onicomicose ou paroníquia.

Esta doença é causada pelos microorganismos Cândida albicans, Cândida tropicalis e outros tipos de Cândida. Quando apresentada na forma vaginal, ela afeta com maior freqüência as mulheres que vivem em regiões de clima quente e úmido.

Na forma oral, que é a mais comum, ela apresenta como característica principal placas brancas removíveis (aftas), ou ainda, placas vermelhas e lisas na região do palato.Na sua forma intertrigo, ela afeta mais comumente as regiões das dobras cutâneas, tais como axilas, virilha e nuca.

Quando espalhada pelo corpo ou sistêmica, principalmente em hospedeiros com comprometimento do sistema imunológico, ela é perfeitamente capaz de atingir qualquer órgão e, inclusive, gerar complicações que podem levar a óbito. Suas principais complicações são esofagite, endocardite, ou infecção sistêmica (mais freqüente em pacientes imunodeprimidos).

Sua transmissão se dá pelo contato com a mucosa lesionada ou através do contato com secreção de pele de seus portadores



.................................................................................




mais dados

http://www.mdsaude.com/2010/09/giardia-lamblia-sintomas.html

29 de out. de 2011

Sindrome Intestino Irritável - UNIFESP





Diagnóstico e tratamento da síndrome do intestino irritável
Adérson OMC Damião e Joaquim PP de Moraes-Filho

   

Adérson OMC Damião
Adérson OMC Damião
Assistente-doutor do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
CorrespondênciaJoaquim Prado P. Moraes-Filho
Rua João Moura, 627 conj. 174
05412-001 São Paulo, SP
E-mail:
joaquim.prado@uol.com.br
Cerca de 50% dos pacientes que procuram atendimento gastroenterológico sofrem de problemas funcionais, ou seja, não apresentam lesão orgânica no aparelho digestivo demonstrável pelos métodos propedêuticos atuais. Entre as doenças funcionais, a síndrome do intestino irritável (SII) é a mais freqüente.1,2
Trata-se de uma alteração da motilidade do tubo digestivo caracterizada clinicamente por anormalidades do hábito intestinal (constipação e/ou diarréia) e dor abdominal, na ausência de patologia orgânica demonstrável.1
Embora a terminologia (SII) sugira alterações limitadas aos intestinos, todo o trato digestivo pode ser afetado do ponto de vista motor.
Recentemente, numa reunião internacional em Roma, estabeleceu-se um consenso para o diagnóstico da SII, conhecido como Critérios de Roma II.1 São eles:
1. presença em pelo menos 12 semanas (não necessariamente consecutivas), durante os últimos 12 meses, de desconforto ou dor abdominal com duas de três características:
          a. alívio com a defecação;
    b. início associado à alteração na freqüência das evacuações (mais de três vezes/dia ou menos de três vezes/semana);
    c. início associado à alteração na forma (aparência) das fezes (fezes endurecidas, fragmentadas, em “cíbalos” ou “caprinas” e fezes pastosas e/ou líquidas).
2. vários sinais e sintomas foram apontados como elementos de reforço ao diagnóstico da SII:
    a. esforço excessivo durante a defecação;
    b. urgência para defecar;
    c. sensação de evacuação incompleta;
    d. eliminação de muco durante a evacuação;
    e. sensação de plenitude ou distensão abdominal.
Os pacientes com SII com predomínio de diarréia apresentam mais de três evacuações/dia, fezes líquidas e/ou pastosas e necessidade urgente de defecar. Já os com SII com predomínio de obstipação (ou constipação) evacuam menos de três vezes/semana, as fezes são duras e fragmentadas (fezes em “cíbalos” ou “caprinas”), e realizam esforço excessivo para evacuar (evacuações laboriosas).1
Fisiopatologia
Baseia-se nos estudos de motilidade e atividade mioelétrica do trato gastrointestinal. Por ser de fácil acesso, o cólon tem sido o mais estudado. Na eletromanometria basal, os pacientes com SII e dor abdominal predominantemente apresentam hiperatividade colônica, enquanto os com diarréia, hipoatividade.2-6
A hipermotilidade pode ser observada na radiografia contrastada dos cólons (principalmente descendente e sigmóide) em que aparecem várias contrações segmentares. Além disso, a hipermotilidade colônica em pacientes com SII pode ser desencadeada por situações conflitantes, de tensão e ansiedade, após alimentação (geralmente 30 minutos a 50 minutos após início da refeição), distensão retossigmoideana e infusão de colecistocinina. Tais achados justificam os freqüentes sintomas pós-prandiais (p. ex.: dor, diarréia) observados em pacientes com SII (reflexo gastrocólico exacerbado).2-6
Admite-se atualmente que pacientes com SII apresentam, de forma congênita ou adquirida, uma susceptibilidade maior para desenvolver alterações motoras frente a vários estímulos fisiológicos e/ou emocionais (hiperalgesia visceral).2-6
Mais recentemente, a tomografia computadorizada cerebral com emissão de pósitrons (PET)7 mostra as disfunções do sistema nervoso central descritas na SII. Em indivíduos normais, a distensão retal aumentou o fluxo sangüíneo no córtex cingulato anterior, enquanto nos com SII houve aumento do fluxo sangüíneo somente na região pré-frontal cortical. Além dos mecanismos acima relacionados, outros são descritos, como história prévia de infecção do trato gastrointestinal, associação com deficiência de lactase, distúrbios autonômicos (disfunção adrenérgica ou colinérgica) e hormonais, além de anormalidades na flora bacteriana intestinal. Na Tabela 1 estão resumidos os principais itens relacionados à fisiopatologia da SII.

Tabela 1 – Fisiopatologia da síndrome do intestino irritável


  1. Anormalidades motoras do trato gastrointestinal na síndrome do intestino irritável

    1. Atividade motora colônica anormal (com e sem estímulo)
    2. Atividade motora do intestino delgado anormal (com e sem estímulo)
    3. Atividade motora alterada em outros sítios (ex., esôfago, estômago, vesícula biliar, esfíncter de Oddi, bexiga e vias aéreas)
  1. Anormalidade na sensibilidade visceral
    1. Sensibilidade aumentada em condições basais
    2. Sensibilidade aumentada sob estímulo
  1. Fatores relacionados ao sistema nervoso central (SNC)
    1. Disfunção do SNC
    2. Aspectos psicológicos
    3. Papel do estresse
  1. Papel das infecções intestinais
  1. Papel da intolerância alimentar (ex., intolerância à lactose)
  1. Atividade neuro-humoral alterada
  1. Características fecais (ex., excesso de sais biliares, de butirato, alterações da flora intestinal)

Quadro clínico
Aspectos psicológicos
Dos pacientes com SII, 85% dizem que os sintomas coincidiram ou foram precedidos por problemas psicológicos como conflitos emocionais, grandes tensões, morte de parente etc.
Também é comum que problemas emocionais exacerbem os sintomas. Os pacientes demonstram, amiúde, sinais de ansiedade e depressão; são “poliqueixosos” e hipocondríacos; muitos já passaram por vários especialistas, pois seus sintomas não melhoram ou, principalmente, por acharem que são portadores de câncer.
Alteração no hábito intestinal
Constipação alternada com períodos de diarréia é a alteração mais comum nos pacientes com SII, com predomínio de uma ou de outra de acordo com cada paciente. O quadro inicia-se geralmente na adolescência ou juventude e adquire um caráter mais ou menos estável para cada paciente.
A obstipação pode durar dias ou semanas e obrigar o paciente a fazer uso de laxantes em quantidades cada vez maiores, o que a agrava ainda mais. As fezes são endurecidas e eliminadas com grande dificuldade (fezes em “cíbalos” ou “caprinas”), com dor anal, e aparecem fissuras e hemorróidas que podem gerar sangramento. Às vezes, o calibre das fezes está diminuído (fezes em “fita”) em virtude do espasmo colônico e retal. Dor abdominal acompanha a gravidade da obstipação e tende a aliviar com eliminação de fezes, porém é freqüente a queixa de uma sensação de evacuação incompleta, o que obriga o paciente a tentar evacuar repetidas vezes.
A diarréia caracteriza-se por ser acompanhada, em geral, de tenesmo e dor abdominal e ocorrer após alimentação; dificilmente são mais de três a cinco evacuações por dia. As fezes são de consistência variável (pastosas e/ou líquidas), e as evacuações não costumam ocorrer à noite, durante o sono, ao contrário das diarréias de causa orgânica. Não há sangue nas fezes (com exceção dos casos de fissura ou hemorróida), mas pode haver muco.
Dor abdominal
Tem localização, característica e intensidade variáveis. O mais comum é localizar-se no abdômen inferior, principalmente na fossa ilíaca esquerda. Pode ser em cólica ou constante, com ou sem irradiação para as costas e o tórax, e é freqüentemente desencadeada pela distensão artificial do cólon. Caracteristicamente, a dor piora após as refeições, alivia com eliminação de gases e fezes e, dificilmente, faz com que o paciente acorde à noite.
Sintomas dispépticos
A maioria dos pacientes com SII comenta sobre distensão abdominal, eructações e flatulência freqüentes e abundantes. São sintomas inespecíficos e são atribuídos ao excesso de gás intestinal. Entretanto, estudos quantitativos do volume gasoso intestinal em pacientes com SII revelam que a maior parte deles tem volumes normais de gás. Porém, mínimas distensões intestinais provocadas geram sintomas dispépticos nesses pacientes, sugerindo uma diminuição (congênita ou adquirida) do limiar de tolerância à distensão.
Outros sintomas
Queimação epigástrica e/ou retroesternal, náuseas, vômitos são relatados por até 50% dos pacientes. Diminuição da pressão do esfíncter esofágico inferior e refluxo biliar para o estômago foram descritos em pacientes com SII e podem justificar tais sintomas.
Não é raro encontrar pacientes com história de cirurgias prévias (p. ex., apendicectomia, colescistectomia, histerectomia etc.). Muitos deles são diagnosticados equivocadamente, e os sintomas da SII persistem após a cirurgia.
Dismenorréia, dispareunia, polaciúra e enxaqueca são comuns entre os pacientes com SII e parecem estar relacionados aos transtornos autonômicos, envolvendo os sistemas genital, urinário e vascular.
Diagnóstico
A grande preocupação do médico diante de um paciente com suspeita de SII deve ser afastar a patologia orgânica. Naturalmente, a necessidade ou a quantidade de exames complementares a ser solicitados dependerá da experiência do médico e de fatores ligados ao paciente (p. ex., intensidade e característica dos sintomas, idade, comprometimento do estado geral etc.). Na Tabela 2 se assinalam os principais dados clínicos que favorecem o diagnóstico de alterações funcionais e orgânicas.

Tabela 2 – Aspectos clínicos favorecendo


  1. Doença funcional

    1. Início dos sintomas na adolescência ou juventude
    2. Dor abdominal que piora com as refeições, alivia com evacuações e não acorda o paciente
    3. Distensão abdominal
    4. Fezes em cíbalos
    5. Padrão estável de sintomatologia em cada paciente
    6. Sintomas relacionados a problemas emocionais
    7. Estado geral e peso mantidos
  1. Doença orgânica
    1. Início dos sintomas após a 4ª década de vida
    2. Sintomas com curso progressivo e aparecimento de novos sintomas com o passar do tempo
    3. Quadro doloroso acorda o paciente
    4. Sangramento vivo retal, excluindo-se patologia orificial (ex., hemorróidas)
    5. Esteatorréia e outras evidências de má absorção, como emagrecimento, desnutrição etc.

O diagnóstico diferencial deve ser realizado com uma grande variedade de doenças orgânicas. As principais estão relacionadas na Tabela 3. Vale lembrar que pacientes com SII, em geral, não têm comprometimento do estado geral, anemia, leucocitose, e as provas de atividade inflamatórias (VHS, Alfa-1-glicoproteina ácida, proteína-C-reativa etc.) são normais.

Tabela 3 – Diagnóstico diferencial da síndrome do intestino irritável

DiagnósticoSintomas predominantesExames complementares sugeridos
1. Apendicite, colecistite e litíase renal
Dor abdominal e/ou lombarHemograma, RX simples de abdômen, exame de urina. ultra-som abdominal
2. Diverticulite
Dor abdominalHemograma, ultra-som ou tomografia abdominal,enema opaco, colonoscopia
3. Deficiência de lactaseDiarréia, distensão abdominal- Teste da dieta sem leite e derivados
- Teste respiratório ou de tolerância à lactose
4. Doença celíacaEsteatorréia, distensão abdominalAntiendomísio, biópsia duodenal
5. Retocolite ulcerativaDiarréia com muco e sangue, dorProvas de atividade inflamatória alteradas, inespecífica abdominal retossigmoidoscopia, colonoscopia (biópsias), enema opaco
6. Doença de CrohnDiarréia ou esteatorréia, dorIdem ao anterior + trânsito intestinal abdominal, distensão
7. Estrongiloidíase, giardíaseDiarréia, distensão e dor abdominalParasitológico de fezes, tubagem duodenal
8. Amebíase Diarréia com muco e sangue, dorParasitológico de fezes, retossigmoidoscopia abdominal

Tratamento8-10
Apoio psicológico
Pacientes com SII são geralmente ansiosos, tensos, deprimidos e às vezes repletos de “fobias”. Um bom relacionamento médico-paciente é fundamental para o êxito do tratamento. É importante que o diagnóstico seja explicado, tanto o caráter funcional e recorrente da doença quanto sua não evolução para o câncer. O ponto central da abordagem psicológica é fazer com que o paciente reconheça a sua disfunção, os fatores que a desencadeiam, e aprenda a lidar com eles. Raramente o psiquiatra precisa ser consultado, mas o encaminhamento a ele não deve ser retardado nos casos indicados.
Sedativos e tranqüilizantes devem ser evitados devido ao risco de dependência. Ao contrário, os agentes antidepressivos tricíclicos (p. ex., amitriptilina, 25 mg, v.o., 6h/6h ou 25 mg a 75 mg ao dormir) podem ser empregados e suspensos assim que o quadro clínico permitir. Os antidepressivos mais recentes que agem inibindo a recaptação de serotonina (p. ex., fluoxetina, sertralina, paroxetina) podem também ser utilizados e são particularmente úteis no controle da dor abdominal. Psicoterapia e técnicas de relaxamento podem ser úteis.2 O mesmo ocorre com a hipnose, particularmente nos pacientes com menos de 50 anos.2
Orientação alimentar
Dieta rica em fibras (p. ex., farelo de trigo, folhas verdes etc.) está indicada nos casos de SII, principalmente naqueles com obstipação. Agentes que aumentam o bolo fecal (plantago, pectina, psyllium) podem ser utilizados comocomplementos da dieta com fibras; sua dose deve ser tomada durante as refeições e adaptada a cada paciente.
Freqüentemente os pacientes passam a ter intolerância a certos alimentos e bebidas, sobretudo legumes, repolho, rabanete, café, refrigerantes e leite. No último caso, a suspeita de deficiência de lactase deve ser levantada. Nesses casos, a dieta precisa ser individualizada, e os alimentos referidos, evitados.
Antidiarréicos
São indicados para pacientes com predomínio de diarréia. Loperamida ou difenoxilato, um comprimido, via oral (v.o.) a cada 6h ou 8h, são os mais indicados.
Antiespasmódicos
Nesse grupo, incluem-se os anticolinérgicos (p. ex., diciclomina, hioscina, camilofina, beladona), os bloqueadores dos canais de cálcio (p. ex., brometo de pinavério, brometo de octilonium), os relaxantes da musculatura intestinal sem ação colinérgica (p. ex., mebeverina) e outros (p. ex., trimebutina) que são úteis nos casos de reflexos gastrocólico exagerados.8-10
Além dessas drogas, várias outras, ainda em estudo, estão sendo testadas com finalidade espasmolítica ou para reduzir a percepção visceral:2 antagonistas seletivos dos receptores muscarínicos M3 (p. ex., zamifenacina, darifenacina), antagonistas do receptor NK2 (p. ex., neuroquinina 2) (ex., MEN10627, SR48968) e drogas que reduzem a percepção visceral (p. ex., fedotozina, octreotide, acetato de leuprolide, loxiglumide).
Pró-cinéticos
Cisaprida (agonista do receptor 5-hidroxitriptamina 4=5-HT4 e antagonista do receptor 5-HT3) ou domperidona (antagonista da dopamina) podem ser empregadas. A cisaprida é mais eficaz, porém, pelo risco de arritmia cardíaca, não deve ser utilizada em pacientes cardiopatas e/ou com eletrocardiograma anormal. É aconselhável, portanto, mesmo em indivíduos sem queixas cardiológicas, que um eletrocardiograma seja solicitado e, se nada anormal for detectado, oferecer a droga. Outros agonistas do receptor 5-HT4 vêm sendo estudados (p. ex., prucaloprida, tegaserode) com resultados iniciais favoráveis em pacientes com predomínio de constipação.2
Na Figura, sugere-se um esquema prático para abordagem do paciente com síndrome do intestino irritável, dependendo do sintoma predominante (obstipação, diarréia ou dor abdominal).
img1.gif
Figura – Abordagem terapêutica na síndrome do intestino irritável
Referências

  1. Thompson WG, Longstreth GF, Drossman DA, Heaton KW, Irvine EJ, Muller-Lissner SA. Functional bowel disorders and functional abdominal pain. Gut 1999;45(Suppl II):43-7.
  2. De Schryver AMP, Samsom M. New developments in the treatment of irritable bowel syndrome. Scand J Gastroenterol 2000;35(Suppl 232):38-42.
  3. Mayer EA. The neurobiology of stress and gastrointestinal disease. Gut 2000;47:861-9.
  4. Camilleri M, Coulie B. Visceral hypersensitivity: facts, speculations, and challenges. Gut 2001;48:125-31.
  5. Van Ginkel R, Voskuijl WP, Benninga MA, Taminiau JAJM, Boeckxstaens GE. Alterations in rectal sensitivity and motility in childhood irritable bowel syndrome. Gastroenterology 2001;120:31-8.
  6. Milla pj. Irritable bowel syndrome in childhood. Gastroenterology 2001;120:287-90.
  7. Silverman DHS, Munakata JA, Ennes H, Mandelkern MA, Hoh CK, Mayer EA. Regional cerebral activity in normal and pathological perception of visceral pain. Gastroenterology 1997;112:64-72.
  8. Jones J, Boorman J, Cann P, Forbes A, Gomborone J, Heaton k, et al. British Society of Gastroenterology guidelines for management of the irritable bowel syndrome. Gut 2000;47(Suppl II):1-19.
  9. Camilleri m. Novel medications for the irritable bowel syndrome. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2001;32:S35-7.
  10. Akehurst R, Kaltenthaler e. Treatment of irritable bowel syndrome: a review of randomised controlled trials. Gut 2001;48:272-82.







http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu2_06.htm

 https://www.youtube.com/watch?v=LfUfQwUvWqg&list=PLAF99DAA939974298&index=165

4 de mar. de 2011

Princípios básicos sobre a síndrome do intestino irritável

http://saude.hsw.uol.com.br/como-tratar-a-sindrome-do-intestino-irritavel.htm
Introdução

A síndrome da fadiga crônica pode ser um
problema de saúde seriamente debilitante

A síndrome da fadiga crônica (SFC) tornou-se um dos mistérios mais frustrantes da medicina. Os portadores da SFC sofrem de uma fadiga inexplicada e debilitante que pode persistir indefinidamente. Seus sintomas, semelhantes aos de uma gripe, que são fadiga (falta de energia), mal-estar, dor muscular, dor de garganta, febre baixa e linfonodos inchados, geralmente permanecem por muito mais tempo do que simplesmente uma gripe, mononucleose ou alguma outra doença infecciosa. A depressão, comum em muitas doenças crônicas, pode acompanhar os outros sintomas da SFC. Da mesma forma, os problemas cognitivos, como confusão e esquecimento, assim como distúrbios do sono.

A síndrome da fadiga crônica pode ser um
problema de saúde seriamente debilitante
Existem muitas teorias sobre a causa da síndrome da fadiga crônica, mas, até aqui, ninguém apareceu com uma resposta definitiva. É um vírus? Há uma tendência genética para desenvolvê-la? É desencadeada por estresse? É um mau funcionamento do sistema imunológico? Ninguém sabe.

Até o diagnóstico da SFC pode ser incerto, já que não existe disponível, atualmente, nenhum exame de sangue ou raio X que diga "sim, esse paciente tem SFC". Ao contrário, continua sendo principalmente um diagnóstico de exclusão. Isto é, seu médico deve primeiro descartar outros problemas de saúde, como anemia, esclerose múltipla, doenças da tireóide, lupus e até câncer, que podem provocar sintomas semelhantes. A fadiga crônica, apesar de tudo, é uma das queixas mais comuns que os médicos escutam dos pacientes. Por isso, para que o diagnóstico da SFC seja um pouco mais claro, consistente e confiável, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos estabeleceram diretrizes para diagnosticar o problema com base no trabalho de cientistas internacionais que estudam a síndrome.

A síndrome da fadiga crônica é tratada com uma série de medicamentos, dependendo dos sintomas. Alguns dos medicamentos que podem ser receitados incluem antiinflamatórios não esteróides (como a aspirina e o ibuprofeno), antidepressivos tricíclicos de baixa dosagem, inibidores seletivos de recaptação de serotonina (outra categoria de antidepressivos), ansiolíticos, estimulantes e anti-histamínicos.
Para obter uma lista de precauções a tomar ao utilizar analgésicos sem receita, clique aqui (em inglês).

Se você sofre de SFC, qual a solução? Infelizmente, não há cura. E ninguém consegue dizer por quanto tempo você ficará doente. Mas a doença não piora progressivamente, nem é fatal. Na verdade, geralmente, você fica mais doente no primeiro ano, muitas vezes, antes mesmo de ser diagnosticado. O desafio é aprender a lidar com a SFC.

Nesse artigo, ensinaremos estratégias, daremos dicas sobre como detectar o problema e os aspectos negativos das terapias alternativas.

Diagnóstico
A comediante norte-americana Gilda Radner foi diagnosticada erroneamente com síndrome da fadiga crônica, que retardou a descoberta do câncer de ovário que, no fim, a matou. Esse é um dos piores cenários que podem ocorrer com a SFC. Por isso, se suspeitar que tem a síndrome da fadiga crônica, tenha certeza de que seu médico descartou quaisquer outros problemas que possam causar sintomas semelhantes.

Como não há um teste que diagnostique a SFC, o Centros de Controle de Doenças (CDC) estabeleceu diretrizes, em 1994, para seu diagnóstico. De acordo com elas, você deve ter fadiga crônica grave se os sintomas durarem seis meses ou mais e forem excluídos, por meio de diagnósticos médicos, quaisquer outros problemas de saúde conhecidos. E você deve apresentar, simultaneamente, quatro ou mais sintomas descritos a seguir:
diminuição significativa da memória ou concentração;

dor de garganta;

linfonodos sensíveis;

dor muscular;

dor, sem inchaço nem vermelhidão, em várias articulações;

dor de cabeça de um novo tipo, padrão ou gravidade;

sono intranqüilo;

mal-estar que ocorre após esforço e dura mais de 24 horas.
Esses sintomas devem persistir ou recorrer durante seis meses consecutivos ou mais e não devem ocorrer antes da fadiga.

Na próxima seção, veremos estratégias para lidar com a síndrome da fadiga crônica.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~


Estratégias para lidar com a síndrome da fadiga crônica
Aqui vão as estratégias para lidar com a síndrome da fadiga crônica conforme recomendação dos especialistas: médicos, psicoterapeutas e pacientes. Algumas tratam do lado físico da doença, outras, do lado emocional de se viver com uma doença crônica, e outras ainda simplesmente dão dicas práticas. Junto com as recomendações e cuidados de seu médico, elas podem ajudá-lo a lidar com a SFC, no seu dia-a-dia.

Estabeleça uma parceria com sua equipe de tratamento. Encontre um médico em quem você confie e que leve a síndrome da fadiga crônica a sério (já que a existência verdadeira da SFC como uma única condição médica não é universalmente aceita no campo médico). Passe por vários médicos, se necessário, e faça muitas perguntas. E na hora de escolher, confie na sua intuição. Além disso, trabalhe com seu médico e outros profissionais de saúde aprendendo sobre a síndrome da fadiga crônica.

Uma quantidade apropriada de atividade
física ajuda a mantê-lo emocional
e fisicamente saudável
Exercício. Uma quantidade apropriada de atividade física ajuda a mantê-lo emocional e fisicamente saudável. Entretanto, é importante saber quanto fazer e quando parar. Fale com seu médico ou consulte-se com um fisioterapeuta para saber que atividades você pode fazer. Pode ser que você consiga fazer caminhada, natação, hidroterapia, alongamento, ioga ou tai chi.

Faça o que puder pelo seu corpo. Faça o básico para levar uma vida saudável: Faça uma dieta nutritiva, descanse e participe de um programa de exercícios moderados, mesmo que seja apenas uma caminhada diária de cinco minutos.

Sofra pelo que você perdeu. É normal ficar chateado por ter desenvolvido uma doença crônica. Admitir isso pode ajudá-lo a aceitá-la.

Não se culpe. Você não tem culpa de estar doente.

Encontre apoio. Falar de sua condição com outros portadores da SFC pode ser de grande ajuda. Eles entendem o que você está passando e podem oferecer apoio, conselho, amizade e informação. Pergunte a seu médico ou a hospitais da região sobre grupos de apoio locais ou procure nas páginas amarelas ou na Internet. Entretanto, evite grupos de apoio que usam as reuniões como pontos de vendas de produtos alternativos. Você também pode procurar aconselhamento profissional, já que a depressão geralmente faz parte de qualquer condição crônica.

Gaste suas energias com sabedoria. Muitos pacientes falam em usar seus preciosos depósitos de energia como se fossem moedas de um cofrinho: racionam com cuidado e utilizam somente quando necessário. Sente-se, em vez de ficar em pé, evite ficar subindo e descendo escadas desnecessariamente, estacione na vaga para deficientes, de modo que fique próximo de seu destino, peça para que suas compras sejam entregues em domicílio e/ou contrate alguém para limpar sua casa. Tudo isso é para guardar energia para fazer as tarefas do dia-a-dia.

Estabeleça metas justas. Seja realista ao determinar as metas diárias, tendo em mente como você realmente se sente, e não como gostaria de se sentir. Se estabelecer metas muito altas, ficará desapontado caso não consiga cumpri-las. Se tiver expectativas razoáveis, você poderá cumprir suas metas e ficará com a sensação de realização e controle.

Programe períodos de descanso. Ouça seu corpo e respeite sua necessidade de descansar antes e depois das atividades.

Estabeleça prioridades. Pode ser que você tenha tempo somente para as duas ou três primeiras tarefas de sua lista, então, procure colocar as mais importantes no topo dela.

Mantenha os horários do trabalho e da casa na mesma agenda. Dessa forma, você não se sobrecarrega, por exemplo, marcando uma reunião de trabalho importante no mesmo dia da festa de aniversário de seu filho.

Aprenda a se adaptar. Encontre maneiras de se socializar que não o desgastem. Assista a um vídeo em casa com os amigos em vez de ir ao cinema, ou peça comida em vez de se reunir em um restaurante. Os amigos e familiares que realmente se preocupam com você não se importarão com isso.

Divirta-se. Com menos energia para concluir as coisas, você pode querer trabalhar sempre que se sentir bem e considerar a socialização uma extravagância que não conseguirá agüentar. Equilibre sua vida deixando um tempo para os amigos e a família.

Tenha um diário. Mesmo que você não escreva nele todo dia, o diário pode ajudá-lo a colocar seus sentimentos em evidência.

Não ignore sua sexualidade. Você pode programar o sexo para quando se sentir bem. E isso pode ser em uma manhã ou uma tarde, caso geralmente fique muito cansado à noite.

Tenha senso de humor. Procure filmes engraçados, livros, programas de televisão e pessoas que distraiam você de seu estresse diário, e não que o incentivem a se afogar nele.

Viva o hoje. Tente não se prender ao passado nem ao futuro.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Terapias alternativas
Existem hoje dezenas de tipos de terapias alternativas para o tratamento da síndrome da fadiga crônica: fitoterapia, suplementos dietéticos, dietas especiais, acupuntura e auto-hipnose, entre outras. Mas elas funcionam?

A maioria não foi estudada cientificamente, de acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC). O que se sabe é que alguns suplementos dietéticos e preparados fitoterápicos podem ter efeitos colaterais potencialmente sérios. Por exemplo, um suplemento pode interferir ou interagir com os medicamentos prescritos, alterando a forma como agem no seu corpo.

Você pode se proteger usando o bom senso. Se um tratamento parece muito bom para ser verdade, ele provavelmente está exagerando nos benefícios. Suspeite de produtos que:
baseiam-se em depoimentos em vez de estudos científicos para comprovar sua eficácia. Uma doença pode regredir, ou o paciente, sentir-se melhor devido ao efeito placebo (um efeito benéfico que ocorre, mas que não pode ser atribuído a nenhuma propriedade especial da substância ou do tratamento);

sejam comercializados como "exclusivos". Se lhe disserem que você é uma das pessoas que conhece esse produto, ou que é uma cura "secreta que os médicos não querem compartilhar, provavelmente trata-se de uma conversa fiada. Se o tratamento realmente funcionou, ele não seria mantido em segredo;

contenha em sua embalagem ou comercialização recomendação para não falar a seu médico que está usando os produtos;

sejam vendidos por meio de um esquema de marketing de várias camadas (piramidal);

sejam comercializados com frases do tipo "oxigena seu corpo", "desentoxica seu sistema" ou "elimina de seu corpo vários venenos";

sejam vendidos por médicos que estejam nitidamente lucrando com o produto; por exemplo, se seu médico insistir para que você compre suplementos vitamínicos em seu consultório, e não na farmácia.
Os médicos ainda estão explorando os mistérios da síndrome da fadiga crônica e buscando uma cura. Entretanto, os métodos para proporcionar o bem estar físico e emocional podem ajudar as pessoas com essa doença a levarem uma vida completa e ativa.